E agora, Ambev? Heineken vem forte no 3T24, mas com avanço “aguado” da receita e volumes — e analistas revelam o que esperar das gigantes da cerveja
Em meio a perspectivas fracas de curto prazo e a um aumento da concorrência como a Heineken e a Petrópolis, a Ambev (ABEV3) não “mata a sede” dos analistas
A Heineken serviu nesta quarta-feira (23) aos investidores um balanço no estilo chope 'pilsen' com gosto de IPA: forte, amargo, mas com uma certa refrescância para os acionistas. E o “retrogosto” deve refletir na Ambev (ABEV3), que divulga o balanço no próximo dia 31.
Por mais que os números da cervejaria holandesa no terceiro trimestre tenham registrado avanço no comparativo com o mesmo período de 2023, o aumento foi “aguado”.
- VEJA MAIS: tudo o que você precisa saber sobre a temporada de balanços do 3T24 em um só lugar; confira
Um exemplo foi a receita líquida orgânica, que chegou a 9,07 bilhões de euros entre julho e setembro, mas com uma alta de 3,3% na base anual — levemente acima do esperado pelo mercado. Do lado do lucro, a companhia não revelou as cifras.
Por sua vez, os volumes de cerveja consolidados, incluindo Heineken e mais de 300 outras marcas como Amstel, Red Stripe, Sol e Desperados, tiveram expansão orgânica de apenas 0,7% — e caíram em duas das três maiores regiões da Heineken, a América e a Ásia.
Se considerado somente o volume do portfólio premium, o avanço foi maior, de 4,5% no trimestre. Apenas na marca Heineken, os volumes aumentaram 8,7%.
"Nosso negócio continua a entregar resultados de acordo com nosso plano no geral, apesar de alguns mercados enfrentarem tendências desafiadoras de consumo e da indústria", disse o presidente-executivo Dolf van den Brink, em comunicado à imprensa.
Leia Também
Vale lembrar que, no fim de julho, a Heineken decepcionou com um resultado e perspectivas nada animadoras que desceram quadrado no estômago dos investidores.
Com a frustração, as ações acumularam desvalorização de 14% na bolsa de valores de Amsterdam desde o início deste ano.
O que dizem os analistas
Na avaliação do Itaú BBA, os números de vendas da Heineken no terceiro trimestre superaram as previsões — mas o guidance para o ano permaneceu inalterado.
A projeção para o lucro líquido ajustado da Heineken — no padrão contábil “Beia”, antes de “itens excepcionais e amortização de ativos intangíveis” — foi de um aumento de 4% a 8% neste ano.
No Brasil, a receita bruta da empresa cresceu em “um dígito médio”, apesar dos volumes não terem tido um crescimento relevante no trimestre.
Segundo os analistas, a situação pode ser parcialmente explicada pela “premiumização” do portfólio da Heineken, com um aumento de quase 10% do volume no país.
A relevância foi tamanha que o Brasil foi mencionado como um impulsionador-chave para o portfólio consolidado de cerveja premium, com destaque para a Amstel e a Heineken.
Heineken e Ambev: a briga das cervejas
Os resultados da Heineken costumam ser vistos de perto pelos analistas em busca de pistas para os números da Ambev (ABEV3), líder de mercado no Brasil.
Nas projeções do Itaú BBA, a cervejaria dona das marcas Brahma e Skol deve registrar volumes menores no terceiro trimestre. Vale lembrar que a companhia publicará o balanço do 3T24 em 31 de outubro. Você confere aqui o calendário completo de divulgações.
“As vendas menores do que o previsto da Ambev podem ser parcialmente atribuídas aos estoques construídos para uma sazonalidade mais forte no quarto trimestre”, projetaram os analistas.
Já o BTG projeta um crescimento de volume de cerveja no Brasil de 3% na base anual, com avanço de 7% no faturamento em comparação com o terceiro trimestre do ano passado.
No pregão desta quarta-feira, as ações da Ambev operavam em leve queda na bolsa. No ano, a desvalorização chega a 6%.
E agora, Ambev (ABEV3)?
Em meio a perspectivas fracas de curto prazo e a um aumento da concorrência como a Heineken e a Petrópolis, as ações da Ambev (ABEV3) não “matam a sede” dos analistas.
Segundo os analistas do Itaú BBA, ainda que o valuation medido pelo preço sobre lucro (P/L) de 13,5 vezes para o ano fiscal de 25 esteja mais barato do que antes, não é suficiente para justificar uma posição positiva sobre o nome sem gatilhos claros.
“Revisões positivas de lucros e gatilhos de curto prazo prevaleceram como os tópicos mais comuns das discussões recentes, indicando um apetite reduzido pela tese de investimento da Ambev enquanto enfrenta uma competição mais acirrada da Petrópolis e da Heineken”, disse o banco.
Afinal, a Petrópolis tem operado com preços cerca de 20% mais baixos dos principais pares do mercado para buscar ganhos de volume e diluição de custos.
A pressão da Petrópolis é tamanha que os analistas do BTG Pactual projetam que a força da carteira da Ambev será testada.
“Admitimos que o perfil de risco-retorno da Ambev está melhorando, impulsionado por um valuation mais razoável e expectativas de lucros. No entanto, há uma batalha contínua de participação de mercado e a falta de catalisadores de curto prazo”, escreveram os analistas do BTG, que têm recomendação neutra para as ações da cervejaria.
Laranjinha vs. Roxinho na Black Friday: Inter (INBR32) turbina crédito e cashback enquanto Nubank (ROXO34) aposta em viagens
Inter libera mais de R$ 1 bilhão para ampliar poder de compra no mês de novembro; Nubank Ultravioleta reforça benefícios no Nu Viagens
Cemig (CMIG4) vira ‘moeda de troca’ de Zema para abater dívidas do Estado e destravar privatização
O governador oferta a participação na elétrica para reduzir a dívida de MG; plano só avançaria com luz verde da assembleia para o novo modelo societário
Petrobras (PETR4) ignora projeção, tem lucro 2,7% maior no 3T25 e ainda pagará R$ 12,6 bilhões em dividendos
Nos cálculos dos analistas ouvidos pela Bloomberg, haveria uma queda do lucro entre julho e setembro, e os proventos viriam na casa dos R$ 10 bilhões
Banco ABC Brasil (ABCB4) quer romper o teto histórico de rentabilidade e superar os 15% de ROE: “nunca estamos satisfeitos”, diz diretor
Mesmo com ROE de 15,5%, o diretor financeiro, Ricardo Moura, afirma que está “insatisfeito” e mapeia as alavancas para entregar retornos maiores
Magazine Luiza (MGLU3) tem lucro quase 70% menor no 3T25 e CFO culpa a Selic: “ainda não estamos imunes”
A varejista registrou lucro líquido ajustado de R$ 21 milhões entre julho e setembro; executivo coloca o desempenho do período na conta dos juros elevados
“Estamos vivendo um filme de evolução”, diz CFO da Espaçolaser (ESPA3). Receita e Ebitda crescem, mas 3T25 ainda é de prejuízo
A rede de depilação fechou o trimestre no vermelho, mas o diretor Fabio Itikawa vê 2025 como um ano de reconstrução: menos dívida, mais caixa e expansão apoiada em franquias
Cogna (COGN3) acerta na lição de casa no 3T25 e atinge menor alavancagem em 7 anos; veja os destaques do balanço
A companhia atribui o resultado positivo do terceiro trimestre ao crescimento e desempenho sólido das três unidades de negócios da empresa: a Kroton, a Vasta e a Saber
Axia (ELET3): após o anúncio de R$ 4,3 bilhões em dividendos, ainda vale comprar a ação da antiga Eletrobras?
Bancos consideraram sólido o desempenho da companhia no terceiro trimestre, mas um deles alerta para a perda de valor do papel; saiba o que fazer agora
Adeus home office: Nubank (ROXO34) volta ao escritório por “custos invisíveis”; funcionários terão tempo para se adaptar ao híbrido
O Nubank se une a diversas empresas que estão chamando os funcionários de volta para os escritórios
Minerva (BEEF3) tem receita líquida e Ebitda recordes no 3T25, mas ações desabam na bolsa. Por que o mercado torce o nariz para o balanço?
Segundo o BTG Pactual, com um trimestre recorde para a Minerva, o que fica na cabeça dos investidores é: o quão sustentável é esse desempenho?
Rede D’Or (RDOR3) brilha com lucro 20% acima das expectativas, ação é a maior alta da bolsa hoje e ainda pode subir mais
No segmento hospitalar, a empresa vem conseguindo manter uma alta taxa de ocupação dos leitos, mesmo com expansão
Vai caber tudo isso na Raposo Tavares? Maior empreendimento imobiliário do Brasil prepara “cidade própria”, mas especialistas alertam para riscos
Reserva Raposo prevê 22 mil moradias e até 80 mil moradores até 2030; especialistas alertam para mobilidade, infraestrutura e risco de sobrecarga urbana
iPhone, iPad, MacBook e mais: Black Friday da iPlace tem produtos da Apple com até 70% de desconto, mas nem tudo vale a pena
Rede autorizada Apple anuncia descontos em iPhones, MacBooks, iPads e acessórios, mas valores finais ainda exigem avaliação de custo-benefício
Banco ABC Brasil (ABCB4) corta guidance e adota tom mais cauteloso para 2025, mesmo com lucro e rentabilidade em alta no 3T25
O banco entregou mais um trimestre previsível, mas decidiu ajustar as metas para o ano; veja os principais números do resultado
O melhor está por vir para a Petrobras (PETR4)? Balanço do 3T25 pode mostrar que dividendo de mais de R$ 10 bilhões é apenas o começo
A produção de petróleo da estatal deve seguir subindo, de acordo com bancos e corretoras, abrindo caminho para novas distribuições robustas de proventos aos acionistas
Empreender na América Latina exige paciência, mas o país menos burocrático da região vai deixar você de queixo caído
Estudo internacional mostra que este país reduziu o tempo para abrir empresas e agora lidera entre os países latino-americanos, enquanto outro enfrenta o maior nível de burocracia
Serena Energia (SRNA3) está mais perto de se unir à lista de empresas que deram adeus à bolsa, após Ventos Alísios comprar 65% da empresa
A operação é resultado do leilão realizado no âmbito da oferta pública de aquisição (OPA) para fechamento de capital e saída da Serena do segmento Novo Mercado da B3
C&A (CEAB3) dá close no Ibovespa: ações figuram entre as maiores altas do dia, e bancos apontam a tendência do 4T25
A expectativa é de que a C&A continue reduzindo a diferença em relação à sua maior concorrente, a Lojas Renner — e os números do terceiro trimestre de 2025 mostram isso
RD Saúde (RADL3), dona da Raia e Drogasil, é vítima do próprio sucesso: ação chegou a ser a maior queda do Ibovespa e agora se recupera do tombo
Receita com medicamentos como Ozempic e Mounjaro engordou os resultados da rede de farmácias, mas essas vendas podem emagrecer quando genéricos chegarem ao mercado
Itaú (ITUB4) não quer juros altos e seguirá com ROE acima de 20%, diz CEO: “A barra subiu faz tempo”
Milton Maluhy Filho afirma que o banco segue confortável com o atual nível de rentabilidade e projeta cortes na Selic a partir de 2026; veja o que esperar daqui para frente
