Weg (WEGE3) é a queridinha, mas Localiza (RENT3) exige cautela: as apostas dos gestores no setor de transporte e bens de capital em 2025
Gestores de fundos ouvidos pelo BTG Pactual se mostram pessimistas com o setor neste ano e preferem focar em ações de multinacionais e grandes exportadoras, com foco no curto prazo
Com a situação econômica atual, o sentimento geral do mercado em relação ao setor de transporte e bens de capital no Brasil não poderia ser outro: cautela e pessimismo.
Embora esse sentimento negativo já fosse esperado, os gestores de fundos estão em “modo de sobrevivência” por conta da pressão sobre os ativos sob gestão e dinâmicas de resgate, de acordo com os analistas do BTG Pactual, em relatório nesta segunda-feira (27).
Apesar da disparada em algumas ações, a maioria dos gestores está cética e prefere opções mais rápidas, evitando investimentos no longo prazo, especialmente em papéis cíclicos e nacionais. Agora, o foco tem sido em ações globais e grandes exportadoras.
Em passagem pelo Rio de Janeiro, os analistas Lucas Marquiori, Fernanda Recchia e Marcel Zambello conversaram com diversos gestores e investidores para entender quais ações são as preferidas nesse contexto. Com recomendação de compra pelo BTG, a ação da fábrica de bilionários Weg (WEGE3) ainda é uma boa pedida, na visão dos analistas.
Por outro lado, Localiza (RENT3) e a Rumo (RAIL3) exigem mais cautela do investidor.
VEJA TAMBÉM: O que esperar do cenário internacional em 2025 com o novo mandato de Trump? Analistas dizem onde investir agora – confira as recomendações neste e-book gratuito
Leia Também
Confira outras recomendações para o setor de transporte e bens de capital:
Localiza (RENT3), Rumo (RAIL3) e Marcopolo (POMO4)
Com a alta dos juros, as perspectivas não são boas para a Localiza. Segundo o BTG, a percepção do mercado é de que a empresa está em uma situação difícil, e a expectativa é de que o retorno sobre o capital investido (ROIC) levará mais tempo para se normalizar.
Mesmo assim, o BTG tem recomendação de compra para os papéis RENT3.
No setor de logística, as incertezas quanto aos volumes de exportação e transporte de grãos colocam o desempenho da Rumo (RAIL3) em xeque, na visão do mercado.
“O ceticismo sobre os volumes de grãos continua alto, e a falta de acordos take-or-pay adiciona risco à entrega da empresa no ano fiscal de 25. Até nós estamos impressionados com a alta aversão ao risco”, afirma o BTG, que recomenda compra para RAIL3.
Embora parte do mercado ainda carregue a mesma percepção pessimista sobre a Marcopolo (POMO4) nos últimos anos, especialmente antes de 2022, o passado de baixos crescimento, liquidez e lucros, com alta alavancagem e sem dividendos ficou para trás.
Em seus últimos relatórios sobre a empresa, o BTG destaca que a Marcopolo tem um bom potencial de valorização. A empresa ainda apresenta uma combinação de fatores positivos, como o bom desempenho recente, perspectivas de crescimento, ação barata, bom dividend yield e uma gestão focada em disciplina financeira.
O BTG tem recomendação de compra para as ações POMO4, com preço-alvo de R$ 13 — equivalente a uma alta de 56% sobre o fechamento da ação na última sexta-feira (24).
Grupo CCR (CCRO3) e GPS (GGPS3)
O comentário geral sobre a companhia foi que “existem TIRs [Taxa Interna de Retorno] melhores no setor de serviços básicos, de acordo com os feedbacks dos investidores ouvidos pelo BTG.
“A natureza regulada e previsível do negócio de concessões rodoviárias o torna equiparável ao setor de serviços básicos, e a maioria dos investidores prefere a relação de risco-retorno deste último setor. A melhora na governança é sempre bem-vista, mas muitos querem evidências claras de uma melhor alocação de capital”, afirmam os analistas.
Ainda assim, a recomendação do BTG é de compra para as ações CCRO3.
Enquanto isso, alguns dos melhores investidores “long-only” — isto é, os que carregam uma carteira comprada em ações com potencial de valorização futura — sempre apoiaram a tese de investimento nos papéis da GPS (GGPS3) desde o IPO da companhia, em 2021.
“Mesmo entre esses, há um certo nível de frustração com a recente queda da ação”, destaca o BTG. Em 2024, a ação da empresa acumula queda de 24,64%.
Ainda assim, existe um consenso de que a GPS permanece como uma tese baseada em um mercado completamente fragmentado, posicionado para crescer via M&As [fusões e aquisições] e com valuations muito atraentes daqui para frente”, dizem os analistas.
Para os papéis da holding especializada em serviços terceirizados, a recomendação é de compra.
Embraer (EMBR3) e WEG (WEGE3)
“Notamos mais desconforto com o valuation da Embraer que com o da Weg (WEGE3). Alguns acreditam que as expectativas implícitas na Embraer estão altas demais, exigindo uma sequência de eventos positivos para sustentá-las”, dizem Marquiori e Recchia.
“Apesar do pessimismo de alguns, vimos que, no geral, o Rio estava majoritariamente comprado em Embraer, principalmente devido à exposição favorável ao câmbio e à economia dos EUA”, afirma o BTG, que tem recomendação de compra para EMBR3.
De acordo com o BTG, os cariocas não eram os maiores investidores da “fábrica de bilionários”. O perfil de investidores de valor do Rio costumava deixar a ação da Weg a uma segunda opção devido ao valuation consistentemente elevado da tese de investimento.
Agora, o cenário mudou: os investidores estão dispostos a “ir com a maré”, reconhecendo que o forte momento da empresa mais que compensa que justifica o preço alto das ações.
Além dos negócios nos EUA, as discussões sobre a Weg têm girado em torno da forte demanda por equipamentos no setor de energia e dúvidas sobre Trump e tarifas.
O BTG tem recomendação de compra para as ações da companhia.
Totvs (TOTS3) acerta aquisição da empresa de software TBDC, em estratégia para fortalecer presença no agro
Negócio de R$ 80 milhões fortalece atuação da companhia no agronegócio e amplia oferta de soluções especializadas para o setor
Entre dividendos e JCP: Suzano (SUZB3), Isa (ISAE4), Porto Seguro (PSSA3) e Marcopolo (POMO4) anunciam pacote bilionário aos acionistas
Dividendos, JCP e bonificações movimentam quase R$ 4 bilhões em operações aprovadas na última sexta-feira antes do Natal
‘Socorro’ de R$ 10 bilhões à Raízen (RAIZ4) está na mesa da Cosan (CSAN3) e da Shell, segundo agência
Estresse no mercado de crédito pressiona a Raízen, que avalia aporte bilionário, desinvestimentos e uma reestruturação financeira com apoio dos controladores
WEG (WEGE3) abre o cofre e paga R$ 5,2 bilhões em dividendos
Os proventos autorizados nesta sexta-feira (19) serão divididos em três parcelas anuais de R$ 1,732 bilhão cada; confira os detalhes
Embraer (EMBJ3) testa protótipo de “carro voador” elétrico e inicia fase de certificação; ações chegam a subir 3%
Aeronave eVTOL da Eve Air Mobility inicia campanha de certificação com quase 3 mil encomendas; ações da Embraer avançam após voo inaugural
Raízen (RAIZ4) acelera desinvestimentos e vende carteira de comercialização de energia para Tria Energia, da Patria Investimentos
O negócio envolve o portfólio de contratos de trading de energia mantido pela Raízen no mercado livre; entenda
Mais um presente aos acionistas: Axia Energia (AXIA6) vai distribuir R$ 30 bilhões em bonificação com nova classe de ações
A distribuição ocorrerá com a criação de uma nova classe de ações preferenciais, a classe C (PNC). Os papéis serão entregues a todos os acionistas da Axia, na proporção de sua participação no capital social
Do campo de batalha ao chão da sala: a empresa de robôs militares que virou aspirador de pó — e acabou pedindo falência
Criadora dos robôs Roomba entra em recuperação judicial e será comprada por sua principal fabricante após anos de prejuízos
É para esvaziar o carrinho: o que levou o JP Morgan rebaixar o Grupo Mateus (GMAT3); ações caem mais de 2%
Embora haja potencial para melhorias operacionais, o banco alerta que o ruído de governança deve manter a ação da varejista fora do radar de muitos investidores
Sabesp (SBSP3), C&A (CEAB3), Hypera (HYPE3), Sanepar (SAPR11), Alupar (ALUP11), Ourofino (OFSA3) e outras 3 empresas anunciam R$ 2,5 bilhões em dividendos e JCP
Quem lidera a distribuição polpuda é a Sabesp, com R$ 1,79 bilhão em JCP; veja todos os prazos e condições para receber os proventos
Com dívidas bilionárias, Tesouro entra como ‘fiador’ e libera empréstimo de até R$ 12 bilhões aos Correios
Operação terá juros de 115% do CDI, carência de três anos e prazo de 15 anos; uso dos recursos será limitado em 2025 e depende de plano de reequilíbrio aprovado pelo governo
Banco Inter (INBR32) vai a mercado e reforça capital com letras financeiras de R$ 500 milhões
A emissão das “debêntures dos bancos” foi feita por meio de letras financeiras Tier I e Tier II e deve elevar o índice de Basileia do Inter; entenda como funciona a operação
Sob ameaça de banimento, TikTok é vendido nos EUA em um acordo cheio de pontos de interrogação
Após anos de pressão política, TikTok redefine controle nos EUA, com a Oracle entre os principais investidores e incertezas sobre a separação da ByteDance
O “presente de Natal” do Itaú (ITUB4): banco distribui ações aos investidores e garante dividendos turbinados
Enquanto os dividendos extraordinários não chegam, o Itaú reforçou a remuneração recorrente dos investidores com a operação; entenda
Petrobras (PETR4) e Braskem (BRKM5) fecham contratos de longo prazo de quase US$ 18 bilhões
Os contratos são de fornecimento de diferentes matérias primas para várias plantas da Braskem pelo país, como nafta, etano, propano e hidrogênio
Bradesco (BBDC4), Cemig (CMIG4), PetroRecôncavo (RECV3), Cogna (COGN3) e Tenda (TEND3) pagam R$ 5 bilhões em proventos; Itaú (ITUB4) anuncia bônus em ações
A maior fatia dessa distribuição farta ficou com o Bradesco, com R$ 3,9 bilhões, enquanto o Itaú bonifica acionistas em 3%; confira todos os prazos e condições para receber
CVM reabre caso da Alliança e mira fundo de Nelson Tanure e gestora ligada ao Banco Master 2 anos depois de OPA
O processo sancionador foi aberto mais de dois anos após a OPA que consolidou o controle da antiga Alliar, na esteira de uma longa investigação pela autarquia; entenda
Dona do Google recebe uma forcinha de Zuckerberg na ofensiva para destronar a Nvidia no mercado de IA
Com o TorchTPU, a Alphabet tenta remover barreiras técnicas e ampliar a adoção de suas TPUs em um setor dominado pela gigante dos chips
Casas Bahia (BHIA3) aprova plano que estica dívidas até 2050 e flexibiliza aumento de capital; ações sobem mais de 2%
Plano aprovado por acionistas e credores empurra vencimentos, reduz pressão de caixa e amplia a autonomia do conselho
Brava Energia (BRAV3) salta mais de 10% após rumores de venda de poços e com previsão de aumento nos investimentos em 2026
Apesar de a empresa ter negado a venda de ativos para a Eneva (ENEV3), o BTG Pactual avalia que ainda há espaço para movimentações no portfólio
