Argentina: greve geral coloca à prova a “terapia de choque” de Milei para a economia — e governo reage com mão de ferro
Milhares de trabalhadores argentinos foram convocados pela Confederação General del Trabajo (CGT) — alinhada pela oposição — o maior e mais influente sindicato da Argentina

Terapia de choque é um tratamento psiquiátrico, mas também é um termo usado para definir políticas que devem ser implementadas simultaneamente para liberalizar a economia — exatamente o que o presidente Javier Milei pretende para a Argentina.
Acontece que esse plano vem encontrando obstáculos políticos, na justiça e agora nas ruas. O maior grupo sindical da Argentina preparou para esta quarta-feira (24) uma greve geral nacional para protestar contra a agenda econômica “chocante” de Milei.
Milhares de trabalhadores argentinos foram convocados pela Confederação General del Trabajo (CGT) — alinhada pela oposição — o maior e mais influente sindicato da Argentina, e outras forças sindicais.
A paralisação é um teste importante para Milei, que anunciou medidas abrangentes para desregulamentar a terceira maior economia da América Latina.
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A reação de Milei à greve na Argentina
A reação de Milei à greve nacional teria sido uma das piores possível, de acordo com a imprensa argentina.
Por lá, circula a informação de que o governo teria decidido reduzir um dia de pagamento de cada funcionário público que participar da paralisação.
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Além disso, a administração de Milei teria estabelecido uma linha anônima gratuita para as pessoas denunciarem “ameaças e pressões” sobre os trabalhadores para que se afastassem de seus empregos.
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O exército de ministros de Milei fazem pressão
Se, para o argentino comum, Milei estuda penalidades financeiras, para autoridades, o presidente argentino colocou seu exército de ministros para fazer pressão.
Logo nas primeiras horas da greve geral, a ministra da Segurança Nacional da Argentina, Patricia Bullrich, mirou diretamente no governador da província de Buenos Aires, Axel Kicillof, por aderir à medida de força.
“Gostaríamos que ele estivesse trabalhando e não indo para uma mobilização”, disse. “Ele é governador e como tal tem que fazer cumprir a lei e não violá-la, porque o exemplo se espalha e assim temos o problema que temos na província de Buenos Aires”, acrescentou Bullrich.
“Não há greve que nos detenha. Sindicalistas mafiosos, gestores da pobreza, juízes cúmplices e políticos corruptos, todos defendendo os seus privilégios, resistindo à mudança que a sociedade decidiu democraticamente e que o presidente Milei lidera com determinação. Não há greve que nos pare, não há ameaça que nos intimide”, disse Bullrich no X.
O ministro da Economia da Argentina, Luis Caputo, também fez pressão sobre Kicillof. “Caso haja alguma dúvida, Axel Kicillof também é adicionado [à medida de força]. Nunca esteve tão claro para a sociedade que estamos enfrentando uma greve política por ameaçarmos alguns privilégios.”
A reação do governo não ficou sem resposta. O chefe-geral da Associação dos Trabalhadores do Estado (ATE), Rodolfo Aguiar, disse: “Se as greves não param vocês, os paus não vão nos parar”.
Depois disso ele continuou: “E se você fala de cúmplices e de corruptos, é melhor olhar para aqueles que hoje compõem o seu governo”.
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