🔴 ONDE INVESTIR EM NOVEMBRO: AÇÕES, DIVIDENDOS, FIIS E CRIPTOMOEDAS – CONFIRA

Bia Azevedo

Bia Azevedo

Jornalista pela Universidade de São Paulo (USP), já trabalhou como coordenadora e editora de conteúdo das redes sociais do Seu Dinheiro e Money Times. Além disso, é pós-graduada em Comunicação digital e Business intelligence pela Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM).

ENTREVISTA EXCLUSIVA

Vulcabras (VULC3): CFO expõe estratégia que fez a dona da Olympikus e da Mizuno cair nas graças de analistas e gestores

O Seu Dinheiro conversou com o CFO da empresa, Wagner Dantas, sobre a estratégia que tem impulsionado os resultados da companhia e quais são os desafios pela frente

Bia Azevedo
Bia Azevedo
16 de outubro de 2025
6:01 - atualizado às 20:28
"Imagem de Wagner Dantas, CFO da Vulcabras, sorrindo com camiseta da empresa, em ambiente de fundo amarelo.
Wagner Dantas, CFO da Vulcabras - Imagem: Divulgação

Se em uma maratona ganha quem cruzar a linha de chegada primeiro, na Vulcabras (VULC3) a vitória está em nunca parar. Pelo menos foi assim que o CFO da companhia, Wagner Dantas, definiu a estratégia da empresa — que tem ganhado os pés de corredores e o coração de analistas e gestores.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Dona das marcas Olympikus, Mizuno e Under Armour, um dos trunfos da Vulcabras, segundo analistas, é a estratégia go-to-market (GTM), que usa dados de mercado para impulsionar as vendas, enquanto captura participação no setor de artigos esportivos e evita canibalização.

“A gente desenvolveu esse sistema dentro de casa. Com ele, eu capto os dados de sell-out [venda] da maioria dos meus clientes. Quando lançamos uma coleção, já conseguimos entender — por região, perfil de loja, modelo e até cor — o que está vendendo bem e qual produto não se encaixou. Essa retroalimentação traz inteligência de mercado”, conta Dantas em entrevista ao Seu Dinheiro.

A estratégia de vendas da companhia do Rio Grande do Sul é mais forte no Business to Business (B2B), uma vez que cerca de 80% dos produtos são vendidos por meio de parceiros do varejo multimarcas. Ou seja, parte relevante dos clientes da Vulcabras são outros negócios, que revendem os itens.

O GTM está por trás do crescimento da receita da empresa nos últimos 20 trimestres, além do pagamento mensal de dividendos intercalares que a companhia tem feito aos acionistas neste ano, com um yield projetado para 2026 de 8%, segundo o BTG Pactual. 

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

A ação já sobe 25% no ano e tem recomendação de compra pelo próprio BTG, além de Santander, XP e Itaú BBA.

Leia Também

As três marcas da Vulcabras

Mesmo que as três marcas estejam na seara de artigos esportivos, a Vulcabras se importa em preservar o DNA de cada uma, de forma que elas se complementem.

“Com o portfólio dessas três marcas, conseguimos oferecer soluções que atendem às necessidades de todos os consumidores. Por exemplo, temos tênis de caminhada que variam de R$ 179 até modelos Super Shoes, que podem ultrapassar os R$ 2,5 mil”, destaca Dantas.

Para a Under Armour, que possui uma força reconhecida no segmento de vestuário, a empresa está desenvolvendo novos tênis com características híbridas para aumentar volumes e participação de mercado. No que diz respeito aos esportes, o basquete é destaque, apoiado pela parceria com o astro da NBA Stephen Curry.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
"Imagem do Tênis de Basquete Masculino Under Armour Curry 3Z7, modelo em preto e branco com detalhes em cinza e sola com efeito espumado.
Tênis de Basquete Masculino Under Armour Curry 3Z7

Para a Mizuno, o foco continuará sendo em produtos de alta tecnologia. A linha ‘Rebellion’ já consolidou sua reputação no nicho de alto desempenho, enquanto a linha ‘Neo’ será crucial para conquistar o segmento de classe média. Além disso, o futebol se destaca como o principal esporte (fora da corrida) para novos investimentos, com parcerias estratégicas com jogadores.

Imagem do Tênis de Corrida Mizuno Wave Rebellion Pro 3, modelo branco com detalhes em rosa e laranja, com design inovador e sola de alta performance.
Tênis de corrida Mizuno Wave Rebellion Pro 3

Já a Olympikus é a maior marca esportiva nacional do Brasil, segundo o BTG, e seguirá como tal. A linha ‘Corre’ — coleção de tênis e produtos esportivos focada em corrida e performance — aumentou sua participação de mercado nas maratonas internacionais de São Paulo e do Rio Grande do Sul, de 3% há cinco anos para mais de 30% em 2025.

"Imagem do Tênis Olympikus Corre Supra 2, modelo branco com detalhes em preto e laranja, com design futurista e sola de alta performance.
Tênis Olympikus Corre Supra 2

“A família Corre abre um capítulo de corrida de performance dentro da Olympikus, que até alguns anos atrás era uma marca muito democrática, mas agora está popularizando também alta performance”, diz Dantas. Ou seja, ela se encaixa em um nicho menos especializado que a própria Mizuno no segmento de corridas.

A inteligência de mercado na empresa

Segundo Dantas, o GTM é uma vantagem competitiva contra a concorrência de players internacionais porque o modelo permite capturar tendência e adaptar os produtos de forma mais rápida e eficiente, fora que funciona como um serviço ao cliente B2B, orientando sobre quais produtos são mais adequados para as lojas.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

“O desenvolvimento dos produtos é dentro da própria Vulcabras, e nós também fazemos o abastecimento do varejo multimarcas. Monitoramos constantemente a performance dos modelos dentro da coleção, ajustando rapidamente os planos de produção para alinhar a oferta à demanda. Assim, evitamos excessos de estoque e liquidações, garantindo que não tenhamos produtos em excesso”, diz o CFO.

Ele conta que, enquanto pares de fora — como Nike e Adidas — dependem de uma produção em escala global, na qual o produto é pensado em um país e produzido em outro, o processo da Vulcabras permite mais flexibilidade para atender aos parceiros.

A Olympikus tem 18 mil pontos de venda, seguida pela Mizuno com 8 mil e Under Armour com 4 mil. Mas isso não quer dizer que não haja contato direto com o consumidor: a empresa mantém 18 outlets e também comercializa seus produtos por meio dos sites das três marcas. A receita dessa operação é igualmente dividida, com 50% provenientes dos outlets e 50% do e-commerce.

“Não é uma estratégia de migrar consumidores de um canal para o outro ou concorrer com meus clientes do varejo de multimarcas. É uma estratégia na qual eu uso o e-commerce para expor para o consumidor tudo o que tenho, o que nem sempre dá para fazer no multimarcas. Para citar um exemplo, hoje temos milhares de pontos de vendas no Brasil, mas em nenhum deles consigo oferecer uma jaqueta da Under Armour, que custa R$ 1,5 mil”, diz o executivo. 

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Isso porque produtos de ticket mais elevado exigem que o consumidor entenda os benefícios de pagar mais caro, então há um espaço de detalhamento maior no e-commerce, explica.

Por isso, a empresa pensa nas lojas físicas como um caminho quase óbvio para a Under Armour, embora ainda não tenha nada no radar, nem pense nessa opção para as outras marcas, por ora.

“Se há uma deficiência no varejo multimarcas atual no Brasil, ela está na venda de vestuário esportivo. A maioria dos estabelecimentos adotam o modelo de autoatendimento. Os produtos ficam expostos no cabide e, raramente, os vendedores são capacitados ou demonstram interesse em explicar as diferenças entre uma camiseta simples e uma de maior qualidade. Isso limita a experiência do consumidor”, ressalta o CFO da Vulcabras.

Correndo atrás

Atualmente, segundo gestores e analistas, um dos grandes problemas da companhia é um que toda empresa gostaria de ter: demanda maior do que a oferta. Segundo o BTG Pactual, a empresa teve que investir mais em mão de obra nos últimos trimestres, já que o alto nível de faltas dos funcionários nas fábricas contribuiu para causar esse descasamento. 

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

A XP apontou também que a maior procura por produtos da linha Corre esteve na lista de responsáveis por esse desequilíbrio entre demanda e oferta. 

Com a necessidade de investimentos nessa seara, a margem bruta da companhia caiu 1,7 ponto percentual (p.p) no segundo trimestre de 2025, na comparação anual. Esse indicador mostra a eficiência da companhia em produzir e vender seus produtos, levando em conta os custos diretos de produção.

Dantas confirmou que o principal investimento (capex) que a empresa fez nos últimos 12 meses foi com pessoal. Considerando o total de investimentos, foram R$ 253 milhões no período.

“Isso faz parte da estratégia para ganharmos participação de mercado. Tomamos essa decisão ao longo do segundo trimestre, e ela se estendeu ao terceiro trimestre. Esse movimento traz, inicialmente, um custo maior e uma ineficiência adicional, pois os novos operadores começam com um desempenho baixo, mas, com o tempo, à medida que amadurecem, o aprendizado e a eficiência aumentam”, afirma o CFO da Vulcabras.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Dividendos mensais e retorno ao acionista

Além disso, apesar de ser uma empresa para a qual os analistas olham com cada vez mais carinho, a Vulcabras não é muito conhecida entre as pessoas físicas — e Dantas reconhece isso como um desafio para a empresa.

A companhia possui aproximadamente 275 milhões de ações em circulação, sendo que, desse total, 95,5 milhões correspondem ao free float, ou seja, ações disponíveis para negociação no mercado, que não estão em posse de controladores ou investidores estratégicos.

Dantas destaca que a adoção do pagamento de dividendos mensais é uma das formas de atacar esse problema, porque se alinha com o perfil do investidor pessoa física. A Vulcabras também realizou um follow-on que levantou R$ 500 milhões no início do ano passado.

“A empresa não tinha necessidade de capitalização, por isso, esse follow-on foi praticamente uma forma de distribuir os dividendos. No momento em que recebi os recursos, os distribuí de volta para os acionistas, mas com o benefício de ter mais ações em circulação”, conta o CFO.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Para ele, o modelo de negócios da Vulcabras é uma “maratona sem fim” — que está só começando.

Veja também - Onde investir em outubro: as melhores ações brasileiras, internacionais e pagadoras de dividendos, além de FIIs e mais

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

COMPARTILHAR

Whatsapp Linkedin Telegram
SALDO NEGATIVO

Casas Bahia (BHIA3) amplia prejuízo para R$ 496 milhões no terceiro trimestre, mas vendas sobem 8,5%

12 de novembro de 2025 - 20:10

O e-commerce cresceu 12,7% entre julho e setembro deste ano, consolidando o quarto trimestre consecutivo de alta

POR TRÁS DO TOMBO

O pior ainda não passou para a Americanas (AMER3)? Lucro cai 96,4% e vendas digitais desabam 75% no 3T25

12 de novembro de 2025 - 19:37

A administração da varejista destacou que o terceiro trimestre marca o início de uma nova fase, com o processo de reestruturação ficando para trás

ATENÇÃO, INVESTIDOR

Acionistas do Banco do Brasil (BBAS3) não passarão fome de proventos: banco vai pagar JCP mesmo com lucro 60% menor no 3T25

12 de novembro de 2025 - 19:19

Apesar do lucro menor no trimestre, o BB anunciou mais uma distribuição de proventos; veja o valor que cairá na conta dos acionistas

BALANÇO

Lucro do Banco do Brasil (BBAS3) tomba 60% e rentabilidade chega a 8% no 3T25; veja os destaques

12 de novembro de 2025 - 18:36

O BB registrou um lucro líquido recorrente de R$ 3,78 bilhões entre julho e setembro; veja os destaques do balanço

BALANÇO DO 3T25

Lucro da Moura Dubeux (MDNE3) salta 32,1% e vem acompanhado de dividendos; diretor diz que distribuição deve engordar

12 de novembro de 2025 - 18:22

A construtora também está de olho no endividamento — encerrou o terceiro trimestre com o índice dívida líquida/patrimônio líquido em 13,6%, patamar “muito saudável” na visão do executivo Diogo Barral

NEM TUDO ESTÁ PERDIDO

Resultado fraco derruba a ação da Vamos (VAMO3) — mas para 4 analistas, ainda há motivos para comprar

12 de novembro de 2025 - 17:42

Em reação ao desempenho, as ações chegaram a cair mais de 7% no início do dia, figurando entre as maiores perdas do Ibovespa

ALÍVIO FINANCEIRO

Oncoclínicas (ONCO3) atinge meta de R$ 1 bilhão para seguir em frente com aumento de capital. Isso é suficiente para reerguer as finanças?

12 de novembro de 2025 - 14:47

Com a subscrição de R$ 1 bilhão alcançada no aumento de capital, a Oncoclínicas tenta reverter sua situação financeira; entenda o que vem pela frente

PRÉVIA DO BALANÇO

Banco do Brasil (BBAS3) no fundo do poço? Com previsão de lucro pressionado e ROE de um dígito, saiba se vale comprar as ações antes da virada

12 de novembro de 2025 - 7:11

A conta do agro chegou — e continuará a pressionar: por que o Banco do Brasil deve ser o azarão da temporada de balanços outra vez?

MISTÉRIO FINANCEIRO

CVM pressiona, credores cobram: Ambipar (AMBP3) adia balanço do 3T25 em meio ao enigma do caixa

11 de novembro de 2025 - 18:29

Apenas alguns meses após reportar quase R$ 5 bilhões em caixa, a Ambipar pediu RJ; agora, o balanço do 3T25 vira peça-chave para entender o rombo

DESTAQUES DA BOLSA

Braskem (BRKM5) tem prejuízo no 3T25, mas ação salta mais de 16%; entenda do que o mercado gostou

11 de novembro de 2025 - 15:09

A companhia registrou prejuízo de R$ 26 milhões do terceiro trimestre depois de perdas de R$ 92 milhões no mesmo período de 2024, uma redação de 96%

É PRA VENDER

Seca de dividendos da BB Seguridade (BBSE3)? Entenda o que levou o JP Morgan a rebaixar a ação para venda

11 de novembro de 2025 - 14:35

Um dos pontos que entrou no radar dos analistas é a renovação do contrato de exclusividade com o Banco do Brasil, que vence em 2033, mas não é o único

VALE A PENA?

11.11: o que prometem a Amazon e o KaBuM às vésperas da Black Friday

11 de novembro de 2025 - 13:31

Varejistas apostam em cupons, lives e descontos relâmpago para capturar compras antes do pico da Black Friday

PATAMAR NOVO (OUTRA VEZ)

A engrenagem da máquina de lucros: Como o BTG Pactual (BPAC11) bate recordes sucessivos em qualquer cenário econômico

11 de novembro de 2025 - 11:23

O banco de André Esteves renovou outra vez as máximas de receita e lucro no 3T25. Descubra os motores por trás do desempenho

ACHADINHOS DA SHOPEE

Black Friday e 11.11 da Shopee: achadinhos de até R$ 35 que podem deixar sua casa mais prática

11 de novembro de 2025 - 11:11

Entre utilidades reais e pequenos luxos da rotina, a Black Friday e o 11.11 revelam acessórios que tornam a casa mais funcional ou simplesmente mais divertida

SD ENTREVISTA

A Isa Energia (ISAE4) vai passar a pagar mais dividendos? CEO e CFO esclarecem uma das principais dúvidas dos acionistas

11 de novembro de 2025 - 6:03

Transmissora garante que não quer crescer apenas para substituir receita da RBSE, mas sim para criar rentabilidade

RESULTADO

É recorde atrás de recorde: BTG Pactual (BPAC11) supera expectativa com rentabilidade de 28% e lucro de R$ 4,5 bilhões no 3T25

11 de novembro de 2025 - 5:14

O balanço do BTG trouxe lucro em expansão e rentabilidade em alta; confira os principais números do trimestre

COMPRA OU VENDE?

Valorização da Hypera (HYPE3) deve chegar a 20% nos próximos meses, diz Bradesco BBI; veja qual é o preço-alvo

10 de novembro de 2025 - 19:45

Analistas veem bons fundamentos e gatilhos positivos para a empresa à frente

FORA DA BOLSA

Desdobramentos da falência: B3 suspende negociações das ações Oi (OIBR3)

10 de novembro de 2025 - 19:44

Segundo o último balanço da companhia, referente ao segundo trimestre, a empresa tinha 330 mil ações em circulação, entre ordinárias e preferenciais

BALANÇO DO 3T25

MBRF (MBRF3): lucro recua 62% e chega a R$ 94 milhões no 3T25; confira os primeiros números após a fusão

10 de novembro de 2025 - 19:37

Nas operações da América do Norte, os resultados foram impulsionados pela racionalização da produção e crescente demanda pela proteína bovina

COMPRAR OU VENDER?

Vale a pena investir na Minerva (BEEF3): Santander eleva preço-alvo e projeta alta de 25% com dividendos no radar

10 de novembro de 2025 - 19:20

Analistas avaliam que queda de 14% após balanço foi um exagero, e não considera os fundamentos da empresa adequadamente

Menu

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies

Fechar