8 títulos de renda fixa isentos de imposto de renda para lucrar em cenário de alta de juros e inflação, segundo o BB-BI
Banco manteve indicações de novembro e acrescentou CRA da Marfrig e debênture da Eletrobras, diante da aversão a risco no mercado doméstico

Com o aumento da aversão ao risco no mercado doméstico após o anúncio do pacote de corte de gastos do governo na semana passada, o cenário demanda cautela do investidor. O pessimismo tomou conta da bolsa de valores e impulsionou o dólar e os juros futuros, derrubando também os preços dos títulos de renda fixa. Além disso, as previsões para a Selic e a inflação aumentaram.
Para o mercado, o pacote fiscal anunciado deve ter uma economia menor que os R$ 70 bilhões em dois anos projetados pelo governo, o que deve exigir do Banco Central uma política monetária ainda mais restritiva, com uma elevação da taxa básica de juros ainda maior que a esperada inicialmente.
Além disso, a alta dos juros e do dólar deve bater ainda mais na inflação, que também deve ser impulsionada caso a isenção de imposto de renda para quem ganha até R$ 5 mil por mês de fato saia do papel, liberando mais recursos para o consumo e aquecendo a demanda.
Assim, não só o mar não está para peixe na bolsa brasileira, como o cenário exige uma proteção extra contra a alta dos juros e também da inflação contratada à frente.
Proteção contra a alta dos juros e da inflação se mostra ainda mais importante
Neste sentido, o BB-BI destaca, em sua carteira recomendada de renda fixa privada para o mês de dezembro, a importância de o investidor investir em ativos indexados ao IPCA e ao CDI neste momento caracterizado pelo banco como "desafiador", a fim de se proteger da alta desses indicadores.
A instituição manteve as indicações dos mesmos ativos recomendados para novembro e acrescentou mais dois à carteira: um Certificado de Recebíveis do Agronegócio (CRA) emitido pela Marfrig e uma debênture emitida pela Eletrobras.
Leia Também
Rodolfo Amstalden: Falta pouco agora
Uma das justificativas para a manutenção da indicação dos demais papéis é, segundo o BB-BI, o fato de que seus emissores têm alta qualidade e uma estrutura financeira robusta, o que contribui para maior estabilidade em meio à volatilidade macroeconômica.
Vale lembrar que, com a desvalorização vista nos títulos de renda fixa indexados à inflação, abrem-se oportunidades de compra desses papéis, que passaram a prometer retornos ainda mais gordos para quem os levar ao vencimento.
Além disso, todos os títulos indicados pelo BB-BI são isentos de imposto de renda, o que os torna ainda mais robustos para proteger o valor investido contra a perda do poder de compra em razão de uma inflação elevada.
Confira abaixo os títulos selecionados pelo BB-BI para dezembro:
Tipo | Código | Emissor | Indexador | Vencimento | Investidor |
Debênture | TRPLA4 | Isa Energia Brasil | IPCA+ | 15/10/2033 | Público geral |
Debênture | EQUA11 | Equatorial | IPCA+ | 15/11/2036 | Qualificado* |
Debênture | JALL13 | Jalles | IPCA+ | 15/09/2032 | Público geral |
Debênture | JALL15 | Jalles | IPCA+ | 15/05/2034 | Público geral |
Debênture | ELET14 | Eletrobras | IPCA+ | 15/09/2031 | Público geral |
CRA | CRA022006N5 | Ipiranga | IPCA+ | 15/06/2032 | Público geral |
CRA | CRA024009Q4 | Marfrig | IPCA+ | 16/10/2034 | Público geral |
CRI | 24D2765586 | Cyrela | % CDI | 15/05/2028 | Público geral |
CRI | 22C1362141 | Grupo Mateus | IPCA+ | 17/07/2034 | Público geral |
Fonte: BB-BI
Duas novas recomendações de renda fixa para dezembro: debênture da Eletrobras e CRA da Marfrig
Os dois novos ativos incluídos na carteira recomendada de crédito privado do BB-BI refletem a busca do banco por diversificação setorial e exposição a companhias com forte perfil de crédito e presença consolidada em seus respectivos mercados de atuação, dizem os analistas.
O CRA da Marfrig foi escolhido porque o frigorífico tem "sólida geração de fluxo de caixa e posição global no setor de proteína animal".
Já a Eletrobras é um emissor que figurou entre as recomendações do BB-BI até setembro e que, neste mês, "além de apresentar boa relação risco versus retorno, voltou a atender os critérios de disponibilidade previstos em nosso processo de análise", diz o banco.
Isso porque um dos pré-requisitos de seleção de ativos pelo BB-BI é que o ativo atenda a um critério mínimo de volume disponível para investimento, para que tenham liquidez.
"Acreditamos que os novos ativos selecionados oferecem uma combinação atrativa de retorno e proteção contra a inflação, em alinhamento com nossa tese de investimentos, que busca qualidade e emissores com características defensivas", diz o relatório.
O gráfico a seguir, divulgado pelo BB-BI, demonstra o retorno extra projetado para os ativos indicados em relação aos títulos públicos Tesouro IPCA+ correspondentes, antes e depois de descontado o IR destes últimos:

Pontos de atenção
É importante ressaltar, no entanto, que títulos de crédito privado emitidos por empresas, como debêntures, CRI e CRA, não contam com proteção do Fundo Garantidor de Créditos (FGC), isto é, o investidor está exposto ao risco de crédito e à saúde financeira do emissor.
Assim, esses papéis são mais arriscados que títulos públicos e papéis bancários como CDBs, LCIs e LCAs, embora tenham potencial de retorno maior.
Além desse risco de calote mais elevado, os títulos de crédito privado têm risco de mercado, pois seus preços variam conforme as taxas de juros futuras e a demanda pelos papéis.
No caso dos títulos indexados à inflação, a alta nos juros futuros leva a uma elevação nos seus retornos, com uma consequente queda nos preços.
Quem leva os títulos até o vencimento, porém, recebe exatamente a rentabilidade contratada na compra, não ficando sujeito aos efeitos da flutuação de curto prazo.
Finalmente, o BB-BI alerta que suas recomendações de títulos de crédito privado são independentes umas das outras. Não se trata de uma carteira que vise a superar um índice de mercado específico, não sendo o investidor obrigado a investir em todos os ativos.
Trata-se apenas de títulos que apresentam boa relação de risco-retorno de acordo com os critérios dos analistas. Da mesma forma, a retirada de um ativo da carteira não representa uma recomendação de venda, apenas que ele não se mostra mais tão atrativo para compra.
Para Gabriel Galípolo, inflação, defasagens e incerteza garantem alta da Selic na próxima semana
Durante a coletiva sobre o Relatório de Estabilidade Financeira (REF) do segundo semestre de 2024, o presidente do Banco Central reafirmou o ciclo de aperto monetário e explicou o raciocínio por trás da estratégia
Quando o plano é não ter plano: Ibovespa parte dos 135 mil pontos pela primeira vez em 2025 em dia de novos dados sobre mercado de trabalho dos EUA
Investidores também se preparam para o relatório de produção e vendas da Petrobras e monitoram entrevista coletiva de Galípolo
Mesmo investimentos isentos de Imposto de Renda não escapam da Receita: veja por que eles precisam estar na sua declaração
Mesmo isentos de imposto, aplicações como poupança, LCI e dividendos precisam ser informadas à Receita; veja como declarar corretamente e evite cair na malha fina com a ajuda de um guia prático
Investimento alternativo ou vitória judicial: veja como declarar precatórios no imposto de renda
Se você recebeu o pagamento de um precatório no ano passado ou se investe nesse tipo de ativo alternativo, veja como informar a situação na sua declaração
Trump quer brincar de heterodoxia com Powell — e o Fed que se cuide
Criticar o Fed não vai trazer parceiros à mesa de negociação nem restaurar a credibilidade que Trump, peça por peça, vem corroendo. Se há um plano em andamento, até agora, a execução tem sido tudo, menos coordenada.
Copom busca entender em que nível e por quanto tempo os juros vão continuar restritivos, diz Galípolo, a uma semana do próximo ajuste
Em evento, o presidente do BC afirmou que a política monetária precisa de mais tempo para fazer efeito e que o cenário internacional é a maior preocupação do momento
Planos pré-feriado: Ibovespa se prepara para semana mais curta, mas cheia de indicadores e balanços
Dados sobre o mercado de trabalho no Brasil e nos EUA, balanços e 100 dias de Trump são os destaques da semana
Tem offshore? Veja como declarar recursos e investimentos no exterior como pessoa jurídica no IR 2025
Regras de tributação de empresas constituídas para investir no exterior mudaram no fim de 2023 e novidades entram totalmente em vigor no IR 2025
Agenda econômica: Balanços, PIB, inflação e emprego estão no radar em semana cheia no Brasil e no exterior
Semana traz IGP-M, payroll, PIB norte-americano e Zona do Euro, além dos últimos balanços antes das decisões de juros no Brasil e nos Estados Unidos de maio
Nova temporada de balanços vem aí; saiba o que esperar do resultado dos bancos
Quem abre as divulgações é o Santander Brasil (SANB11), nesta quarta-feira (30); analistas esperam desaceleração nos resultados ante o quarto trimestre de 2024, com impactos de um trimestre sazonalmente mais fraco e de uma nova regulamentação contábil do Banco Central
Agenda intensa: semana tem balanços de gigantes, indicadores quentes e feriado
Agenda da semana tem Gerdau, Santander e outras gigantes abrindo temporada de balanços e dados do IGP-M no Brasil e do PIB nos EUA
Sem banquete: ‘Mudança no Imposto de Renda é aperitivo, faltou o prato principal’, diz economista
Para pesquisador do Ipea, proposta de reforma do Imposto de Renda enviada pelo governo ao Congresso não contempla mudança estrutural.
Crédito do Trabalhador: BB anuncia mais de R$ 2,1 bilhões em desembolsos no empréstimo consignado
Programa de crédito consignado do BB prevê uso da rescisão e do FGTS para quitação do empréstimo em caso de demissão.
Receita Federal vai pagar lote residual de restituição do Imposto de Renda para mais de 279 mil contribuintes; veja como consultar
A consulta ao lote residual da Receita Federal já está liberado e o pagamento deve cair na conta dos contribuintes na próxima quarta-feira (30)
Vai dar zebra no Copom? Por que a aposta de uma alta menor da Selic entrou no radar do mercado
Uma virada no placar da Selic começou a se desenhar a pouco mais de duas semanas da próxima reunião do Copom, que acontece nos dias 6 e 7 de maio
Deixa a bolsa me levar: Ibovespa volta a flertar com máxima histórica em dia de IPCA-15 e repercussão de balanço da Vale
Apesar das incertezas da guerra comercial de Donald Trump, Ibovespa está a cerca de 2% de seu recorde nominal
Como declarar recursos e investimentos no exterior como pessoa física no imposto de renda 2025
Tem imóvel na Flórida? Investe por meio de uma corretora gringa? Bens e rendimentos no exterior também precisam ser informados na declaração de imposto de renda; veja como
Tudo tem um preço: Ibovespa tenta manter o bom momento, mas resposta da China aos EUA pode atrapalhar
China nega que esteja negociando tarifas com os Estados Unidos e mercados internacionais patinam
É investimento no Brasil ou no exterior? Veja como declarar BDR no imposto de renda 2025
A forma de declarar BDR é similar à de declarar ações, mas há diferenças relativas aos dividendos distribuídos por esses ativos
Agora 2025 começou: Ibovespa se prepara para seguir nos embalos da festa do estica e puxa de Trump — enquanto ele não muda de ideia
Bolsas internacionais amanheceram em alta nesta quarta-feira diante dos recuos de Trump em relação à guerra comercial e ao destino de Powell