Minerva (BEEF3) entra como terceira interessada na incorporação da BRF (BRFS3) pela Marfrig (MRFG3); saiba quais são os argumentos contrários
Empresa conseguiu autorização do Cade para contribuir com dados e pareceres técnicos

Se depender da Minerva (BEEF3), a fusão da BRF (BRFS3) e da Marfrig (MRFG3) não vai acontecer. Na última quinta-feira (12), a empresa protocolou um pedido junto ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) para entrar como terceira interessada na operação e apresentar argumentos formalmente contra o processo.
A fusão da BRF com a Marfrig foi aprovada, sem restrições, pela Superintendência-Geral no dia 3 de junho. Agora, o Tribunal do Cade tem um prazo de 15 dias para se manifestar — período que a Minerva quer aproveitar para conseguir alguma manifestação.
Se o Cade não se opuser ou manifestar qualquer necessidade de “remédios”, a fusão pode ser concluída sem restrições.
No documento entregue ao órgão antitruste, a Minerva argumenta que a operação pode gerar riscos concorrenciais significativos, destacando a influência do fundo soberano saudita Salic como acionista comum na Minerva e Marfrig, o que poderia levar a coordenação estratégica e troca de informações sensíveis.
Procurada pelo Seu Dinheiro, a Minerva afirmou que não comenta o assunto.
Quais os argumentos da Minerva
O primeiro pedido da Minerva é que o Cade reavalie a incorporação da BRF pela Marfrig. Segundo o documento, a Marfrig argumentou que já tinha controle sobre a BRF, sendo que sua posição era inferior a 50% — na prática, minoritária.
Leia Também
- VEJA MAIS: Analista recomenda ação do agronegócio que pode se tornar a grande pagadora de dividendos do mercado no longo prazo; saiba qual é
Além disso, o texto relembra uma negociação de ações da BRF pela Minerva, em 2014, que o Cade teria recomendado remédios para preservar a concorrência, ainda que a operação tenha sido menos relevante do que a fusão atual.
Outro problema apontado pela administração do frigorífico é o potencial conflito de interesse pela posição de um acionista em comum entre o que seria a nova empresa e a Minerva: o fundo soberano Salic.
A entrada do Salic no capital da nova empresa por meio da participação que tem na BRF criaria riscos de coordenação estratégica e troca de informações sensíveis entre concorrentes, já que o fundo soberano também é um acionista relevante da Minerva.
A Minerva, que é controlada pela família Vilela de Queiroz, também enfatiza duas questões concorrenciais com a conclusão da fusão.
A primeira é a perda de espaço no fornecimento de carne para o mercado de processados. Atualmente, a Minerva concorre com a Marfrig no fornecimento de carne para a BRF, que o documento aponta como uma empresa de grande poder de compra de carne in natura para a produção de processados .
Com a fusão, a empresa entende que sua condição de fornecedora será afetada.
Por fim, entra a concorrência geral na venda de produtos para consumidores, considerando carne in natura — concorrência direta com a Marfrig — e alimentos processados — em que concorre com a BRF.
Segundo a Minerva, a fusão unirá um portfólio de 37 marcas fortes em alimentos processados, incluindo bovinos. Com isso, o frigorífico argumenta que a nova empresa chega no mercado com maior valor de portfólio, mais poder de barganha com varejistas e operadores de foodservice, e pode dificultar o acesso de concorrentes aos pontos de venda.
- VEJA TAMBÉM: O que você precisa saber para investir agora? O Touros e Ursos, podcast do Seu Dinheiro, convida os principais especialistas do mercado para dar o veredito
Reavaliação da fusão
A Minerva diz ainda que a incorporação deve ser reavaliada com mais profundidade, uma vez que o Cade aprovou a transação em rito sumário — procedimento reservado a operações com impacto concorrencial considerado baixo.
O pedido de entrada no processo como terceira interessada acontece em um momento importante para Marfrig e BRF.
A Marfrig irá realizar na próxima quarta-feira (18) uma reunião de acionistas para deliberar sobre a fusão. A companhia já havia informado que o aval do Cade é uma das condições para seguir com a operação.
O Cade decidiu que a Minerva terá acesso aos autos do processo e poderá contribuir com dados e pareceres técnicos sobre os efeitos da fusão para o seu negócio. O prazo para eventuais recursos ainda está aberto.
Dividendos e JCP: Telefônica (VIVT3), Copasa (CSMG3) e Neoenergia (NEOE3) pagam R$ 1 bilhão em proventos; veja quem tem direito a receber
A maior fatia é da B3, a operadora da bolsa brasileira, que anunciou na noite desta quinta-feira (11) R$ 378,5 milhões em juros sobre capital próprio
Radar ligado: Embraer (EMBR3) prevê demanda global de 10,5 mil aviões em 20 anos; saiba qual região é a líder
A fabricante brasileira de aviões projeta o valor de mercado de todas as novas aeronaves em US$ 680 bilhões, avanço de 6,25% em relação ao ano anterior
Até o Nubank (ROXO34) vai pagar a conta: as empresas financeiras mais afetadas pelas mudanças tributárias do governo
Segundo analistas, os players não bancários, como Nubank, XP e B3, devem ser os principais afetados pelos novos impostos; entenda os efeitos para os balanços dos gigantes do setor
Dividendo de R$ 1,5 bilhão da Rumo (RAIL3) é motivo para ficar com o pé atrás? Os bancos respondem
O provento representa 70% do lucro líquido do último ano e é bem maior do que os R$ 350 milhões distribuídos na última década. Mas como fica a alavancagem?
O sinal de Brasília que faz as ações da Petrobras (PETR4) operarem na contramão do petróleo e subirem mais de 1%
A Prio e a PetroReconcavo operam em queda nesta quinta-feira (12), acompanhando os preços mais baixos do Brent no mercado internacional
Dia dos Namorados: por que nem a solteirice salva apps de relacionamento como Tinder e Bumble da crise de engajamento
Após a pandemia, dating apps tiveram uma queda grande no número de “pretendentes”, que voltaram antigo método de conhecer pessoas no mundo real
Bradesco (BBDC4) surpreende, mas o pior ficou para trás na Cidade de Deus? Mercado aumenta apostas nas ações e diretor revela o que esperar
Ações disparam após balanço e, dentro da recuperação “step by step”, banco mira retomar níveis de rentabilidade (ROE) acima do custo de capital
Despedida da Wilson Sons (PORT3) da bolsa: controladora registra OPA; veja valor por ação
Os acionistas que detém pelo menos 10% das ações em circulação têm 15 dias para requerer a realização de nova avaliação sobre o preço da OPA
A Vamos (VAMO3) está barata demais? Por que Itaú BBA ignora o pessimismo do mercado e prevê 50% de valorização nas ações
Após um evento com os executivos, os analistas do banco reviram suas premissas e projetam crescimento de lucro para 2025 e 2026
A notícia que derruba a Braskem (BRKM5) hoje e coloca as ações da petroquímica entre as maiores baixas do Ibovespa
A presidente da Petrobras, Magda Chambriard, e o empresário Nelson Tanure falaram sobre o futuro da companhia e preocuparam os investidores
T4F (SHOW3) propõe pagar R$ 1,5 milhão para encerrar processo sobre trabalho análogo à escravidão no Lollapalooza, mas CVM rejeita
Em 2023, uma fiscalização identificou que cinco funcionários da Yellow Stripe, contratada da T4F para o festival, estavam dormindo no local em colchonetes de papelão
Em meio ao ânimo com o Minha Casa Minha Vida, CEO da Direcional (DIRR3) fala o que falta para apostar mais pesado na Faixa 4
O Seu Dinheiro conversou com o CEO Ricardo Gontijo sobre a Faixa 4 do Minha Casa Minha Vida, expectativas para a empresa, a Riva, os principais desafios para a companhia e o cenário macro
Petrobras (PETR4) respira: ações resistem à queda do petróleo e seguem entre as maiores altas do Ibovespa hoje
No dia anterior, a estatal foi rebaixada por grandes bancos, que estão de olho das perspectivas para os preços das commodity
AgroGalaxy (AGXY3) reduz prejuízo no 1T25, mas receita despenca 80% em meio à recuperação judicial
Tombo no faturamento decorre do cancelamento da carteira de pedidos da safrinha de milho, tradicionalmente o principal negócio do período para distribuidoras de insumos agrícolas
Vale (VALE3) e Samarco enfrentam mais uma ação judicial pelo rompimento da barragem de Mariana, desta vez na Holanda
Ação na justiça holandesa foi impetrada contra as subsidiárias das mineradoras no país europeu; primeira audiência será em 14 de julho
CEO do BTG Pactual critica aumento de impostos no pacote fiscal de Haddad: ‘Mais areia na engrenagem do Brasil’
Em painel durante evento do mercado financeiro, Roberto Sallouti alerta para os riscos da decisão do governo de aumentar impostos em vez de cortar gastos
ChatGPT apresenta instabilidade generalizada desde a madrugada desta terça-feira (10); entenda
Os produtos da OpenAI estão apresentando falhas tanto pelo site quanto pelo aplicativo móvel do chatbot
GOL (GOLL4): por que nem o fim da recuperação judicial convence o BTG Pactual? Banco ainda recomenda a venda das ações
Empresa enfrentará um aumento de capital que diluirá significativamente os atuais acionistas, e a Abra passará a deter 80% da Gol
Com ações dobrando de valor, Tenda (TEND3) levanta R$ 43 milhões com liquidação derivativos e aprova recompra
A empresa afirma que o movimento de liquidação dos derivativos reduz chance de diluição dos acionistas e surfa bom momento para os papéis na bolsa
A Eletrobras não deu sorte: quem são os culpados pelo desempenho “xoxo” de ELET3 passados três anos da privatização?
Três anos depois da privatização, as ações ordinárias da Eletrobras (ELET3) estão praticamente no zero a zero. O que explica o desempenho e o que esperar agora?