Menos bolsa Birkin, mais bem-estar: por que o wellness e a longevidade são o ‘futuro do luxo’, segundo estudo
Report mostra que estamos entrando na era do ‘luxo transformacional’, em que o materialismo perde espaço para o ‘experimentalismo’

O luxo está mudando. E, dessa vez, não estamos falando da crise econômica que atinge o setor, por conta da desaceleração do consumo na China e das incertezas no cenário global. Desse assunto, já falamos em outras matérias.
Uma mudança nos princípios fundamentais — os chamados core values — do luxo está em curso no momento e as marcas que mais rapidamente se adaptarem a ela podem sair na frente.
Não que as bolsas de grife, os carros conversíveis e as joias exclusivas tenham saído de moda. Mas os itens por si só não serão mais suficientes para atrair o consumidor de alto poder aquisitivo.
Estamos entrando na era do chamado “luxo transformacional”.
A preocupação com a longevidade, com o bem-estar duradouro e a priorização das experiências de conexão espiritual ganham espaço em cima dos bens de consumo.
Não basta mais passar o cartão black (ou mais do que black) nas Avenue Montaigne e nas Gallerias Vittorio Emanuele ao redor do mundo.
Leia Também
O novo consumidor de luxo quer ir para um resort totalmente focado em wellness em que ele poderá passar pelos tratamentos de skincare mais sofisticados do mundo e usar as tecnologias mais avançadas da área da saúde.
E é por causa dessa mudança nos códigos do luxo, conforme os consumidores buscam “transformação pessoal e experiências significativas”, que o setor está evoluindo para uma convergência cada vez maior entre beleza, saúde e hospitalidade.
"O aumento da consciência dos consumidores sobre longevidade e qualidade de vida está reformulando o conceito de luxo, que passa a priorizar esses aspectos. Cada vez mais indivíduos buscam otimizar sua saúde, prolongar sua vida e elevar seu bem-estar, impulsionando uma transformação na oferta das marcas de beleza, saúde e hospitalidade."
Essas são as conclusões mais recentes do relatório do Together Group e do The Future Laboratory, intitulado Novos Códigos de Luxo: Longevidade e Estratégias de Bem-Estar.
A nova era do luxo em 6 insights
O estudo apresenta seis pontos-chave, que ajudam a entender os principais fundamentos do luxo transformacional, que se relaciona à “economia da transformação”, na qual as pessoas procuram produtos e experiências que satisfaçam necessidades humanas mais profundas e contribuam para vidas mais plenas.
Essas mudanças estão diretamente ligadas a mudanças culturais e avanços tecnológicos.
- Longevidade e bem-estar são a “oferta máxima do luxo”
Este novo mercado pode atingir US$ 610 bilhões globalmente até o final deste ano, o que é uma oportunidade para as marcas irem além do lifestyle e fornecerem soluções que melhoram tanto a expectativa quanto a qualidade de vida.
- É só pensar no caso — extremo, mas ainda emblemático — do bilionário Bryan Johnson, que usa todos os seus recursos para tentar viver eternamente e encabeça o projeto “Don’t Die”, que inclui hábitos rígidos, tratamentos complexos e rotinas quase “malucas” visando prolongar o tempo de vida.
- O luxo transformacional está transformando os valores tradicionais
De materialismo para experimentalismo, os consumidores têm priorizado cada vez mais as experiências como meio de alcançar a autorrealização e formar conexões mais profundas.
Com isso, as marcas deixam de ser apenas fornecedoras de produtos para serem potenciais parceiras na busca por essa “vida mais plena”.
- A experiência de marca pode ser tão valiosa quanto o produto em si
Conforme os setores de beleza, saúde e hospitalidade se tornam cada vez mais sinérgicos, as marcas têm novas oportunidades para promover o engajamento dos clientes.
Um dado GWI mostra que 77% dos consumidores de luxo preferem comprar um produto ou serviço quando podem se sentir pertencentes à “comunidade da marca”.
Por isso, não é de se estranhar que muitas empresas estejam recorrendo a modelos de associação (memberships) para criar comunidades de bem-estar exclusivas que combinam serviços selecionados com este senso de pertencimento. Alguns exemplos bem-sucedidos são a Remedy Place e a Soho House.
- Hiper personalização é o novo parâmetro para exclusividade
A exclusividade é, por natureza, um dos princípios do luxo. No entanto, ela toma uma nova proporção nesse novo contexto com foco em bem-estar.
Com cada vez mais aparelhos e tecnologias que acompanham o corpo e a saúde dos usuários — smartwatches, pulseiras, anéis e outros wearables —, as marcas podem oferecer soluções e tratamentos cada vez mais personalizados para cada pessoa.
De acordo com o Fórum Econômico Mundial, 66% dos membros da geração Z e 44% dos membros de outras gerações usam algum tipo de tracker para monitorar a saúde.
- O novo serviço de hospitalidade de luxo é focado em espaços de bem-estar, movidos por um propósito
As semelhanças com a terceira temporada de The White Lotus não são uma mera coincidência.
A ascensão dos resorts e hotéis de alto padrão focados em wellness — o mesmo tipo do que é mostrado na série — reflete um mercado imobiliário efervescente dentro da economia de bem-estar, que deve crescer a 7,3% ao ano até 2028, segundo o GWI.
- Os novos hotéis e resorts de wellness podem dar um upgrade nos serviços de saúde
De acordo com o relatório, as marcas de luxo estão em uma posição única para oferecer o que os clientes não conseguem obter nos serviços de saúde convencionais, fechando a lacuna entre ciência, saúde e hospitalidade.
“No frigir dos ovos”, o Together Group e o The Future Laboratory acreditam que o futuro do luxo está fundamentado em saúde, longevidade e conexão humana, o que só confirma a força das tendências de wellness, que já estavam sendo apontadas em diversos outros estudos.
O Anuário de Tendências de Luxo 2025, feito pela ILTM (International Luxury Travel Market) em parceria com o Panrotas e TRVL LAB, já indicavam esse caminho no setor de turismo.
"Ao focar no que é fundamental para a realização humana – saúde, propósito e conexão – as marcas podem transcender as fronteiras tradicionais, oferecendo aos consumidores não apenas serviços, mas soluções que moldam suas vidas de maneiras profundas”, dizem os autores do relatório Novos Códigos de Luxo.
Dormir bem virou trend no TikTok — mas será que o sleepmaxxing, a ‘rotina de sono perfeita’, realmente funciona?
Especialistas dizem que a criação de uma rotina noturna pode trazer benefícios para a qualidade de vida, mas é preciso ter cuidado com os exageros
Nem todos podem ter uma Ferrari – e não estamos falando de dinheiro
O valor de uma marca que vai muito além dos volumes e lucro: confira o que é preciso para ter ou não acesso à marca
O upgrade da Air France: primeira classe ganha pijamas Jacquemus, transfer Porsche e mais
Após investir 5 bilhões de euros, companhia francesa acirra a competição com British Airways e Lufthansa para conquistar o turista de luxo; voo ‘mais barato’ sai a partir de R$ 35 mil
PepsiCo adquire marca de refrigerantes prebióticos por US$ 1,95 bilhão (e entra no caminho da Coca-Cola)
Com compra da Poppi, uma das marcas líderes de refrigerantes prebióticos, PepsiCo entra na briga por mercado crescente de bebidas “saudáveis” apenas um mês após anúncio de linha da Coca-Cola para o setor
Luxo na F1: Louis Vuitton assina case de troféu de Lando Norris no GP da Austrália
Casa francesa de luxo assinou baú Trophy Trunk Louis Vuitton, que carregou a taça conquistada pelo britânico na corrida de abertura da temporada 2025 da Fórmula 1
Inscrições para a Globo acabam nesta sexta (21); confira essas e outras vagas para estágio e trainee com bolsa-auxílio de até R$ 7 mil
Os aprovados nos programas de estágio e trainee devem começar a atuar até o segundo semestre de 2025; as inscrições ocorrem durante todo o ano
Ferrari under 40? Quase metade dos compradores da italiana tem menos de 40 anos
Mesmo com acesso financeiro aos veículos de luxo, clientes precisam criar um relacionamento de longo prazo com a marca para conseguirem os modelos mais selecionados
Tênis amador e Venus Williams como treinadora: Four Seasons promove torneio com Armani, veja como participar
Duplas serão treinadas por tenistas renomados em quatro propriedades da rede; etapas finais serão realizadas em clube privado ultra-exclusivo em Londres
Gucci, Versace e o que significa a “dança das cadeiras” na direção das gigantes do luxo
Legado, criatividade e faturamento: o que está por trás das mudanças de direção criativa que Gucci e Versace anunciaram, quase simultaneamente, nesta quinta-feira (13)
Uma joia na xícara: experimentamos o café de 30 euros em Tóquio
Variedades premiadas, ambiente hermético e apenas seis lugares; por dentro do Cherry Lab, o pequeno templo dos obcecados por café em Taitō, Tóquio
Rede D’Or (RDOR3) cai na B3 com balanço mais fraco que o esperado no 4T24 — mas segue como a ação favorita dos analistas em saúde
O desempenho negativo dos papéis hoje acompanha a frustração dos investidores com a performance do segmento de hospitais; veja o que desagradou o mercado
Decisão polêmica: Ibovespa busca recuperação depois de temor de recessão nos EUA derrubar bolsas ao redor do mundo
Temores de uma recessão nos EUA provocaram uma forte queda em Wall Street e lançaram o dólar de volta à faixa de R$ 5,85
Mercado de relógios desacelera em 2024, mas empresa suíça mantém a dominância total, com 32% do mercado
Relatório do Morgan Stanley com a Luxe Consult faz um panorama geral do mercado da relojoaria suíça em 2024
Alliança Saúde (AALR3) mira expansão em São Paulo e compra laboratórios da Cura; ações caem na B3
De acordo com a Alliança, o negócio deve aumentar em cerca de R$ 80 milhões a receita operacional bruta da empresa
As marcas de luxo estão ‘sedentas’ por White Lotus — como a série virou ‘mina de ouro’ da publicidade para o público de alta renda
Empresas compraram cotas publicitárias e lançaram produtos antes mesmo da estreia da terceira temporada
CEO da Cimed aposta em pequenas farmácias para atingir faturamento de R$ 5 bilhões neste ano — e “caneta amarela” do Ozempic está na mira para 2026
Conhecida pelo portfólio extenso de medicamentos genéricos e por produtos como o Carmed e o Lavitan, a Cimed tem como objetivo elevar as receitas em quase 40% em relação ao ano passado
Por que comprar ações da Rede D’Or (RDOR3) agora? Bank of America dá 6 motivos para ficar otimista com a empresa de saúde
Banco norte-americano vê potencial de valorização de 17% para o papel, mas essa não é a única razão para RDOR3 ser eleita a queridinha do setor
Por trás da disparada das ações da Oncoclínicas (ONCO3), gestora de “situações especiais” abocanha nova fatia na empresa
A Latache, gestora de Renato Azevedo, agora possui 6,84% do capital social da Oncoclínicas, equivalente a cerca de 44,6 milhões de ações ONCO3
Coca-Cola saudável? Gigante investe em mercado milionário de refrigerantes prebióticos com nova marca
Anúncio realizado essa semana antecipa lançamento do Simply Pop, linha de prebióticos que é aposta da gigante das bebidas para abocanhar segmento de US$ 820 milhões
JP Morgan recomenda distância de Oncoclínicas (ONCO3), mas revela duas ações atraentes no setor de saúde
Os analistas não veem gatilhos de curto prazo para impulsionar a ONCO3 — mas destacam uma dupla de ações com lucros crescentes e preços atraentes na B3