Federalização de Cemig (CMIG4) e Copasa (CSMG3) deve ocorrer ainda em 2025, diz Zema; mas antes, empresas precisam virar corporations
Privatização das estatais mineiras será uma etapa no processo de usá-las como pagamento da dívida de Minas Gerais com a União
O governador de Minas Gerais, Romeu Zema (NOVO), disse, em entrevista ao Estadão, que o processo para federalizar as estatais mineiras Cemig (CMIG4) e Copasa (CSMG3) deve ocorrer ainda em 2025.
Perguntado sobre o prazo para a operação acontecer, Zema disse “eu penso que isso seria realizado ainda no exercício de 2025. Daria para fazer tudo sim.”
O governador disse ainda que sua intenção é realmente federalizar as duas empresas, isto é, transferi-las para o governo federal.
Questionado sobre se o caminho seria a federalização ou a privatização, Zema respondeu "De certa maneira, os dois acabam se confundindo em alguns pontos, mas o que nós queremos é transferir para o governo federal esses ativos. Só que eles vão precisar de um tratamento, porque o governo federal não vai querer pegar um ativo que possa lhe causar problemas."
Esse "tratamento", explicou Zema, seria transformar as duas companhias em corporations, isto é, empresas sem controlador definido, o que na prática constituiria uma privatização, com a diluição do estado de Minas Gerais, que deixaria de ser o acionista controlador. A federalização seria uma segunda etapa, em troca do abatimento da dívida do estado com a União.
Os projetos de privatização da Cemig e da Copasa foram protocolados pelo governo mineiro em novembro, e o projeto da Codemig, a Companhia de Desenvolvimento Econômico de Minas Gerais, tramita na Assembleia Legislativa estadual desde 2019.
Leia Também
Segundo Zema, se as ações da Cemig fossem transferidas hoje para o governo federal, por exemplo, poderia haver problemas com os acionistas minoritários no futuro, "porque eles poderiam falar que têm o direito de receber o mesmo valor desta transação", o chamado direito de tag along.
Ao transformar Cemig e Copasa em corporations, explicou o governador, o estado continuaria proprietário das ações, mas não teria mais o controle das companhias, e "isso tiraria do governo federal esse risco societário que poderia existir", disse, na entrevista. "Em ambas as situações, tudo isso precisa passar pela Assembleia Legislativa", complementou.
Cemig e Copasa como pagamento da dívida de Minas Gerais
A intenção do governo mineiro é que as três empresas — Cemig, Copasa e Codemig — sejam federalizadas de modo a abater a dívida do estado com a União e ainda obter uma redução no valor do débito, que hoje é de R$ 165 bilhões. Também há a expectativa de reduzir os juros que recaem sobre o montante.
"Então, além de a taxa de juros cair de IPCA mais 4% para IPCA mais 1%, quem sabe essa dívida aí pode cair de R$ 165 bilhões para R$ 120 bilhões ou R$ 110 bilhões. Seria uma economia gigantesca para o estado em termos de pagamento de juros. E o governo federal vai ficar com um ativo bom", disse Zema ao Estadão.
Em relação à Cemig, o governador mineiro disse que neste ano a companhia baterá todos os recordes de rentabilidade, Ebitda e resultado, atingindo os melhores indicadores operacionais da história.
"Nós vamos deixar muito claro que precisa continuar com a sede em Minas Gerais, chamando Cemig, e precisa continuar fazendo 100% dos seus investimentos dentro de Minas Gerais. O que nós queremos é isso: um abatimento na dívida e um ativo que continue gerando benefícios para o estado, mas tudo depende do “ok” da União", disse.
Zema disse ainda que o Programa de Pagamento de Dívidas dos Estados com a União (Propag), aprovado pelo Senado, resolve o problema da dívida de Minas Gerais com a União de uma vez por todas.
Segundo o governador, a troca da correção da dívida de IPCA + 4% para IPCA + 1% é mais condizente com o crescimento da economia, que tem sido, em média, de 1% a 1,5% "nos últimos 10, 20 anos". Assim, as prestações passam a ser viáveis.
*Com informações do Estadão Conteúdo.
VEJA TAMBÉM: Ibovespa, Haddad, Tesouro Direto… O PIOR do Seu Dinheiro em 2024
Os bastidores da crise na Ambipar (AMBP3): companhia confirma demissão de 35 diretores após detectar “falhas graves”
Reestruturação da Ambipar inclui cortes na diretoria e revisão dos controles internos. Veja o que muda até 2026
As ligações (e os ruídos) entre o Banco Master e as empresas brasileiras: o que é fato, o que é boato e quem realmente corre risco
A liquidação do Banco Master levantou dúvidas sobre possíveis impactos no mercado corporativo. Veja o que é confirmado, o que é especulação e qual o risco real para cada companhia
Ultrapar (UGPA3) e Smart Fit (SMFT3) pagam juntas mais de R$ 1,5 bilhão em dividendos; confira as condições
A maior fatia desse bolo fica com a Ultrapar; a Smartfit, por sua vez, também anunciou a aprovação de aumento de capital
RD Saúde (RADL3) anuncia R$ 275 milhões em proventos, mas ações caem na bolsa
A empresa ainda informou que submeterá uma proposta de aumento de capital de R$ 750 milhões
Muito além do Itaú (ITUB4): qual o plano da Itaúsa (ITSA4) para aumentar o pagamento de dividendos no futuro, segundo a CFO?
Uma das maiores pagadoras de dividendos da B3 sinaliza que um novo motor de remuneração está surgindo
Petrobras (PETR4) amplia participação na Jazida Compartilhada de Tupi, que detém com Shell e a portuguesa Petrogal
Os valores a serem recebidos pela estatal serão contabilizados nas demonstrações financeiras do quarto trimestre de 2025
Americanas (AMER3) anuncia troca de diretor financeiro (CFO) quase três anos após crise e traz ex-Carrefour e Dia; veja quem assume
Sebastien Durchon, novo diretor financeiro e de Relações com Investidores da Americanas, passou pelo Carrefour, onde conduziu o IPO da varejista no Brasil e liderou a integração do Grupo Big, e pelo Dia, onde realizou um plano de reestruturação
Essa empresa aérea quer que você pague mais de R$ 100 para usar o banheiro do avião
Latam cria regras para uso do banheiro dianteiro – a princípio, apenas passageiros das 3 primeiras fileiras terão acesso ao toalete
Ambipar (AMBP3): STJ suspende exigência de depósito milionário do Deutsche Bank
Corte superior aceitou substituir a transferência dos R$ 168 milhões por uma carta de fiança e congelou a ordem do TJ-RJ até a conclusão da arbitragem
Sinal verde: Conselho dos Correios dá aval a empréstimo de R$ 20 bilhões para reestruturar a estatal
Com aprovação, a companhia avança para fechar o financiamento bilionário com cinco bancos privados, em operação que ainda depende do Tesouro e promete aliviar o caixa e destravar a reestruturação da empresa
Oi (OIBR3) consegue desbloqueio de R$ 517 milhões após decisão judicial
Medida permite à operadora acessar recursos bloqueados em conta vinculada à Anatel, enquanto ações voltam a oscilar na bolsa após suspensão da falência
WEG (WEGE3) pagará R$ 1,9 bilhão em dividendos e JCP aos acionistas; veja datas e quem recebe
Proventos refletem o desempenho resiliente da companhia, que registrou lucro em alta mesmo em cenário global incerto
O recado da Petrobras (PETR4) para os acionistas: “Provavelmente não teremos dividendos extraordinários entre 2026 e 2030”
Segundo o diretor financeiro da companhia, Fernando Melgarejo, é preciso cumprir o pré-requisito de fluxo de caixa operacional robusto, capaz de deixar a dívida neutra, para a distribuição de proventos adicionais
A ação do Assaí virou um risco? ASAI3 cai mais de 6% com a chegada dos irmãos Muffato; saiba o que fazer com o papel agora
Na quinta-feira (27), companhia informou que fundos controlados pelos irmãos Muffato adquiriram uma posição acionária de 10,3%
Anvisa manda recolher lotes de sabão líquido famoso por contaminação; veja quais são e o que fazer
Medida da Anvisa vale para lotes específicos e inclui a suspensão de venda e uso; produto capilar de outra marca também é retirado do mercado
O “bom problema” de R$ 40 bilhões da Axia Energia (AXIA3) — e como isso pode chegar ao bolso dos acionistas
A Axia Energia quer usar parte de seus R$ 39,9 bilhões em reservas e se preparar para a nova tributação de dividendos; entenda
Petrobras (PETR3) cai na bolsa depois de divulgar novo plano para o futuro; o que abalou os investidores?
Novo plano da Petrobras reduz capex para US$ 109 bi, eleva previsão de produção e projeta dividendos de até US$ 50 bi — mas ações caem com frustração do mercado sobre cortes no curto prazo
Stranger Things vira máquina de consumo: o que o recorde de parcerias da Netflix no Brasil revela sobre marcas e comportamento do consumidor
Stranger Things da Netflix parece um evento global que revela como marcas disputam a atenção do consumidor; entenda
Ordinários sim, extraordinários não: Petrobras (PETR4) prevê dividendos de até US$ 50 bilhões e investimento de US$ 109 bilhões em 5 anos
A estatal destinou US$ 78 bilhões para Exploração e Produção (E&P), valor US$ 1 bilhão superior ao do plano vigente (2025-2029); o segmento é considerado crucial para a petroleira
Vale (VALE3) e Itaú (ITUB4) pagarão dividendos e JCP bilionários aos acionistas; confira prazos e quem pode receber
O banco pagará um total de R$ 23,4 bilhões em proventos aos acionistas; enquanto a mineradora distribui R$ 3,58 por ação