Sem direito à marca e com dívida milionária, Eataly consegue reverter ordem de despejo na Justiça
Em recuperação judicial, a operação brasileira do mercado italiano conseguiu reverter ordem de despejo, mas ainda enfrenta desafios financeiros e jurídicos
Nem só quem tem pouco corre o risco de ficar sem teto. Grandes empresas também podem passar por apuros financeiros — e foi exatamente essa a situação do Eataly no Brasil. No fim de 2024, em meio a uma recuperação judicial, a rede italiana recebeu uma ordem de despejo de sua única loja no país.
Mas, nesta semana, uma nova notícia trouxe um alívio temporário: na quarta-feira (19), a Justiça suspendeu a decisão, dando fôlego à operação brasileira do mercado italiano.
- LEIA MAIS: Mesmo com alta do Ibovespa neste ano, “mercado brasileiro é como uma floresta devastada pelo fogo”, defende analista — onde investir neste cenário?
Localizada na Avenida Juscelino Kubitschek, no Itaim Bibi, em São Paulo, o centro gastronômico enfrenta dificuldades financeiras, somando uma dívida de cerca de R$ 50 milhões.
Essa disputa pelo ponto começou quando a Caoa Patrimonial, dona do imóvel, ingressou com uma ação judicial devido ao atraso no pagamento de vários aluguéis e dívidas de IPTU.
"A decisão da Justiça reforça que a desocupação inviabilizaria a recuperação da companhia, impactando diretamente as operações e resultando na rescisão imediata de diversos contratos de trabalho", afirmou o Eataly, em nota.
Segundo a empresa, o impacto do fim das operações de sua única unidade vai além dos 300 funcionários diretos da loja e pode afetar até 2.000 pessoas, incluindo fornecedores e suas famílias.
Uma marca em crise
A crise financeira da operação brasileira do Eataly teve um novo capítulo no início de 2025: a perda dos direitos de uso da marca, reconhecida mundialmente.
Por enquanto, a representante local afirma que a decisão não é definitiva e que o mérito ainda será analisado pelas instâncias competentes. Mas, na prática, as mudanças já começaram. O letreiro da fachada foi desmontado, e tarjas cobrem qualquer menção ao nome no interior da loja.
- VEJA TAMBÉM: O ‘aspecto positivo’ de investir no Brasil em meio às incertezas econômicas, segundo Felipe Miranda, CEO da Empiricus
Conhecido por ser um dos mais tradicionais mercados de produtos italianos, a história do Eataly começou em 2007, em Turim, na Itália, com a proposta de inovar na distribuição de produtos agrícolas típicos do país.
De lá para cá, a rede expandiu suas operações para pelo menos 10 países, com unidades em cidades como Paris, Chicago, Londres e Tóquio e se tornou reconhecido mundialmente por reunir itens como vinhos, massas e chocolates, além de restaurantes, sorveterias e cafés.
No Brasil, a história já dura 10 anos. O Eataly desembarcou no país sob a gestão do St Marche e, em 2022, passou para o controle da operadora multimarcas SouthRock. No ano seguinte a operadora entrou em recuperação judicial, alegando dívidas de R$ 1,8 bilhão e pouco tempo depois, o mercado foi parar nas mãos do grupo Wings.
Leia Também
Toda essa turbulência e troca de controle coincidem com o período apontado no pedido de recuperação judicial da empresa como catalisador dos problemas financeiros. Os impactos negativos da pandemia de Covid-19 (2020 a 2023), somados aos altos custos com aluguel e importação dos produtos vendidos no mercado, teriam sido os principais responsáveis pelo endividamento.
A gestão atual procura reverter esse cenário e afirma ter injetado R$ 20 milhões para tentar reequilibrar as contas.
"O Eataly reafirma sua dedicação à continuidade das operações e confia em um desfecho positivo para o processo judicial. A empresa segue focada no desenvolvimento e no crescimento sustentável do negócio, adotando todas as medidas necessárias para garantir a preservação de suas atividades", destacou a companhia, em comunicado.
* Com informações do Estadão Conteúdo
Fechadas com o BC: o que diz a carta que defende o Banco Central dias antes da acareação do caso Master
Quatro associações do setor financeiro defendem a atuação do BC e pedem a preservação da autoridade técnica da autarquia para evitar “cenário gravoso de instabilidade”
CSN Mineração (CMIN3) paga quase meio bilhão de reais entre dividendos e JCP; 135 empresas antecipam proventos no final do ano
Companhia distribui mais de R$ 423 milhões em dividendos e JCP; veja como 135 empresas anteciparam proventos no fim de 2025
STF redefine calendário dos dividendos: empresas terão até janeiro de 2026 para deliberar lucros sem imposto
O ministro Kassio Nunes Marques prorrogou até 31 de janeiro do ano que vem o prazo para deliberação de dividendos de 2025; decisão ainda precisa ser confirmada pelo plenário
BNDES lidera oferta de R$ 170 milhões em fundo de infraestrutura do Patria com foco no Nordeste; confira os detalhes
Oferta pública fortalece projetos de logística, saneamento e energia, com impacto direto na região
FII BRCO11 fecha contrato de locação com o Nubank (ROXO34) e reduz vacância a quase zero; XP recomenda compra
Para a corretora, o fundo apresenta um retorno acumulado muito superior aos principais índices de referência
OPA da Ambipar (AMBP3): CVM rejeita pedido de reconsideração e mantém decisão contra a oferta
Diretoria da autarquia rejeitou pedido da área técnica para reabrir o caso e mantém decisão favorável ao controlador; entenda a história
Azul (AZUL54) chega a cair mais de 40% e Embraer (EMBJ3) entra na rota de impacto; entenda a crise nos ares
Azul reduz encomenda de aeronaves com a Embraer, enquanto ações despencam com a diluição acionária prevista no plano de recuperação
Corrida por proventos ganha força: 135 empresas antecipam remuneração; dividendos e JCP são os instrumentos mais populares
Recompras ganham espaço e bonificação de ações resgatáveis desponta como aposta para 2026, revela estudo exclusivo do MZ Group
IG4 avança na disputa pela Braskem (BRKM5) e leva operação bilionária ao Cade; ações lideram altas na B3
A petroquímica já havia anunciado, em meados deste mês, que a gestora fechou um acordo para assumir a participação da Novonor, equivalente a 50,1% das ações com direito a voto
Nvidia fecha acordo de US$ 20 bilhões por ativos da Groq, a maior aquisição de sua história
Transação em dinheiro envolve licenciamento de tecnologia e incorporação de executivos, mas não a compra da startup
Banco Mercantil (BMEB4) fecha acordo tributário histórico, anuncia aumento de capital e dividendos; ações tombam na B3
O banco fechou acordo com a União após mais de 20 anos de disputas tributárias; entenda o que isso significa para os acionistas
Kepler Weber (KEPL3) e GPT: minoritários questionam termos da fusão e negócio se complica; entenda o que está em jogo
Transações paralelas envolvendo grandes sócios incomodou os investidores e coloca em dúvida a transparência das negociações
Itaúsa (ITSA4) eleva aposta em Alpargatas (ALPA4) em meio à polêmica com a dona da Havaianas
Nos últimos dias, a Itaúsa elevou sua fatia e passou a deter cerca de 15,94% dos papéis ALPA4; entenda a movimentação
Presente de Natal? Tim Cook compra ações da Nike e sinaliza apoio à recuperação da empresa
CEO da Apple investe cerca US$ 3 milhões em papéis da fabricante de artigos esportivos, em meio ao plano de reestruturação comandado por Elliott Hill
Ampla Energia aprova aumento de capital de R$ 1,6 bilhão
Operação envolve capitalização de créditos da Enel Brasileiro e eleva capital social da empresa para R$ 8,55 bilhões
Alimentação saudável com fast-food? Ela criou uma rede de franquias que deve faturar R$ 240 milhões
Camila Miglhorini transformou uma necessidade pessoal em rede de franquias que conta com 890 unidades
Dinheiro na conta: Banco pagará R$ 1,82 por ação em dividendos; veja como aproveitar
O Banco Mercantil aprovou o pagamento de R$ 180 milhões em dividendos
Azul (AZUL54) perde 58% de valor no primeiro pregão com novo ticker — mas a aérea tem um plano para se recuperar
A Azul fará uma oferta bilionária que troca dívidas por ações, na tentativa de limpar o balanço e sair do Chapter 11 nos EUA
O alinhamento dos astros para a Copasa (CSMG3): revisão tarifária, plano de investimento bilionário e privatização dão gás às ações
Empresa passa por virada estratégica importante, que anima o mercado para a privatização, prevista para 2026
B3 (B3SA3) e Mills (MILS3) pagam mais de R$ 2 bilhões em dividendos e JCP; confira prazos e condições
Dona da bolsa brasileira anunciou R$ 415 milhões em JCP e R$ 1,5 bilhão em dividendos complementares, enquanto a Mills aprovou dividendos extraordinários de R$ 150 milhões