O mercado de luxo pode enfrentar a pior crise dos últimos 15 anos — e aqui estão os gatilhos
Além da guerra comercial e das tensões no Oriente Médio, outros fatores têm impactado o mercado; confira

O ano de 2024 acabou com um sopro de otimismo para o mercado de luxo: o consumo aumentou na Europa e a relativa estabilidade da economia norte-americana pareciam sinalizar que a indústria ia finalmente sair do marasmo. Mas 2025 foi atravessado por uma guerra comercial e um confronto militar e, claro, pela instabilidade econômica que esses eventos trazem para o mundo.
Por esse motivo, a consultoria global Bain & Company ajustou as expectativas e avisou ao mercado: 2025 pode ser um dos piores anos para a indústria de bens de alto valor agregado. Mais especificamente, o luxo pode enfrentar os piores contratempos dos últimos 15 anos.
Em uma previsão ainda mais catastrófica, a empresa não exclui a possibilidade de que a turbulência se torne o novo status quo do segmento. E, nesse caso, é um status bastante indesejado.
Para se esquivar dessa perspectiva tão pessimista, o setor tem dois fatores em seu favor: a resiliência e os fundamentos fortes. Afinal, a humanidade tem um histórico de consumir luxo mesmo diante das piores crises, como bem comprovou Maria Antonieta com seus brioches.
Os três cenários para o mercado
Segundo o relatório da Bain, são três as possibilidades para o mercado de luxo em 2025:
- 60% de chances de que a indústria sofra uma desaceleração entre 2% e 5%;
- 20% de chances de que o setor tenha uma queda ainda mais significativa, chegando a 9%;
- E, por fim, há uma possibilidade de recuperação de até 2%.
Vale lembrar que, entre 2019 e 2023, o segmento teve um crescimento estrondoso, com taxa de expansão anual de 5%.
Leia Também
Seminovos de luxo viram tendência no Brasil e podem custar mais caro que modelos zero km
Além da guerra comercial e das tensões no Oriente Médio, outros fatores têm impactado os consumidores, como as flutuações cambiais e a volatilidade econômica.
O problema é a geração Z?
Existe ainda uma crise geracional, diante da mudança no perfil e comportamento dos consumidores.
A geração Z, que pode se tornar a mais rica da história, está reavaliando a relação com o luxo.
Durante muito tempo, as marcas conseguiram justificar o preço por conta do valor — paga-se caro porque paga-se por qualidade e status. Acontece que, agora, esses novos consumidores têm colocado esse princípio em xeque.
De forma geral, em todos os grupos demográficos, o engajamento com as grifes caiu bastante desde 2022: as buscas são menores na internet, os seguidores das redes sociais crescem a um ritmo lento e os comentários e likes são cada vez mais escassos.
Para a Bain, a “fatiga dos preços” (que encareceram ainda mais depois do tarifaço de de Donald Trump) se soma a uma “falta de criatividade” que deixa os consumidores e potenciais clientes nada menos do que desestimulados.
- Não à toa, muitas marcas têm investido em experiências que vão além do produto em si para tentar dar um novo frescor à base de clientes: é o caso das pop-ups no verão europeu e dos cafés e restaurantes.
Onde está a força do luxo?
As companhias têm uma tarefa de casa a ser cumprida: decodificar o novo ritmo do mercado (e dos consumidores) sem perder as propostas de valor da marca.
Para Claudia D’Arpizio, senior partner da Bain & Company, o luxo tem a seu favor alguns valores como “auto-recompensa, status, identidade pessoal e celebração de conquistas”, que sempre motivaram o consumo, em todas as gerações.
Sendo assim, a recomendação da consultoria para que as marcas atravessem esse momento desafiador é apostar em criar desejo nos consumidores e reforçar um posicionamento único.
“As marcas devem se ancorar em suas principais forças – priorizando qualidade, criatividade e autenticidade. Aprofundar o relacionamento com o consumidor é essencial, abandonando o marketing invasivo em favor de experiências contínuas e centradas no cliente em cada ponto de contato”, complementa D’Arpizio.
Essa reinvenção é essencial para a sobrevivência de uma indústria que deve ver mais de 300 milhões de consumidores nos próximos cinco anos, entre membros da geração Z e Alpha — muito por conta da transferência de riqueza geracional.
Por conta disso, as marcas precisarão “repensar como engajam os consumidores mais jovens, evitar a dependência excessiva dos maiores compradores e construir conexões emocionais que vão além da lealdade transacional”, avalia a Bain.
Novo Ford Bronco chega mais off-road, conectado e com o mesmo preço — mas não é o Bronco ‘raiz’
Linha 2025, agora na versão Badlands, não é o SUV ‘raiz’ dos EUA, mas encara trilhas e entrega conforto
Logotipo coloca produtor de licores português na mira da Louis Vuitton
Gigante do luxo acusa marca artesanal portuguesa de se apropriar do monograma LV
Minas na Taça: vinhos mineiros conquistam o Brasil; entenda o fenômeno e descubra os melhores rótulos
Produção de vinhos cresce no estado, qualidade impressiona e especialistas indicam os melhores rótulos do momento
Nova marca da Von Dutch escolhe brasileiro Vintage Culture como primeiro artista a assinar colaboração
DJ sul-mato-grossense de 31 anos é o primeiro artista a assinar uma collab com marca que revitaliza legado da Von Dutch através da música
Diamantes são eternos, os preços não: como tarifas de Trump estão ameaçando indústria joalheira
Diferentemente do ouro, da prata e do cobre, a pedra preciosa não escapou à guerra comercial; mas esta não é a única ameaça para a indústria
A marca de luxo mais valiosa do mundo é uma fabricante de carros… mas não é a Ferrari
Ranking feito pelo Brand Finance confirma dominância das empresas francesas na indústria de bens de alto valor agregado
Por que as marcas de luxo ‘invadiram’ o verão europeu com pop ups?
As ativações temporárias são uma estratégia para capitalizar em cima do turismo, sobretudo em destinos queridos pelos viajantes de alto padrão
Do grão à xícara: 10 itens fundamentais para amantes do café artesanal, de cafeteiras a moedor
Na era das experiências com café, é possível elevar o ritual da bebida mesmo de casa; com a ajuda de especialistas, descobrimos o que é essencial para amantes da bebida
Por dentro do Omoda 5 e do Jaecoo 7, apostas das jovens marcas chinesas para conquistar o Brasil
Duas novas marcas chinesas, mas que pertencem a um grupo conhecido, chegam ao Brasil com produtos elogiáveis a preços competitivos
Nem França, nem Itália: o país que bebeu mais vinho em 2024 foi…
Levantamento apontou os 10 países que consumiram mais vinho em 2024, em meio a queda do consumo global da bebida
Dia das Mães: perfumaria mira em sustentabilidade e personalização em 2025; conheça fragrâncias em alta
Mapeamos as principais apostas olfativas para este ano, além de opções para escolher o perfume ideal para o Dia das Mães
Corrida Inteligente: 10 gadgets que realmente fazem a diferença em 2025
Da prática física à experiência high-tech: wearables e dados transformam a corrida, impulsionando o mercado e atletas em busca de performance e saúde
Trump pode acabar com o samba da Adidas? CEO adianta impacto de tarifas sobre produtos nos EUA
Alta de 13% nas receitas do primeiro trimestre foi anunciado com pragmatismo por CEO da Adidas, Bjørn Gulden, que apontou “dificuldades” e “incertezas” após tarifaço, que deve impactar etiqueta dos produtos no mercado americano
Salão de Xangai 2025: BYD, elétricos e a onda chinesa que pode transformar o mercado brasileiro
O mundo observa o que as marcas chinesas trazem de novidades, enquanto o Brasil espera novas marcas
Consumo de vinho cai ao menor nível em 63 anos; de clima a comportamento, o que causa a queda?
Dados da Organização Internacional da Vinha e do Vinho (OIV) apontam vários ‘culpados’ para a desaceleração na indústria vinícola
Volvo EX90, a inovação sobre rodas que redefine o conceito de luxo
Novo top de linha da marca sueca eleva a eletrificação, a segurança e o conforto a bordo a outro patamar
Carros blindados estão em alta no Brasil – e os custos também. O que entra na conta?
Confira o que é importante para circular com carros blindados por aí: custos, cuidados, garantias e uma alternativa para não se preocupar com a desvalorização
Evitando ‘gole amargo’, União Europeia pode isentar uísque e vinho de tarifas recíprocas aos EUA; entenda
Bloco econômico considera manter o uísque americano isento de tarifas recíprocas para proteger as indústrias locais
Cobertura de grife: os 10 bonés mais desejados das marcas de luxo
Louis Vuitton, Gucci e outras labels abraçam o streetwear e reinterpretam as manifestações de estilo da cultura urbana
Rolex vs. Trump: tarifas de 32% contra a Suíça ameaçam o mercado de relógios de luxo
Taxas sobre país dos Alpes superam as da União Europeia e as do Reino Unido