Morre José “Pepe” Mujica, ex-presidente do Uruguai, aos 89 anos, conhecido pela luta por justiça social e igualdade
Mujica governou o Uruguai entre 2015 e 2018 e estava em fase terminal de câncer de esôfago, diagnosticado em abril de 2024

José “Pepe” Mujica, ex-presidente do Uruguai, morreu nesta terça-feira (13), aos 89 anos. Apesar da causa da morte não ter sido divulgada, o político estava em fase terminal de câncer de esôfago, diagnosticado em abril de 2024.
O ex-presidente já lidava com uma doença autoimune, que afetava seus rins.
Mujica governou o Uruguai entre 2010 e 2015 e apadrinhou o atual presidente do país, Yamandú Orsi, que confirmou a informação pelas redes sociais, onde lamentou a morte do ex-presidente.
O falecimento acontece 24 horas após o anúncio de sua esposa, Lucía Topolansky, que afirmou que Mujica estava em “estágio terminal” e sob cuidados paliativos.
“Nesta fase, eles estão tentando mantê-lo sem dor, capaz de dormir e livre de ansiedade”, afirmou Topolansky à rádio uruguaia Sarandí.
Leia Também
Recebendo currículos, Trump diz o que o candidato precisa ter para ser escolhido presidente do Fed
Mujica conheceu Topolansky na década de 1960, quando atuavam juntos como guerrilheiros. O casal se casou em 2005 e não teve filhos.
O ex-presidente já vinha notificando a imprensa desde janeiro deste ano que não daria mais entrevistas, quando afirmou que estava morrendo e que “o guerreiro tem direito ao seu descanso”.
José “Pepe” Mujica deixa legado de justiça social
Apelidado de Pepe, Mujica nasceu em Montevidéu, no Uruguai, em 20 de maio de 1935, e se tornou um dos principais nomes da esquerda na América do Sul.
Entre as principais causas que defendia, Pepe lutava por justiça social, igualdade e pragmatismo como seus ideais políticos.
Seu envolvimento com a política começou na década de 1950, quando atuou como secretário-geral da juventude do Partido Nacional do Uruguai.
- VEJA MAIS: Faltam 18 dias para o fim do prazo da declaração; confira o passo a passo para acertar as contas com o Leão
Nos anos 1960, Mujica se juntou ao Movimento de Libertação Nacional – Tupamaros (MLN-T), grupo guerrilheiro de esquerda uruguaio que lutava contra a ditadura militar do Uruguai, que durou de 1973 a 1985. Após a redemocratização do país, o grupo armado passou a atuar como partido político no Uruguai, sob a legenda MPP (Movimento de Participação Popular).
A participação no MLN-T fez com que Mujica fosse preso quatro vezes, com direito a duas fugas da prisão. Ao todo, o político cumpriu cerca de 14 anos de pena, período no qual foi torturado.
Carreira como político
Libertado em 1985, Mujica se tornou uma das principais vozes do MPP e da coalizão formada pela esquerda uruguaia, a Frente Ampla.
Mas a primeira tentativa de Mujica para se eleger a um cargo político só viria em 1994, quando foi eleito deputado federal, atuando no cargo até 2000. Depois, foi eleito para seu primeiro mandato como senador.
Em 2009, Mujica foi eleito o 40º presidente do Uruguai, depois de derrotar Luis Alberto Lacalle, do Partido Nacional, de centro-direita.
- SAIBA MAIS: Deixou a declaração para última hora? Baixe o Guia do Imposto de Renda e veja como resolver isso de forma descomplicada
Após a eleição, ele ganhou a alcunha de “presidente mais pobre do mundo” por negar os privilégios que acompanham o cargo. Além disso, a economia uruguaia teve resultados positivos durante seu mandato, registrando crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) e mantendo baixas taxas de desemprego.
Em vez de viver na residência presidencial no bairro nobre de Montevidéu, escolheu morar em uma pequena chácara nos arredores da capital — 90% do salário presidencial era doado para programas sociais.
O mandato de Mujica foi definido por reformas sociais e progressistas. Entre as políticas aprovadas no período estão a legalização do aborto, leis que autorizaram o casamento entre pessoas do mesmo sexo, assim como a produção, venda e consumo de maconha.
Vida de Mujica pós-presidência
Mujica não concorreu à reeleição, mesmo após o intervalo de cinco anos exigido pela Constituição do Uruguai, que proíbe dois mandatos consecutivos.
Ao invés disso, assumiu um segundo e um terceiro mandato como senador, renunciando ao cargo em 20 de outubro de 2020. Desde então, Mujica permanecia uma figura influente, tanto no Uruguai quanto internacionalmente, por suas reflexões sobre política, economia e sociedade.
Reação no Brasil
O Ministério das Relações Exteriores do Brasil lamentou a morte do ex-presidente uruguaio. O Itamaraty classificou Mujica como “um grande amigo do Brasil”, compromissado com a “construção de uma ordem internacional mais justa, democrática e solidária” e disse que ele “constitui exemplo para todos e todas”.
A nota também destaca um encontro que Pepe teve com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva em dezembro, quando o petista condecorou o uruguaio com a Ordem Nacional do Cruzeiro do Sul — a mais alta honraria oferecida pelo Brasil a estrangeiros.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, também se manifestou, afirmando que Mujica deixa um legado de esperança e “um convite a um humanismo radical”.
*Com informações da CNN Brasil e AFP
A Europa corre perigo? Otan sobe meta de gastos para 5% em mudança histórica e Trump manda recado duro para um membro
A medida mais decisiva da aliança em mais de uma década ocorre em meio à escalada de tensões no Oriente Médio e ao conflito entre Ucrânia e Rússia — mas um país europeu ainda resiste
Trump falhou: peças centrais do programa nuclear do Irã seguem intactas, diz inteligência dos EUA
Enquanto a Casa Branca nega as informações, o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, promete atacar novamente se Teerã retomar seu programa nuclear
Após cessar-fogo entre Irã e Israel, Donald Trump é indicado ao Nobel da Paz (de novo)
Mais que prestígio, a indicação ao prêmio entra no jogo político da Casa Branca — e no xadrez internacional
Israel e Irã podem mexer com a política de juros nos EUA? Powell responde
O presidente do Federal Reserve presta depoimento ao Comitê de Serviços Financeiros da Câmara e fala dos reflexos da instabilidade no Oriente Médio nas decisões do banco central norte-americano
Powell diz o que pensa na guerra pelo corte de juros após ser chamado de burro por Trump
O presidente do Federal Reserve presta depoimento ao Comitê de Serviços Financeiros da Câmara e fala o que vai acontecer com os juros, o que pensa sobre as tarifas e sobre a guerra entre Israel e Irã
A guerra não acabou: Trump anuncia cessar-fogo entre Israel e Irã — mas tem o maior dos desafios pela frente
Mais cedo, Teerã respondeu à ofensiva norte-americana contra instalações nucleares com um ataque com mísseis à Base Aérea de Al Udeid, no Catar
Brasil na guerra: governo se posiciona sobre ataque dos EUA ao Irã; veja o que diz o Itamaraty
Ministério das Relações Exteriores emite nota oficial sobre a escalada do conflito no Oriente Médio; mais cedo o ex-chanceler e agora assessor especial Celso Amorim havia se manifestado sobre os confrontos
Empresas começam a suspender atividades com escalada da guerra entre Israel e Irã
Do setor marítimo ao setor aéreo, as primeiras companhias começam a anunciar uma paralisação temporária das operações na esteira dos ataques dos EUA às instalações nucleares iranianas
Apagando fogo com gasolina: a oferta da Rússia ao Irã que pode desencadear uma guerra nuclear
Um dos homens fortes do governo de Putin questiona sucesso do ofensiva norte-americana, que atacou três instalações nucleares iranianas, afirmando que uma futura produção de armas atômicas segue sobre a mesa
O Estreito de Ormuz na berlinda: Irã se prepara para fechar a passagem marítima mais importante do mundo
Embora tenha ameaçado diversas vezes, o governo iraniano nunca fechou, de fato, a via, mas, agora, o parlamento começa a dar passos nessa direção
Da China a Europa: a reação internacional ao ataque dos EUA às instalações nucleares do Irã
Na noite de sábado (21), o presidente norte-americano, Donald Trump, anunciou uma operação classificada por ele como bem-sucedida contra três usinas nucleares iranianas
Consequências perpétuas: a resposta do Irã ao envolvimento direto dos EUA na guerra de Israel
Enquanto não toma uma decisão mais dura, Teerã lança a 20ª onda de ataques com mísseis e drones contra alvos militares israelenses
Uma declaração de guerra? Ou haverá paz ou haverá tragédia, diz Trump em pronunciamento após ataques ao Irã
O presidente norte-americano falou pela primeira vez à televisão pouco mais de uma hora depois de anunciar uma ofensiva contra três instalações nucleares iranianas; o primeiro-ministro de Israel também discursa
EUA entram na guerra de Israel contra o Irã: o que está em jogo após o ataque histórico com aval de Trump
O presidente norte-americano anunciou neste sábado (21) uma ofensiva contra instalações nucleares, incluindo Fordow — uma usina que fica em uma região montanhosa e a 90 metros de profundidade
Israel ataca 5ª instalação nuclear do Irã e tensão aumenta entre países
Não foram detectados vazamentos radioativos, mas agência da ONU alerta para os riscos
Motosserra segue ativa: Milei quer mais corte de gastos na Argentina para atingir uma meta pessoal
O presidente fechou um acordo com o FMI para conseguir um empréstimo, mas estabeleceu um objetivo próprio para o país em 2025
Luz amarela no Japão: por que o salto dos rendimentos dos títulos do governo deixou o mercado em alerta (de novo)
Em maio, o retorno dos chamados JGBs de 40 anos subiram para 3,675% — atingindo o maior nível desde 2007
Escalada da guerra dos chips: a decisão de Trump que derruba ações de gigantes na bolsa de Nova York — nem a Nvidia (NVDC34) escapou
Segundo o The Wall Street Journal, o governo norte-americano está analisando trazer de volta uma medida que pode afetar significativamente o negócio das fabricantes de semicondutores
Trump está procrastinando? TikTok ganha (mais) 90 dias para negociar acordo de venda para empresa dos EUA
Segundo porta-vozes da Casa Branca, o presidente não quer que o aplicativo chinês saia do ar
Petróleo avança quase 3% em meio a temores de intervenção dos EUA no conflito Israel-Irã
Ameaça iraniana de fechar o Estreito de Ormuz impulsiona as tensões na região e gera preocupação entre analistas do mercado