As maiores altas e quedas do Ibovespa em abril: alívio nos juros foi boa notícia para ações, mas queda no petróleo derrubou petroleiras
Os melhores desempenhos são puxados principalmente pela perspectiva de fechamento da curva de juros, e azaradas do mês caem por conta da guerra comercial entre EUA e China
O Ibovespa, principal índice da B3, fechou abril em alta de 3,69%, aos 135.066 pontos. E entre as ações do índice, houve claros vencedores e perdedores.
O Pão de Açúcar (PCAR3) acumulou 35,9% de alta, numa liderança apertada em relação ao segundo colocado, a LWSA (LSWA3), ex-Locaweb, com alta de 35,58%.
Os melhores desempenhos são puxados principalmente pela perspectiva de fechamento da curva de juros, diante da virada nas expectativas para a Selic nas próximas reuniões do Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom).
- VEJA MAIS: A temporada de balanços do 1T25 começou – veja como receber análises dos resultados das empresas e recomendações de investimentos
Em abril, o mercado passou a esperar altas menores para a taxa básica de juros e até mesmo um início de queda já no fim do ano.
Já entre as azaradas do mês, a aérea Azul (AZUL4) lidera as piores performances, com queda de 55,32%, uma diferença dantesca da “medalha de alumínio”, Brava (BRAV3), com recuo de 24,89%.
A companhia aérea caiu devido à reação do mercado aos esforços da empresa para lidar com seus desafios financeiros em um setor hipercompetitivo como a aviação.
Leia Também
No caso da Brava, a baixa é atribuída à perspectiva de desaceleração econômica global, derrubando o preço do barril Brent. Isso impactou diretamente o desempenho das petroleiras na B3 neste último mês.
As ações com melhores desempenhos na B3
1º lugar – Pão de Açúcar (PCAR3)
O grupo Pão de Açúcar saiu como a empresa com maior alta, com 35,9% em abril. Diferente das demais, a medalha de ouro teve sua disparada motivada pelas expectativas por mudanças no conselho de administração da varejista.
No fim de março, o Saint Germain, fundo de investimento controlado pelo empresário Nelson Tanure, solicitou a convocação de assembleia geral extraordinária visando a promover trocas no alto escalão.
- E MAIS: Analista dá o veredito sobre as ações da Vale (VALE3) após o resultado fraco no 1T25; confira
A eleição ocorrerá em assembleia geral extraordinária convocada para a próxima semana, no dia 5 de maio.
O BTG Pactual tem recomendação neutra para as ações PCAR3 e estima o preço-alvo em R$ 4.
2º lugar – LWSA (LWSA3)
A medalha de prata vai para a LWSA (LWSA3), a primeira do ranking a ter seu desempenho puxado pelo fechamento da curva de juros, segundo Max Bohm, diretor de estratégia da Nomos Investimentos.
“Empresas como a LWSA, que são sensíveis aos juros, tendem a ter uma boa performance quando há essa inclinação dos investidores para empresas domésticas”, afirma.
Em 2024, a LWSA3 reportou um prejuízo líquido de R$ 17,5 milhões no quarto trimestre, 61,2% menor do que o registrado no mesmo período do ano anterior.
- VEJA MAIS: Ação brasileira da qual ‘os gringos gostam’ tem potencial para subir mais de 20% em breve; saiba o porquê
O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) totalizou R$ 63,6 milhões no período, uma alta de 2,1% na base anual.
O BTG não considera a projeção para o primeiro trimestre deste ano inspiradora e considera o possível crescimento de 10% na receita líquida já precificado.
Portanto, não alterou o preço-alvo de R$ 7, com potencial de valorização de mais de 150%. O banco mantém a recomendação de compra.
3º lugar – Azzas (AZZA3)
Fechando o pódio de abril, a Azzas 2154 (AZZA3) encerrou abril com valorização acumulada de 28,9%. A empresa foi criada a partir da fusão entre a Arezzo e o Grupo Soma.
A Azzas 2154 registrou lucro líquido recorrente de R$ 168,9 milhões entre setembro e dezembro, 35,8% menor do que o reportado no mesmo período de 2023.
Em março, a empresa sofreu forte queda na bolsa em razão de rumores sobre o possível “divórcio” de seus principais executivos, além ded uma eventual cisão.
No mês de abril, os papéis AZZA3 viram uma recuperação deste movimento.
Na visão do Citi, a separação dos negócios é “improvável” e, se acontecer, será “destrutiva” para o valor da companhia, pelo menos num primeiro momento. Apesar disso, o Citi mantém a recomendação de compra das ações AZZA3, com preço-alvo de R$ 42.
4º lugar – Localiza (RENT3)
A Localiza (RENT3) pode não ter entrado no pódio, mas ainda está entre as maiores altas de abril. A locadora de carros encerrou o mês com 27,9% de alta após voltar ao radar dos investidores.
Segundo o Itaú BBA, a RENT3 é beneficiada por uma combinação de fatores: alta de 25% das ações em março; valorização do real ante o dólar — com as incertezas em torno das tarifas de importação nos Estados Unidos — e investidores procurando nomes beta (métrica de volatilidade de uma ação) para os portfólios.
- VEJA MAIS: Como declarar os seus investimentos? Guia gratuito do Seu Dinheiro ensina como acertar as contas com o Leão
Os analistas do banco também destacam que a visão positiva é sustentada pelos resultados do quarto trimestre, que agradaram os analistas. O Itaú BBA tem recomendação de compra com preço-alvo de R$ 50.
5º lugar – Yduqs (YDUQ3)
O quinto lugar consolida a forte recuperação do setor de educação, que vem passando por processos de reestruturação desde a pandemia, como um sucesso.
A Yduqs (YDUQ3) fecha o top 5 deste mês registrando uma ascensão de 27,5%, resultado também dos juros futuros mais baixos e da melhora nos resultados operacionais.
Analistas do Bank of America (BofA) apontaram a YDUQ3 como a preferida do banco entre as empresas do setor listadas na B3, em especial por possuir mais espaço para a reavaliação, aponta o banco.
- VEJA MAIS: Momento pode ser de menos defensividade ao investir, segundo analista; conheça os ativos mais promissores para comprar em abril
O lucro por ação consensual para 2025, de R$ 1,55, está abaixo da faixa de guidance, de R$ 1,70, segundo o BofA.
“Em nossa visão, o consenso ainda não reflete a recente gestão de passivos [da Yduqs], que reduziu o spread do custo da dívida para 1,2% ante 1,7% no quarto trimestre de 2023, o que ajuda a compensar parcialmente o ambiente de juros altos”, afirmam os analistas do BofA.
Com isso, o banco manteve sua indicação de compra para os papéis e elevou o preço-alvo de R$ 15 para R$ 18.
O importante é competir: as ações com os piores desempenhos na B3
1º lugar – Azul (AZUL4)
Agora, liderando o ranking que nenhuma empresa gostaria de estar, a Azul (AZUL4) sai na frente das maiores baixas. Só em abril, a empresa acumulou queda de 55,3% no valor das ações.
O mercado vem reagindo mal ao anúncio de um aumento de capital de R$ 1,6 bilhão, considerado insuficiente para enfrentar os desafios financeiros da companhia.
Desde outubro de 2023, a Azul vem tentando estabelecer acordos e negociações com credores para resolver parte de sua dívida bilionária, que chegou ao fim de 2024 totalizando R$ 29,6 bilhões. Ainda assim, a empresa conseguiu chegar até aqui evitando uma recuperação judicial.
Outro fator que empurra a empresa endividada para a lanterna do ranking é sua atuação em um setor muito difícil de operar no longo prazo e que não gerou valor significativo para o seu acionista, seja via dividendos, seja via crescimento ou recompra.
O BTG Pactual tem recomendação neutra para a ação, com preço-alvo de R$ 17.
2º lugar – Brava (BRAV3)
Se no ranking das melhores ações as empresas eram de vários segmentos, o das piores, após a Azul, será monotemático. As empresas ligadas ao petróleo ocupam do segundo ao quarto lugar nas piores performances da Bolsa.
O desempenho ruim do setor de petróleo é atribuído à perspectiva de desaceleração econômica global, que derrubou a expectativa de demanda pelo petróleo e, consequentemente, o preço do barril Brent. Isso impactou diretamente a expectativa de geração de caixa dessas empresas.
O motivo da perspectiva de desaceleração é o tarifaço do presidente norte-americano Donald Trump às importações, particularmente a guerra comercial travada com a China.
Com isso, a Brava Energia acumulou queda de 24,8% em abril. De acordo com relatório do Goldman Sachs, o cenário macroeconômico não favorece as ações da empresa.
- VEJA MAIS: ‘Efeito Trump’ na bolsa pode gerar oportunidades de investimento: conheça as melhores ações internacionais para comprar agora, segundo analista
Entre os principais pontos levantados sobre a companhia está a sensibilidade ao preço do petróleo, já que a Brava é particularmente vulnerável a flutuações. Isso significa que, se os preços do petróleo caírem, a empresa provavelmente será mais afetada do que seus pares.
O banco também considerou o perfil de fluxo de caixa livre da Brava menos atraente em comparação com outras empresas do setor, tanto para 2025 quanto para 2026.
O Goldman Sachs rebaixou as ações da empresa para venda, e o preço-alvo foi reduzido de R$ 23 para R$ 20,60.
3º lugar – PetroReconcavo (RECV3)
Seguindo a onda das petroleiras, a PetroReconcavo (RECV3) ocupa o terceiro lugar com uma queda de 22,20% nas suas ações em abril.
Segundo o time de análise da Rico, a RECV3 deve adotar uma postura mais conservadora com dividendos, embora seus rendimentos permaneçam positivos em 2025.
Apesar do desempenho e das expectativas, o BTG Pactual mantém a recomendação de compra da PetroReconcavo, com preço-alvo de R$ 25.
4º lugar – Petrobras (PETR3 e PETR4)
Nem mesmo a estatal queridinha de muitos escapou do tombo das petroleiras em abril. A queda do petróleo cobrou o seu preço, assim como o relatório operacional divulgado na última terça-feira (29), indicando pouca variação na produção da Petrobras (PETR4).
Os papéis ordinários (PETR3) despencaram 21,48% em abril, enquanto os preferenciais (PETR4) tombaram 19,38%.
As vendas de petróleo para os EUA recuaram no primeiro trimestre de 2025 em relação ao mesmo período de 2024, passando de 7% do total embarcado para 4%. No quarto trimestre de 2024, os norte-americanos receberam 9% do total exportado pela estatal.
As vendas para a China representaram 36% do total, contra 46% no primeiro trimestre de 2024 e 30% no quarto trimestre de 2024. A Europa ficou com 27% das exportações da Petrobras no período, ante 31% no mesmo período do ano anterior.
Não há consenso em torno das recomendações das ações da Petrobras neste momento.
Dividendos da Petrobras em perigo? como desaceleração global pode afetar companhia
O Citi, por exemplo, tem indicação neutra, com preço-alvo para os ADRs (os papéis negociados em Nova York) de US$ 14. Já o Safra tem recomendação "outperform" (equivalente a compra) para as ações preferenciais da estatal, com preço-alvo de R$ 48.
Na mesma linha, o Itaú BBA tem recomendação de compra com preço-alvo de R$ 43 para os papéis negociados na B3.
5º lugar – Prio (PRIO3)
Por fim, a Prio (PRIO3) ficou em último lugar no ranking das piores performances na B3 em abril, com uma derrapada de 14,87% nas ações.
Apesar de figurar no lado negativo da lista, a petroleira vem apresentando um bom desempenho neste ano e ocupa essa posição devido basicamente à queda do petróleo no mercado internacional.
As projeções de resultados esperados para o primeiro trimestre de 2025 indicam uma receita líquida de US$ 695 milhões, um Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado de US$ 473 milhões e um lucro líquido recorrente de US$ 239 milhões.
- E MAIS: Empresa brasileira que pode ‘surpreender positivamente’ é uma das 10 melhores ações para comprar agora – confira recomendação
O banco BTG Pactual também divulgou relatório hoje, afirmando que tem a Prio como nome favorito entre as ‘junior oils’.
“Prio é nosso nome preferido, beneficiada por forte geração de fluxo de caixa para o acionista, maior eficiência de custos e melhor execução comercial”, escreveram os analistas do banco.
Este seria um bom ponto de entrada, de acordo com os analistas, para os investidores focados no médio prazo: “O valuation atual das juniors oferece pontos de entrada atrativos para investidores focados no médio prazo.”
Com isso, a Prio tem recomendação de compra pelo BTG, com preço-alvo de R$ 68.
Do céu ao inferno: Ibovespa tem a maior queda desde 2021; dólar e juros disparam sob “efeito Flávio Bolsonaro”
Até então, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, era cotado como o mais provável candidato da direita, na avaliação do mercado, embora ele ainda não tivesse anunciado a intenção de concorrer à presidência
Pequenas e poderosas: Itaú BBA escolhe as ações small cap com potencial de saltar até 50% para carteira de dezembro
A Plano & Plano (PLP3) tem espaço para subir até 50,6%; já a Tenda (TEND3) pode ter valorização de 45,7%
Ibovespa sobe 1,65% e rompe os 164 mil pontos em forte sequência de recordes. Até onde o principal índice da bolsa pode chegar?
A política monetária, com o início do ciclo de cortes da Selic, é um dos gatilhos para o Ibovespa manter o sprint em 2026, mas não é o único; calculamos até onde o índice pode chegar e explicamos o que o trouxe até aqui
Ibovespa vai dar um salto de 18% e atingir os 190 mil pontos com eleições e cortes na Selic, segundo o JP Morgan
Os estrategistas reconhecem que o Brasil é um dos poucos mercados emergentes com um nível descontado em relação à média histórica e com o múltiplo de preço sobre lucro muito mais baixo do que os pares emergentes
Empresas listadas já anunciaram R$ 68 bilhões em dividendos do quarto trimestre — e há muito mais por vir; BTG aposta em 8 nomes
Levantamento do banco mostra que 23 empresas já anunciaram valor ordinários e extraordinários antes da nova tributação
Pátria Malls (PMLL11) vai às compras, mas abre mão de parte de um shopping; entenda o impacto no bolso do cotista
Somando as duas transações, o fundo imobiliário deverá ficar com R$ 40,335 milhões em caixa
BTLG11 é destronado, e outros sete FIIs disputam a liderança; confira o ranking dos fundos imobiliários favoritos para dezembro
Os oito bancos e corretoras consultados pelo Seu Dinheiro indicaram três fundos de papel, dois fundos imobiliários multiestratégia e dois FIIs de tijolo
A bolsa não vai parar: Ibovespa sobe 0,41% e renova recorde pelo 2º dia seguido; dólar cai a R$ 5,3133
Vale e Braskem brilham, enquanto em Nova York, a Microsoft e a Nvidia tropeçam e terminam a sessão com perdas
Vai ter chuva de dividendos neste fim de ano? O que esperar das vacas leiteiras da bolsa diante da tributação dos proventos em 2026
Como o novo imposto deve impactar a distribuição de dividendos pelas empresas? O analista da Empiricus, Ruy Hungria, responde no episódio desta semana do Touros e Ursos
Previsão de chuva de proventos: ação favorita para dezembro tem dividendos extraordinários no radar; confira o ranking completo
Na avaliação do Santander, que indicou o papel, a companhia será beneficiada pelas necessidades de capacidade energética do país
Por que o BTG acha que RD Saúde (RADL3) é uma das maiores histórias de sucesso do varejo brasileiro em 20 anos — e o que esperar para 2026
Para os analistas, a RADL3 é o “compounder perfeito”; entenda como expansão, tecnologia e medicamentos GLP-1 devem fortalecer a empresa nos próximos anos
A virada dos fundos de ações e multimercados vem aí: Fitch projeta retomada do apetite por renda variável no próximo ano
Após anos de volatilidade e resgates, a agência de risco projeta retomada gradual, impulsionada por juros mais favorável e ajustes regulatórios
As 10 melhores small caps para investir ainda em 2025, segundo o BTG
Enquanto o Ibovespa disparou 32% no ano até novembro, o índice Small Caps (SMLL) saltou 35,5% no mesmo período
XP vê bolsa ir mais longe em 2026 e projeta Ibovespa aos 185 mil pontos — e cinco ações são escolhidas para navegar essa onda
Em meio à expectativa de queda da Selic e revisão de múltiplos das empresas, a corretora espera aumento do fluxo de investidores estrangeiros e locais
A fome do TRXF11 ataca novamente: FII abocanha dois shoppings em BH por mais de R$ 257 milhões; confira os detalhes da operação
Segundo a gestora TRX, os imóveis estão localizados em polos consolidados da capital mineira, além de reunirem características fundamentais para o portfólio do FII
Veja para onde vai a mordida do Leão, qual a perspectiva da Kinea para 2026 e o que mais move o mercado hoje
Profissionais liberais e empresários de pequenas e médias empresas que ganham dividendos podem pagar mais IR a partir do ano que vem; confira análise completa do mercado hoje
O “ano de Troia” dos mercados: por que 2026 pode redefinir investimentos no Brasil e nos EUA
De cortes de juros a risco fiscal, passando pela eleição brasileira: Kinea Investimentos revela os fatores que podem transformar o mercado no ano que vem
Ibovespa dispara 6% em novembro e se encaminha para fechar o ano com retorno 10% maior do que a melhor renda fixa
Novos recordes de preço foram registrados no mês, com as ações brasileiras na mira dos investidores estrangeiros
Ibovespa dispara para novo recorde e tem o melhor desempenho desde agosto de 2024; dólar cai a R$ 5,3348
Petrobras, Itaú, Vale e a política monetária ditaram o ritmo dos negócios por aqui; lá fora, as bolsas subiram na volta do feriado nos EUA
Ações de Raízen (RAIZ4), Vibra (VBBR3) e Ultrapar (UGPA3) saltam no Ibovespa com megaoperação contra fraudes em combustíveis
Analistas avaliam que distribuidoras de combustíveis podem se beneficiar com o fim da informalidade no setor
