🔴 A TEMPORADA DE BALANÇOS DO 2T25 VAI COMEÇAR: ACOMPANHE A COBERTURA COMPLETA

Camille Lima

Camille Lima

Repórter de bancos e empresas no Seu Dinheiro. Bacharel em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS). Já passou pela redação do TradeMap.

AS MUDANÇAS NÃO PARAM

Ricardo Mussa renuncia como CEO da Cosan Investimentos após menos de um mês — e também abandona conselhos da Raízen (RAIZ4) e da Cosan (CSAN3)

O executivo deixa o grupo de Rubens Ometto após quase duas décadas no conglomerado, em meio à forte pressão sobre as finanças da Cosan e de suas controladas

Camille Lima
Camille Lima
30 de novembro de 2024
10:25 - atualizado às 10:30
Ricardo Mussa, CEO da Cosan Investimentos.
Ricardo Mussa, CEO da Cosan Investimentos. - Imagem: Divulgação

As mudanças na Cosan (CSAN3) não param. Em menos de um mês desde a reestruturação corporativa promovida em toda a holding, Ricardo Mussa acaba de deixar o conglomerado do empresário Rubens Ometto.

Nem deu tempo para esquentar a cadeira de CEO na Cosan Investimentos. O executivo renunciou ao cargo de diretor presidente que possuía na subsidiária de capital fechado, após ter tomado posse em 1º de novembro.

Mussa também deixa as cadeiras de membro do conselho de administração da Raízen (RAIZ4) e da holding Cosan (CSAN3), as quais assumiu em 21 de outubro. Ele também não é mais membro do Comitê de Sustentabilidade da Cosan.

“A companhia agradece ao Ricardo Mussa pela dedicação e contribuição que prestou nos 17 anos que atuou como executivo das empresas do Grupo Cosan”, diz o comunicado enviado à CVM.

Com a saída de Mussa, o conselho da Raízen elegeu Rodrigo Araujo, diretor vice-presidente financeiro e de relações com investidores da Cosan, para substituí-lo como conselheiro até a próxima assembleia geral. Araujo também foi eleito membro efetivo do Comitê de Responsabilidade Social e Corporativa, com mandato até 28 de julho de 2025.

O comunicado da Cosan não detalhou os motivos por trás da decisão de Mussa de deixar a companhia.

Leia Também

Procurada pelo Seu Dinheiro, as assessorias de imprensa da Cosan e da Raízen não haviam retornado o contato até o momento de publicação desta matéria. Caso as empresas se pronunciem, o texto será atualizado com os posicionamentos.

A história de Ricardo Mussa no grupo Cosan (CSAN3)

Com quase duas décadas de atuação no conglomerado, Ricardo Mussa era um dos verdadeiros executivos “prata da casa” da Cosan. Apesar de não ter iniciado a carreira em empresas do grupo, passou seus últimos 17 anos por ali.

Formado em engenharia de produção pela Universidade de São Paulo, o executivo deixou as multinacionais pelo conglomerado em 2007, começando já pelo topo da hierarquia. 

Aos 32 anos de idade, Mussa foi convidado como um dos fundadores e CEO da startup Radar, uma empresa de capital fechado de Ometto focada em investimentos em terras agrícolas com alto potencial de valorização.

Em 2014, o executivo partiu para outra empresa do grupo, a Cosan Lubrificantes, onde ingressou como diretor executivo. Posteriormente, ele se tornou CEO da Moove, a distribuidora de lubrificantes automotivos e industriais da Cosan com atuação na Europa e América Latina.

Vale lembrar que a Cosan recentemente desistiu de realizar o IPO da Moove nos Estados Unidos devido às “condições adversas de mercado”.

A chegada de Ricardo Mussa na Raízen

Em meio ao sucesso nas empresas pelas quais passou, Mussa pavimentou seu caminho em direção à Raízen (RAIZ4). 

Foi em 2014 que ele ingressou na produtora de biocombustíveis. Dois anos depois de sua chegada, o executivo foi promovido a vice-presidente de logística, distribuição e trading da companhia.

Em 2020, Mussa conquistou lugar na presidência da Raízen e liderou o processo de abertura de capital da companhia em 2021, quando a joint venture entre a Cosan e a Shell captou R$ 6,9 bilhões na B3, no maior IPO (oferta inicial de ações) do ano. 

Sob o seu comando, a Raízen intensificou a estratégia de diversificação das operações para além do etanol e açúcar, avançando na produção do etanol de segunda geração [E2G] — negócio em que hoje procura um parceiro para injetar capital, segundo rumores — e do combustível sustentável de aviação (SAF).

Foi só há um mês que ele deixou o cargo de CEO da empresa de etanol, quando assumiu a chefia da Cosan Investimentos. No fim de outubro, Mussa também foi indicado como membro do conselho de administração da Raízen.

A situação financeira da Raízen (RAIZ4)

A saída de Ricardo Mussa das cadeiras de conselheiro da Raízen e da Cosan acontece em um momento de forte pressão para o conglomerado — com destaque especial para a produtora de biocombustíveis.

Nos últimos anos, a companhia esteve muito focada em crescimento com altos níveis de investimentos, o que explica parte dos problemas que enfrenta atualmente do lado dos indicadores financeiros.

A Raízen não só teve um prejuízo milionário, como ainda registrou forte desaceleração na geração de caixa no segundo trimestre da safra 2024/2025.

Veja os destaques do balanço:

  • Prejuízo líquido: R$ 158,3 milhões, revertendo o lucro de R$ 28,4 milhões no 3T23;
  • Receita líquida: R$ 72,909 bilhões (+22,36% a/a);
  • Ebitda: R$ 4,619 bilhões (+6,4% a/a);
  • Fluxo de Caixa Operacional (FCO) do 3T24: R$ 193,6 milhões (-92,9% a/a);
  • Fluxo de Caixa Operacional (FCO) do 9M24: - R$ 7,65 bilhões (piora de 211% a/a);
  • Dívida líquida total: R$ 35,9 bilhões (+19,5% a/a);
  • Alavancagem (dívida líquida/Ebitda ajustado dos últimos 12 meses): 2,6 vezes (+0,7 vez a/a).

Não à toa, uma das principais cobranças do mercado hoje é que a empresa se mantenha no curso da desalavancagem e contenção de gastos, a fim de melhorar a geração de caixa e a rentabilidade.

Devido ao patamar elevado de endividamento, as ações da Raízen também foram penalizadas na bolsa brasileira pelo aperto monetário.

Os papéis RAIZ4 perderam mais da metade do valor desde a abertura de capital na B3, com recuo de 59% desde 2021. Só neste ano, a desvalorização chega a 33%.

É preciso lembrar que o mercado brasileiro encontra-se em um dos momentos mais altos da curva de juros futuros (DIs) do ano, especialmente após o pacote de corte de gastos do governo federal frustrar as expectativas do mercado. 

Isso impacta diretamente empresas de crescimento e endividadas, como a Raízen.  Afinal, quando a taxa Selic está alta, o custo dos empréstimos aumenta, o que impacta diretamente as empresas mais alavancadas, que veem os gastos com juros subir e pressionar as finanças como um todo.

COMPARTILHAR

Whatsapp Linkedin Telegram
NOVA LIDERANÇA

Yduqs (YDUQ3) troca CEO e ações despencam na B3 — entenda o que pressiona os papéis e o que pode vir pela frente com a troca no comando

25 de julho de 2025 - 15:19

Rossano Marques Leandro assume a presidência e conta sete anos de experiência na Yduqs, onde foi diretor financeiro (CFO) e de relações com investidores

ESG EM ALTA

Sabesp capta US$ 500 milhões em ‘blue bonds’ e marca volta ao mercado internacional após 15 anos

25 de julho de 2025 - 13:00

Emissão inédita na América Latina atrai investidores internacionais

NEGOCIAÇÕES ACIRRADAS

Tanure cogita dividir comando da Braskem (BRKM5) com a Petrobras (PETR4), diz portal

25 de julho de 2025 - 11:27

Empresário pretende se dedicar à frente econômica de reestruturação das dívidas da petroquímica

RECALCULANDO A ROTA

WEG (WEGE3) reage ao tarifaço de Trump e estuda redirecionar exportações para fugir do prejuízo

25 de julho de 2025 - 11:19

Com risco real de tarifa de 50% a partir de 1º de agosto, companhia vê no México e na Índia alternativa para manter competitividade nos EUA

DE OLHO NAS CONTAS

Azul (AZUL4) avança na reestruturação e garante financiamento de US$ 1,6 bilhão nos EUA

25 de julho de 2025 - 9:29

Aprovado pela Justiça americana, crédito deve reforçar o caixa da aérea, que também selou acordo bilionário com a principal credora de aviões

A UNIÃO FAZ A FORÇA

Brava Energia (BRAV3): acionistas se juntam e formam bloco de controle após retirada da poison pill

24 de julho de 2025 - 19:46

O acordo entre as partes, que detêm cerca de 20,82% do capital da companhia, prevê o compromisso de votar em conjunto em assembleias

É PRA VENDER?

Citi corta recomendação da PetroRecôncavo (RECV3) e ações caem 1%; entenda o motivo por trás da decisão do banco

24 de julho de 2025 - 17:50

O Citi também reduziu o preço-alvo de R$ 18 para R$ 15 por ação em função da expectativa de produção estável ao longo de 2025

COMPRA TRAVADA

BRB terá que rever (de novo) a fatia adquirida do Banco Master: Banco Central pede nova análise para garantir viabilidade econômica

24 de julho de 2025 - 17:28

Revisão das informações sobre os ativos a serem adquiridos envolve dados financeiros, valor dos ativos e garantias, como a cobertura do FGC

VIDRO LÍQUIDO

O iPhone como não se via há muito tempo: Apple lança versão beta do iOS 26 na maior reformulação em 10 anos

24 de julho de 2025 - 16:52

Disponível para os modelos mais novos de iPhone, essa versão permitirá que os usuários experimentem os recursos que serão lançados, oficialmente, no segundo semestre

TOMBO BILIONÁRIO

Fortuna de Musk encolhe US$ 12 bilhões com queda das ações da Tesla (TSLA34) após balanço

24 de julho de 2025 - 16:17

Fim dos incentivos fiscais para compra de veículos elétricos tira valor da montadora, afasta investidores e acende alerta para o futuro da companhia

QUAL O IMPACTO

A “taxa das blusinhas” vai acabar? Isenção para compras abaixo de US$ 50 na Shein e na Shopee volta a rondar o mercado

24 de julho de 2025 - 15:30

BTG Pactual e Itaú BBA analisam o impacto de uma possível revogação da tarifa de 20% sobre compras abaixo de US$ 50 no exterior — a possibilidade está sendo aventada pelo governo como um aceno à China e em resposta a Trump

RESOLVENDO AS CONTAS

Após fechar capital na B3, controlador francês do Carrefour Brasil avalia refinanciar dívida bilionária

24 de julho de 2025 - 15:11

A CSA estuda possíveis alternativas para a negociação de R$ 9,7 bilhões em débitos no país

REDUZINDO O PORTFÓLIO

Raízen (RAIZ4) vende 55 usinas de geração de energia por R$ 600 milhões e encerra joint venture; entenda a operação

24 de julho de 2025 - 10:23

A companhia receberá os valores da venda à medida que as usinas forem transferidas para os compradores

SERÁ QUE VAI?

Chegou aí? Banco do Brasil (BBAS3) e Bradesco (BBDC4) afirmam não ter recebido proposta do iFood pela Alelo

24 de julho de 2025 - 10:11

Segundo informações da imprensa, o iFood estaria em vias de fechar negócio de R$ 5 bilhões pela Alelo, mas bancões negam

FICOU NO ESCURO?

Petrobras (PETR4) não aceita ficar de fora das negociações de Nelson Tanure sobre o controle da Braskem (BRKM5) — e vai ao Cade questionar

24 de julho de 2025 - 9:18

Uma das maiores acionistas da petroquímica, a Petrobras recorreu ao Cade para garantir sua participação ativa nas negociações, segundo informações do InvestNews

CHAPTER 11

Em recuperação judicial, Azul (AZUL4) informa resultados financeiros de junho, com receita de R$ 1,64 bilhão

23 de julho de 2025 - 20:40

Os dados fazem parte do relatório mensal para a Justiça dos EUA, uma das condições exigidas para o processo de reestruturação

COMPRAR OU VENDER?

Allos (ALOS3), Multiplan (MULT3) ou Iguatemi (IGTI11): shoppings devem crescer no segundo trimestre, mas só uma empresa se destaca no lucro, diz XP

23 de julho de 2025 - 19:06

Operadoras devem registrar bom desempenho operacional, mas apenas uma dribla os juros altos e entrega avanço no lucro por ação

2 DE 7

Ações da Tesla e da Alphabet caem 1% após balanço; entenda por que os investidores torceram o nariz para as duas magníficas

23 de julho de 2025 - 18:49

Os motivos para a queda dos papéis no after hours em Nova York não foi o mesmo — uma não atingiu expectativas e outras gerou preocupação com uma nova orientação

DO CHURRASCO AOS TRIBUNAIS

Marfrig (MRFG3) denuncia Minerva (BEEF3) no Cade em meio à corrida pela BRF (BRFS3); saiba o que motiva o embate

23 de julho de 2025 - 17:22

A ofensiva é uma resposta ao recurso da Minerva, que tenta barrar a criação da MBRF Global Foods por suposto risco à concorrência

UMA LUPA SOBRE O NEGÓCIO

Qual o verdadeiro potencial da união entre Rede D’Or (RDOR3) e Fleury (FLRY3) — e o que pode dar errado? UBS BB traça as previsões

23 de julho de 2025 - 16:05

Para os analistas, a união dos dois players de saúde poderia desbloquear sinergias significativas, mas ainda há pontas soltas a serem resolvidas

Menu

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies

Fechar