Nova CEO da Ânima (ANIM3) mira mercado de R$ 100 bilhões com expansão em ensino ampliado — mas bets, juros e fiscal continuam a fazer pressão
Paula Harraca assumiu o cargo de CEO em julho, com o desafio não só de fazer a Ânima crescer em diferentes frentes, como também tentar chamar a atenção de um mercado arredio para o grupo
Há dez anos, um grupo de analistas de bancos trocou a Faria Lima por bibliotecas em campi da Ânima Educação (ANIM3).
Na última quarta-feira, driblaram o trânsito para chegar à uma antiga fábrica da Alpargatas na Mooca, em São Paulo, erguida em 1908 — hoje um dos prédios de uma de suas 25 marcas, a Universidade Anhembi Morumbi (UAM).
Era a primeira apresentação comandada por alguém de fora do grupo de controle.
Paula Harraca assumiu o cargo de CEO da companhia em julho, com o desafio não só de fazer a Ânima crescer em diferentes frentes, como também tentar chamar a atenção de um mercado arredio para o grupo.
Para a executiva, há grandes vias de crescimento para a Ânima. Em linhas gerais, elas incluem a expansão num mercado ampliado, de R$ 100 bilhões.
A empresa pretende ir da educação superior, área que movimenta R$ 50 bilhões ao ano, para uma que envolve educação continuada, executiva e B2B.
Leia Também
BRK Ambiental: quem é a empresa que pode quebrar jejum de IPO após 4 anos sem ofertas de ações na bolsa brasileira
"É um ponto de partida totalmente diferente", disse a executiva, em conversa com analistas. "A gente amplia o escopo e abre os dois olhos para o mercado de educação e não apenas de ensino superior."
Um desafio ao setor de educação
Na avaliação da CEO, a Ânima (ANIM3) enfrenta um desafio comum às empresas de educação: a concorrência acirrada, inclusive pelas casas de apostas.
De acordo com relatório do BTG Pactual, cada vez mais estudantes universitários têm trocado os livros pelo Jogo do Tigrinho, pelas bets e outras modalidades de apostas online.
— o que representa uma nova ameaça às companhias de educação listadas na B3.
Segundo levantamento da consultoria Educa Insights, 35% dos potenciais estudantes universitários desistiram de tentar um curso universitário porque gastaram a maior parte do dinheiro em sites de apostas e cassinos virtuais.
Além disso, somente 37% dos potenciais graduandos têm a intenção de parar de jogar em 2025 para retomar os estudos.
"De alguma maneira, o grande desafio é valorizar uma empresa, num setor desvalorizado como outros tantos", disse a CEO da Ânima. "Temos vários desafios externos, que vão de bets à inflação, desequilíbrio fiscal e juros altos, mas o que mostramos não é desprezível."
A situação financeira da Ânima (ANIM3)
Entre outros indicadores, estavam na apresentação da CEO da Ânima (ANIM3) 11 trimestres de ganhos de margem, após o baque da pandemia.
Também esteve em destaque o crescimento da geração de caixa medida pelo Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) de 50,5% em dois anos e recuo da alavancagem de 4,1 vezes no quarto trimestre de 2022 para 2,71 vezes no terceiro trimestre deste ano.
Mesmo assim, a empresa que teve receita líquida de R$ 3,7 bilhões no ano passado, com quase 400 mil alunos, não tem visto reação por parte dos investidores.
As ações ANIM3 perderam 1,57% de valor em novembro, 35,97% no ano e 37,41% em 24 meses.
O valor de mercado atual da Ânima, de R$ 1 bilhão, é de cerca de um terço de seu patrimônio líquido.
Com trajetória na indústria do aço, depois de trabalhar por 20 anos na Arcelor Mittal, Paula Harraca chegou à Ânima após passar pelo conselho consultivo da mineira Una — a primeira marca adquirida pelo Ânima.
No início deste ano, passou ao comitê de auditoria e risco do grupo, até ser anunciada presidente executiva, em junho.
Os primeiros meses de sua gestão foram dedicados a visitar unidades e a ouvir conselheiros, acionistas, corpo docente e alunos.
O que dizem os analistas
Os analistas avaliaram com bons olhos a nova estratégia apresentada por Harraca, apesar de destacarem a falta de prazo para o objetivo.
"A empresa expressou confiança de que o crescimento orgânico da linha superior melhorará, impulsionado por uma nova estratégia comercial projetada para alavancar seu forte portfólio de marcas e, ao mesmo tempo, respeitar a dinâmica regional", escreveram os analistas do BTG Pactual. "Sem detalhar um cronograma específico, a Ânima acredita ser possível dobrar de tamanho."
O Santander teve uma leitura parecida. "No geral, foi um evento qualitativo para mostrar o forte portfólio de marcas da Ânima e o potencial para continuar crescendo o negócio por meio de diferentes segmentos", escreveram os analistas.
Para impulsionar o movimento planejado, a Ânima aposta em campanhas regionais de fortalecimento das marcas bastante específicas, com um pool de dez agências de publicidade, sobretudo no interior do Brasil.
Há também o fortalecimento da área médica sob a Inspirali — a rentável vertical de medicina da Ânima —, que há tempos nutre um plano de IPO (oferta inicial de ações).
"O mercado está num momento difícil para se pensar nessas questões, mas os planos de crescimento estão bem consolidados em diferentes frentes", disse a CEO da Ânima.
*Com informações do Estadão Conteúdo.
De sucos naturais a patrocínio ao campeão da Fórmula 1: quem colocou R$ 10 mil na ação desta empresa hoje é milionário
A história da Monster Beverage, a empresa que começou vendendo sucos e se tornou uma potência mundial de energéticos, multiplicando fortunas pelo caminho
Oi (OIBR3) ganha mais fôlego para pagamentos, mas continua sob controle da Justiça, diz nova decisão
Esse é mais um capítulo envolvendo a Justiça, os grandes bancos credores e a empresa, que já está em sua segunda recuperação judicial
Larry Ellison, cofundador da Oracle, perdeu R$ 167 bilhões em um só dia: veja o que isso significa para as ações de empresas ligadas à IA
A perda vem da queda do valor da empresa de tecnologia que oferece softwares e infraestrutura de nuvem e da qual Ellison é o maior acionista
Opportunity acusa Ambipar (AMBP3) de drenar recursos nos EUA com recuperação judicial — e a gestora não está sozinha
A gestora de recursos a acusa a Ambipar de continuar retirando recursos de uma subsidiária nos EUA mesmo após o início da RJ
Vivara (VIVA3) inicia novo ciclo de expansão com troca de CEO e diretor de operações; veja quem assume o comando
De olho no plano sucessório para acelerar o crescmento, a rede de joalherias anunciou a substituição de sua dupla de comando; confira as mudanças
Neoenergia (NEOE3), Copasa (CSMG3), Bmg (BMGB4) e Hypera (HYPE3) pagam juntas quase R$ 1,7 bilhão em dividendos e JCP
Neoenergia distribui R$ 1,084 bilhões, Copasa soma R$ 338 milhões, Bmg paga R$ 87,7 milhões em proventos e Hypera libera R$ 185 milhões; confira os prazos
A fome pela Petrobras (PETR4) acabou? Pré-sal é o diferencial, mas dividendos menores reduzem apetite, segundo o Itaú BBA
Segundo o banco, a expectativa de que o petróleo possa cair abaixo de US$ 60 por barril no curto prazo, somada à menor flexibilidade da estatal para cortar capex, aumentou preocupações sobre avanço da dívida bruta
Elon Musk trilionário? IPO da SpaceX pode dobrar o patrimônio do dono da Tesla
Com avaliação de US$ 1,5 trilhão, IPO da SpaceX, de Elon Musk, pode marcar a maior estreia da história
Inter mira voo mais alto nos EUA e pede aval do Fed para ampliar operações; entenda a estratégia
O Banco Inter pediu ao Fed autorização para ampliar operações nos EUA. Entenda o que o pedido representa
As 8 ações brasileiras para ficar de olho em 2026, segundo o JP Morgan — e 3 que ficaram para escanteio
O banco entende como positivo o corte na taxa de juros por aqui já no primeiro trimestre de 2026, o que historicamente tende a impulsionar as ações brasileiras
Falta de luz causa prejuízo de R$ 1,54 bilhão às empresas de comércio e serviços em São Paulo; veja o que fazer caso tenha sido lesado
O cálculo da FecomercioSP leva em conta a queda do faturamento na quarta (10) e quinta (11)
Nubank busca licença bancária, mas sem “virar banco” — e ainda pode seguir com imposto menor; entenda o que está em jogo
A corrida do Nubank por uma licença bancária expõe a disputa regulatória e tributária que divide fintechs e bancões
Petrobras (PETR4) detalha pagamento de R$ 12,16 bilhões em dividendos e JCP e empolga acionistas
De acordo com a estatal, a distribuição será feita em fevereiro e março do ano que vem, com correção pela Selic
Quem é o brasileiro que será CEO global da Coca-Cola a partir de 2026
Henrique Braun ocupou cargos supervisionando a cadeia de suprimentos da Coca-Cola, desenvolvimento de novos negócios, marketing, inovação, gestão geral e operações de engarrafamento
Suzano (SUZB3) vai depositar mais de R$ 1 bilhão em dividendos, anuncia injeção de capital bilionária e projeções para 2027
Além dos proventos, a Suzano aprovou aumento de capital e revisou estimativas para os próximos anos. Confira
Quase R$ 3 bilhões em dividendos: Copel (CPLE5), Direcional (DIRR3), Minerva (BEEF3) e mais; confira quem paga e os prazos
A maior fatia dessa distribuição é da elétrica, que vai pagar R$ 1,35 bilhão em proventos aos acionistas
Cade aprova fusão entre Petz (PETZ3) e Cobasi com exigência de venda de lojas em SP
A união das operações cria a maior rede pet do Brasil. Entenda os impactos, os “remédios” exigidos e a reação da concorrente Petlove
Crise nos Correios: Governo Lula publica decreto que abre espaço para recuperação financeira da estatal
Novo decreto permite que estatais como os Correios apresentem planos de ajuste e recebam apoio pontual do Tesouro
Cyrela (CYRE3) propõe aumento e capital e distribuição bilionária de dividendos, mas ações caem na bolsa: o que aconteceu?
A ideia é distribuir esses dividendos sem comprometer o caixa da empresa, assim como fizeram a Axia Energia (AXIA3), ex-Eletrobras, e a Localiza, locadora de carros (RENT3)
Telefônica Brasil (VIVT3) aprova devolução de R$ 4 bilhões aos acionistas e anuncia compra estratégica em cibersegurança
A Telefônica, dona da Vivo, vai devolver R$ 4 bilhões aos acionistas e ainda reforça sua presença em cibersegurança com a compra da CyberCo Brasil