Mais um fracasso de Lemann? Por que a 3G vendeu a Heinz “no sigilo” e abandonou a parceria com Warren Buffett de vez
A saída do trio brasileiro se deu de forma bem discreta quase nove anos depois de planejar a fusão de sucesso com a Kraft Foods e com o megainvestidor
Quem nunca viveu aquela paixão que parecia ser para a vida toda e que não durou, que atire a primeira pedra. E foi o que aconteceu com Jorge Paulo Lemann e Warren Buffett: o amor embalado pela Heinz acabou — pelo menos para o brasileiro.
A empresa de private equity 3G Capital vendeu, sem alardes, a participação de 16,1% na Kraft Heinz no quarto trimestre, quase nove anos depois de planejar a fusão de sucesso da Kraft Foods e da Heinz com Warren Buffett.
Em comunicado, a Kraft Heinz disse que a Berkshire Hathaway de Buffett — o maior acionista, com uma participação de 26,8% - é uma investidora comprometida com o longo prazo.
- VOCÊ JÁ DOLARIZOU SEU PATRIMÔNIO? A Empiricus Research está liberando uma carteira gratuita com 10 ações americanas pra comprar agora. Clique aqui e acesse.
Lemann e Buffett: um romance condenado
O romance condenado entre a Berkshire Hathaway e a 3G começou no Dia dos Namorados de 2013, quando as duas empresas anunciaram que estavam se unindo para fechar o capital da Heinz. A fusão com a Kraft Foods ocorreu dois anos depois.
A nova empresa inicialmente agradou aos investidores com o crescimento de lucros, graças à abordagem de redução de custos favorecida pela 3G — a empresa já havia obtido sucesso com essa estratégia quando criou a gigante cervejeira Anheuser-Busch InBev por meio de uma série de megafusões e tornou o Burger King privado e reativou as vendas.
Mas o negócio dos alimentos embalados enfrentou um de seus maiores desafios: os consumidores começaram a priorizar cada vez mais os alimentos frescos.
Leia Também
Energisa (ENGI3) avança em reorganização societária com incorporações e aumento de capital na Rede Energia
Sinal verde no conselho: Ambipar (AMBP3) aprova plano de recuperação judicial
Além disso, as marcas próprias dos varejistas e os recém-chegados que se autodenominavam uma opção mais saudável começaram a roubar os clientes das gigantes da alimentação.
A Kraft Heinz até tentou impulsionar o crescimento inorgânico por meio de uma oferta pública de aquisição da Unilever, mas a empresa rejeitou a oferta.
VEJA TAMBÉM - AMERICANAS (AMER3) NÃO É O ÚNICO FRACASSO DE LEMANN E SÓCIOS - VEJA OUTROS 3
Heinz: a crise no relacionamento
O sinal da crise no relacionamento veio em 2019, com um trimestre desastroso para a Kraft Heinz: a empresa reduziu os dividendos, divulgou uma investigação da SEC (a CVM dos EUA) sobre práticas contábeis e reduziu o valor das marcas em US$ 15 bilhões.
Vários meses depois, Buffett disse que a Berkshire e a 3G pagaram a mais pela Kraft Heinz, impulsionados pelo otimismo de que as suas marcas eram mais valiosas do que realmente eram.
Ainda assim, Buffett apoiou a 3G e a Kraft Heinz, mas outros investidores culparam o corte agressivo de custos do trio liderado por Lemann pelos problemas da empresa.
Para reverter a espiral descendente da empresa, a 3G escolheu a dedo o novo presidente-executivo: um veterano da AB InBev que colocou a Kraft Heinz no caminho da recuperação.
A empresa anunciou planos para aumentar gastos com marketing e publicidade e mudar a estratégia para fabricar novos produtos.
Para reduzir a exposição à concorrência das marcas próprias, também vendeu o negócio de queijos à Lactalis, uma gigante francesa dos lacticínios, e a marca de frutos secos Planters à Hormel.
- [Evento online e 100% gratuito] Luis Stuhlberger, Daniel Goldberg, Marcos Troyjo e outros grandes economistas e gestores debatem cenário macro e oportunidades de investimentos; saiba como participar
Os sinais do fim do amor na Heinz
O amor não acaba de um dia para o outro assim como nos negócios — há sinais de que uma parceria está chegando ao fim.
Em 2021, Lemann deixou o conselho da Kraft Heinz. No ano seguinte, o sócio fundador Alexandre Behring também saiu do conselho.
Dois meses após a saída de Behring, o último membro do conselho da 3G, o ex-CEO da AB InBev, João Castro-Neves, também deixou o cargo. A Kraft Heinz divulgou a saída em documentos regulatórios, sem alardes na imprensa.
E a verdade é que os sinais estavam todos lá desde 2018, quando a 3G começou a reduzir periodicamente a participação na Kraft Heinz.
Quando vendeu 25 milhões de ações em 2019, no auge dos problemas da empresa, as ações caíram 4% em resposta à operação. Em 2022, distribuiu cerca de 7% da Kraft Heinz aos investidores do fundo, que supostamente incluía o tenista Roger Federer.
No ano passado, a Kraft Heinz escolheu Carlos Abrams-Rivera como presidente-executivo. Embora esteja na empresa desde 2020, ele é o primeiro CEO sem vínculos com a 3G.
*Com informações da CNBC
‘Socorro’ de R$ 10 bilhões à Raízen (RAIZ4) está na mesa da Cosan (CSAN3) e da Shell, segundo agência
Estresse no mercado de crédito pressiona a Raízen, que avalia aporte bilionário, desinvestimentos e uma reestruturação financeira com apoio dos controladores
WEG (WEGE3) abre o cofre e paga R$ 5,2 bilhões em dividendos
Os proventos autorizados nesta sexta-feira (19) serão divididos em três parcelas anuais de R$ 1,732 bilhão cada; confira os detalhes
Embraer (EMBJ3) testa protótipo de “carro voador” elétrico e inicia fase de certificação; ações chegam a subir 3%
Aeronave eVTOL da Eve Air Mobility inicia campanha de certificação com quase 3 mil encomendas; ações da Embraer avançam após voo inaugural
Raízen (RAIZ4) acelera desinvestimentos e vende carteira de comercialização de energia para Tria Energia, da Patria Investimentos
O negócio envolve o portfólio de contratos de trading de energia mantido pela Raízen no mercado livre; entenda
Mais um presente aos acionistas: Axia Energia (AXIA6) vai distribuir R$ 30 bilhões em bonificação com nova classe de ações
A distribuição ocorrerá com a criação de uma nova classe de ações preferenciais, a classe C (PNC). Os papéis serão entregues a todos os acionistas da Axia, na proporção de sua participação no capital social
Do campo de batalha ao chão da sala: a empresa de robôs militares que virou aspirador de pó — e acabou pedindo falência
Criadora dos robôs Roomba entra em recuperação judicial e será comprada por sua principal fabricante após anos de prejuízos
É para esvaziar o carrinho: o que levou o JP Morgan rebaixar o Grupo Mateus (GMAT3); ações caem mais de 2%
Embora haja potencial para melhorias operacionais, o banco alerta que o ruído de governança deve manter a ação da varejista fora do radar de muitos investidores
Sabesp (SBSP3), C&A (CEAB3), Hypera (HYPE3), Sanepar (SAPR11), Alupar (ALUP11), Ourofino (OFSA3) e outras 3 empresas anunciam R$ 2,5 bilhões em dividendos e JCP
Quem lidera a distribuição polpuda é a Sabesp, com R$ 1,79 bilhão em JCP; veja todos os prazos e condições para receber os proventos
Com dívidas bilionárias, Tesouro entra como ‘fiador’ e libera empréstimo de até R$ 12 bilhões aos Correios
Operação terá juros de 115% do CDI, carência de três anos e prazo de 15 anos; uso dos recursos será limitado em 2025 e depende de plano de reequilíbrio aprovado pelo governo
Banco Inter (INBR32) vai a mercado e reforça capital com letras financeiras de R$ 500 milhões
A emissão das “debêntures dos bancos” foi feita por meio de letras financeiras Tier I e Tier II e deve elevar o índice de Basileia do Inter; entenda como funciona a operação
Sob ameaça de banimento, TikTok é vendido nos EUA em um acordo cheio de pontos de interrogação
Após anos de pressão política, TikTok redefine controle nos EUA, com a Oracle entre os principais investidores e incertezas sobre a separação da ByteDance
O “presente de Natal” do Itaú (ITUB4): banco distribui ações aos investidores e garante dividendos turbinados
Enquanto os dividendos extraordinários não chegam, o Itaú reforçou a remuneração recorrente dos investidores com a operação; entenda
Petrobras (PETR4) e Braskem (BRKM5) fecham contratos de longo prazo de quase US$ 18 bilhões
Os contratos são de fornecimento de diferentes matérias primas para várias plantas da Braskem pelo país, como nafta, etano, propano e hidrogênio
Bradesco (BBDC4), Cemig (CMIG4), PetroRecôncavo (RECV3), Cogna (COGN3) e Tenda (TEND3) pagam R$ 5 bilhões em proventos; Itaú (ITUB4) anuncia bônus em ações
A maior fatia dessa distribuição farta ficou com o Bradesco, com R$ 3,9 bilhões, enquanto o Itaú bonifica acionistas em 3%; confira todos os prazos e condições para receber
CVM reabre caso da Alliança e mira fundo de Nelson Tanure e gestora ligada ao Banco Master 2 anos depois de OPA
O processo sancionador foi aberto mais de dois anos após a OPA que consolidou o controle da antiga Alliar, na esteira de uma longa investigação pela autarquia; entenda
Dona do Google recebe uma forcinha de Zuckerberg na ofensiva para destronar a Nvidia no mercado de IA
Com o TorchTPU, a Alphabet tenta remover barreiras técnicas e ampliar a adoção de suas TPUs em um setor dominado pela gigante dos chips
Casas Bahia (BHIA3) aprova plano que estica dívidas até 2050 e flexibiliza aumento de capital; ações sobem mais de 2%
Plano aprovado por acionistas e credores empurra vencimentos, reduz pressão de caixa e amplia a autonomia do conselho
Brava Energia (BRAV3) salta mais de 10% após rumores de venda de poços e com previsão de aumento nos investimentos em 2026
Apesar de a empresa ter negado a venda de ativos para a Eneva (ENEV3), o BTG Pactual avalia que ainda há espaço para movimentações no portfólio
Agora é lei: cardápios de papel serão obrigatórios em bares e restaurantes de São Paulo, dando adeus à hegemonia dos ‘QR Codes’
Cardápios digitais, popularizados durante a pandemia, permaneceram quase que de forma exclusiva em muitos estabelecimentos – mas realidade pode mudar com projeto de lei aprovado pela Alesp
Presente de Natal da Prio (PRIO3)? Empresa anuncia novo programa de recompra de até 86,9 milhões de ações; confira os detalhes
O conselho da Prio também aprovou o cancelamento de 26.890.385 ações ordinárias mantidas em tesouraria, sem redução do capital social