Klabin (KLBN11) vai abandonar o crescimento? CEO prevê estratégia mais conservadora para enfrentar a turbulência do Brasil — mas revela novo alvo de investimento a partir de 2027
De acordo com Cristiano Teixeira, a gigante do papel e celulose vive um momento de colheita, com foco no ramp-up e sinergias de projetos nos próximos anos

O atual cenário brasileiro está fazendo mesmo aquelas empresas consideradas mais defensivas repensarem os planos estratégicos para se blindar da volatilidade local — e com a Klabin (KLBN11) não é diferente. Para o CEO Cristiano Teixeira, a produtora de papel e celulose se posicionará de forma mais conservadora nos próximos anos para enfrentar as turbulências.
“Eu quero garantir para vocês que o DNA da companhia continua sendo uma empresa de crescimento. Em 125 anos de existência foi isso, e obviamente nos últimos anos a companhia teve uma história de crescimento muito forte. Só que, circunstancialmente, agora estamos numa visão mais conservadora, com foco em desalavancagem, geração e fluxo de caixa”, afirmou o executivo, durante encontro com investidores.

O evento aconteceu nesta terça-feira (10) no Projeto Figueira, fábrica da Klabin localizada em Piracicaba, no interior de São Paulo. A unidade é a mais moderna de produção de papelão ondulado da América Latina — e uma das grandes apostas da companhia nos últimos anos.
De acordo com CEO, a Klabin (KLBN11) vive um momento de colheita atualmente, com foco no ramp-up e sinergias de projetos nos próximos anos.
Essa combinação deve impulsionar a geração de caixa da empresa — e parte desse dinheiro será destinado ao pagamento de dívidas, a começar por aquelas “mais caras”.
Aliás, a disciplina financeira foi um dos requisitos citados pelo diretor financeiro (CFO), Marcos Ivo, para qualquer eventual movimento futuro de crescimento da Klabin.
Leia Também
“A gente só vai falar de crescimento se a alavancagem estiver no local definido na política e, ainda, se essa expansão estiver alinhada ao planejamento estratégico da Klabin. Vez ou outra, aparecem oportunidades de investimentos aparentemente muito rentáveis, mas que não estão inseridas dentro do negócio da Klabin”, disse.
“Nós temos muita disciplina, reconhecemos onde a empresa tem vantagens competitivas. Isso diminui muito o risco quando comparado a empresas que buscam diversificação. Não é o nosso caso. Nós apostamos no nosso modelo de negócio e no setor em que atuamos, vemos boas oportunidades ali”, acrescentou.
Klabin (KLBN11) blindada do Brasil e fortalecida pelo dólar
Questionado sobre potenciais impactos de uma eventual desaceleração econômica do Brasil a partir do segundo semestre de 2025, o diretor financeiro Marcos Ivo afirmou ao Seu Dinheiro que o modelo de negócios da Klabin por si só já permite que a companhia navegue por ciclos econômicos mais difíceis.
“Aproximadamente 70% de todas as vendas da Klabin estão relacionadas a alimentos, bebidas, produtos de higiene e limpeza, o que significa que, mesmo quando há uma contração econômica muito forte, esses produtos sofrem pouco efeito da demanda — e tudo isso usa embalagens”, disse.
“O posicionamento da Klabin permite que, na variável em que o Brasil recua mais do que o mundo, a empresa passe a exportar mais, e vice-versa”, acrescentou o CFO.
Além disso, a Klabin é uma das beneficiadas pelo cenário de enfraquecimento do câmbio.
Por ser uma exportadora — cerca de 85% dos custos em real e uma parte relevante da receita atrelada ao dólar — a moeda brasileira fraca aumenta o Ebitda (Lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) e a geração de caixa da empresa.
Segundo o diretor financeiro, no portfólio de vendas e nas curvas de preço atuais, a cada 10 centavos de variação do câmbio, a Klabin tem uma variação de aproximadamente R$ 160 milhões no Ebitda, para cima ou para baixo.
A disciplina financeira também é outro fator que tende a proteger a empresa de oscilações do mercado doméstico.
“A disciplina de ter a alavancagem dentro daquilo que a nossa política diz faz com que o custo caixa da companhia esteja o melhor ou entre os melhores do mundo. Isso protege o futuro”, acrescentou Ivo.
Foco em desalavancagem — e olho nas oportunidades
Essa estratégia de menor apetite ao risco da Klabin (KLBN11) deve perdurar pelos próximos dois anos, enquanto a companhia estiver focada no processo de desalavancagem.
Vale lembrar que, no fim de outubro, a companhia revisou as políticas de dividendos e de endividamento para evitar que ficasse exposta por muito tempo a patamares elevados de dívida e para alinhar a remuneração aos acionistas às novas perspectivas de Ebitda.
Isso não significa que a Klabin não esteja avaliando potenciais investimentos futuros. Mais cedo nesta terça-feira, a empresa atualizou as estimativas (guidance) para investimentos (capex).
Agora, a gigante do papel e celulose prevê gastos de R$ 3,3 bilhões neste ano e em 2025, respectivamente. Já em 2026, a cifra deve cair para R$ 2,8 bilhões e seguir encolhendo anualmente. Veja as estimativas:
“A Klabin ficará sempre na região sul do país, Paraná e Santa Catarina. Porque lá temos as melhores produtividades do Brasil e do mundo, com o menor risco de mudança climática impactando a produtividade florestal. Nessa região, em um horizonte de 10 anos, a gente ainda enxerga oportunidades de ampliar a nossa base florestal para novos projetos”, disse Ivo.
Para os próximos anos, o CEO da Klabin vê no mercado de fluff — a celulose utilizada para a produção de fraldas e absorventes — uma oportunidade promissora como avenida de crescimento futuro.
Isso porque a maior parte dos concorrentes produzem fluff de fibra curta — enquanto a Klabin usa a fibra longa, com maior capacidade de absorção e melhor valor agregado. Atualmente, há um spread muito alto entre os preços da fibra curta e longa, o que oferece oportunidade para a companhia, segundo o diretor financeiro.
Na avaliação dos diretores da Klabin, um dos primeiros potenciais projetos futuros no rol de discussões é uma nova fábrica de fluff com capacidade entre 650 milhões a 850 milhões de toneladas.
No entanto, a perspectiva de um novo investimento em fluff só é considerada após o período de desalavancagem da companhia, o que levaria o projeto a ser discutido de fato em um horizonte de médio a longo prazo, a partir de 2027.
MRV (MRVE3) ensaia retorno aos bons tempos com geração de caixa no 2T25 e até Resia fica no azul — mas nem tudo foi festa
De acordo com a prévia operacional divulgada nesta segunda-feira (14), a MRV&Co voltou a gerar caixa no 2T25 — mas a operação principal ainda ficou no vermelho
BRB entra na mira da CVM — e nova investigação não tem nada a ver com o Banco Master, segundo jornal
Todo o comando do Banco de Brasília está sendo processado pela autarquia por irregularidades financeiras; entenda
Ações da Embraer (EMBR3) caem 11% em uma semana e JP Morgan diz que o pior ainda está por vir
O banco norte-americano acredita que, no curto prazo, a fabricante brasileira de aeronaves continuará volátil, com ações sendo usadas como referência para o risco tarifário
Dupla listagem do Méliuz (CASH3): bilhete premiado ou aposta arriscada? O BTG responde
A plataforma aposta na listagem na OTC Markets para aumentar liquidez e fortalecer sua posição no mercado de criptomoedas, mas nem tudo são flores nessa operação
Petrobras indica nova diretora de sustentabilidade e passa a ser comandada por maioria feminina
Com a nomeação da engenheira Angélica Garcia Cobas Laureano, funcionária de carreira da Petrobras, a diretoria executiva da companhia passa a ter 55% de mulheres
Um novo vilão para o Banco do Brasil (BBAS3)? Safra identifica outro problema, que pode fazer as coisas piorarem
Apesar de o agronegócio ter sido o maior vilão do balanço do 1T25 do BB, com a resolução 4.966 do Banco Central, o Safra enxerga outro segmento que pode ser um problema no próximo balanço
Marfrig (MRFG3) avança na BRF (BRFS3) em meio a tensão na fusão. O que está em jogo?
A Marfrig decidiu abocanhar mais um pedaço da dona da Sadia; entenda o que está por trás do aumento de participação
SpaceX vai investir US$ 2 bilhões na empresa de Inteligência Artificial de Elon Musk
Empresa aeroespacial participa de rodada de captação da xAI, dona do Grok, com a finalidade de impulsionar a startup de IA
Taurus (TASA4) é multada em R$ 25 milhões e fica suspensa de contratar com a administração do estado de São Paulo por dois anos
Decisão diz respeito a contratos de fornecimento de armas entre os anos de 2007 e 2011 e não tem efeito imediato, pois ainda cabe recurso
Kraft Heinz estuda separação, pondo fim ao ‘sonho grande’ de Warren Buffett e da 3G Capital, de Lemann
Com fusão orquestrada pela gestora brasileira e o Oráculo de Omaha, marcas americanas consideram cisão, diz jornal
Conselho de administração da Ambipar (AMBP3) aprova desdobramento de ações, e proposta segue para votação dos acionistas
Se aprovado, os papéis resultantes da operação terão os mesmos direitos das atuais, inclusive em relação ao pagamento de proventos
Acionistas da Gol (GOLL54) têm até segunda (14) para tomar decisão importante sobre participação na empresa
A próxima segunda-feira (14) é o último dia para os acionistas exercerem direito de subscrição. Será que vale a pena?
Braskem (BRKM5) volta ao centro da crise em Maceió com ação que cobra R$ 4 bilhões por desvalorização de 22 mil imóveis
Pedido judicial coletivo alega perdas imobiliárias provocadas pela instabilidade geológica em cinco bairros da capital alagoana, diz site
É hora de adicionar SLC Agrícola (SLCE3) na carteira e três analistas dizem o que chama atenção nas ações
As recomendações de compra das instituições vêm na esteira do Farm Day, evento anual realizado pela companhia
MRV (MRVE3) resolve estancar sangria na Resia, mesmo deixando US$ 144 milhões “na mesa”; ações lideram altas na bolsa
Construtora anunciou a venda de parte relevante ativos da Resia, mesmo com prejuízo contábil de US$ 144 milhões
ESG ainda não convence gestores multimercados, mas um segmento é exceção
Mesmo em alta na mídia, sustentabilidade ainda não convence quem toma decisão de investimento, mas há brechas de oportunidade
Méliuz diz que está na fase final para listar ações nos EUA; entenda como vai funcionar
Objetivo é aumentar a visibilidade das ações e abrir espaço para eventuais operações financeiras nos EUA, segundo a empresa
Governo zera IPI para carros produzidos no Brasil que atendam a quatro requisitos; saiba quais modelos já se enquadram no novo sistema
Medida integra programa nacional de descarbonização da frota automotiva do país
CVM adia de novo assembleia sobre fusão entre BRF (BRFS3) e Marfrig (MRFG3); ações caem na B3
Assembleia da BRF que estava marcada para segunda-feira (14) deve ser adiada por mais 21 dias; transação tem sido alvo de críticas por parte de investidores, que contestam o cálculo apresentado pelas empresas
Telefônica Brasil (VIVT3) compra fatia da Fibrasil por R$ 850 milhões; veja os detalhes do acordo que reforça a rede de fibra da dona da Vivo
Com a operação, a empresa de telefonia passará a controlar 75,01% da empresa de infraestrutura, que pertencia ao fundo canadense La Caisse