Ultrapar (UGPA3) dobra lucro no segundo trimestre, mas ações caem forte na B3 após balanço e anúncio de dividendos. O que ‘deu errado’?
A Ultrapar teve lucro líquido de R$ 491 milhões, uma alta de 106%; analistas explicam o que decepcionou o mercado e o que fazer com a ação
Nem o anúncio da distribuição milionária de dividendos foi suficiente para animar os investidores do Grupo Ultra (UGPA3), a Ultrapar, dona das marcas Ultragaz, Ultracargo e Ipiranga.
Nesta quinta-feira (08), as ações da companhia amargam queda na B3, se destacando entre as maiores baixas da bolsa brasileira. Às 13h25, os papéis caíam 6,28%, a R$ 22,39.
O mercado repercute hoje os resultados do segundo trimestre de 2024 da Ultrapar, que foram divulgados na noite de ontem.
Embora tenha registrado uma alta de 89% no lucro, os analistas do BTG, Itaú BBA e BB Investimentos mantiveram a recomendação equivalente a “neutra” para a ação da Ultrapar, que decepcionou em alguns pontos no balanço trimestral.
- Receba em primeira mão as análises dos balanços do 2T24. Clique aqui e acesse relatórios de investimentos gratuitos, feitos pelos profissionais da Empiricus Research.
Os números da Ultrapar (UGPA3) no segundo trimestre de 2024
Segundo o balanço financeiro, a Ultrapar teve lucro líquido de R$ 491 milhões no segundo trimestre, uma alta de 106% em relação ao mesmo trimestre do ano passado.
Já a receita líquida da holding do grupo Ultra subiu 9%, para R$ 32,3 bilhões. O Ebitda – lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização – subiu 39%, a R$ 1,3 bilhão.
Leia Também
A companhia foi beneficiada pela melhora da Ipiranga, que vem passando por um um processo de reestruturação com foco em recuperação e rentabilidade.
As receitas da distribuidora de combustíveis cresceram 11%, para R$ 29,4 bilhões. O Ebitda ajustado foi de R$ 817 milhões, um crescimento de 76% em termos anuais.
Dinâmica similar ao primeiro trimestre, mas Ipiranga pior do que o esperado
Em um relatório assinado pelo analista de investimentos Daniel Cobucci, o BB Investimentos (BB-BI) destaca que a Ultrapar teve uma dinâmica semelhante ao primeiro trimestre, com bons números na Ultracargo e avanço contido na Ultragaz.
Entretanto, embora o volume de vendas da Ipiranga tenha aumentado, o analista destaca a “decepção” com os números da margem do Ebitda recorrente, de R$ 133/m3, 5% menor t/t e também 5% abaixo dos R$ 140/m3 reportados ontem pela concorrente Vibra.
Além disso, houve um aumento nas despesas operacionais, com pessoal, depreciação, frete (maior volume de vendas) e despesas pontuais com mudança de escritório.
“Do lado positivo, vemos uma continuidade da boa alocação de capital, com boas aquisições que, neste trimestre, se referem à compra de 51,7% de participação da Witzler, companhia que atua na comercialização de energia elétrica no mercado livre”, diz o relatório.
Ainda assim, o BB-BI acredita que os resultados piores do que o esperado da Ipiranga indicam ganho de volumes e perda de margens. Segundo a instituição, isso “pode resultar em ganho de market share, mas às custas de uma rentabilidade menor.
O BB-BI manteve a recomendação “Neutra” para UGPA3, com preço-alvo de R$ 20. O valor representa uma queda de 16% em relação ao preço do fechamento anterior, de R$ 23,89.
Para os analistas do Itaú BBA, as margens da Ipiranga também podem decepcionar os investidores que esperavam níveis de lucratividade semelhantes aos do primeiro trimestre.
Mas a instituição também ressaltou que o aumento das despesas, outro ponto negativo do balanço, foi pontual e pode não estar presente nos próximos trimestres.
“Além disso, daqui daqui para frente, as margens devem se beneficiar da perspectiva positiva para o setor no 2S24 [segundo semestre de 2024], incluindo uma melhor dinâmica competitiva e demanda mais forte”, afirmam os analistas, no relatório.
Embora as perspectivas sejam boas, a recomendação para a ação permanece “market perform”, equivalente à “neutra”, com preço-alvo de R$ 31 para a ação – alta de 30%.
- “Preferimos estar concentrados em empresas de alta qualidade de execução”, diz a analista Larissa Quaresma; veja as 10 ações que compõem seu portfólio atual
BTG Pactual: reação negativa do mercado era esperada
Por fim, o BTG Pactual fecha o trio de recomendações neutras para as ações da Ultrapar.
No relatório, os analistas do banco reconheceram que falharam em prever o quão rápido a Ultrapar se recuperaria. “Mas acreditamos que as ações já estão sendo negociadas com prêmios relativos que não são justificados, considerando a falta de visibilidade sobre as vantagens de nossas estimativas e os estágios iniciais de seus planos de crescimento.”
O BTG ressaltou que, no geral, o resultado final do balanço foi bem alinhado às estimativas do banco, embora o Ebitda ajustado tenha ficado 4% abaixo da previsão do BTG.
Contudo, esperam uma reação negativa do mercado, uma vez que a Ipiranga mostrou que provavelmente entregará margens baixas em relação às outras marcas do grupo, e “a margem da Ultragaz pode ter atingido o pico”.
O banco manteve recomendação neutra para a ação da Ultrapar, com preço-alvo de R$ 37, uma alta de 55% em relação ao preço do fechamento anterior da ação.
Petrobras (PETR4) e Braskem (BRKM5) fecham contratos de longo prazo de quase US$ 18 bilhões
Os contratos são de fornecimento de diferentes matérias primas para várias plantas da Braskem pelo país, como nafta, etano, propano e hidrogênio
Bradesco (BBDC4), Cemig (CMIG4), PetroRecôncavo (RECV3), Cogna (COGN3) e Tenda (TEND3) pagam R$ 5 bilhões em proventos; Itaú (ITUB4) anuncia bônus em ações
A maior fatia dessa distribuição farta ficou com o Bradesco, com R$ 3,9 bilhões, enquanto o Itaú bonifica acionistas em 3%; confira todos os prazos e condições para receber
CVM reabre caso da Alliança e mira fundo de Nelson Tanure e gestora ligada ao Banco Master 2 anos depois de OPA
O processo sancionador foi aberto mais de dois anos após a OPA que consolidou o controle da antiga Alliar, na esteira de uma longa investigação pela autarquia; entenda
Dona do Google recebe uma forcinha de Zuckerberg na ofensiva para destronar a Nvidia no mercado de IA
Com o TorchTPU, a Alphabet tenta remover barreiras técnicas e ampliar a adoção de suas TPUs em um setor dominado pela gigante dos chips
Casas Bahia (BHIA3) aprova plano que estica dívidas até 2050 e flexibiliza aumento de capital; ações sobem mais de 2%
Plano aprovado por acionistas e credores empurra vencimentos, reduz pressão de caixa e amplia a autonomia do conselho
Brava Energia (BRAV3) salta mais de 10% após rumores de venda de poços e com previsão de aumento nos investimentos em 2026
Apesar de a empresa ter negado a venda de ativos para a Eneva (ENEV3), o BTG Pactual avalia que ainda há espaço para movimentações no portfólio
Agora é lei: cardápios de papel serão obrigatórios em bares e restaurantes de São Paulo, dando adeus à hegemonia dos ‘QR Codes’
Cardápios digitais, popularizados durante a pandemia, permaneceram quase que de forma exclusiva em muitos estabelecimentos – mas realidade pode mudar com projeto de lei aprovado pela Alesp
Presente de Natal da Prio (PRIO3)? Empresa anuncia novo programa de recompra de até 86,9 milhões de ações; confira os detalhes
O conselho da Prio também aprovou o cancelamento de 26.890.385 ações ordinárias mantidas em tesouraria, sem redução do capital social
Exclusivo: Oncoclínicas (ONCO3) busca novo CEO e quer reestruturar todo o alto escalão após a crise financeira, diz fonte
Após erros estratégicos e trimestres de sufoco financeiro, a rede de oncologia estuda sucessão de Bruno Ferrari no comando e busca novos executivos para a diretoria
Copasa (CSMG3): lei para a privatização da companhia de saneamento é aprovada pelo legislativo de Minas Gerais
O texto permite que o estado deixe de ser o controlador da companhia, mas mantenha uma golden share, com poder de veto em decisões estratégicas
B de bilhão: BB Seguridade (BBSE3) anuncia quase R$ 9 bi em dividendos; Cemig (CMIG4) também libera proventos
Empresas anunciam distribuição farta aos acionistas e garantem um fim de ano mais animado
Vale (VALE3) e Petrobras (PETR4) estão entre as rainhas dos dividendos no 4T25; Itaú BBA diz quais setores vão reinar em 2026
Levantamento do banco aponta que ao menos 20 empresas ainda podem anunciar proventos acima de 5% até o final do ano que vem
MRV (MRVE3) entra no grupo de construtoras que vale a pena comprar, mas a preferida do JP Morgan é outra
Banco norte-americano vê espaço para uma valorização de até 60% nas ações do setor com juros menores e cenário político mais favorável em 2026
Ação acusa XP de falhas na venda de COEs como o da Ambipar (AMBP3) e pede R$ 100 milhões na Justiça
Após perdas bilionárias com COEs da Ambipar, associações acusam a corretora de erros recorrentes na venda de produtos ligados à dívida de grandes empresas no exterior
Ações da Oncoclínicas (ONCO3) na mão de Vorcaro vão parar no Banco de Brasília. O acordo para trocar os CDBs do Master subiu no telhado?
Com a transferência das cotas de fundos do Master para o BRB, investidores questionam o que acontece com o acordo da Oncoclínicas para recuperar o investimento em papéis do Master
Orizon (ORVR3) compra Vital e cria negócio de R$ 3 bilhões em receita: o que está por trás da operação e como fica o acionista
Negócio amplia a escala da companhia, muda a composição acionária e não garante direito de recesso a acionistas dissidentes
Maior rede de hospitais privados pagará R$ 8,12 bilhões em proventos; hora de investir na Rede D’Or (RDOR3)?
Para analista, a Rede D’Or é um dos grandes destaques da “mini temporada de dividendos extraordinários”
Fim da especulação: Brava Energia (BRAV3) e Eneva (ENEV3) negam rumores sobre negociação de ativos
Após rumores de venda de ativos de E&P avaliados em US$ 450 milhões, companhias desmentem qualquer transação em curso
Virada à vista na Oncoclínicas (ONCO3): acionistas querem mudanças no conselho em meio à crise
Após pedido da Latache, Oncoclínicas convoca assembleia que pode destituir todo o conselho. Veja a proposta dos acionistas
Bancos pagam 45% de imposto no Brasil? Não exatamente. Por que os gigantes do setor gastam menos com tributos na prática
Apesar da carga nominal elevada, as instituições financeiras conseguem reduzir o imposto pago; conheça os mecanismos por trás da alíquota efetiva menor
