Banco ABC Brasil (ABCB4) corta guidance e adota tom mais cauteloso para 2025, mesmo com lucro e rentabilidade em alta no 3T25
O banco entregou mais um trimestre previsível, mas decidiu ajustar as metas para o ano; veja os principais números do resultado
O Banco ABC Brasil (ABCB4) divulgou na manhã desta quinta-feira (6) um balanço que reforça sua essência: a prudência. Nada de grandes estrondos, mas um avanço firme e consistente. O lucro cresceu, a rentabilidade melhorou na base sequencial e a carteira de crédito seguiu em expansão moderada. A novidade ficou por conta da revisão do guidance para 2025, agora mais conservador que o traçado anteriormente.
De olho no balanço, o banco encerrou o terceiro trimestre de 2025 com um lucro líquido de R$ 256,8 milhões, o que representa um crescimento de 5,2% em relação ao trimestre anterior e de 0,7% frente ao mesmo período de 2024.
Segundo o banco, o desempenho foi impulsionado principalmente pelas maiores margens com clientes e com mercado e pelo aumento no patrimônio líquido remunerado ao CDI, mas parcialmente compensado pelo aumento das despesas de provisão e da PLR.
- SAIBA MAIS: Ações, FIIs, dividendos, BDRs e cripto – conheça os ativos mais promissores para investir neste mês no “Onde Investir em Novembro”, do Seu Dinheiro
Já na rentabilidade, o retorno sobre patrimônio anualizado (ROAE, na sigla em inglês) chegou a 15,5%, crescimento de 0,50 ponto percentual (p.p) no comparativo trimestral, mas redução de 0,72 p.p no comparativo anual.
“O ABC Brasil segue entregando previsibilidade em um ciclo de juros em transição, mantendo o foco em crescimento seletivo, eficiência e entrega de valor ao acionista”, disse Ricardo Moura, diretor de relações com investidores, M&A, proprietário e estratégia do ABC Brasil, em nota no balanço.
A carteira do Banco ABC Brasil (ABCB4)
No último trimestre, o ABC Brasil continuou a desacelerar o ritmo da expansão da carteira de crédito. O portfólio expandido chegou a R$ 52,3 bilhões, uma tímida alta de 0,4% no trimestre e de 4,6% em 12 meses.
Leia Também
Vale destacar que o banco mudou a segmentação de clientes em julho para “aumentar a eficiência no atendimento aos clientes em cada segmento”. Veja as novas categorias:
- Large Corporate: formada por empresas com faturamento anual acima de R$ 4 bilhões;
- Corporate: composta por empresas com faturamento anual entre R$ 500 milhões e R$ 4 bilhões; e
- Middle: composta por empresas com faturamento anual entre R$ 30 milhões e R$ 500 milhões.
O banco também lançou novas verticais de cobertura setoriais: de agro e de imobiliário, que agora contam com forças comerciais e áreas de suporte dedicadas.
“A nova segmentação e o fortalecimento das verticais setoriais reforçam nosso modelo de crescimento sustentável e de relacionamento de longo prazo com as empresas brasileiras. Estamos aprofundando nossa presença em segmentos estratégicos”, disse o diretor de RI.
De olho na inadimplência e provisões
Em termos de saúde da carteira do ABC Brasil, a inadimplência (NPL) acima de 90 dias caiu 0,1% em relação ao trimestre passado, para 0,6% da carteira de crédito expandida do banco entre julho e setembro.
Contudo, a despesa com provisão ampliada aumentou 14,3% na base trimestral 25,4% em relação ao mesmo trimestre de 2024, para R$ 89,4 milhões.
Quando comparados à carteira expandida, esses gastos encerraram o trimestre em 0,7%, um crescimento de 0,8 p.p em relação aos três meses anteriores.
Outros destaques do balanço do Banco ABC Brasil (ABCB4)
A margem financeira gerencial do ABC Brasil — que considera a receita com crédito menos os custos de captação — chegou ao recorde de R$ 652 milhões no terceiro trimestre, avanço de 7,9% na comparação trimestral e de 4,9% em relação ao ano anterior.
A margem financeira com o mercado — que reflete a remuneração do banco nas operações de tesouraria — caiu 39,6% em relação ao 2T24, mas subiu 8,3% frente ao trimestre anterior, para R$ 76,8 milhões.
Já a margem com clientes cresceu 5,4% na comparação trimestral e 7% na relação ano a ano, a R$ 392,6 milhões.
As receitas de serviços encerraram o trimestre em R$ 110,7 milhões, queda de 2,1% em relação ao trimestre anterior e de 5,6% ante 2024.
Enquanto isso, as despesas chegaram a R$ 279,3 milhões, um avanço de 7,6% em relação ao trimestre anterior e de 3% na base anual.
Mudanças no guidance
O ABC Brasil também decidiu revisar as projeções (guidance) fixadas para 2025. Segundo o banco, as mudanças são resultado do “atual cenário macroeconômico e da dinâmica do mercado de crédito corporativo”.
Agora, o banco prevê um crescimento entre 1% a 4% para a carteira de crédito expandida em 2025 — bem menor do que o inicialmente planejado para este ano.
Já para despesas, a expectativa é de um aumento de 4% a 7% no ano, também aquém do inicialmente previsto para o ano.
Enquanto isso, para o índice de eficiência, o ABC Brasil espera terminar o ano entre 39% a 40%, uma leve piora em relação às expectativas iniciais.
| Guidance anterior | Guidance revisado | |
|---|---|---|
| Crescimento da carteira de crédito expandida | 7% a 12% | 1% a 4% |
| Crescimento de despesas | 6% a 11% | 4% a 7% |
| Índice de eficiência | 36% a 38% | 39% a 40% |
C&A (CEAB3) dá close no Ibovespa: ações figuram entre as maiores altas do dia, e bancos apontam a tendência do 4T25
A expectativa é de que a C&A continue reduzindo a diferença em relação à sua maior concorrente, a Lojas Renner — e os números do terceiro trimestre de 2025 mostram isso
RD Saúde (RADL3), dona da Raia e Drogasil, é vítima do próprio sucesso: ação chegou a ser a maior queda do Ibovespa e agora se recupera do tombo
Receita com medicamentos como Ozempic e Mounjaro engordou os resultados da rede de farmácias, mas essas vendas podem emagrecer quando genéricos chegarem ao mercado
Itaú (ITUB4) não quer juros altos e seguirá com ROE acima de 20%, diz CEO: “A barra subiu faz tempo”
Milton Maluhy Filho afirma que o banco segue confortável com o atual nível de rentabilidade e projeta cortes na Selic a partir de 2026; veja o que esperar daqui para frente
Black Friday 2025: Americanas promete até 80% de desconto e aposta em programa de fidelidade
A campanha transforma cada sexta-feira de novembro em um dia de ofertas, com novas modalidades de compra e parcelamento sem juros
Itaú Unibanco (ITUB4) supera expectativas com lucro de R$ 11,8 bilhões no 3T25; rentabilidade segue em 23%
O resultado veio acima das expectativas de analistas de mercado; confira os indicadores
Ligou o alerta? Banco Central quer impor novas regras para bancos que operam com criptomoedas
A proposta funciona como um farol para para o sistema financeiro e pode exigir mais capital de bancos expostos a bitcoin, tokens e outros ativos digitais
O homem que previu a crise de 2008 aposta contra a febre da IA — e mira Nvidia e outra gigante de tecnologia
Recentemente, a Nvidia atingiu US$ 5 trilhões em valor de mercado; nesta terça-feira (4), os papéis operam com queda de mais de 2% em Nova York
O golpe do cashback: como consultores aproveitaram uma falha no sistema para causar prejuízo milionário à Natura (NATU3)
Uma fraude sofisticada, que explorava falhas no sistema de cashback e distribuição de brindes da Natura, causou um prejuízo estimado em R$ 6 milhões à gigante brasileira de cosméticos
‘Ultra-hard-discount’: Como funciona o modelo de desconto extremo do atacarejo que vai desembarcar no Brasil em breve
Rede russa Vantajoso promete revolucionar o varejo alimentar brasileiro com o modelo ultra-hard-discount, que aposta em lojas compactas, margens mínimas e preços ainda mais baixos que os atacarejos
Embraer (EMBJ3): “Acionistas não devem esperar o pagamento de dividendos adicionais”, diz CEO; tarifaço também preocupa investidores, e ações caem
Ações estão em queda hoje depois da divulgação de resultados da fabricante de aeronaves. Tarifaço e dividendos afetam as ações EMBJ3
O que a Vale (VALE3) disse à CVM sobre o pagamento de dividendos extraordinários
Questionada pela CVM, a mineradora respondeu sobre o que pode levá-la a pagar dividendos extraordinários no último trimestre do ano
Itaú Unibanco (ITUB4) deve entregar mais um trimestre previsível — e é exatamente isso que o mercado quer ver no 3T25
Enquanto concorrentes tentam lidar com carteiras mais arriscadas e provisões pesadas, o Itaú deve entregar previsibilidade e rentabilidade acima dos 20%; veja o que os analistas esperam para o balanço
Por que a XP reduziu as projeções para Prio (PRIO3), Brava (BRAV3) e PetroReconcavo (RECV3) às vésperas dos resultados do 3T25
A XP alerta que os principais riscos incluem queda do Brent abaixo de US$ 65 por barril e fatores específicos de cada empresa
BB Seguridade (BBSE3) supera expectativas com lucro de R$ 2,6 bilhões; confira os números
No ano, a seguradora do Banco do Brasil (BBAS3) vive questionamentos por parte do mercado em meio à queda dos prêmios da BrasilSeg, também agravada pela piora do agronegócio
Quando começa a Black Friday? Confira a data das promoções e veja como se preparar
Black Friday 2025 começa oficialmente em 28 de novembro, mas promoções já estão no ar em gigantes do e-commerce; veja o calendário e se programe
Apple (AAPL), Amazon (AMZN) e outras: o que esperar das Sete Magníficas depois do balanço e como investir
Entre as sete, apenas uma, a Nvidia, ainda não divulgou seus resultados trimestrais: os números devem sair no dia 19 de novembro
No topo, o único caminho é para baixo: BTG corta recomendação da Marcopolo (POMO4) para neutro
Na visão do banco, o terceiro trimestre mostrou margens fortes com melhora do mix doméstico e contribuição relevante de ônibus elétricos. Apesar disso, o guidance da administração sugere que o trimestre marcou o pico de rentabilidade de 2025
Grupo Toky (TOKY3) quer reduzir a dívida com aumento de capital — mas ainda falta o aval dos acionistas; entenda o que está em jogo
Após concluídas, as operações devem reduzir as dívidas da empresa dona das marcas Tok&Stok e Mobly em aproximadamente R$ 212 milhões
Renault anuncia que grupo chinês Geely, dono da Volvo, comprará 26,4% da sua operação no Brasil, com fortalecimento das montadoras chinesas no país
A Renault do Brasil ficará responsável por distribuir o portfólio elétrico e híbrido da Geely no país, abrindo novas oportunidades em vendas, financiamento e serviços
Ele serve café, limpa janelas e aprende sozinho: robô do futuro entra em pré-venda, mas ainda sem previsão de chegar ao Brasil
Após quase uma década de desenvolvimento, empresa de robótica 1X lança o humanoide Neo, capaz de realizar tarefas domésticas e aprender com o tempo
