🔴 ORIENTE MÉDIO EM ALERTA E JUROS NOS EUA: QUAIS OS IMPACTOS NA BOLSA E DÓLAR? VEJA AQUI

Eduardo Campos
Eduardo Campos
Jornalista formado pela Universidade Metodista de São Paulo e Master In Business Economics (Ceabe) pela FGV. Cobre mercado financeiro desde 2003, com passagens pelo InvestNews/Gazeta Mercantil e Valor Econômico cobrindo mercados de juros, câmbio e bolsa de valores. Há 6 anos em Brasília, cobre Banco Central e Ministério da Fazenda.
Bancos

BC dá início à agenda que permitirá redução estrutural de compulsórios

Diretoria do Banco Central (BC) apresentou as diretrizes para ter novas formas de manter a liquidez no sistema financeiro em momentos de crise

Roberto Campos Neto
Imagem: Pablo Valadares/Câmara dos Deputados

O Banco Central (BC) está estudando novas formas de socorrer os bancos com dinheiro em momentos de crise. O nome formal disso é Assistência Financeira de Liquidez (AFL) e o efeito prático desse processo, que vai se estender até 2021, é permitir uma redução estrutural dos incompreendidos depósitos compulsórios, parcela de recursos que os bancos são obrigados a reter junto ao BC.

De forma simplificada, os depósitos compulsórios podem ser vistos como uma forma de seguro a ser utilizado pelo BC para prover o sistema financeiro de liquidez em momentos no qual a desconfiança é tamanha que ninguém quer emprestar dinheiro para ninguém, não importando quão elevado seja o juro. A ideia dessas atuações é fazer o dinheiro voltar a fluir na economia e não apenas salvar bancos que estejam com a corda no pescoço.

Atualmente, o estoque de compulsórios está na linha dos R$ 400 bilhões. Outra utilização é ou era como uma forma de dosar o volume de crédito na economia. Mas o BC já dispõe de outros instrumentos que cumprem melhor esse papel, como o adicional de capital contracíclico.

Esse patamar de recursos que fica estacionado no BC destoa de pares emergentes e desenvolvidos dada a falta de outros instrumentos que possam ter a mesma finalidade. O problema é que a alta parcela de recursos que precisam ficar retidos no BC acaba tornando o custo do dinheiro mais caro para quem deseja tomar crédito.

A agenda delineada pelo BC busca, justamente, criar outros instrumentos de assistência de liquidez, abrindo espaço para uma revisão no nível de compulsório. Em tese, o sucesso dessa agenda pode colocar boa parte desses R$ 400 bilhões em circulação.

O que será feito?

Em nota, o BC explica que a principal definição é o desenvolvimento de uma linha disponível de forma constante (standing facility), que tenha como garantia títulos e valores mobiliários emitidos por entidades privadas, além dos títulos públicos, que já são aceitos atualmente.

A ideia é que as instituições financeiras tenham disponível, de forma contínua, e não apenas em momentos de necessidade de liquidez, um limite financeiro, com base em títulos privados depositados como garantia para o BC.

No voto, o BC lembra que a crise financeira de 2008 e seus desdobramentos evidenciaram a importância de os bancos centrais estarem preparados para exercer uma de suas funções clássicas, a de emprestador de última instância.

Atualmente, o BC pode fazer esse papel de emprestador de última instância por meio das operações de redesconto nos prazos de 15, 90 e até 359 dias úteis. O BC lembra que a preparação para a eventual realização dessas operações mostrou-se, durante a crise de 2008, complexa e, consequentemente, custosa, em função de diversos cuidados necessários para garantir a segurança jurídica das operações, que se baseavam no modelo de compra com compromisso de revenda, para uma gama muito ampla de ativos.

Agora, o que se busca é montar uma cesta de ativos elegíveis para serem utilizados quando a situação demandar. Ainda de acordo com o BC, a ampliação dos ativos a serem aceitos de forma automática aumentará o potencial acesso a liquidez, colaborando para a missão da instituição de assegurar um sistema financeiro mais sólido e eficiente.

Para o BC, a inclusão de títulos de emissão privada tem, ainda, o potencial de aumentar a eficiência do mercado financeiro e desenvolver o mercado de capitais local, reduzindo custos e aumentando competitividade.

Compartilhe

SOBE MAIS UM POUQUINHO?

Campos Neto estragou a festa do mercado e mexeu com as apostas para a próxima reunião do Copom. Veja o que os investidores esperam para a Selic agora

15 de setembro de 2022 - 12:41

Os investidores já se preparavam para celebrar o fim do ciclo de ajuste de alta da Selic, mas o presidente do Banco Central parece ter trazido o mercado de volta à realidade

PREVISÕES PARA O COPOM

Um dos maiores especialistas em inflação do país diz que não há motivos para o Banco Central elevar a taxa Selic em setembro; entenda

10 de setembro de 2022 - 16:42

Heron do Carmo, economista e professor da FEA-USP, prevê que o IPCA registrará a terceira deflação consecutiva em setembro

OUTRA FACE

O que acontece com as notas de libras com a imagem de Elizabeth II após a morte da rainha?

9 de setembro de 2022 - 10:51

De acordo com o Banco da Inglaterra (BoE), as cédulas atuais de libras com a imagem de Elizabeth II seguirão tendo valor legal

GREVE ATRASOU PLANEJAMENTO

Banco Central inicia trabalhos de laboratório do real digital; veja quando a criptomoeda brasileira deve estar disponível para uso

8 de setembro de 2022 - 16:28

Essa etapa do processo visa identificar características fundamentais de uma infraestrutura para a moeda digital e deve durar quatro meses

FAZ O PIX GRINGO

Copia mas não faz igual: Por que o BC dos Estados Unidos quer lançar um “Pix americano” e atrelar sistema a uma criptomoeda

30 de agosto de 2022 - 12:08

Apesar do rali do dia, o otimismo com as criptomoedas não deve se estender muito: o cenário macroeconômico continua ruim para o mercado

AMIGO DE CRIPTO

Com real digital do Banco Central, bancos poderão emitir criptomoeda para evitar “corrosão” de balanços, diz Campos Neto

12 de agosto de 2022 - 12:43

O presidente da CVM, João Pedro Nascimento, ainda afirmou que a comissão será rigorosa com crimes no setor: “ fraude não se regula, se pune”

AGORA VAI!

O real digital vem aí: saiba quando os testes vão começar e quanto tempo vai durar

10 de agosto de 2022 - 19:57

Originalmente, o laboratório do real digital estava previsto para começar no fim de março e acabar no final de julho, mas o BC decidiu suspender o cronograma devido à greve dos servidores

INSIGHTS ASSIMÉTRICOS

O ciclo de alta da Selic está perto do fim – e existe um título com o qual é difícil perder dinheiro mesmo se o juro começar a cair

2 de agosto de 2022 - 5:58

Quando o juro cair, o investidor ganha porque a curva arrefeceu; se não, a inflação vai ser alta o bastante para mais do que compensar novas altas

PRATA E CUPRONÍQUEL

Banco Central lança moedas em comemoração ao do bicentenário da independência; valores podem chegar a R$ 420

26 de julho de 2022 - 16:10

As moedas possuem valor de face de 2 e 5 reais, mas como são itens colecionáveis não têm equivalência com o dinheiro do dia a dia

AGRADANDO A CLIENTELA

Nubank (NUBR33) supera ‘bancões’ e tem um dos menores números de reclamações do ranking do Banco Central; C6 Bank lidera índice de queixas

21 de julho de 2022 - 16:43

O banco digital só perde para a Midway, conta digital da Riachuelo, no índice calculado pelo BC

Fechar
Menu

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies

Continuar e fechar