Cyrela (CYRE3) e Direcional (DIRR3) entregam boas prévias, mas amargam queda na bolsa; veja a recomendação dos analistas
Empresas avançaram em segmentos de expansão e registraram boas vendas e lançamentos mesmo com juros altos; MCMV dá fôlego no presente e futuro
As prévias operacionais do terceiro trimestre de Cyrela (CYRE3), Direcional (DIRR3) e Tenda (TEND3) reiteram a avaliação de que o setor de construção segue resiliente. E o programa Minha Casa, Minha Vida (MCMV) continua sendo o principal vetor de crescimento.
Mesmo diante de uma taxa de juros de 15% ao ano, as empresas apresentaram resultados sólidos em lançamentos e vendas nos meses de julho a setembro, com perspectiva positiva para o fechamento do ano.
E não só. O mercado também projeta expansão em 2026, impulsionada pela robustez orçamentária e metas aceleradas do programa habitacional do governo. O Ministério das Cidades continua com a meta de alcançar 3 milhões de contratos até o final do mandato do presidente Lula, o que exigirá cerca de 1 milhão de novos contratos em 2026.
- LEIA TAMBÉM: Onde investir em outubro? O Seu Dinheiro reuniu os melhores ativos para ter na carteira neste mês; confira agora gratuitamente
Para suportar essa expansão, o governo está considerando um orçamento potencial de aproximadamente R$ 160 bilhões para o programa no próximo ano. O que é uma boa notícia para a Direcional e a Tenda. Até mesmo para a Cyrela, que está aumentando sua exposição aos projetos do Minha Casa, Minha Vida.
Entretanto, Cyrela e Direcional, que apresentaram os melhores resultados do terceiro trimestre, não viram o reflexo dos números nas negociações em Bolsa.
Por volta das 12h (horário de Brasília), as ações CYRE3 e DIRR3 amargavam perdas de 0,9% e 2,3%, respectivamente. No ano, entretanto, ambas acumulam ganhos: de 70% para Cyrela e 65% para Direcional.
Leia Também
Já a Tenda, que teve o desempenho mais fraco, tem um pregão positivo, com alta de 0,5% nas ações TEND3 no mesmo horário. No ano, a alta chega a 88%.
Cyrela avança no MCMV
A Cyrela apresentou resultados em linha com o esperado pelo BTG e surpreendeu a XP em alguns indicadores. De modo geral, os analistas avaliaram que a empresa está colhendo os benefícios de suas operações diversificadas. O aumento da exposição ao segmento de baixa renda, via a marca Vivaz, tem ajudado na resiliência das vendas e lançamentos.
- E MAIS: Cury (CURY3) bate recorde de geração de caixa no 3T25, e quem sai ganhando são os acionistas
Os lançamentos totais da companhia alcançaram R$ 5,05 bilhões no terceiro trimestre (+62% ano a ano), um valor 3% acima das estimativas de um dos analistas. Este montante cresceu com a forte expansão nos lançamentos de alta renda (R$ 3,27 bilhões).
Além disso, o desempenho contínuo da Vivaz (MCMV) resultou em um crescimento de 107% na comparação anual de lançamentos, atingindo R$ 1,46 bilhão em valor geral de vendas (VGV) lançadas.
As vendas líquidas totais somaram R$ 3,55 bilhões (+11% ano a ano), sendo R$ 960 milhões provenientes do segmento de baixa renda.
Segundo a XP, os dados operacionais da Cyrela foram sólidos, apoiados pela forte expansão dos lançamentos e pelas vendas líquidas e vendas sobre oferta resilientes, superando os pares do setor.
Além disso, o relatório destaca a velocidade das vendas em um trimestre com alta concentração de projetos de alto padrão. “Reforça a força da marca Cyrela, gerando forte atratividade dos projetos”. Os analistas também afirmam que “a Vivaz continua a demonstrar métricas operacionais sólidas que devem apoiar o crescimento da Cyrela no futuro”.
Direcional ganha espaço na média renda
Enquanto a Cyrela avança na baixa renda, a Direcional ganha mais espaço no segmento de média renda, via lançamentos pela Riva. Embora os números do terceiro trimestre tenham ficado ligeiramente abaixo das projeções de alguns analistas, a empresa registrou crescimento e boa execução.
O principal destaque foi a expansão nos lançamentos totais, que atingiram R$ 2,15 bilhões (+54% ano a ano). Desse valor, R$ 1,19 bilhão foi lançado no nicho de média renda (Riva) — mais que o dobro em relação aos R$ 425 milhões do ano anterior.
Já o segmento Minha Casa, Minha Vida somou R$ 963 milhões em lançamentos, um ligeiro recuo em relação ao terceiro trimestre de 2024.
As vendas líquidas alcançaram R$ 1,64 bilhão (+10% ano a ano, excluindo projetos Pode Entrar). O desempenho foi equilibrado: as operações de baixa renda (MCMV) venderam R$ 819 milhões (-13% A/A), e a Riva vendeu R$ 823 milhões (+48% A/A).
A Velocidade de Vendas (VSO) geral se manteve sólida, em 24%. No entanto, o VSO do segmento MCMV caiu para 21%, uma queda atribuída à maior concentração de lançamentos de projetos no final de setembro. Analistas acreditam que um período de vendas mais longo no 4T deve apoiar uma recuperação nos níveis de VSO.
Além disso, a Direcional registrou uma geração de fluxo de caixa (FCF) positiva de R$ 114 milhões no trimestre, impulsionada por vendas de recebíveis e participações em projetos. A empresa é considerada uma das mais bem posicionadas para aproveitar o forte momento do MCMV.
Trimestre mais fraco da Tenda
Os resultados da Tenda foram os mais fracos dentre as principais construtoras, com performance abaixo das estimativas (-15% em vendas líquidas) devido à marca Alea. No entanto, a operação principal, sob a marca Tenda, que está diretamente ligada ao Minha Casa, Minha Vida, demonstrou um desempenho mais resiliente.
Os lançamentos totais somaram R$ 1,56 bilhão no trimestre, representando uma queda de 27% ano a ano. Desse total, a grande maioria (12 projetos, totalizando R$ 1,49 bilhão) foi lançada sob a marca Tenda.
As vendas líquidas totais foram de R$ 1,23 bilhão (-21% ano a ano). As operações MCMV foram responsáveis por R$ 1,1 bilhão dessas vendas, 25% menor do que o registrado no mesmo período de 2024. A Velocidade de Vendas (VSO) da Tenda foi considerada saudável, atingindo 27% no terceiro trimestre, menor que os 37% de um ano atrás.
Recomendação para as construtoras
| Empresa (Ticker) | Instituição | Recomendação | Preço-Alvo | Prazo |
|---|---|---|---|---|
| Cyrela (CYRE3) | BTG Pactual | Compra | R$ 32 | 12 meses |
| Cyrela (CYRE3) | XP | Compra | R$ 37 | 12 meses |
| Cyrela (CYRE3) | BofA | Underperform (venda) | Não mencionado | |
| Direcional (DIRR3) | BTG Pactual | Compra | R$ 20 | 12 meses |
| Direcional (DIRR3) | Itaú BBA | Outperform (Compra) | R$ 19,7 | Fim de 2026 |
| Direcional (DIRR3) | BofA | Compra | R$ 15 | Fim de 2025 |
| Tenda (TEND3) | BTG Pactual | Compra | R$ 44 | 12 meses |
| Tenda (TEND3) | BofA | Underperform (venda) | Não mencionado |
Americanas (AMER3) aceita nova proposta da BandUP! para a venda da Uni.Co, dona da Imaginarium e Pucket; entenda o que falta para a operação sair do papel
A nova oferta conta com os mesmos termos e condições da proposta inicial, porém foi incluído uma provisão para refletir novas condições do edital de processo competitivo
Vale tudo pelos dividendos da Petrobras (PETR4)? O que esperar do plano estratégico em ano de eleição e petróleo em queda
A estatal está programada para apresentar nesta quinta-feira (27) o novo plano de negócios para os próximos cinco anos; o Seu Dinheiro foi atrás de pistas para contar para você o que deve ser divulgado ao mercado
Lula mira expansão da Petrobras (PETR4) e sugere perfuração de gás em Moçambique
O presidente afirmou que o país africano tem muito gás natural, mas não tem expertise para a extração — algo que a Petrobras pode oferecer
Mais um adeus à B3: Controladora da Neoenergia (NEOE3) lança OPA para comprar ações e retirar empresa da bolsa
A espanhola Iberdrola Energia ofereceu um prêmio de 8% para o preço dos papéis da Neoenergia; confira o que acontece agora
Banco Master: Light (LIGT3) e Gafisa (GFSA3) dizem não ter exposição ao banco, após questionamentos da CVM
A Light — em recuperação judicial — afirmou que não mantém qualquer relação comercial, operação financeira ou aplicação ligada ao Banco Master ou a instituições associadas ao conglomerado.
Hapvida (HAPV3) revive pesadelo do passado… só que pior: além do balanço, o que realmente está por trás da queda de 42% em um dia?
Não é a primeira vez que as ações da Hapvida são dilaceradas na bolsa logo após um balanço. Mas agora o penhasco foi maior — e tem muito mais nisso do que “só” os números do terceiro trimestre
Sem esclarecer irregularidades, Banco Master diz não ser responsável por R$ 12,2 bilhões repassados ao BRB
Segundo o Master, a empresa que deu origem ao crédito foi a responsável pela operação e pelo fornecimento da documentação com irregularidades
Após privatização e forte alta, Axia Energia (AXIA3), Ex-Eletrobras, ainda tem espaço para avançar, diz Safra
O banco Safra reforçou a recomendação outperform (equivalente a compra) para a Axia Energia após atualizar seus modelos com os resultados recentes, a nova política de dividendos e premissas revisadas para preços de energia. O banco fixou preço-alvo de R$ 71,40 para AXIA3 e R$ 77,60 para AXIA6, o que indica retorno potencial de 17% […]
Neoenergia (NEOE3) levanta R$ 2,5 bilhões com venda de hidrelétrica em MT, mas compra fatia na compradora e mantém participação indireta de 25%
Segundo a Neoenergia, a operação reforça sua estratégia de rotação de ativos, com foco na otimização do portfólio, geração de valor e disciplina de capital.
Hapvida (HAPV3): Itaú BBA segue outras instituições na avaliação da empresa de saúde, rebaixa ação e derruba preço-alvo
As perspectivas de crescimento se distanciaram das expectativas à medida que concorrentes, especialmente a Amil, ganharam participação nos mercados chave da Hapvida, sobretudo em São Paulo.
BRB já recuperou R$ 10 bilhões em créditos falsos comprados do Banco Master; veja como funcionava esquema
Depois de ter prometido mundos e fundos aos investidores, o Banco Master criou carteiras de crédito falsas para levantar dinheiro e pagar o que devia, segundo a PF
Banco Master: quem são os dois empresários alvos da operação da PF, soltos pela Justiça
Empresários venderam carteiras de crédito ao Banco Master sem realizar qualquer pagamento, que revendeu ao BRB
Uma noite sobre trilhos: como é a viagem no novo trem noturno da Vale?
Do coração de Minas ao litoral do Espírito Santo, o Trem de Férias da Vale vai transformar rota centenária em uma jornada noturna inédita
Com prejuízo bilionário, Correios aprovam reestruturação que envolve demissões voluntárias e mais. Objetivo é lucro em 2027
Plano prevê crédito de R$ 20 bilhões, venda de ativos e cortes operacionais para tentar reequilibrar as finanças da estatal
Supremo Tribunal Federal já tem data para julgar acordo entre Axia (AXIA3) e a União sobre o poder de voto na ex-Eletrobras; veja
O julgamento acontece após o acordo entre Axia e União sobre poder de voto limitado a 10%
Deixe o Banco do Brasil (BBAS3) de lado: para o Itaú BBA, é hora de olhar para outros dois bancões — e um deles virou o “melhor da bolsa”
Depois da temporada de balanços do terceiro trimestre, o Itaú BBA, que reiterou sua preferência por Nubank (ROXO33) e Bradesco (BBDC4), enquanto rebaixou a indicação do Santander (SANB11) de compra para neutralidade. Já o Banco do Brasil (BBAS3) continua com recomendação neutra
O novo trunfo do Magazine Luiza (MGLU3): por que o BTG Pactual vê alavanca de vendas nesta nova ferramenta da empresa?
O WhatsApp da Lu, lançado no início do mês, pode se tornar uma alavanca de vendas para a varejista, uma vez que já tem mostrado resultados promissores
5 coisas que o novo Gemini faz e você talvez não sabia
Atualização do Gemini melhora desempenho e interpretação de diferentes formatos; veja recursos que podem mudar sua rotina
Vibra (VBBR3) anuncia R$ 850 milhões em JCP; Energisa (ENGI11) e Lavvi (LAVV3) anunciam mais R$ 500 milhões em dividendos
Vibra e Energisa anunciaram ainda aumentos de capital com bonificação em ações; veja os detalhes das distribuições de dividendos e ações
Nvidia (NVDC34) tem resultados acima do esperado no 3T25 e surpreende em guidance; ações sobem no after market
Ações sobem quase 4% no after market; bons resultados vêm em meio a uma onda de temor com uma possível sobrevalorização ou até bolha das ações ligadas à IA
