🔴 [NO AR] TOUROS E UROS: ENTENDA O EFEITO DO IOF NA CAPTAÇÃO DA PREVIDÊNCIA – ASSISTA AGORA

O que o meu primeiro bull market da bolsa ensina sobre a alta das ações hoje

Nada me impactou tanto como a alta do mercado de ações entre 1968 e 1971. Bolsas de Valores seguem regras próprias, e é preciso entendê-las bem para se tirar proveito

19 de março de 2025
10:30 - atualizado às 11:36
Montagem do touro dourado encarando urso dourado na frente da B3 | Ibovespa
Imagem: Montagem Andrei Morais / Shutterstock

Antes de mais nada, para aqueles poucos que ainda não sabem, bull market é o mercado de alta, dos touros. Se contrapõe ao bear market, de baixa, dos ursos.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Por via de consequência, touros são os traders que apostam na alta. Ursos, na baixa.

Ao longo de 67 anos trabalhando como broker, trader, escritor e cronista tendo como pano de fundo o mercado financeiro, testemunhei incontáveis bull e bear markets. 

Mas nada me impactou tanto como a alta do mercado de ações ocorrida na Bolsa de Valores do Rio de Janeiro entre 1968 e 1971. Não só a mim, como a todos que investiram em renda variável naquela época.

De Jango ao plano que deu origem ao bull market

Durante o governo João (Jango) Goulart – 1961/1964 –, o mercado de ações tinha tudo para ter despencado. Porque Jango e seu cunhado, Leonel Brizola, pretendiam transformar o país em uma república socialista.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Só que esse derretimento dos preços das ações não aconteceu.

Leia Também

Por uma razão muito simples:

Como, nessa ocasião, as empresas tiveram que reavaliar seus ativos, até então lançados a preços históricos nos balanços, isso fez com que seus papéis dessem bonificações gigantescas.

Uma companhia negociada em bolsa a 100 cruzeiros, por exemplo, deu uma bonificação de 10 por 1.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

O normal seria que o preço caísse para 1 cruzeiro. Só que aí ficava psicologicamente muito barato. E subir de 1 para 2 cruzeiros é muito mais fácil do que subir de 100 para 200, independentemente de qualquer fundamento. Quanto a cair, nem pensar – imaginem uma ação valendo míseros centavos.

Quando, em 1964, João Goulart foi deposto pelos militares, o mercado de ações ficou eufórico. Só que essa euforia brochou quando os ministros Otávio Gouveia de Bulhões, da Fazenda, e Roberto Campos, do Planejamento, lançaram uma política econômica extremamente contracionista.

O dinheiro sumiu, os juros foram aos céus e diversas empresas quebraram.

Nesse cenário, a bolsa não tinha outra opção a não ser cair. Caiu tanto que uma ação do Banco do Brasil chegou a ser negociada com P/L (quociente preço/lucro) 1, significando que o papel estava precificado pelo valor de seu lucro anual.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Só que a política Campos/Bulhões foi extremamente bem-sucedida. Tanto é assim que a inflação anual brasileira caiu de 92% (1964) para 19,46% em 1968, dando início, na Bolsa, ao tremendo bull market que dá título a esta crônica.

Pregão da bolsa pela TV

Por imensa sorte de minha parte, desde 1967 eu era operador de pregão na Bolsa do Rio. E peguei aquela alta logo no início. Fui um dos que adquiriram ações do Banco do Brasil com P/L 1.

Para não ficar dando exemplos demais, cito apenas mais um: comprei ações ordinárias da Petrobras a 60 centavos e vendi, no cume da alta, a 12 cruzeiros.

Uma imensa coqueluche tomou conta dos brasileiros, boa parte deles calouros no mercado de ações.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Naqueles tempos de bonança, o pregão da Bolsa era transmitido pela TV, pessoas andavam pela rua escutando as cotações em radinhos de pilha.

Ficar rico com ações tornou-se facílimo.” Pelo menos é assim que muita gente pensava.

Só que toda vez que o mercado de ações sobe demais começam a surgir os IPOs (Initial Public Offering – Oferta Inicial de Ações) em profusão. Até que chega o momento em que o valor dos papéis novos que entram no mercado, somado ao dos que lá estão, supera a quantidade de dinheiro que flui para a bolsa.

Pois foi isso que determinou a queda da bolsa.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

A queda antes do fim do ‘milagre’

Não dá para se determinar o dia exato em que o mercado deu uma guinada de 180º, e o urso assumiu o lugar do touro.

O que se pode precisar, com certeza, é que o bear market que se sucedeu durou quase uma década.

Vale assinalar que, embora a Bolsa tenha começado a cair em 1971, o milagre econômico brasileiro durou até o final de 1973, com o advento do Primeiro Choque do Petróleo.

Bolsas de Valores seguem regras próprias. E é preciso entendê-las bem para se tirar proveito.

No momento atual, os fundamentos poderiam determinar a continuação do bear market na B3.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Afinal de contas, o governo Lula não se mostra nem um pouco inclinado a promover um ajuste fiscal sério. Por sua vez, o Banco Central, através do Copom (Comitê de Política Monetária), tem a taxa Selic na faixa dos 13%, contra uma inflação anual de 5,06%.

De outro lado, o mercado americano de ações vem despencando nos últimos dias, graças (ou desgraças) às incertezas das decisões, e indecisões, do governo Donald Trump, que as proclama dia sim, dia também.

Analisando os números por alto, parece difícil encontrar um investimento que supere o da renda fixa.

Acontece que na última quinta-feira, dia 13, o Ibovespa subiu 0,52% e, no dia seguinte, valorizou-se mais 1,28%.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Em minha opinião, o mercado está fazendo a seguinte conta: os preços das ações estão tão baixos que os dividendos dos papéis representam, em relação às suas cotações, uma rentabilidade maior do que a dos títulos de renda fixa.

Essa conta muita gente ainda não fez, mas haverá o momento em que ela se tornará óbvia, tal como aconteceu em 1968.

Um forte abraço, 

Ivan Sant'Anna

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

COMPARTILHAR

Whatsapp Linkedin Telegram
HORA DE COMPRAR?

Ibovespa acima dos 250 mil pontos em 2026: para o Safra é possível — e a eleição não é um grande problema

15 de dezembro de 2025 - 16:05

Na projeção mais otimista do banco, o Ibovespa pode superar os 250 mil pontos com aumento dos lucros das empresas, Selic caindo e cenário internacional ajudando. O cenário-base é de 198 mil pontos para o ano que vem

TIME LATAM

BTG escala time de ações da América Latina para fechar o ano: esquema 4-3-3 tem Brasil, Peru e México

15 de dezembro de 2025 - 14:18

O banco fez algumas alterações em sua estratégia para empresas da América Latina, abrindo espaço para Chile e Argentina, mas com ações ainda “no banco”

LEVANTAMENTO

A torneira dos dividendos vai secar em 2026? Especialistas projetam tendências na bolsa diante de tributação

15 de dezembro de 2025 - 6:05

2025 caminha para ser ano recorde em matéria de proventos; em 2026 setores arroz com feijão ganham destaque

CHUVA DE PROVENTOS CONTINUA

As ações que devem ser as melhores pagadoras de dividendos de 2026, com retornos de até 15%

15 de dezembro de 2025 - 6:05

Bancos, seguradoras e elétricas lideram e uma empresa de shoppings será a grande revelação do próximo ano

LEI MAGNITSKY

Bancos sobem na bolsa com o fim das sanções contra Alexandre de Moraes — Banco do Brasil (BBAS3) é o destaque

12 de dezembro de 2025 - 17:14

Quando a sanção foi anunciada, em agosto deste ano, os papéis dos bancos desabaram devido as incertezas em relação à aplicação da punição

GIGANTE NA ÁREA

TRXF11 volta a encher o carrinho de compras e avança nos setores de saúde, educação e varejo; confira como fica o portfólio do FII agora

12 de dezembro de 2025 - 11:31

Com as três novas operações, o TRXF11 soma sete transações só em dezembro. Na véspera, o FII já tinha anunciado a aquisição de três galpões

VERSÃO TUPINIQUIM

BofA seleciona as 7 magníficas do Brasil — e grupo de ações não tem Petrobras (PETR4) nem Vale (VALE3)

11 de dezembro de 2025 - 19:21

O banco norte-americano escolheu empresas brasileiras de forte crescimento, escala, lucratividade e retornos acima da Selic

COM EMOÇÃO

Ibovespa em 2026: BofA estima 180 mil pontos, com a possibilidade de chegar a 210 mil se as eleições ajudarem

11 de dezembro de 2025 - 17:01

Banco norte-americano espera a volta dos investidores locais para a bolsa brasileira, diante da flexibilização dos juros

FIIS HOJE

JHSF (JHSF3) faz venda histórica, Iguatemi (IGTI3) vende shoppings ao XPML11, TRXF11 compra galpões; o que movimenta os FIIs hoje

11 de dezembro de 2025 - 14:31

Nesta quinta-feira (11), cinco fundos imobiliários diferentes agitam o mercado com operações de peso; confira os detalhes de cada uma delas

O TEMPO ESTÁ ACABANDO

Concurso do IBGE 2025 tem 9,5 mil vagas com salários de até R$ 3.379; veja cargos e como se inscrever

10 de dezembro de 2025 - 15:00

Prazo de inscrição termina nesta quinta (11). Processo seletivo do IBGE terá cargos de agente e supervisor, com salários, benefícios e prova presencial

DEVO, NÃO NEGO...

Heineken dá calote em fundo imobiliário, inadimplência pesa na receita, e cotas apanham na bolsa; confira os impactos para o cotista

10 de dezembro de 2025 - 12:01

A gestora do FII afirmou que já realizou diversas tratativas com a locatária para negociar os valores em aberto

ESTRATÉGIA DO GESTOR

Investidor estrangeiro minimiza riscos de manutenção do governo atual e cenários negativos estão mal precificados, diz Luis Stuhlberger 

9 de dezembro de 2025 - 19:12

Na carta mensal do Fundo Verde, gestor afirmou que aumentou exposição às ações locais e está comprado em real

DINHEIRO NO BOLSO

Após imbróglio, RBVA11 devolve agências à Caixa — e cotistas vão sair ganhando nessa

9 de dezembro de 2025 - 14:31

Com o distrato, o fundo reduziu ainda mais sua exposição ao setor financeiro, que agora representa menos de 24% do portfólio total

MERCADOS HOJE

Efeito Flávio derruba a bolsa: Ibovespa perde mais de 2 mil pontos em minutos e dólar beira R$ 5,50 na máxima do dia

9 de dezembro de 2025 - 12:10

Especialistas indicam que esse pode ser o começo da real precificação do cenário eleitoral no mercado local, depois de sucessivos recordes do principal índice da bolsa brasileira

OPERAÇÃO MILIONÁRIA

FII REC Recebíveis (RECR11) mira R$ 60 milhões com venda de sete unidades de edifício em São Paulo

9 de dezembro de 2025 - 11:12

Apesar de não ter informado se a operação vai cair como um dinheiro extra no bolso dos cotistas, o RECR11 voltou a aumentar os dividendos em dezembro

SINAIS CONFUSOS

Ações de IA em alta, dólar em queda, ouro forte: o que esses movimentos revelam sobre o mercado dos EUA

9 de dezembro de 2025 - 9:32

Segundo especialistas consultados pelo Seu Dinheiro, é preciso separar os investimentos em equities de outros ativos; entenda o que acontece no maior mercado do mundo

NOVOS HORIZONTES

TRX Real Estate (TRXF11) abocanha novos imóveis e avança para o setor de educação; confira os detalhes das operações

8 de dezembro de 2025 - 10:17

O FII fez sua primeira compra no segmento de educação ao adquirir uma unidade da Escola Eleva, na Barra da Tijuca (RJ)

INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL

O estouro da bolsa brasileira: gestor rebate tese de bolha na IA e vê tecnologia abrindo janela de oportunidade para o Brasil

8 de dezembro de 2025 - 6:31

Em entrevista exclusiva ao Seu Dinheiro, Daniel Popovich, gestor da Franklin Templeton, rebate os temores de bolha nas empresas de inteligência artificial e defende que a nova tecnologia se traduzirá em crescimento de resultados para as empresas e produtividade para as economias

PEQUENA E PODEROSA

Aura (AURA33): small cap que pode saltar 50% está no pódio das ações para investir em dezembro segundo 9 analistas

7 de dezembro de 2025 - 14:06

Aura Minerals (AURA33) pode quase dobrar a produção; oferece exposição ao ouro; paga dividendos trimestrais consistentes e negocia com forte desconto.

ILEGAIS

CVM suspende 6 empresas internacionais por irregularidades na oferta de investimentos a brasileiros; veja quais são

6 de dezembro de 2025 - 12:39

Os sites, todos em português, se apresentam como plataformas de negociação em mercados globais, com ativos como moedas estrangeiras, commodities, metais, índices, ETFs, ações, criptoativos e outros

Menu

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies

Fechar