Usiminas (USIM5): Os seis motivos que explicam por que o Goldman Sachs rebaixou as ações — um deles tem a ver com a CSN (CSNA3)
As ações encerraram o dia com a maior queda do Ibovespa depois de o banco rebaixar as ações citando a China e a CSN entre as razões
As ações da Usiminas (USIM5) encerraram o pregão desta quarta-feira (16) com a maior queda do Ibovespa depois de o Goldman Sachs rebaixar a recomendação das ações para neutra e cortar o preço-alvo de R$ 8,40 para R$ 5,20 — o que representa uma valorização de 23% em relação ao fechamento de ontem (15).
O banco destacou sete motivos por trás do rebaixamento, que envolvem desafios cíclicos relacionados à China e a possível venda da participação da CSN na companhia. Em relatório, os analistas também elegeram uma outra ação favorita no setor: a Gerdau (GGBR4).
As ações terminaram o dia com queda de 4,52%, negociadas a R$ 4,01.
- E-BOOK GRATUITO: O evento “Onde Investir no 2º Semestre” reuniu as melhores apostas para a segunda metade de 2025 — baixe o resumo com todos os destaques
Os motivos por trás do rebaixamento das ações da Usiminas
Veja a seguir os pontos que levaram o Goldman Sachs a rebaixar a ação:
Decepção com a reforma do Alto-Forno 3
A primeira razão citada no relatório é a decepção sobre os ganhos de eficiência relacionados à renovação do Alto-forno 3, que passou por uma reforma de seis meses na qual a empresa investiu R$ 2,7 bilhões — o equivalente a 22% do valor de mercado da empresa quando o anúncio foi feito.
Entregue em janeiro de 2024, esse foi um dos maiores investimentos da Usiminas nos últimos anos. O esperado era que a melhoria fosse aumentar a eficiência operacional e a capacidade produtiva no processo de fabricação do ferro-gusa, matéria-prima para o aço.
Leia Também
No entanto, de acordo com os analistas do Goldman Sachs, 18 meses após o início do projeto, não houve sinais de melhorias significativas.
As margens Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) por tonelada produzida têm ficado cerca de 50% abaixo dos pares nos últimos cinco5 anos, e o banco enxerga que isso não deve deixar de ser uma realidade tão cedo.
“Acreditamos que a pressão existente sobre os preços domésticos do aço manterá os ganhos de rentabilidade da divisão de aço limitados a níveis abaixo dos pares no curto prazo”, escreveu a equipe em relatório.
Necessidade de Capex elevado
Além disso, a empresa também tem alta dependência de terceiros do carvão coque, usado para produção de ferro-gusa, devido à limitação de sua própria produção e à complexidade logística envolvida no abastecimento.
Embora a empresa possua operações de mineração, a produção interna da commodity é insuficiente para atender completamente às suas necessidades. Consequentemente, a Usiminas importa carvão coque de fornecedores internacionais, como Austrália e EUA, para suprir essa demanda.
Segundo o relatório, essa é uma das grandes desvantagens na estrutura de custos da Usiminas. “Acreditamos que será necessário continuar investindo para aumentar a integração do carvão coque, a fim de tornar a empresa mais eficiente”, diz o relatório.
Preços do aço pressionados
De acordo com o relatório, as importações de bobina de aço HRC estão em níveis históricos. Mesmo que possam ter alcançado um pico, a 37% do consumo interno, está bem acima dos 16% entre 2007 e 2022.
Trata-se de uma forma primária de aço produzida através de um processo de laminação a quente — no qual o aço é aquecido a temperaturas altas e, em seguida, laminado para formar bobinas de diferentes espessuras e larguras.
O relatório do banco destaca que as atuais medidas de proteção comercial não são suficientes para mudar a perspectiva de intensa competição de preços no curto prazo.
“Acreditamos que o sistema atual de cotas de importação é ineficaz e incapaz de conter o excesso de importações no país, o que é amplificado pelas assimetrias fiscais locais (importações de aço pela Zona Franca de Manaus, por exemplo)”, afirma o banco.
Assim, o ambiente competitivo leva a uma pressão aos preços deste material, que acelerou a partir do primeiro trimestre de 2025, fazendo os valores caírem 15% em relação à média dos primeiros meses deste ano, para R$ 3.800 a tonelada. E isso deve continuar por algum tempo.
A Usiminas é líder no mercado brasileiro desse material e é diretamente pressionada pela queda dos preços.
Preocupações sobre a demanda
Além disso, a demanda na China deve permanecer reprimida em especial por causa da desaceleração dos estímulos governamentais para o setor.
Tem também a preocupação sobre a demanda no Brasil. A demanda por aço no Brasil tem mostrado um crescimento surpreendentemente forte no acumulado do ano, com aumentos de 12% e 6% para os segmentos de aço plano e aço longo, respectivamente.
Embora a demanda final continue resiliente, mesmo diante das altas taxas de juros, surgem sinais de que este crescimento pode estar se aproximando de seu pico.
O banco estima que o aumento dos estoques, que hoje estão em três meses contra a média histórica de dois meses, pode estar impulsionando a demanda, sugerindo que parte desse crescimento seja devido à reposição de estoques, e não à demanda real.
Diante desse cenário, especialistas mantêm uma visão cautelosa sobre o futuro. O saldo comercial de aço no Brasil provavelmente continuará negativo, com um volume elevado de importações, já que a paridade de preços de importação da China ainda se mostra atraente.
Além disso, as projeções de crescimento da demanda real para o próximo período são mais modestas, com a expectativa de um crescimento de apenas dígitos baixos.
Com isso, os analistas não enxergam gatilhos que possam favorecer as ações.
Ações da Usiminas também não estão baratas
Dado o cenário, os analistas do Goldman Sachs acreditam que a ação deve ser negociada a um múltiplo de 3,8x/3,4 vezes Ebitda. Hoje os papéis estão com múltiplos na casa dos 4,2x/4,0 vezes.
Ou seja, a ação não está barata e, com as perspectivas, não tem muito espaço para se valorizar.
“Embora esteja cerca de 30% abaixo da média de 10 anos, não acreditamos em uma reavaliação no curto prazo, a menos que haja um melhor momento nas tendências de rentabilidade”, diz o relatório.
Potencial impacto das vendas das ações da Usiminas detidas pela CSN
A CSN deve ser obrigada a vender grande parte de sua participação na Usiminas. Até o primeiro trimestre de 2025, a companhia detinha 162 milhões de ações da rival, representando 12 dias de volume médio diário de negociação. Segundo os analistas, isso pode gerar pressão sobre o valor das ações no curto prazo.
Nubank (NU/ROXO34) pode subir cerca de 20% em 2026, diz BB Investimentos: veja por que banco está mais otimista com a ação
“Em nossa visão o Nubank combina crescimento acelerado com rentabilidade robusta, algo raro no setor, com diversificação de receitas, expansão geográfica promissora e a capacidade de escalar com custos mínimos sustentando nossa visão positiva”, escreve o BB Investimentos.
“Selic em 15% não tem cabimento”, diz Luiza Trajano. Presidente e CEO do Magazine Luiza (MGLU3) criticam travas ao varejo com juros nas alturas
Em evento com jornalistas nesta segunda-feira (8), a empresária Luiza Trajano voltou a pressionar pela queda da Selic, enquanto o CEO Frederico Trajano revelou as perspectivas para os juros e para a economia em 2026
IRB (IRBR3) dispara na bolsa após JP Morgan indicar as ações como favoritas; confira
Os analistas da instituição também revisaram o preço-alvo para 2026, de R$ 54 para R$ 64 por ação, sugerindo potencial de alta de cerca de 33%
SpaceX, de Elon Musk, pode retomar posto de startup mais valiosa do mundo, avaliada em US$ 800 bilhões em nova rodada de investimentos, diz WSJ
A nova negociação, se concretizada, dobraria o valuation da empresa de Musk em poucos meses
Localiza (RENT3) propõe emitir ações preferenciais e aumento de capital
A Localiza, que tem uma frota de 600.000 carros, disse que as novas ações também seriam conversíveis em ações ordinárias
Fitch elevou rating da Equatorial Transmissão e de suas debêntures; veja o que baseou essa decisão
Sem grandes projetos à vista, a expectativa é de forte distribuição de dividendos, equivalente a 75% do lucro líquido regulatório a partir de 2026, afirma a Fitch.
Correios vetam vale-natal de R$ 2,5 mil a funcionários, enquanto aguardam decisão da Fazenda
A estatal negocia uma dívida de R$ 20 bilhões com bancos e irá fazer um programa de desligamento voluntário
Por que o Itaú BBA acredita que há surpresas negativas na compra da Warner pela Netflix (NTFLX34)
Aquisição bilionária amplia catálogo e fortalece marca, mas traz riscos com alavancagem, sinergias e aprovação regulatória, diz relatório
3tentos (TTEN3): veja por que Bank of America, XP e BBA compartilham otimismo com a ação, que já avança 30% em 2025
Vemos a 3tentos como uma história de crescimento sólida no setor agrícola, com um forte histórico, como demonstrado pela sua expansão no MT nos últimos 4 anos, diz Bank of America
Petrobras (PETR4) diz que é “possível” assumir operação na Braskem, prepara projeto de transição energética e retomará produção de fertilizantes
A presidente da estatal afirmou que não há nada fechado, mas que poderia “exercer mais sinergias” entre a atividade de uma petroquímica, Braskem, com a de uma petroleira, a Petrobras
ANS nega recurso da Hapvida (HAPV3), e empresa terá de reapresentar balanço à agência com ajustes de quase R$ 870 milhões
A empresa havia contabilizado o crédito fiscal relacionado ao programa, que prevê a negociação com desconto de dívidas das empresas de saúde suplementar com o Sistema Único de Saúde (SUS)
Super ricaços na mira: Lifetime acelera a disputa por clientes que têm mais de R$ 10 milhões para investir e querem tratamento especial, afirma CEO
O CEO Fernando Katsonis revelou como a gestora pretende conquistar clientes ‘ultra-high’ e o que está por trás da contratação de Christiano Ehlers para o Family Office
Game of Thrones, Friends, Harry Potter e mais: o que a Netflix vai levar em acordo bilionário com a Warner
Compra bilionária envolve HBO, DC, Cartoon Network e séries de peso; integração deve levar até 18 meses
A guerra entre Nubank e Febraban esquenta. Com juros e impostos no centro da briga, quais os argumentos de cada um?
Juros, inadimplência, tributação e independência regulatória dividem fintechs e grandes instituições financeiras. Veja o que dizem
Depois de escândalo com Banco Master, Moody’s retira ratings do BRB por risco de crédito
O rebaixamento dos ratings do BRB reflete preocupações significativas com seus processos e controles internos, atualmente sob investigação devido a operações suspeitas envolvendo a aquisição de carteiras de crédito, diz a agência
Cyrela (CYRE3) e SLC (SLCE3) pagam R$ 1,3 bilhão em dividendos; Eztec (EZTC3) aumentará capital em R$ 1,4 bilhão com bonificação em ações
A maior fatia da distribuição de proventos foi anunciada pela Cyrela, já o aumento de capital da Eztec com bonificação em ações terá custo de R$ 23,53 por papel e fará jus a dividendos
Gol (GOLL54) é notificada pelo Idec por prática de greenwashing a viajantes; indenização é de R$ 5 milhões
No programa “Meu Voo Compensa”, os próprios viajantes pagavam a taxa de compensação das emissões. Gol também dizia ter rotas neutras em carbono
Se todo mundo acha que é uma bolha, não é: veja motivos pelos quais o BTG acredita que a escalada da IA é real
Banco aponta fundamentos sólidos e ganhos de produtividade para justificar alta das empresas de tecnologia, afastando o risco de uma nova bolha
Produção de cerveja no Brasil cai, principalmente para Ambev (ABEV3) e Heineken (HEIA34); preço das bebidas subiu demais, diz BTG
A Ambev aumentou os preços de suas marcas no segundo trimestre do ano, seguida pela Heineken, em julho — justamente quando as vendas começaram a encolher
Vale (VALE3) desafia a ordem de pagar R$ 730 milhões à União; mercado gosta e ações sobem mais de 1%
Em comunicado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), a mineradora alega que a referida decisão foi proferida em primeira instância, “portanto, seu teor será objeto de recursos cabíveis”
