Petrobras (PETR4) deve cortar investimentos em US$ 8 bilhões até 2030; veja como isso impacta os dividendos e a dívida, na opinião de analistas
Redução de capex pode abrir espaço para disciplina de capital, mas coloca à prova a estratégia da Petrobras para 2026-2030.
Com o barril de petróleo abaixo dos US$ 70, os projetos de diversificação e infraestrutura vêm pesando sobre o retorno dos investidores da Petrobras (PETR4). Nesse cenário, a perspectiva de corte de custos de US$ 8 bilhões no plano 2026-2030, segundo informações do Valor Econômico, reacendeu esperanças do mercado.
O anúncio oficial só deve sair em novembro, mas analistas do Itaú BBA já trabalham com um cenário mais otimista, desde que a meta de alcançar “neutralidade da dívida” em 2026 se concretize. Eles esperam que esse resultado venha da combinação entre otimização de despesas de capital, maior eficiência de custos e medidas de aumento de receita, como o crescimento da produção.
De acordo com o relatório, reduzir os investimentos em capital (capex) para menos de US$ 17 bilhões já seria suficiente para fechar a lacuna entre geração de caixa e pagamento de dividendos. Isso permitiria à Petrobras financiar investimentos e manter a remuneração aos acionistas sem ampliar a dívida bruta.
- LEIA TAMBÉM: Onde investir em setembro? O Seu Dinheiro reuniu os melhores ativos para ter na carteira neste mês; confira agora gratuitamente
Mas o caminho no curto prazo deve ser desafiador e o futuro segue incerto, com perspectiva de menor espaço para dividendos extraordinários no horizonte da companhia.
Na bolsa de valores brasileira, por volta das 14h30, a Petrobras ON (PETR3) avança 2,09% e a Petrobras PN (PETR4) sobe 1,58%.
Possíveis cortes
A projeção atual para 2026 é de US$ 19,6 bilhões em capex. Desse total, 81% (US$ 15,9 bilhões) já estão sancionados e não podem ser adiados ou realocados. Assim, o espaço de ajuste se concentra em projetos não sancionados, que somam US$ 3,7 bilhões.
Leia Também
Brasil depende demais do agro, diz CEO da JBS (JBSS32) — que alerta para os riscos implícitos
O Itaú BBA aponta que as principais oportunidades de corte estão nos segmentos de upstream e downstream. Entre os projetos em revisão estão SEAP 1 e 2, a revitalização da Bacia de Campos, a planta de fertilizantes UFN-III e o Complexo Boaventura, antigo Comperj. Os investimentos previstos para essas iniciativas giram em torno de US$ 3,2 bilhões, dentro do total de US$ 3,7 bilhões passíveis de otimização em 2026.
Mas a política de dividendos também pode ser afetada. O banco alerta para gastos adicionais fora do plano-base, que podem surgir entre o fim de 2025 e o início de 2026, reduzindo o caixa disponível para acionistas.
Um deles é o pagamento de bônus de assinatura no leilão de áreas do pré-sal não contratadas nos campos de Tupi, Mero e Atapu, marcado para dezembro. Nesse caso, a Petrobras poderia responder por 45% a 50% do valor total, cerca de US$ 1 bilhão.
Outro ponto é uma possível aquisição no setor de etanol, estimada entre US$ 1 bilhão e US$ 2 bilhões.
Juntos, esses desembolsos podem reduzir o fluxo de caixa livre ao acionista (FCFE) em até US$ 3 bilhões, o que significaria um impacto direto de 3% a 4% no retorno esperado aos investidores.
- SAIBA MAIS: Fique por dentro das principais notícias do mercado. Cadastre-se no clube de investidores do Seu Dinheiro e fique atualizado sobre economia diariamente
Petrobras 2026-2030, um divisor de águas
Segundo o Valor Econômico, executivos da estatal já mencionaram o corte de US$ 8 bilhões em entrevista sobre os resultados do segundo trimestre. Porém, não houve detalhamento e o tema não avançou no conselho de administração na época.
O corte de gastos se insere em uma estratégia que vem ganhando força entre petroleiras ao redor do mundo, com o objetivo de enfrentar o cenário adverso do preços do petróleo no mercado internacional. Algumas revisões no capex já foram confirmadas, mas a Petrobras não detalhou o montante da economia.
Para a Genial Investimentos, o verdadeiro ganho do plano está menos no corte de custos ou na venda de ativos e mais na redução da percepção de risco e na disciplina de capital que essas medidas evidenciam.
A aposta é que o foco em exploração e produção, aliado a ganhos de eficiência e ao adiamento dos projetos de renováveis para depois de 2035, pode levar a uma precificação positiva das ações no médio prazo.
Se confirmadas no Planejamento Estratégico 2026-2030, essas medidas podem reduzir parte do desconto em relação aos pares internacionais.
Segundo o relatório da Genial, hoje a PETR4 é negociada a 2,8 vezes EV/EBITDA projetado para 2025, com dividend yield estimado em 10%. Os números são atrativos, mas ainda cercados de incertezas políticas e operacionais. Nesse contexto, a divulgação do novo plano será o teste para mostrar até que ponto o discurso recente da gestão vai se traduzir em ações concretas.
BTG Pactual lança o BTG Pay e abre lista de espera para maquininha própria, marcando estreia no segmento de adquirência
De olho nos clientes pessoa jurídica, BTG lança maquininha de cartão e solução de pagamentos integradas ao app BTG Empresas
MBRF (MBRF3) lança Sadia Halal, maior empresa de frango halal do mundo, e mira IPO em 2027; ações disparam
A dona da Sadia e Perdigão e a subsidiária do fundo soberano da Arábia Saudita, anunciam a expansão de sua joint venture para conquistar mercado de alimentação voltada para muçulmanos
Banco do Brasil (BBAS3) no fundo do poço e Bradesco (BBDC4) no passo a passo da recuperação: o que esperar dos balanços dos bancos no 3T25
O Santander será o primeiro dos grandes bancos a divulgar o balanço, seguido pelo Bradesco e outros gigantes do setor financeiro brasileiro; veja as previsões do mercado
ANP libera funcionamento de refinaria alvo da Operação Carbono Oculto; ICL manifesta preocupação com o setor
Segundo as investigações, o núcleo principal das atividades criminosas teria se associado ao Grupo Refit
‘COP paralela’ pode ser o reforço que a COP30 precisa para aquecer o debate entre empresas que não vão à Belém
Altos custos, falta de estrutura e desistências não apagam o potencial da conferência para redefinir o papel do país no financiamento climático e na transição ecológica
Ultrapar (UGPA3) abocanha 37,5% de participação na VirtuGNL por R$ 102,5 milhões; entenda o que está em jogo com a aquisição
A VirtuGNL vem se consolidando como referência de soluções de baixo carbono no setor de transporte rodoviário, com foco na substituição do diesel, segundo a Ultrapar
Em recuperação judicial, Americanas (AMER3) busca rotas para o crescimento e lança programa de pontos
O programa “Cliente A” será lançado em três fases e contará com sistema de pontos integrado ao cartão de crédito da marca
Mais uma vitória para a Ambipar (AMBP3): Justiça do Rio de Janeiro prorroga blindagem contra credores
A prorrogação da medida cautelar suspende pagamentos da companhia até que haja uma decisão sobre o pedido de recuperação judicial da Ambipar
Raízen (RAIZ4) amarga downgrade: Fitch corta nota de crédito, e Safra reduz preço-alvo pela metade
A Fitch pretende revisar os ratings da companhia em até seis meses. Já o Safra ainda recomenda a compra das ações
Produção de petróleo da Petrobras (PETR4) sobe 18,4% no 3T25 e China é o destino de mais da metade das exportações
Considerando só o petróleo, a produção média da estatal avançou 18,4% na comparação ano a ano, para 2,520 milhões de barris por dia (bpd)
Crédito de R$ 1,2 bilhão e até carro de som nas ruas: a estratégia da Casas Bahia (BHIA3) para a Black Friday
Com central de dados operando 24 horas e R$ 1,2 bilhão em crédito liberado, Casas Bahia aposta em tecnologia para turbinar vendas na maior Black Friday de sua história
Privatização da Copasa (CSMG3) avança, e BTG vê potencial de alta de até 48% nas ações se empresa repetir o modelo da Sabesp
Com a PEC que dispensa referendo aprovada em 1º turno, a privatização da Copasa (CSMG3) ficou mais próxima — e o BTG Pactual elevou a recomendação do papel para compra, projetando forte potencial de valorização
Azul (AZUL4) publica plano de negócios atualizado como parte do Chapter 11 e se diz confiante nas negociações com fornecedores
A aérea passou a projetar uma alavancagem ainda menor após sair da recuperação judicial, desta vez em 2,5 vezes
Elon Musk ameaça deixar a Tesla se não receber pacote de US$ 1 trilhão — mas o CEO mais polêmico do mundo jura que não é pelo dinheiro
Ultimato de Musk acontece poucos dias antes da assembleia de acionistas da fabricante de carros elétricos, que decidirá se aprova ou não seu novo plano de pagamento
Cosan (CSAN3) aprova aumento de capital e lança oferta de R$ 10 bilhões em ações para entrada de BTG e Perfin
BTG, Perfin e a holding da família Ometto são os investidores-âncora, e já garantiram a compra do lote inicial em acordo de investimentos
Copasa (CSMG3) mais perto da privatização: PEC que dispensa referendo popular é aprovada em 1º turno por deputados mineiros
Se aprovada também em segundo turno, medida dará sinal verde para desestatização da companhia de saneamento do estado de Minas Gerais
Mais um adeus à B3: companhia com quase 200 anos se despede da bolsa de valores
Com 187 anos de história, a tradicional Wilson Sons encerra seu ciclo na bolsa após a MSC adquirir o controle total da companhia em leilão que movimentou R$ 2,4 bilhões
Dois dias depois do ChatGPT Atlas, Microsoft relança navegador de IA quase idêntico ao da OpenAI
Microsoft enfrenta a OpenAI em uma disputa direta pelo navegador do futuro com o novo Edge equipado com o Copilot de inteligência artificial
Direcional (DIRR3) já subiu 99% no ano, pode avançar mais e ainda deve pagar dividendos bilionários, segundo o Santander
Banco vê forte potencial de valorização no setor de construção civil de baixa renda e elevou preço-alvo dos papéis da companhia para R$ 19
O que diz a carta do príncipe Harry, Wozniak e Hinton contra a superinteligência artificial
Manifesto pressiona big techs como Google, OpenAI e Meta a suspender o desenvolvimento de superinteligência artificial