Da China a Europa: a reação internacional ao ataque dos EUA às instalações nucleares do Irã
Na noite de sábado (21), o presidente norte-americano, Donald Trump, anunciou uma operação classificada por ele como bem-sucedida contra três usinas nucleares iranianas

O presidente norte-americano, Donald Trump, disse que os ataques dos EUA a três instalações nucleares iranianas foram bem sucedidas e um momento histórico para acabar com a guerra entre Israel e o Irã, mas nem toda a comunidade internacional concorda com o republicano.
A China, por exemplo, condenou veementemente ofensiva, afirmando que os ataques violam gravemente a Carta das Nações Unidas (ONU) e agrava as tensões no Oriente Médio.
O Ministério das Relações Exteriores chinês instou as partes em conflito, especialmente Israel, a cessarem os ataques o mais rápido possível e iniciarem o diálogo e as negociações.
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Na Rússia, o Kremlin pareceu duvidar do sucesso da ofensiva norte-americana contra o Irã, com o qual Moscou tem uma parceria estratégica abrangente assinada pelo presidente Vladimir Putin em janeiro.
Dmitry Medvedev, vice no Conselho de Segurança russo e ex-presidente do país, deu a primeira reação oficial. "A infraestrutura crítica do ciclo nuclear parece ter sofrido pouco ou nenhum dano", disse Medvedev.
Ele afirmou ainda que "vários países estão prontos para fornecer diretamente suas próprias ogivas nucleares ao Irã".
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A linha dura próxima a Putin exigiu que os russos peguem em armas em uma resposta aos ataques dos EUA às instalações nucleares iranianas.
A diplomata-chefe da União Europeia (UE), Kaja Kallas, instou "todas as partes a recuarem, retornarem à mesa de negociações e evitarem uma nova escalada", enfatizando que o Irã não deve ser autorizado a desenvolver uma arma nuclear.
Os ministros das Relações Exteriores da UE discutirão os acontecimentos no Irã na segunda-feira (23), disse Kallas.
O primeiro-ministro do Reino Unido, Keir Starmer, afirmou que a situação no Oriente Médio "permanece volátil e a estabilidade na região é uma prioridade", apelando a Teerã para retomar as negociações e chegar a uma solução diplomática.
O Reino Unido, a França e a Alemanha têm tentado aliviar as tensões por meio de uma reaproximação com Teerã nos últimos dias.
Em nota conjunta, os três governos disseram que discutiram mais cedo os últimos acontecimentos no Oriente Médio e reiteraram o compromisso com a paz e a estabilidade para todos os países da região, destacando o apoio à segurança de Israel.
“Temos sido consistentemente claros de que o Irã jamais poderá ter uma arma nuclear e não pode mais representar uma ameaça à segurança regional”, disseram o chanceler alemão, Friedrich Merz; o presidente francês, Emmanuel Macron; e o primeiro-ministro britânico, Keir Starmer.
Os chefes de Estado apelaram ao Irã para que se engaje em negociações que levem a um acordo que aborde todas as preocupações associadas ao seu programa nuclear.
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Em outro momento, o secretário-Geral da ONU, António Guterres, alertou que os ataques dos EUA ao Irã representam uma escalada perigosa em uma região já volátil, representando uma séria ameaça à paz e à segurança globais.
“Há um risco crescente de que este conflito saia rapidamente do controle — com consequências catastróficas para os civis, a região e o mundo”, disse Guterres.
“Neste momento perigoso, é fundamental evitar uma espiral de caos. Não há solução militar. O único caminho a seguir é a diplomacia. A única esperança é a paz”, acrescentou.
A reação aos ataques dos EUA no Oriente Médio
No Oriente Médio, o Ministério das Relações Exteriores da Arábia Saudita afirmou que acompanha os acontecimentos no "irmão" Irã com "grande preocupação".
Vale lembrar que os sauditas são aliados regionais dos EUA, que só retomaram as relações com o Irã em março de 2023, após um rompimento diplomático de sete anos.
O grupo militante Houthi do Iêmen, historicamente apoiado por Teerã, denunciou a "agressão flagrante" dos EUA contra o Irã em uma declaração divulgada pela Agência de Notícias do Iêmen (Saba).
A presidência do Líbano, cujo influente grupo Hezbollah também recebe apoio iraniano e vem enfrentando Israel, afirmou em um comunicado que "o bombardeio de instalações nucleares iranianas levanta temores de uma escalada de tensões que pode ameaçar a segurança e a estabilidade em mais de uma região e país" e pediu moderação.
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Irã e Israel também se manifestam
Mais cedo, o ministro das Relações Exteriores iraniano, Abbas Araghchi, disse em uma série de mensagens no X que seu país reserva todas as opções para responder ao ataque.
"Os eventos desta manhã são ultrajantes e terão consequências eternas", disse Araghch.
“Todos os membros da ONU devem estar alarmados com este comportamento extremamente perigoso, ilegal e criminoso. De acordo com a Carta da ONU e suas disposições que permitem uma resposta legítima em legítima defesa, o Irã reserva todas as opções para defender sua soberania, seus interesses e seu povo.”
Horas depois dos ataques norte-americanos, ainda no sábado (21), o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, disse que “a decisão ousada de Trump mudará a história”.
“O presidente Trump e eu costumamos dizer: ‘Paz pela força’. Primeiro vem a força, depois vem a paz. E esta noite, Donald Trump e os Estados Unidos agiram com muita força”, afirmou Netanyahu.
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