Raízen (RAIZ4) perde grau de investimento e é rebaixada para Ba1 pela Moody’s — e mais cortes podem vir por aí
A agência de classificação de risco avaliou que o atual nível da dívida da Raízen impõe restrições significativas ao negócio e compromete a geração de caixa
Depois de quase um mês de revisão, a agência de classificação de risco Moody’s rebaixou o rating da Raízen (RAIZ4). A agência retirou as classificações de emissores de longo prazo Baa3 da Raizen S.A. e da Raizen Energia S.A. Além disso, cortou para Ba1 a classificação de notas seniores não garantidas.
E deixou um aviso: “as classificações continuam sob revisão para rebaixamento”.
O nível Baa3 era o último grau de investimento dentro da classificação da Moody’s, antes de entrar nos níveis especulativos, nos quais a Raízen se encontra agora.
A Moody’s ainda pode rever a classificação de curto prazo e de outras emissões de crédito além das notas sêniores. Na maior parte dos casos, agências de classificação de risco dão nota para diferentes emissões de dívida, nas diferentes pessoas jurídicas de uma empresa.
Em comunicado, a agência afirma que o rebaixamento da Raízen para Ba1 reflete a deterioração das métricas de crédito, alto endividamento e geração sustentada de fluxo de caixa negativo.
“O nível atual de dívida continua impondo restrições significativas ao negócio, desafiando a capacidade da Raizen de manter uma geração positiva de caixa”, diz.
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A Moody’s ainda destaca que não vislumbra uma recuperação significativa da companhia no curto prazo, em que a Raízen retornaria a métricas de crédito mais adequadas ao nível de grau de investimento anterior.
Essa adequação seria uma relação dívida/Ebitda abaixo de 3x, e uma geração positiva de fluxo de caixa livre.
A avaliação da Moody’s sobre a Raízen
Segundo a agência de classificação de risco, o negócio de açúcar-etanol requer um investimento grande para sustentar a qualidade das plantações e a produtividade agrícola.
Ao mesmo tempo, a atividade está exposta a riscos consideráveis de eventos inesperados, incluindo condições climáticas.
Diante deste cenário, ao olhar para a situação da Raízen, a Moody’s não vê a companhia em boas condições no curto prazo.
Para as colheitas de 2025-26 e 2026-27, a expectativa da agência é de preços do etanol de açúcar mais fracos e com maiores pressões de queda, com o etanol de milho aumentando o suprimento total durante a temporada.
Planos insuficientes
Desde 2024, a Raízen avança em um plano para melhorar sua eficiência operacional e sua estrutura de capital. Um dos focos nos últimos meses tem sido a venda de ativos.
No terceiro trimestre, a companhia atingiu R$ 900 milhões em desinvestimentos e tem mais R$ 3,9 bilhões a receber de vendas já anunciadas.
Além disso, a Moody’s destaca outras iniciativas que considera positivas:
- Redução nas despesas gerais e administrativas;
- Menores gastos de opex, capex e dividendos;
- Gestão de passivos para estender os vencimentos da dívida;
Embora considere as iniciativas como boas, a leitura da agência de rating é que são insuficientes.
O relatório destaca que mesmo considerando R$ 4 bilhões em vendas de ativos e um Ebitda de R$ 13,3 bilhões, a alavancagem bruta da Raízen chegaria a 5,4x em março de 2026, muito acima do necessário para voltar a um grau de investimento.
Crédito volta, crédito cai
“As classificações estão em revisão de baixa e uma atualização positiva para Raizen é improvável”, diz o relatório da Moody’s.
No entanto, o comunicado lista o que a empresa precisaria entregar para voltar a ter uma classificação de risco elevada.
- Redução acentuada no saldo da dívida, para uma alavancagem sustentada de 3x;
- Expectativa de geração positiva de fluxo de caixa livre acima de 25%, e
- Manutenção de uma liquidez sólida.
Há também o risco de mais rebaixamento. Neste caso, a agência destaca que será possível se “a Raizen não conseguir executar em tempo hábil um aumento de capital para reduzir seu saldo de dívida ou se a liquidez se deteriorar”.
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