O que pensam os dois dirigentes do Fed que remaram contra a maré e votaram pelo corte de juros nos EUA
Em uma divergência histórica, Michelle Bowman e Christopher Waller defenderam o corte de juros em 0,25 ponto percentual na reunião de julho

A reunião do Federal Reserve (Fed) de julho chamou atenção por um fato histórico: desde 1993 dois dirigentes não divergiam da maioria em um mesmo encontro — Michelle Bowman e Christopher Waller defenderam o corte de juros em 0,25 ponto percentual (pp) na ocasião. Nesta quarta-feira (20), o mercado conheceu um pouco mais do que pensam os dois dissidentes.
A ata daquele encontro, divulgada hoje, descreveu os motivos que levaram Bowman e Waller a nadar contra a maré da manutenção dos juros na reunião dos dias 29 e 30 do mês passado. A taxa seguiu inalterada na faixa entre 4,25% e 4,50% ao ano e você pode conferir aqui os detalhes da decisão.
O documento relata que os dois dirigentes consideraram que, excluindo os efeitos tarifários, a inflação nos EUA estava próxima da meta de 2% do comitê e que tarifas mais altas provavelmente não teriam efeitos persistentes sobre os preços.
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Sobre o emprego — que junto com a inflação compõe o mandato duplo do Fed — Bowman e Waller avaliaram que o risco de queda havia aumentado significativamente com a desaceleração do crescimento da atividade econômica e dos gastos do consumidor.
A dupla reforçou o ponto de vista do corte dos juros naquela ocasião citando que alguns dados recentes apontavam para um enfraquecimento das condições do mercado de trabalho, incluindo baixos níveis de reajustes salariais no setor privado e a concentração desses ganhos em um conjunto restrito de setores menos afetados pelo ciclo econômico.
Bowman e Waller vão formar maioria pelo corte de juros em setembro?
A divulgação da ata nesta quarta-feira (20) fez os investidores ajustarem as apostas sobre um corte de juros na reunião de política monetária do Fed de setembro. O documento jogou um pouco de água fria nas expectativas de afrouxamento no próximo encontro, embora as chances de que isso aconteça ainda sejam majoritárias.
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De acordo com a ferramenta FedWatch do CME Group, as chances estimadas de corte de 25 pontos-base (pb) nos juros em setembro caíram de 84,9% para 82,9%, após divulgação da ata de hoje. A aposta de uma redução mais agressiva, de 50 pb no próximo mês, se manteve nula.
Até dezembro, a expectativa mais forte continuou em 46,3% para um corte acumulado de 50 pb. A chance de um corte mais robusto, de 75 pb, caiu de 38,6% para 36,7%, enquanto a de 25 pb subiu de 13,9% para 15,4%.
Uma boa pista do que pode acontecer em setembro deve vir na sexta-feira (22), quando Jerome Powell, presidente do Fed, discursa no Simpósio de Jackson Hole. O evento é um dos mais importantes da política monetária global e já foi palco de anúncios importantes do Fed.
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O que a ata sinalizou sobre os juros
A ata da reunião do mês passado divulgada nesta quarta-feira (20) trouxe uma sinalização importante para quem espera o corte de juros na maior economia do mundo: a maioria dos dirigentes considera que o risco de inflação supera o risco para o emprego — o que pode indicar uma visão mais cautelosa sobre o afrouxamento monetário.
Na avaliação dos membros do Fomc, a aceleração da inflação no curto prazo nos EUA parece provável, ainda que a magnitude, o timing e a persistência sejam incertas.
O documento relata que os dirigentes do Fed concordam que a inflação seguia relativamente elevada naquele momento, mas indicadores recentes sugeriam que o crescimento da atividade apresentava moderação no primeiro semestre.
Confira aqui os detalhes da ata divulgada hoje pelo Fed e como o mercado reagiu ao documento.
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