Bradesco (BBDC4) tem fome de rentabilidade, mas o ‘step by step’ vai continuar no 3T25? Analistas revelam o que esperar para o balanço
O Bradesco vai continuar a dar “um passo de cada vez” na trajetória de recuperação ou algo pode sair do esperado no terceiro trimestre? Veja as expectativas do mercado
Um dos balanços mais aguardados entre os grandes bancos é o do Bradesco (BBDC4). Depois de anos difíceis, marcados por inadimplência elevada e margens pressionadas, a instituição comandada por Marcelo Noronha chega ao terceiro trimestre de 2025 (3T25) cercado por expectativas — e com a missão de provar que a virada é real e duradoura.
A aposta dos analistas é que o Bradesco tenha finalmente reencontrado o caminho da rentabilidade. O mercado espera que o retorno sobre o patrimônio líquido (ROE) atinja 14,8%, segundo a média das estimativas compiladas pelo Seu Dinheiro.
Se confirmado, o resultado representaria um salto de 2,4 pontos percentuais em relação ao mesmo período de 2024 e de 0,2 p.p em frente ao trimestre anterior, consolidando o avanço da rentabilidade visto no último trimestre.
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Já o lucro líquido deve chegar a R$ 6,18 bilhões, de acordo com o consenso da Bloomberg — um aumento de 18,3% na base anual, mas praticamente estável na comparação (+1,9%) com o segundo trimestre.
“Step by step”: o ritmo da retomada do Bradesco (BBDC4)
Desde que assumiu o comando, Marcelo Noronha insiste que a reconstrução do Bradesco é um processo “step by step” — e é isso que o mercado espera ver nos números do bancão neste trimestre outra vez.
Segundo o Itaú BBA, o terceiro trimestre deve confirmar a trajetória de melhoria, sustentada pela expansão da carteira de crédito, melhora na margem financeira ajustada ao risco e resultados robustos da Bradesco Seguros — área que continua sendo uma das joias da coroa do banco.
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O Safra também projeta números fortes na divisão de seguros, a ponto de levar o resultado anual acima do guidance da administração estipulado para 2025.
Ainda assim, o banco prevê leve desaceleração do ritmo de crescimento do crédito, embora ainda em uma expansão de dois dígitos, puxada por empréstimos pessoais e imobiliários.
A XP Investimentos observa que o crescimento da carteira está mais concentrado em linhas com garantias, o que tende a reforçar a margem financeira líquida.
De acordo com o UBS BB, as margens financeiras devem se beneficiar do volume de crédito maior e da redução do custo de captação, o que deixa o Bradesco em uma “posição favorável” para seguir ampliando rentabilidade.
Mesmo com despesas operacionais em alta — reflexo dos investimentos em tecnologia e da nova estratégia voltada ao público de alta renda, com a marca Bradesco Principal —, os analistas acreditam que os ganhos em seguros e crédito devem compensar.
Para Larissa Quaresma, da Empiricus Research, o foco estará na manutenção da rentabilidade. “Depois de um ciclo de dois ou três anos muito ruins pela piora da inadimplência, à medida que vimos a Selic sair de 12% para 15%, achamos que a recuperação de rentabilidade deve continuar.”
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Margens mais fortes, mas com riscos no radar
O Goldman Sachs também adota uma leitura positiva: prevê margens financeiras mais robustas e rentabilidade em alta, sustentadas por maior volume de crédito, mais dias úteis e melhor gestão de passivos. A única ressalva é a margem com o mercado, que deve seguir limitada.
Na mesma linha, o Bank of America (BofA) projeta resiliência da margem financeira com clientes, apoiada em spreads mais favoráveis e melhor mix de produtos. Mas o banco faz um alerta: provisões para calotes acima do crescimento da carteira indicam que a gestão segue conservadora diante do cenário macro incerto.
Em sua última teleconferência de balanço, o Bradesco já havia sinalizado que a margem ajustada ao risco, uma das métricas favoritas do banco para mensurar a receita com crédito menos os custos de captação, deveria ganhar tração no segundo semestre de 2025.
Para o JP Morgan, isso é um bom presságio. “Surpresas positivas na margem financeira líquida podem dar impulso relevante à rentabilidade em 2026”, afirmam os analistas.
Apesar do tom otimista, há uma sombra no horizonte. Analistas apontam que o custo de risco pode voltar a subir em relação ao trimestre anterior, principalmente pela exposição ao banco John Deere e à sua carteira do agronegócio, que segue sob pressão.
A XP também prevê um leve aumento na inadimplência, especialmente nas carteiras de varejo, mesmo com o bom desempenho nas linhas voltadas a pequenas e médias empresas (PMEs).
Ainda assim, se as projeções se confirmarem, o 3T25 pode consolidar novamente o Bradesco como um dos destaques da temporada de balanços de bancos — coroando um ciclo de reestruturação que vem reerguendo o banco sobre as bases de eficiência e rentabilidade.
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