Ibovespa calibrado: BlackRock lançará dois ETFs para investir em ações brasileiras de um jeito novo
Fundos EWBZ11 e CAPE11 serão listados no dia 30 de junho e fazem parte da estratégia da gestora global para conquistar mais espaço nas carteiras domésticas
A BlackRock, uma das maiores gestoras de ativos do mundo, com US$ 11,5 trilhões de ativos, está de olho no mercado local e quer ganhar mais espaço nas carteiras dos brasileiros.
Seus principais produtos, no Brasil e no mundo, são os fundos negociados em bolsa (ETFs, na sigla em inglês). Dois dos três maiores ETFs do Brasil já são da BlackRock: o BOVA11 e o SMAL11.
O BOVA11 replica o principal índice de ações do país, o Ibovespa. O fundo espelha completamente o índice, em termos de composição e peso para cada ação. O mesmo vale para o SMAL11, que replica o índice de small caps brasileiras.
- VEJA TAMBÉM: Quer ter acesso em primeira mão às informações mais quentes do mercado? Entre para o clube de investidores do Seu Dinheiro sem mexer no seu bolso
Embora os dois sejam de ações brasileiras, a gestora tem um nome mais forte no contexto internacional. O grande volume de ETFs que tem listados no Brasil são de índices e ações estrangeiras.
Agora, a BlackRock quer expandir suas opções de fundos de ações brasileiras. Segundo a gestora, é uma questão de complemento de portfólio e maior disponibilidade de produtos para diversificação entre os investidores do Brasil, que investem predominantemente em ativos locais.
Ibovespa com pesos iguais
Os dois novos ETFs da BlackRock serão versões diferenciadas do Ibovespa — algo como um Ibovespa turbinado e calibrado.
Leia Também
Turbinado porque os dois fundos terão como base o novo índice da B3, o Ibovespa B3 BR+. Este índice abrange as principais ações listadas no Ibovespa, mas complementa o portfólio com os recibos de ações (BDRs) de empresas listadas no exterior.
Nomes como XP (XPBR31), Nubank (ROXO34) e PagSeguro (PAGS34) fazem parte do índice por meio de seus BDRs.
Porém, a metodologia do Ibovespa B3 BR+ faz com que cada ação tenha um peso no índice, que corresponde principalmente ao volume de negociação em bolsa. Com isso, Itaú (ITUB4), por exemplo, tem 7% de peso, Vale (VALE3) tem 8%, Petrobras (PETR4) tem 5% e Nubank tem 10%.
“Tem investidor que não quer uma exposição excessiva a essas ações, mas quer ter uma cesta mais completa que reflita a economia brasileira. Vimos muito isso nos Estados Unidos no ano passado e tivemos a ideia de trazer esse produto para o Brasil”, diz Bruno Barino, country manager da BlackRock Brasil.
Barino se refere ao fenômeno das Sete Magníficas dos EUA, que dominaram as negociações do S&P 500 em 2024 e, atualmente, têm o maior peso no índice.
Nesse sentido, os dois novos ETFs da BlackRock trabalham com o conceito de equal weight (pesos iguais) entre as ações.
Vem aí: ETFs EWBZ11 e CAPE11
O primeiro é o ETF EWBZ11 (iShares Bovespa BR+ Equal Weight B3). Este fundo irá replicar o Ibovespa B3 BR+, atribuindo pesos iguais a todas as ações. Isso significa que, ao invés de grandes companhias dominarem o fundo, o peso delas será diluído, proporcionando um maior equilíbrio entre as empresas.
Barino defende que isso muda completamente a relação “risco x retorno” do fundo. Sem a concentração em commodities, por exemplo, o índice se torna menos volátil em relação ao preço do petróleo, por exemplo.
“Você tem um equilíbrio maior entre empresas e setores, que trabalha de forma diferente com as janelas de oportunidade. É um complemento significativo para as carteiras”, disse Barino.
O segundo ETF da BlackRock é o CAPE11 (iShares Bovespa BR+ 5% Cap B3). Ele trabalha com o mesmo conceito de pesos iguais para o Ibovespa B3 BR+, porém, com uma regra diferente: um limite máximo de 5% de peso por ação.
Esse teto permite uma maior concentração relativa em algumas empresas, ao mesmo tempo que assegura uma ponderação e diversificação eficiente entre os nomes mais líquidos do mercado.
A escolha dos 5% foi trabalhada por meio de modelos de testes e histórico de comportamento do Ibovespa, segundo a BlackRock. Também foram testados valores de 3%, 7% e 11%.
Os dois ETFs começam a ser negociados na B3 na segunda-feira, 30 de junho.
A negociação de ETFs funciona da mesma forma que as negociações de ações: a compra e venda é feita por meio das ordens no home broker e os preços oscilam conforme as negociações. A diferença é que não se trata de uma única ação, mas de uma cesta de ações.
- LEIA MAIS: Hora de ajustar a rota – evento “Onde investir no 2º semestre” vai reunir gigantes do mercado financeiro para revelar oportunidades de investimento
De olho no potencial
Segundo a BlackRock, os investidores pessoas físicas do Brasil ainda não destravaram todo o potencial dos ETFs.
A gestora afirma que o mercado de fundos passivos tem crescido aos poucos no país, mas, se acontecer como foi nos EUA, vai chegar um momento em que destrava e o boom acontece.
Diferentemente dos fundos de investimentos, os ETFs são fundos chamados de “gestão passiva”, em que não há mudanças significativas na carteira, com a escolha selecionada de ativos de tempos em tempos. Esses fundos apenas replicam índices que ativos que já existem.
Como mencionado, o BOVA11, por exemplo, replica o Ibovespa. Outro ETF grande da BlackRock no Brasil é o IVVB11, que replica o índice de tecnologia dos Estados Unidos, Nasdaq.
Também é possível trabalhar com estratégias setoriais por meio dos ETFs: há fundos de commodities, de países, de dividendos, temáticos (energia nuclear, veículos elétricos), de criptomoedas, entre outros.
A BlackRock é uma das maiores do mundo nesta estratégia e quer aumentar a sua capilaridade no Brasil. Os novos fundos de ativos brasileiros fazem parte desse plano, e a gestora afirmou que até o fim de 2025 novos produtos nesse sentido também devem ser lançados.
Os FIIs mais lucrativos do ano: shoppings e agro lideram altas que chegam a 144%
Levantamento mostra que fundos de shoppings e do agronegócio dominaram as maiores valorizações, superando com sobra o desempenho do IFIX
Gestora aposta em ações ‘esquecidas’ do Ibovespa — e faz o mesmo com empresas da Argentina
Logos Capital acumula retorno de quase 100% no ano e está confiante com sua carteira de ações
Ibovespa retoma ganhos com Petrobras (PETR4) e sobe 2% na semana; dólar cai a R$ 5,2973
Na semana, MBRF (MBRF3) liderou os ganhos do Ibovespa com alta de mais de 32%, enquanto Hapvida (HAPV3) foi a ação com pior desempenho da carteira teórica do índice, com tombo de 40%
Depois do balanço devastador da Hapvida (HAPV3) no 3T25, Bradesco BBI entra ‘na onda de revisões’ e corta preço-alvo em quase 50%
Após reduzir o preço-alvo das ações da Hapvida (HAPV3) em quase 50%, o Bradesco BBI mantém recomendação de compra, mas com viés cauteloso, diante de resultados abaixo das expectativas e pressões operacionais para o quarto trimestre
Depois de escapar da falência, Oi (OIBR3) volta a ser negociada na bolsa e chega a subir mais de 20%
Depois de a Justiça reverter a decisão que faliu a Oi atendendo um pedido do Itaú, as ações voltaram a ser negociadas na bolsa depois de 3 pregões de fora da B3
Cogna (COGN3), C&A (CEAB3), Cury (CURY3): Veja as 20 empresas que mais se valorizaram no Ibovespa neste ano
Companhias de setores como educação, construção civil e bancos fazem parte da lista de ações que mais se valorizaram desde o começo do ano
Com rentabilidade de 100% no ano, Logos reforça time de ações com ex-Itaú e Garde; veja as 3 principais apostas da gestora na bolsa
Gestora independente fez movimentações no alto escalão e destaca teses de empresas que “ficaram para trás” na B3
A Log (LOGG3) se empolgou demais? Possível corte de payout de dividendos acende alerta, mas analistas não são tão pessimistas
Abrir mão de dividendos hoje para acelerar projetos amanhã faz sentido ou pode custar caro à desenvolvedora de galpões logísticos?
A bolha da IA pode estourar onde ninguém está olhando, alerta Daniel Goldberg: o verdadeiro perigo não está nas ações
Em participação no Fórum de Investimentos da Bradesco Asset, o CIO da Lumina chamou atenção para segmento que está muito exposto aos riscos da IA… mas parece que ninguém está percebendo
A bolsa ainda está barata depois da disparada de 30%? Pesquisa revela o que pensam os “tubarões” do mercado
Empiricus ouviu 29 gestoras de fundos de ações sobre as perspectivas para a bolsa e uma possível bolha em inteligência artificial
De longe, a maior queda do Ibovespa: o que foi tão terrível no balanço da Hapvida (HAPV3) para ações desabarem mais de 40%?
Os papéis HAPV3 acabaram fechando o dia com queda de 42,21%, cotados a R$ 18,89 — a menor cotação e o menor valor de mercado (R$ 9,5 bilhões) desde a entrada da companhia na B3, em 2018
A tormenta do Banco do Brasil (BBAS3): ações caem com balanço fraco, e analistas ainda não veem calmaria no horizonte
O lucro do BB despencou no 3T25 e a rentabilidade caiu ao pior nível em décadas; analistas revelam quando o banco pode começar a sair da tempestade
Seca dos IPOs na bolsa vai continuar mesmo com Regime Fácil da B3; veja riscos e vantagens do novo regulamento
Com Regime Fácil, companhias de menor porte poderão acessar a bolsa, por meio de IPOs ou emissão dívida
Na onda do Minha Casa Minha Vida, Direcional (DIRR3) tem lucro 25% maior no 3T25; confira os destaques
A rentabilidade (ROE) anualizada chegou a 35% no entre julho e setembro, mais um recorde para o indicador, de acordo com a incorporadora
O possível ‘adeus’ do Patria à Smart Fit (SMFT3) anima o JP Morgan: “boa oportunidade de compra”
Conforme publicado com exclusividade pelo Seu Dinheiro na manhã desta quarta-feira (12), o Patria está se preparando para se desfazer da posição na rede de academias, e o banco norte-americano não se surpreende, enxergando uma janela para comprar os papéis
Forte queda no Ibovespa: Cosan (CSAN3) desaba na bolsa depois de companhia captar R$ 1,4 bi para reforçar caixa
A capitalização visa fortalecer a estrutura de capital e melhorar liquidez, mas diluição acionária preocupa investidores
Fundo Verde diminui exposição a ações no Brasil, apesar de recordes na bolsa de valores; é sinal de atenção?
Fundo Verde reduz exposição a ações brasileiras, apesar de recordes na bolsa, e adota cautela diante de incertezas globais e volatilidade em ativos de risco
Exclusivo: Pátria prepara saída da Smart Fit (SMFT3); leilão pode movimentar R$ 2 bilhões, dizem fontes
Venda pode pressionar ações após alta de 53% no ano; Pátria foi investidor histórico e deve zerar participação na rede de academias.
Ibovespa atinge marca histórica ao superar 158 mil pontos após ata do Copom e IPCA; dólar recua a R$ 5,26 na mínima
Em Wall Street, as bolsas andaram de lado com o S&P 500 e o Nasdaq pressionados pela queda das big techs que, na sessão anterior, registraram fortes ganhos
Ação da Isa Energia (ISAE4) está cara, e dividendos não saltam aos olhos, mas endividamento não preocupa, dizem analistas
Mercado reconhece os fundamentos sólidos da empresa, mas resiste em pagar caro por uma ação que entrega mais prudência do que empolgação; veja as projeções
