Após dia instável, Ibovespa fecha em leve alta e chega a um novo recorde
O dia foi pouco movimentado, com os mercados aguardando novidades em relação à Previdência. O Ibovespa, contudo, terminou a sessão no campo positivo

O Ibovespa e o dólar à vista passaram a sessão desta segunda-feira (24) oscilando entre os campos positivo e negativo, sem mostrar uma tendência definida. E, ao fim do dia, ambos ficaram muito perto do zero a zero — mas esse empate sem gols teve um gosto de vitória.
Após muitas idas e vindas, o principal índice da bolsa brasileira fechou com leve ganho de 0,05%, aos 102.062,33 pontos. Apesar dos ganhos pouco expressivos, o Ibovespa chegou a um novo recorde histórico de encerramento — é a quarta sessão consecutiva em alta.
Ao longo do dia, o índice oscilou entre os 101.588,92 pontos (-0,42%) e os 102.617,31 pontos (+0,59%), novo patamar máximo do Ibovespa em termos intradiários. O dólar à vista, por outro lado, encerrou com leve alta de 0,05%, a R$ 3,8272.
Diversos fatores contribuíram para deixar o jogo truncado nesta segunda-feira. No front doméstico, os mercados aguardam novidades a respeito da tramitação da reforma da Previdência — o noticiário de Brasília ficou relativamente parado neste início de semana.
O cenário foi parecido no exterior: lá fora, os agentes financeiros mostraram um "otimismo cauteloso" em relação às negociações comerciais entre Estados Unidos e China. E a escalada nas tensões geopolíticas entre os governos americano e iraniano contribuíram para trazer cautela às operações.
Mas se é verdade que faltaram motivos para continuar trazendo alívio mais intenso aos mercados locais, também não havia razão para desencadear um movimento de correção mais ampla. Assim, o Ibovespa manteve-se acima dos 102 mil pontos e o o dólar à vista permaneceu na faixa de R$ 3,82.
Leia Também
Calmaria local
No âmbito doméstico, as atenções voltam-se às movimentações na comissão especial da Câmara que discute o relatório da reforma da Previdência. E o presidente da Casa, Rodrigo Maia, deu munição às expectativas positivas, afirmando que o colegiado deverá votar o parecer do deputado Samuel Moreira até quinta-feira (27).
No entanto, analistas e operadores ponderam que, ao menos nesta segunda-feira, o cenário em Brasília não trouxe grandes alterações que justificassem uma postura mais agressiva por parte dos agentes financeiros. "Não há nenhuma notícia nova, além de tudo que já sabemos desde a semana passada", diz Raphael Figueredo, da Eleven Financial Research.
Ele pondera que movimentações na cena política despontam como principal fator de influência para os mercados locais nesta semanas, tanto em relação à comissão especial quanto à contagem de votos para aprovação da reforma da Previdência no plenário da Câmara.
O cumprimento do cronograma de tramitação das alterações nas regras da aposentadoria é especialmente aguardado pelo mercado. Há a possibilidade de o tema ser votado pela Câmara antes do recesso do Congresso, na metade de julho — no entanto, a pauta não pode sofrer atrasos, tanto no colegiado quanto no plenário da Casa.
Além disso, Figueredo ainda ressalta que, na semana passada, o Ibovespa passou por uma forte onda de alívio e acumulou ganhos de mais de 4%, o fez o índice romper o nível dos 100 mil pontos pela primeira vez na história. "Há uma certa ressaca da semana passada", destaca.
Um sinal de que os mercados optaram por aguardar maiores novidades é fraco o giro financeiro do Ibovespa nesta segunda-feira. Ao todo, o índice movimentou R$ 12,3 bilhões na sessão de hoje, um dos menores volumes diários em junho — em 2019, a média é de R$ 15,9 bilhões.
Exterior em modo de espera
As bolsas americanas exibiram tom semelhante ao do Ibovespa nesta segunda-feira, oscilando entre perdas e ganhos desde o início do pregão. Ao fim do dia, o Dow Jones teve alta de 0,03%, enquanto o S&P 500 e o Nasdaq recuaram 0,17% e 0,24%, respectivamente.
Lá fora, é grande a expectativa em relação ao encontro entre os presidentes dos Estados Unidos, Donald Trump, e da China, Xi Jinping, durante a cúpula do G-20, ao fim desta semana — há a esperança de que as duas potências consigam chegar a algum tipo de consenso e diminuam a tensão ligada à guerra comercial.
Negociadores da China e dos Estados Unidos estão discutindo soluções para suas desavenças antes da aguardada reunião entre os líderes dos dois países. No entanto, após diversos avanços e recuos nesse front, os mercados assumem uma postura de precaução quanto ao que pode ocorrer no encontro dos dois.
E a escalada nos atritos geopolíticos entre Estados Unidos e Irã também contribuiu para trazer certa dose de prudência às negociações — o clima entre os dois países esquentou após o exército iraniano derrubar um drone americano na semana passada.
As autoridades de Teerã afirmam que o veículo invadiu o território do país, enquanto Washington diz que a aeronave sobrevoava águas internacionais próximas ao estreito de Ormuz, região chave para o escoamento de petróleo do Oriente Médio. E, em meio às tensões, Trump afirmou que ainda pode recorrer a uma ação militar contra o Irã.
Dólar oscila
Essa mistura de otimismo e cautela mexeu com os mercados globais de câmbio. O dólar recuou ante as principais divisas do mundo, mas, na comparação com as moedas de países emergentes e ligados ao setor de commodities, exibe desempenho misto.
Dentro desse segundo grupo, o dólar ganhou força em relação ao peso mexicano e ao rand sul-africano, mas recuou ante o rublo russo, o peso colombiano, o peso chileno e o dólar neozelandês. E esse contexto afetou o comportamento do real: por aqui, a moeda americana no segmento à vista oscilou entre os R$ 3,8076 (-0,46%) e os R$ 3,8376 (+0,32%).
Juros em alta
As curvas de juros acompanham o comportamento do dólar e fecharam em leve alta, tanto na ponta curta quanto na longa. Os DIs para janeiro de 2021 subiram de 5,84% para 5,86%; no vértice mais extenso, as curvas com vencimento em janeiro de 2023 avançaram de 6,67% para 6,69%, e as para janeiro de 2025 foram de 7,20% para 7,22%.
Apesar de o boletim Focus ter mostrado um novo recuo na expectativa de crescimento do PIB em 2019, passando de 0,93% para 0,87% — o que, em tese, dá força à leitura de que o Banco Central (BC) deve promover cortes na Selic para estimular a economia —, o mercado mostra cautela em relação aos juros.
Será divulgada nesta terça-feira (25) a ata da última reunião do Copom, que manteve a taxa Selic em 6,5% ao ano. Os agentes financeiros estarão de olho no documento, buscando pistas quanto aos próximos passos do BC na condução da política monetária.
Último dia
Termina hoje o prazo de reserva para a compra de ações da Petrobras — a Caixa Econômica Federal está em um processo conhecido como oferta subsequente (ou follow on), colocando à venda mais de 240 milhões de papéis ordinários da estatal. O preço por ação será definido na terça-feira (25).
Os ativos ON (PETR3) da empresa, no entanto, fecharam em queda de 0,41%, pressionados pelo tom negativo do petróleo Brent (-0,52%) — o WTI teve alta de 0,82%. As ações PN (PETR4) da estatal caíram 0,11%.
Balanço da Weg (WEGE3) frustra expectativa e ação despenca 10% na bolsa; o que fazer com a ação agora
Lucro líquido da companhia aumentou 16,4% na comparação anual, mas cresceu menos que o mercado esperava
Santander (SANB11) divulga lucro de R$ 3,9 bi no primeiro trimestre; o que o CEO e o mercado têm a dizer sobre esse resultado?
Lucro líquido veio em linha com o esperado por Citi e Goldman Sachs e um pouco acima da expectativa do JP Morgan; ações abriram em queda, mas depois viraram
Mexendo o esqueleto: B3 inclui Smart Fit (SMFT3) e Direcional (DIRR3) na última prévia do Ibovespa para o próximo quadrimestre; veja quem sai para dar lugar a elas
Se nada mudar radicalmente nos próximos dias, as duas ações estrearão no Ibovespa em 5 de maio
Fundos imobiliários: ALZR11 anuncia desdobramento de cotas e RBVA11 faz leilão de sobras; veja as regras de cada evento
Alianza Trust Renda Imobiliária (ALZR11) desdobrará cotas na proporção de 1 para 10; leilão de sobras do Rio Bravo Renda Educacional (RBVA11) ocorre nesta quarta (30)
Alguém está errado: Ibovespa chega embalado ao último pregão de abril, mas hoje briga com agenda cheia em véspera de feriado
Investidores repercutem Petrobras, Santander, Weg, IBGE, Caged, PIB preliminar dos EUA e inflação de gastos com consumo dos norte-americanos
Azul (AZUL4) volta a tombar na bolsa; afinal, o que está acontecendo com a companhia aérea?
Empresa enfrenta situação crítica desde a pandemia, e resultado do follow-on, anunciado na semana passada, veio bem abaixo do esperado pelo mercado
Prio (PRIO3): banco reitera recomendação de compra e eleva preço-alvo; ações chegam a subir 6% na bolsa
Citi atualizou preço-alvo com base nos resultados projetados para o primeiro trimestre; BTG também vê ação com bons olhos
Bolsa de Metais de Londres estuda ter preços mais altos para diferenciar commodities sustentáveis
Proposta de criar prêmios de preço para metais verdes como alumínio, cobre, níquel e zinco visa incentivar práticas responsáveis e preparar o mercado para novas demandas ambientais
Tupy (TUPY3): Com 95% dos votos a distância, minoritários devem emplacar Mauro Cunha no conselho
Acionistas se movimentam para indicar Cunha ao conselho da Tupy após polêmica troca do CEO da metalúrgica
Quando o plano é não ter plano: Ibovespa parte dos 135 mil pontos pela primeira vez em 2025 em dia de novos dados sobre mercado de trabalho dos EUA
Investidores também se preparam para o relatório de produção e vendas da Petrobras e monitoram entrevista coletiva de Galípolo
Tony Volpon: EUA, novo mercado emergente
Não tenham dúvidas: chegamos todos na beira do abismo neste mês de abril. Por pouco não caímos.
Azul (AZUL4) chega a cair mais de 10% (de novo) e lidera perdas do Ibovespa nesta segunda-feira (28)
O movimento de baixa ganhou força após a divulgação, na última semana, de uma oferta pública primária
Planos pré-feriado: Ibovespa se prepara para semana mais curta, mas cheia de indicadores e balanços
Dados sobre o mercado de trabalho no Brasil e nos EUA, balanços e 100 dias de Trump são os destaques da semana
Nova temporada de balanços vem aí; saiba o que esperar do resultado dos bancos
Quem abre as divulgações é o Santander Brasil (SANB11), nesta quarta-feira (30); analistas esperam desaceleração nos resultados ante o quarto trimestre de 2024, com impactos de um trimestre sazonalmente mais fraco e de uma nova regulamentação contábil do Banco Central
Prio (PRIO3): Conheça a ação com rendimento mais atrativo no setor de petróleo, segundo o Bradesco BBI
Destaque da Prio foi mantido pelo banco apesar da revisão para baixo do preço-alvo das ações da petroleira.
Negociação grupada: Automob (AMOB3) aprova grupamento de ações na proporção 50:1
Com a mudança na negociação de seus papéis, Automob busca reduzir a volatilidade de suas ações negociadas na Bolsa brasileira
Evasão estrangeira: Fluxo de capital externo para B3 reverte após tarifaço e já é negativo no ano
Conforme dados da B3, fluxo de capital externo no mercado brasileiro está negativo em R$ 242,979 milhões no ano.
Smart Fit (SMFT3) entra na dieta dos investidores institucionais e é a ação preferida do varejo, diz a XP
Lojas Renner e C&A também tiveram destaque entre as escolhas, com vestuário de baixa e média renda registrando algum otimismo em relação ao primeiro trimestre
Ação da Azul (AZUL4) cai mais de 30% em 2 dias e fecha semana a R$ 1,95; saiba o que mexe com a aérea
No radar do mercado está o resultado da oferta pública de ações preferenciais (follow-on) da companhia, mais um avanço no processo de reestruturação financeira
Ibovespa: Dois gatilhos podem impulsionar alta da bolsa brasileira no segundo semestre; veja quais são
Se nos primeiros quatro meses do ano o Ibovespa tem atravessado a turbulência dos mercados globais em alta, o segundo semestre pode ser ainda melhor, na visão estrategista-chefe da Empiricus