Endividada e frágil: Azul (AZUL4) tem nota de crédito nacional e internacional rebaixada pela Fitch; entenda
O motivo é simples: nota reflete baixa flexibilidade financeira da Azul, que continua enfrentando dificuldades para acessar crédito enquanto negocia com credores
Parece que os ventos do mercado não estão ajudando a Azul (AZUL4) a decolar. Nesta quarta-feira (7), a Fitch rebaixou as notas de crédito da companhia aérea devido à frágil situação financeira da empresa e suas dificuldades em obter novos recursos para equilibrar o caixa.
O rebaixamento colocou o rating de longo prazo em moeda estrangeira da AZUL4 em “CCC-”, um downgrade da sua classificação anterior, “CCC”. A nova nota indica um nível muito alto de risco de inadimplência em relação a outros emissores ou obrigações dentro do mesmo país.
O motivo para o corte da nota é simples, de acordo com a Fitch: trata-se de um reflexo da baixa flexibilidade financeira da Azul, que continua enfrentando dificuldades para acessar crédito enquanto negocia com credores.
- VEJA MAIS: Calendário de resultados desta semana inclui Bradesco, PRIO, Itaú Unibanco, Ambev e outras empresas; acompanhe a cobertura completa de balanços
A esse cenário soma-se a maior aversão ao risco no mercado, o que agrava ainda mais a situação.
“Apesar das melhorias operacionais, a Azul enfrenta dificuldades para finalizar a parte de equity de sua reestruturação de dívida e garantir novas fontes de liquidez em termos mais razoáveis — itens essenciais para financiar seu fluxo de caixa livre negativo no primeiro semestre de 2025”, destaca a Fitch.
Azul também tem nota rebaixada no rating nacional
A companhia aérea também teve seu rating de longo prazo local cortado para “CCC–(bra)”.
Leia Também
A Fitch destaca que a Azul tem forte presença no mercado regional brasileiro e margens operacionais elevadas, o que conta a seu favor.
No entanto, em termos operacionais, a aérea basicamente atua somente no Brasil, o que a torna mais vulnerável às oscilações cambiais — fator que pesa negativamente na hora de atribuir uma “nota vermelha”.
Comparando a AZUL4 a outras companhias do setor, a Fitch pontua a fragilidade da empresa.
- VEJA TAMBÉM: A temporada de balanços do 1T25 começou – veja como receber análises dos resultados das empresas e recomendações de investimentos
A Latam e a Avianca, por exemplo, conseguiram ficar na dianteira devido à variedade de negócios, liquidez e flexibilidade financeira.
A expectativa, segundo a Fitch, é que Latam e Avianca mantenham um nível de endividamento bruto em torno de 2,5 vezes e 3,5 vezes, respectivamente, nos próximos dois anos.
Já no caso da Azul, a alavancagem deve girar em torno de 5 vezes em 2025.
A liquidez da Latam está em 25% — incluindo uma linha de crédito rotativo — e a da Avianca, entre 15% e 20%. Já a da Azul está entre 7% e 10%.
Afinal, o que está acontecendo com a Azul?
Desde outubro de 2023, a Azul vem tentando estabelecer acordos e negociações com credores para resolver parte de sua dívida bilionária, que chegou ao fim de 2024 totalizando R$ 29,6 bilhões.
A empresa está inserida em um setor muito competitivo, em que as companhias têm pouco poder de precificação, as receitas estão diretamente ligadas aos ciclos econômicos e é um negócio com altos custos para se manter operando – entre eles, o custo de combustível para aviação. E foi um dos setores mais afetados pela pandemia.
Em 2024, a Azul apresentou um plano para renegociar sua dívida. Em um dos últimos passos propostos, a empresa aérea fez uma nova emissão de ações, que aumenta o total de papéis em circulação e, consequentemente, dilui as ações já existentes.
- E MAIS: Ação brasileira da qual ‘os gringos gostam’ tem potencial para subir mais de 20% em breve; saiba o porquê
Além de diluir a participação dos acionistas, o resultado do follow-on ficou abaixo do esperado, o que levou a uma queda acentuada das ações nas últimas semanas.
No último mês, a ação AZUL4 acumula queda de mais de 50%.
Na semana passada, a companhia anunciou a captação de um financiamento adicional de R$ 600 milhões junto a credores atuais.
Petrobras (PETR4) ignora projeção, tem lucro 2,7% maior no 3T25 e ainda pagará R$ 12,6 bilhões em dividendos
Nos cálculos dos analistas ouvidos pela Bloomberg, haveria uma queda do lucro entre julho e setembro, e os proventos viriam na casa dos R$ 10 bilhões
Banco ABC Brasil (ABCB4) quer romper o teto histórico de rentabilidade e superar os 15% de ROE: “nunca estamos satisfeitos”, diz diretor
Mesmo com ROE de 15,5%, o diretor financeiro, Ricardo Moura, afirma que está “insatisfeito” e mapeia as alavancas para entregar retornos maiores
Magazine Luiza (MGLU3) tem lucro quase 70% menor no 3T25 e CFO culpa a Selic: “ainda não estamos imunes”
A varejista registrou lucro líquido ajustado de R$ 21 milhões entre julho e setembro; executivo coloca o desempenho do período na conta dos juros elevados
“Estamos vivendo um filme de evolução”, diz CFO da Espaçolaser (ESPA3). Receita e Ebitda crescem, mas 3T25 ainda é de prejuízo
A rede de depilação fechou o trimestre no vermelho, mas o diretor Fabio Itikawa vê 2025 como um ano de reconstrução: menos dívida, mais caixa e expansão apoiada em franquias
Cogna (COGN3) acerta na lição de casa no 3T25 e atinge menor alavancagem em 7 anos; veja os destaques do balanço
A companhia atribui o resultado positivo do terceiro trimestre ao crescimento e desempenho sólido das três unidades de negócios da empresa: a Kroton, a Vasta e a Saber
Axia (ELET3): após o anúncio de R$ 4,3 bilhões em dividendos, ainda vale comprar a ação da antiga Eletrobras?
Bancos consideraram sólido o desempenho da companhia no terceiro trimestre, mas um deles alerta para a perda de valor do papel; saiba o que fazer agora
Adeus home office: Nubank (ROXO34) volta ao escritório por “custos invisíveis”; funcionários terão tempo para se adaptar ao híbrido
O Nubank se une a diversas empresas que estão chamando os funcionários de volta para os escritórios
Minerva (BEEF3) tem receita líquida e Ebitda recordes no 3T25, mas ações desabam na bolsa. Por que o mercado torce o nariz para o balanço?
Segundo o BTG Pactual, com um trimestre recorde para a Minerva, o que fica na cabeça dos investidores é: o quão sustentável é esse desempenho?
Rede D’Or (RDOR3) brilha com lucro 20% acima das expectativas, ação é a maior alta da bolsa hoje e ainda pode subir mais
No segmento hospitalar, a empresa vem conseguindo manter uma alta taxa de ocupação dos leitos, mesmo com expansão
Vai caber tudo isso na Raposo Tavares? Maior empreendimento imobiliário do Brasil prepara “cidade própria”, mas especialistas alertam para riscos
Reserva Raposo prevê 22 mil moradias e até 80 mil moradores até 2030; especialistas alertam para mobilidade, infraestrutura e risco de sobrecarga urbana
iPhone, iPad, MacBook e mais: Black Friday da iPlace tem produtos da Apple com até 70% de desconto, mas nem tudo vale a pena
Rede autorizada Apple anuncia descontos em iPhones, MacBooks, iPads e acessórios, mas valores finais ainda exigem avaliação de custo-benefício
Banco ABC Brasil (ABCB4) corta guidance e adota tom mais cauteloso para 2025, mesmo com lucro e rentabilidade em alta no 3T25
O banco entregou mais um trimestre previsível, mas decidiu ajustar as metas para o ano; veja os principais números do resultado
O melhor está por vir para a Petrobras (PETR4)? Balanço do 3T25 pode mostrar que dividendo de mais de R$ 10 bilhões é apenas o começo
A produção de petróleo da estatal deve seguir subindo, de acordo com bancos e corretoras, abrindo caminho para novas distribuições robustas de proventos aos acionistas
Empreender na América Latina exige paciência, mas o país menos burocrático da região vai deixar você de queixo caído
Estudo internacional mostra que este país reduziu o tempo para abrir empresas e agora lidera entre os países latino-americanos, enquanto outro enfrenta o maior nível de burocracia
Serena Energia (SRNA3) está mais perto de se unir à lista de empresas que deram adeus à bolsa, após Ventos Alísios comprar 65% da empresa
A operação é resultado do leilão realizado no âmbito da oferta pública de aquisição (OPA) para fechamento de capital e saída da Serena do segmento Novo Mercado da B3
C&A (CEAB3) dá close no Ibovespa: ações figuram entre as maiores altas do dia, e bancos apontam a tendência do 4T25
A expectativa é de que a C&A continue reduzindo a diferença em relação à sua maior concorrente, a Lojas Renner — e os números do terceiro trimestre de 2025 mostram isso
RD Saúde (RADL3), dona da Raia e Drogasil, é vítima do próprio sucesso: ação chegou a ser a maior queda do Ibovespa e agora se recupera do tombo
Receita com medicamentos como Ozempic e Mounjaro engordou os resultados da rede de farmácias, mas essas vendas podem emagrecer quando genéricos chegarem ao mercado
Itaú (ITUB4) não quer juros altos e seguirá com ROE acima de 20%, diz CEO: “A barra subiu faz tempo”
Milton Maluhy Filho afirma que o banco segue confortável com o atual nível de rentabilidade e projeta cortes na Selic a partir de 2026; veja o que esperar daqui para frente
Black Friday 2025: Americanas promete até 80% de desconto e aposta em programa de fidelidade
A campanha transforma cada sexta-feira de novembro em um dia de ofertas, com novas modalidades de compra e parcelamento sem juros
Itaú Unibanco (ITUB4) supera expectativas com lucro de R$ 11,8 bilhões no 3T25; rentabilidade segue em 23%
O resultado veio acima das expectativas de analistas de mercado; confira os indicadores
