🔴 OURO DISPARA 55% EM 2025: AINDA DÁ PARA INVESTIR? – SAIBA COMO SE EXPOR AO METAL

Caro ou barato? É tudo relativo!

Se você pode pegar seu celular e, em segundos, comparar preços de um tênis em 47 lojas diferentes, a coisa complica um pouco mais quando falamos de ações. Mas os analistas financeiros criaram algumas ferramentas para comparar preços e empresas.

16 de dezembro de 2018
6:06 - atualizado às 10:02
Renner e Magazine Luiza
Renner e Magazine Luiza - Imagem: Montagem Andrei Morais / Estadão Conteúdo

Dentre as teorias para explicar por que a inflação nos EUA não pega no breu, gosto particularmente da ideia de que, com o e-commerce e as pesquisas de preço online o tempo todo em suas mãos, as pessoas simplesmente se recusam a pagar mais pelos produtos.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Se você pode pegar seu celular e, em segundos, comparar preços de um tênis em 47 lojas diferentes, o espaço para a alta de preços fica limitado e o varejista se vê obrigado a dar descontos para fechar a venda.

Ninguém mais cai naquela de comprar uma TV na loja física da Fastshop pagando 20% a mais do que ela custa na loja online – você até vai à loja, olha o produto, tira suas dúvidas e, no fim das contas, chega em casa e compra no site que estiver com o menor preço.

Em busca do valor

Se é ridiculamente fácil saber se uma camisa está cara ou barata, a coisa complica um pouco mais quando falamos de ações.

Não dá para abrir o Buscapé e pesquisar o preço de Petrobras. É difícil comparar as características da Magazine Luiza com Lojas Americanas e, na Black Friday, não tem ninguém anunciando ações da Vale com 30% de desconto.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Mas os analistas financeiros criaram algumas ferramentas para comparar preços e empresas que, apesar de estarem longe de ser infalíveis, nos dão uma baita mão na hora de decidir entre comprar ou não uma ação.

Leia Também

Antes de mais nada, o preço de uma ação, por si só, não diz nada. Uma ação a R$ 10 pode ser extremamente cara e outra, a R$ 1.200 pode ser a maior barganha da sua vida.

Ações são representações de participação em um negócio. E seu preço só traz alguma informação quando comparado com alguma outra variável.

A primeira comparação possível, e mais lógica, é tentar avaliar o preço de uma ação com o que seria seu valor intrínseco – para calcular esse tal valor intrínseco, analistas financeiros criaram um negócio que se chama “fluxo de caixa descontado” (DCF, da sigla em inglês).

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

A brincadeira é estimar todos os fluxos de caixa que uma empresa vai gerar daqui até o fim dos tempos e, com base em uma taxa de desconto (conhecido como custo de capital), trazer a somatória desses fluxos a valor presente.

Essa somatória é o valor da empresa que, dividido pelo número de ações, nos dá o valor justo de cada ação. Comparando esse valor com o preço de tela, você conclui se a danada está cara ou barata.

Difícil previsão

Se isso parece uma tarefa mística, é porque é, mesmo.

Fazer o DCF envolve estimar o que vai acontecer 10, 20, 30 anos no futuro e, meu amigo, se tenho dificuldades em estimar quanto comprar de cerveja para um churrasco, imagine minha capacidade de prever quanto a Ambev vai vender de cerveja em 2032.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Nem vou falar sobre a taxa de desconto, que é um problema em si mesma, e é extremamente relevante para o resultado final da brincadeira.

Nada tenho contra o DCF – é uma baita ferramenta para analisar negócios, entender drivers e até descobrir que tipo de premissas estão embutidas no preço das ações. Mas, tirando algumas exceções (como concessões e ativos bem maduros), acho um modelo ruim para determinar valor.

O que preocupa é ver gente por aí usando o modelo como se fosse uma verdade absoluta e se guiando nos números cuspidos pelo Excel como se fossem mandamentos extraídos diretamente do Velho Testamento.

Empresa x Empresa

Beleza. Se não dá para confiar no valor intrínseco, ou absoluto, o que nos resta?

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Oras, se barato ou caro é um conceito relativo, o melhor a fazer é comparar o preço das ações de uma empresa com preços de ações de outra empresa.

Esse tipo de análise, não à toa chamada de relativa, é feita com base nos múltiplos – se o preço de uma ação não diz muita coisa, comparar os R$ 39,7 de Lojas Renner (LREN3) com os R$ 169 de Magazine Luiza (MGLU3) não vai te levar a lugar nenhum. Os múltiplos transformam preços de ações em indicadores comparáveis.

Um múltiplo nada mais é do que uma relação entre duas variáveis – se você puxar suas aulas de álgebra na memória, talvez se lembre que as frações são formas de expressar relações.

Reais por metros quadrados, quilômetros por litro, calorias por 100 gramas e gols por partida são todos múltiplos que você usa no dia a dia sem nem perceber que está ali, colocando as coisas na forma de fração.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Da mesma forma, dá para olhar para as ações e estabelecer uma relação entre seu preço e alguma variável financeira das empresas: uma das mais populares é o preço por lucro (do inglês P/E).

A métrica é fácil: você pega o preço por ação e divide pelo lucro por ação (lucro total pelo número de ações).

Para ilustrar: nos últimos doze meses, a Lojas Renner teve lucro de R$ 912 milhões. Como a companhia tem cerca de 718 milhões de ações em circulação, seu lucro por ação foi de R$ 1,27. Assim, o P/E de Renner é 31,2x (39,70/1,27).

Esse número, por si só, já nos diz algumas coisas – seriam necessários 31 anos para que a empresa retornasse, na forma de lucro, o valor investido em uma ação.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Isso equivale a um retorno anual de 3,2% – é muito pouco quando comparado com o CDI, de 6,5% ao ano.

O P/E de Magazine Luiza é ainda maior: 56,15x – um retorno anual de 1,78% – você teria que esperar 56 anos para ter de volta o valor investido na ação.

No conceito relativo, as ações de Magazine Luiza estão mais caras do que as ações de Lojas Renner e ambas parecem caras quando olhamos para o CDI.

Compro ou vendo?

Mas tem gente comprando tanto uma quanto outra, por quê?

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

É aí que entra a parte da análise de fato.

Tanto Renner quando Magalu têm crescido de forma impressionante nos últimos anos – se o lucro aumenta, o “E” do P/E aumenta e a relação entre preço e lucro cai – chamamos isso de contração de múltiplos.

Nos últimos cinco anos, o lucro de Renner cresceu, em média, 17,2% ao ano. Magazine Luiza, um dos maiores fenômenos da Bolsa brasileira, cresceu 39,5% no período.

Não à toa, quem comprou LREN3 em dezembro de 2013 está com retorno acumulado de 293%. E quem investiu uns trocados em MGLU3 não deve estar com muitas preocupações financeiras – as ações se valorizaram em 2.300% – isso mesmo, cada R$ 1 investido deu R$ 23 de retorno!

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Agora, olha que interessante, Magazine opera a um P/E que é 1,8x maior do que o P/E de Lojas Renner. Mas ela cresceu a uma taxa 2,3x maior nos últimos cinco anos.

Peg pague

Será que Magazine está, mesmo, mais cara do que Renner?

Para responder a essa pergunta, os caras inventaram um outro múltiplo, chamado Peg Ratio que nada mais é do que a divisão do P/E pela taxa anual de crescimento dos lucros. É um dos múltiplos mais utilizados para avaliar empresas que crescem muito, ou as growth stocks, como o pessoal as chama carinhosamente.

Olhando para os últimos cincos anos, o Peg de Renner é 1,8x. O de Magazine Luiza fica em 1,4x. Assim, quando ajustamos para o crescimento passado, Magalu está mais barata do que Renner, simplesmente porque ela cresce muito mais rapidamente.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

O problema é que o passado importa pouco – é preciso saber se as companhias continuarão crescendo e a qual taxa. Aqui, a futurologia entra em campo novamente, mas geralmente trabalhamos com um período mais curto e, portanto, um pouco mais “estimável”.

O consenso para Renner é um crescimento de 22% para os próximos três anos e 35,4% para Magazine. Os pegs ficam, respectivamente, em 1,42x e 1,58x e o jogo se inverte, Magazine estaria cara no relativo.

Agora, a pergunta que realmente importa, será que vale a pena comprar alguma das duas ações?

Essa resposta eu te dou na semana que vem – vou te falar sobre um gênio chamado Peter Lynch, como ele olha para o Peg Ratio e de como decide entre comprar ou não as growth stocks.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

COMPARTILHAR

Whatsapp Linkedin Telegram
OPAS E INTERNACIONALIZAÇÃO

Debandada da B3: quando a onda de saída de empresas da bolsa de valores brasileira vai acabar?

21 de novembro de 2025 - 6:18

Com OPAs e programas de recompras de ações, o número de empresas e papéis disponíveis na B3 diminuiu muito no último ano. Veja o que leva as empresas a saírem da bolsa, quando esse movimento deve acabar e quais os riscos para o investidor

VIRADA NOS MERCADOS

Medo se espalha por Wall Street depois do relatório de emprego dos EUA e nem a “toda-poderosa” Nvidia conseguiu impedir

20 de novembro de 2025 - 15:59

A criação de postos de trabalho nos EUA veio bem acima do esperado pelo mercado, o que reduz chances de corte de juros pelo Federal Reserve (Fed) em dezembro; bolsas saem de alta generalizada para queda em uníssono

DADO DE EMPREGO

Depois do hiato causado pelo shutdown, Payroll de setembro vem acima das expectativas e reduz chances de corte de juros em dezembro

20 de novembro de 2025 - 12:15

Os Estados Unidos (EUA) criaram 119 mil vagas de emprego em setembro, segundo o relatório de payroll divulgado nesta quinta-feira (20) pelo Departamento do Trabalho

MERCADOS LÁ FORA

Sem medo de bolha? Nvidia (NVDC34) avança 5% e puxa Wall Street junto após resultados fortes — mas ainda há o que temer

20 de novembro de 2025 - 11:06

Em pleno feriado da Consciência Negra, as bolsas lá fora vão de vento em poupa após a divulgação dos resultados da Nvidia no terceiro trimestre de 2025

WHAT A WEEK, HUH?

Com R$ 480 milhões em CDBs do Master, Oncoclínicas (ONCO3) cai 24% na semana, apesar do aumento de capital bilionário

20 de novembro de 2025 - 9:32

A companhia vive dias agitados na bolsa de valores, com reação ao balanço do terceiro trimestre, liquidação do Banco Master e aprovação da homologação do aumento de capital

NÃO ENGATOU

Braskem (BRKM5) salta quase 10%, mas fecha com ganho de apenas 0,6%: o que explica o vai e vem das ações hoje?

19 de novembro de 2025 - 18:49

Mercado reagiu a duas notícias importantes ao longo do dia, mas perdeu força no final do pregão

COMPRA OU VENDE?

SPX reduz fatia na Hapvida (HAPV3) em meio a tombo de quase 50% das ações no ano

19 de novembro de 2025 - 17:40

Gestora informa venda parcial da posição nas ações e mantém derivativos e operações de aluguel

VAI CAIR NA CONTA?

Dividendos: Banco do Brasil (BBAS3) antecipa pagamento de R$ 261,6 milhões em JCP; descubra quem entra no bolo

19 de novembro de 2025 - 11:33

Apesar de o BB ter terminado o terceiro trimestre com queda de 60% no lucro líquido ajustado, o banco não está deixando os acionistas passarem fome de proventos

EFEITOS DO IMBRÓGLIO

Liquidação do Banco Master respinga no BGR B32 (BGRB11); entenda os impactos da crise no FII dono do “prédio da baleia” na Av. Faria Lima

19 de novembro de 2025 - 10:20

O Banco Master, inquilino do único ativo presente no portfólio do FII, foi liquidado pelo Banco Central por conta de uma grave crise de liquidez

OPORTUNIDADES OU ARMADILHA?

Janela de emissões de cotas pelos FIIs foi reaberta? O que representa o atual boom de ofertas e como escapar das ciladas

19 de novembro de 2025 - 6:02

Especialistas da EQI Research, Suno Research e Nord Investimentos explicam como os cotistas podem fugir das armadilhas e aproveitar as oportunidades em meio ao boom das emissões de cotas dos fundos imobiliários

ALTA COM DESCONFORTO

Mesmo com Ibovespa em níveis recordes, gestores ficam mais cautelosos, mostra BTG Pactual

18 de novembro de 2025 - 15:22

Pesquisa com gestores aponta queda no otimismo, desconforto com valuations e realização de lucros após sequência histórica de altas do mercado brasileiro

DEPOIS DA LIQUIDAÇÃO EXTRAJUDICIAL

Com quase R$ 480 milhões em CDBs do Banco Master, Oncoclínicas (ONCO3) cai mais de 10% na bolsa

18 de novembro de 2025 - 11:41

As ações da companhia recuaram na bolsa depois de o BC determinar a liquidação extrajudicial do Master e a PF prender Daniel Vorcaro

ONDA DE REVISÕES CONTINUA

Hapvida (HAPV3) lidera altas do Ibovespa após tombo da semana passada, mesmo após Safra rebaixar recomendação

17 de novembro de 2025 - 15:53

Papéis mostram recuperação após desabarem mais de 40% com balanço desastroso no terceiro trimestre, mas onda de revisões de recomendações por analistas continua

REAÇÃO AOS BALANÇOS

Maiores quedas do Ibovespa: Rumo (RAIL3), Raízen (RAIZ4) e Cosan (CSAN3) sofrem na bolsa. O que acontece às empresas de Rubens Ometto?

17 de novembro de 2025 - 15:15

Trio do grupo Cosan despenca no Ibovespa após balanços fracos e maior pressão sobre a estrutura financeira da Raízen

FUNDOS IMOBILIÁRIOS

Os FIIs mais lucrativos do ano: shoppings e agro lideram altas que chegam a 144%

15 de novembro de 2025 - 16:23

Levantamento mostra que fundos de shoppings e do agronegócio dominaram as maiores valorizações, superando com sobra o desempenho do IFIX

ESTRATÉGIA DOS GESTORES

Gestora aposta em ações ‘esquecidas’ do Ibovespa — e faz o mesmo com empresas da Argentina

15 de novembro de 2025 - 15:30

Logos Capital acumula retorno de quase 100% no ano e está confiante com sua carteira de ações

FECHAMENTO DOS MERCADOS

Ibovespa retoma ganhos com Petrobras (PETR4) e sobe 2% na semana; dólar cai a R$ 5,2973

14 de novembro de 2025 - 18:44

Na semana, MBRF (MBRF3) liderou os ganhos do Ibovespa com alta de mais de 32%, enquanto Hapvida (HAPV3) foi a ação com pior desempenho da carteira teórica do índice, com tombo de 40%

O DIA DEPOIS DO BALANÇO

Depois do balanço devastador da Hapvida (HAPV3) no 3T25, Bradesco BBI entra ‘na onda de revisões’ e corta preço-alvo em quase 50%

14 de novembro de 2025 - 17:37

Após reduzir o preço-alvo das ações da Hapvida (HAPV3) em quase 50%, o Bradesco BBI mantém recomendação de compra, mas com viés cauteloso, diante de resultados abaixo das expectativas e pressões operacionais para o quarto trimestre

QUEM É VIVO SEMPRE APARECE. OU MELHOR: QUEM É OI

Depois de escapar da falência, Oi (OIBR3) volta a ser negociada na bolsa e chega a subir mais de 20%

14 de novembro de 2025 - 16:52

Depois de a Justiça reverter a decisão que faliu a Oi atendendo um pedido do Itaú, as ações voltaram a ser negociadas na bolsa depois de 3 pregões de fora da B3

O QUE BOMBOU NA BOLSA

Cogna (COGN3), C&A (CEAB3), Cury (CURY3): Veja as 20 empresas que mais se valorizaram no Ibovespa neste ano 

14 de novembro de 2025 - 15:02

Companhias de setores como educação, construção civil e bancos fazem parte da lista de ações que mais se valorizaram desde o começo do ano

Menu

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies

Fechar