Depois de lucro ‘milagroso’ no 2T24, Casas Bahia (BHIA3) volta ao prejuízo no 3T24 — e não foi por causa das lojas físicas
O retorno a uma era de ouro de lucratividade da Casas Bahia parece ainda distante, mesmo depois do breve milagre do trimestre anterior
A era de ouro de lucratividade da Casas Bahia (BHIA3) parece ainda distante. Depois de experimentar um breve milagre do lucro no 2T24, a varejista voltou à “normalidade” com mais um balanço no vermelho no terceiro trimestre de 2024.
A empresa comandada por Renato Franklin registrou prejuízo líquido de R$ 369 milhões entre julho e setembro, uma melhora de 55,9% em relação às perdas apresentadas no mesmo período de 2023.
O montante veio ligeiramente acima das expectativas dos analistas, que previam perdas da ordem de R$ 364,8 milhões, de acordo com perspectivas compiladas pelo consenso Bloomberg.
- Vai ter rali de fim de ano na bolsa? “com certeza”, aponta analista da Empiricus. Veja as 10 ações mais promissoras para investir
É preciso lembrar que a empresa surpreendeu o mercado no trimestre anterior com um resultado líquido positivo — mas a cifra deu-se por um efeito não recorrente do reperfilamento de dívidas do grupo.
Desde o ano passado, a Casas Bahia encontra-se em uma missão hercúlea de colocar a casa em ordem e voltar a ganhar mercado em meio a altas taxas de juros.
A Casas Bahia entrou em recuperação extrajudicial no fim de abril, quando fechou acordo com os credores para equacionar em torno de R$ 4,1 bilhões em dívidas.
Leia Também
No entanto, as ações BHIA3 vêm sendo penalizadas na bolsa em meio ao processo de reestruturação financeira. A varejista já perdeu mais da metade do valor de mercado apenas neste ano, com desvalorização acumulada de 64,11%, de acordo com o Tradingview.
Outros destaques do balanço da Casas Bahia (BHIA3) no 3T24
A receita líquida de Casas Bahia recuou 2,9% no comparativo anual, encerrando o terceiro trimestre a R$ 6,399 bilhões. Ainda assim, a cifra veio acima das estimativas, de R$ 6,29 bilhões.
A varejista continuou a sentir a pressão do processo de reestruturação e dos juros altos no faturamento.
Vale lembrar que a Casas Bahia decidiu abandonar categorias e canais não lucrativos para focar naquilo que é rentável, como móveis e eletrodomésticos. No entanto, a Selic elevada encarece o crédito e afeta diretamente a compra de bens duráveis, que são o pilar da nova estratégia da empresa.
Por sua vez, o Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado — indicador usado pelo mercado para mensurar o potencial de geração de caixa de uma empresa — somou R$ 491 milhões entre julho e setembro, uma alta em relação ao prejuízo de R$ 66 milhões, registrado em igual intervalo de 2023.
A alavancagem, mensurada pela relação entre caixa líquido sobre Ebitda ajustado dos últimos 12 meses, foi positiva em 0,8 vez.
O GMV (volume bruto de mercadorias) total chegou a R$ 9,658 bilhões no terceiro trimestre de 2024, recuo de 1,6% ante o mesmo período do ano passado.
- GRÁTIS: Reportagens, análises e tudo o que você precisa saber sobre esta temporada de balanços para investir melhor; cadastre-se gratuitamente para acessar
A força das lojas físicas
Apesar do conjunto mais fraco de resultados, a varejista registrou uma importante recuperação nas vendas de lojas físicas no terceiro trimestre. O GMV do canal físico chegou a R$ 5,878 bilhões, alta de 4,6% na base anual.
No entanto, a aceleração das vendas veio acompanhada de uma maior concessão de crédito pela companhia, especialmente do lado do carnê (CDC).
No terceiro trimestre, a carteira do crediário cresceu 7,5% no comparativo com igual período de 2023, a R$ 5,7 bilhões.
Na avaliação da Genial Investimentos, essa estratégia liga um alerta amarelo para o futuro da varejista devido ao maior risco em caso de inadimplência.
“Esse risco pode ser bem recompensado, no cenário no qual a inadimplência segue controlada e a provisão realizada é suficiente para lidar com a qualidade da carteira de crédito, ou pode ser um “tiro no próprio pé”, no cenário onde o cenário macroeconômico piore e a inadimplência de pessoas físicas volte a subir, custando maiores provisões e impactando negativamente a rentabilidade da companhia no médio prazo”, projetaram os analistas.
Nesse cenário estressado, a companhia estaria sacrificando a rentabilidade de médio prazo em detrimento de melhorar o faturamento de curto prazo.
E mesmo de olho no curto prazo, esse aumento da carteira de crédito traz consequências para a varejista, com pressão na margem líquida e dificuldade em apresentar maiores ganhos operacionais no trimestre.
De olho no digital
Do lado do e-commerce, o volume bruto de mercadorias recuou 9,9% frente ao terceiro trimestre do ano anterior, para R$ 3,8 bilhões.
O número foi impactado pelo desempenho do canal 1P — vendas diretas de mercadoria própria online —, que encolheu 22,8%, e pelo ambiente macroeconômico.
Já o segmento 3P, de produtos vendidos por terceiros, houve um crescimento de 24,1% no período.
Adeus, telefone fixo: Vivo anuncia fim de operação e deixa para trás uma história de memória afetiva para milhões de brasileiros
Ao encerrar o regime de concessão do telefone fixo, a Vivo sela o fim de um modelo que moldou a comunicação no Brasil por décadas
Vamos (VAMO3), LOG CP (LOGG3), Blau Farmacêutica (BLAU3) anunciam mais de R$ 500 milhões em dividendos; Rede D´Or (RDOR3) aprova recompra de ações
A LOG fica com a maior parte da distribuição aos acionistas, ou R$ 278,5 milhões; Rede D´Or já havia anunciado pagamento de proventos e agora renova a recompra de ações
Itaúsa (ITSA4) vai bonificar investidor com novas ações; saiba quem tem direito a participar
Quem é acionista da holding vai ganhar 2 ações bônus a cada 100; operação acontece depois do aumento de capital
Casas Bahia (BHIA3) busca fôlego financeiro com nova emissão, mas Safra vê risco para acionistas
Emissão bilionária de debêntures promete reduzir dívidas e reforçar caixa, mas analistas dizem que pode haver uma diluição pesada para quem tem ações da varejista
Banco do Brasil (BBAS3) ou Bradesco (BBDC4)? Um desses bancos está na mira dos investidores estrangeiros
Em roadshow com estrangeiros nos EUA, analistas do BTG receberam muitas perguntas sobre as condições do Banco do Brasil e do Bradesco para 2026; confira
Um novo controlador será capaz de resolver (todos) os problemas da Braskem (BRKM5)? Analistas dizem o que pode acontecer agora
O acordo para a saída da Novonor do controle da petroquímica reacendeu entre os investidores a expectativa de uma solução para os desafios da empresa. Mas só isso será suficiente para levantar as ações BRKM5 outra vez?
Nubank (ROXO34) pode estar ajudando a ‘drenar’ os clientes de Tim (TIMS3) e Vivo (VIVT3); entenda
Segundo a XP, o avanço da Nucel pode estar acelerando a migração de clientes para a Claro e pressionando rivais como Tim e Vivo, o que sinaliza uma mudança mais rápida na dinâmica competitiva do setor
Bradespar (BRAP4) distribui quase R$ 600 milhões em dividendos e JCP; pagamento será feito em duas etapas
Do total anunciado, R$ 330 milhões correspondem aos dividendos e R$ 257 milhões aos juros sobre capital próprio (JCP); Localiza também detalha distribuição de proventos
Falta de luz em SP: Prejuízo a bares, hotéis e restaurantes pode chegar a R$ 100 milhões
Estimativa da Fhoresp é que 5 mil estabelecimentos foram atingidos pelo apagão
Isa Energia (ISAE4) recebe upgrade duplo do JP Morgan depois de comer poeira na bolsa em 2025
Após ficar atrás dos pares em 2025, a elétrica recebeu um upgrade duplo de recomendação. Por que o banco vê potencial de valorização e quais os catalisadores?
Não colou: por que a Justiça barrou a tentativa do Assaí (ASAI3) de se blindar de dívidas antigas do Pão de Açúcar
O GPA informou, nesta segunda (15), que o pedido do Assaí por blindagem contra passivos tributários anteriores à cisão das duas empresas foi negado pela Justiça
Braskem (BRKM5) com novo controlador: IG4 fecha acordo com bancos e tira Novonor do comando
Gestora fecha acordo com bancos credores, avança sobre ações da Novonor e pode assumir o controle da petroquímica
São Paulo às escuras: quando a Enel assumiu o fornecimento de energia no estado? Veja o histórico da empresa
Somente no estado, a concessionária atende 24 municípios da região metropolitana, sendo responsável por cerca de 70% da energia distribuída
Concessão da Enel em risco: MP pede suspensão da renovação, e empresa promete normalizar fornecimento até o fim do dia
O MPTCU defende a divisão da concessão da Enel em partes menores, o que também foi recomendado pelo governador de São Paulo
Cemig (CMIG4) promete investir cifra bilionária nos próximos anos, mas não anima analistas
Os analistas do Safra cortaram o preço-alvo das ações da empresa de R$ 13,20 para R$ 12,50, indicando um potencial de alta de 13% no próximo ano
Casas Bahia (BHIA3) avança em mudança de estrutura de capital e anuncia emissão de R$ 3,9 bilhões em debêntures
Segundo o documento, os recursos obtidos também serão destinados para reperfilamento do passivo de outras emissões de debêntures ou para reforço de caixa
Azul (AZUL4) avança no Chapter 11 com sinal verde da Justiça dos EUA, e CEO se pronuncia: ‘dívida está baixando 60%’
Com o plano aprovado, grande parte da dívida pré-existente será revertida em ações, permitindo que a empresa levante recursos
Bancos oferecem uma mãozinha para socorrer os Correios, mas proposta depende do sinal verde do Tesouro Nacional
As negociações ganharam fôlego após a entrada da Caixa Econômica Federal no rol de instituições dispostas a emprestar os recursos
Mais de R$ 9 bilhões em dividendos e JCP: Rede D’Or (RDOR3) e Engie (EGIE3) preparam distribuição de proventos turbinada
Os pagamentos estão programados para dezembro de 2025 e 2026, beneficiando quem tiver posição acionária até as datas de corte
BRK Ambiental: quem é a empresa que pode quebrar jejum de IPO após 4 anos sem ofertas de ações na bolsa brasileira
A BRK Ambiental entrou um pedido na Comissão de Valores Mobiliários (CVM) para realizar um IPO; o que esperar agora?
