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Camille Lima
Camille Lima
Repórter no Seu Dinheiro. Estudante de Jornalismo na Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS). Já passou pela redação do TradeMap.
AGRO SUMMIT

CEO da Raízen (RAIZ4): Brasil tem condição única para vencer transição energética — mas união entre agro e setor elétrico é essencial 

Na avaliação de Mussa, o etanol será fundamental para a transição — e o Brasil é o “lugar certo” para um hub de produção de combustível sustentável de aviação (SAF)

Camille Lima
Camille Lima
11 de setembro de 2024
14:34
Placa com o logo da Raízen (RAIZ4), subsidiária da Cosan que fez IPO em 2021
Imagem: Divulgação Raízen

Enquanto as discussões sobre a transição energética assumem os holofotes no mundo inteiro, o Brasil tem “condição única” para despontar como o vencedor dessa transformação, afirma o CEO da Raízen (RAIZ4), Ricardo Mussa.

Na avaliação de Mussa, o etanol será fundamental para a transição — e o Brasil é o “lugar certo” para um hub de produção de SAF (combustível sustentável de aviação). 

No entanto, o país não possui a tecnologia necessária para tal — e precisa de parcerias para avançar nesta estratégia.

“Trata-se de usar acordos internacionais para que o Brasil possa efetivamente se tornar a Arábia Saudita do SAF. Nós temos todo o potencial para isso”, disse o executivo, durante o Agro Summit, evento organizado pelo Bradesco BBI.

“É muito mais o provedor do etanol encontrando parceiro certo. O investimento tem que ser feito no Brasil e vai acontecer, desde que as políticas públicas como o Combustível do Futuro permitam que isso se torne realidade.”

Aposta do CEO da Raízen (RAIZ4) para a transição energética

Para o CEO da Raízen, uma união entre o agronegócio e o setor de energia é fundamental para que o Brasil consiga aproveitar as oportunidades na transição energética.

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“O futuro vai trazer integração entre o setor agro e energético, e só o Brasil tem essa condição”, disse Mussa.

Na avaliação do presidente de uma das maiores produtoras de biocombustíveis do mundo e a maior produtora de etanol de cana, o Brasil em breve vivenciará um “excesso de energia elétrica”.

“Porque não tem como estocar o vento. Mas o setor agro tem a biomassa, que diferentemente da energia solar e eólica, mantém a bateria ali”, afirmou Mussa.

Para o executivo, o etanol deve ser usado especialmente como “meio de transporte”: é preciso “pegar essa biomassa e transformar em líquido” para conseguir exportar esta biomassa — especialmente para a Europa, que deve ser o principal destino desses recursos.

“A maneira que o Brasil tem para exportar energia solar e eólica é através do biocombustível. Hoje a gente queima o bagaço da cana para exportar energia elétrica, mas na minha visão tinha que importar energia solar e eólica, armazenar essa energia no formato líquido e exportar para Europa através do etanol de segunda geração (E2G).”

Segundo Mussa, a vantagem desse processo é gerar uma tendência de maior disponibilidade de energia elétrica intermitente no país.

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