Magazine Luiza (MGLU3) quer ampliar vendas a crédito e faz aporte de R$ 1 bilhão com Itaú
Apesar do balanço acima das expectativas no 1T24, as ações da varejista caem forte na bolsa brasileira hoje
Após deixar para trás os dias de prejuízo, o Magazine Luiza (MGLU3) decidiu apostar na volta do crédito para impulsionar os próximos resultados, mas desta vez não será no "carnezinho gostoso". A varejista anunciou um aporte de R$ 1 bilhão na Luizacred, a divisão de cartões de crédito que possui em sociedade com o Itaú, que vai entrar com metade do valor.
“A gente sai desse mundo pós-covid com a realidade de que o crescimento das vendas tem que vir acompanhado do aumento do lucro”, disse Fred Trajano, CEO do Magalu, durante teleconferência com analistas para comentar os resultados do primeiro trimestre de 2024.
Trajano classificou o balanço como um “feito histórico” em meio a um contexto macroeconômico ainda restritivo para o varejo brasileiro, com “juros elevados e impostos crescentes”. “O macro estava pior no ano passado, mas ainda não está ideal”, afirmou.
Apesar do resultado ter vindo acima do esperado, as ações do Magazine Luiza (MGLU3) reagiram mal ao balanço. Os papéis fecharam em forte queda de 7,78% na B3, a R$ 1,54. No ano, a desvalorização chega a 27%.
Veja os destaques do balanço do Magalu no 1T24:
- Lucro líquido ajustado: R$ 29,8 milhões, revertendo um prejuízo de R$ 309,4 milhões na base anual;
- Lucro líquido: R$ 27,9 milhões, reversão das perdas de R$ 391,2 do 1T23;
- Receita líquida: R$ 9,2 bilhões (+1,9% a/a);
- Ebitda: R$ 684,9 milhões (+111,3% a/a);
- Ebitda ajustado: R$ 687,8 milhões (+53,5% a/a);
- Dívida líquida: R$ 4,3 bilhões.
A venda a prazo é uma estratégia fundamental para as varejistas, em especial as que trabalham com produtos de maior valor, como o Magalu. Aliás, em 2022, um vídeo de Luiza Trajano, presidente do conselho da varejista, oferecendo um “carnezinho gostoso” aos clientes que fossem às lojas viralizou na internet.
Leia Também
A aposta agora é em uma espécie de versão moderna do “carnezinho”, via cartão de crédito. Para Trajano, existem três frentes que devem destravar valor para a varejista neste ano: a fintech do Magazine Luiza, o MagaluBank a plataforma de anúncios e a divisão de serviços em nuvem.
- 10 ações para investir neste mês: veja a carteira recomendada da analista Larissa Quaresma, baixando este relatório gratuito.
Carnezinho digital
O CEO da operação de fintech MagaluBank, Carlos Mauad, sinalizou uma retomada da oferta de crédito de maior risco — especialmente após a divisão de cartões de crédito Luizacred registrar um desempenho robusto no primeiro trimestre, com menores provisões, ganhos de eficiência, redução de despesas e aumento do lucro.
“Agora que a Luizacred voltou a dar lucro e tem perspectivas positivas para os próximos trimestres, o aporte de capital com o Itaú, de R$ 1 bilhão, serve para capitalizar a fintech e prepará-la para o novo ciclo financeiro de seus negócios”, afirmou Mauad.
Pelo acordo, Magazine Luiza e Itaú injetaram R$ 200 milhões cada na Luizacred e se comprometeram com um aporte adicional de R$ 600 milhões. Nesse caso, o Itaú vai financiar a parte do Magalu.
A expectativa é aproveitar a melhora no ambiente de crédito para ampliar a oferta de financiamento em produtos de maior retorno, principalmente nas lojas, de acordo com Mauad. “Com a queda da taxa de juros, conseguimos ser mais flexíveis.”
Porém, segundo o presidente da fintech do Magalu, a flexibilização de crédito será realizada “com muita diligência” devido ao porte da dívida que a companhia tem.
- [Carteira recomendada] 10 ações brasileiras para investir agora e buscar lucros – baixe o relatório gratuito
Outras apostas do Magazine Luiza (MGLU3)
Enquanto isso, Trajano segue mostrando confiança no potencial de que a plataforma Magalu Ads vai se tornar uma fonte relevante de receita para a varejista. A divisão de advertising [anúncios] registrou evolução da plataforma e produtos, com crescimento de anunciantes e ticket.
Por isso, uma parcela significativa dos investimentos (capex) da empresa agora serão destinados para o desenvolvimento da plataforma e contratação de pessoas para o time de negócios em 2024.
“Não tem como essa agenda não se reverter em retornos expressivos para os nossos investimentos.”
Já para o Magazine Cloud, a expectativa é que a solução em nuvem da varejista passe por uma expansão da base de clientes a partir do segundo semestre, quando todos os produtos forem disponibilizados para o público geral.
Atualmente, apenas três serviços foram liberados: arquivamento e backup de dados; gerenciamento de identidade e acessos; e solução de autenticação de usuários.
Magazine Luiza (MGLU3) sem dívidas… pelo menos por enquanto
As dívidas também foram destaque na teleconferência da varejista com os analistas. Isso porque a companhia quitou R$ 2,1 bilhões em notas promissórias que venciam no fim de abril. Agora, o Magazine Luiza (MGLU3) possui apenas débitos de longo prazo, com vencimentos marcados para o fim do ano que vem e de 2026.
“O Magalu não tem mais dívida bancária de curto prazo, isso é um símbolo da grande evolução operacional, de resultado e gestão de capital de giro. Com a capitalização [da família Trajano e do BTG Pactual], estamos com perspectiva para retomar investimentos e acelerar os nossos projetos.”
Do lado das despesas financeiras, a varejista aumentou os esforços em otimização, com antecipação de recebíveis e receita com antecipação de fornecedores.
Questionado sobre as expectativas para o programa Remessa Conforme, Fred Trajano ainda disse ter esperança de que a pauta continue a avançar no Legislativo, com decisões relevantes a serem tomadas.
“A expectativa é que a pauta avance porque ela é justa e correta. Torcendo para que a justiça e isonomia prevaleçam e para que ser estrangeiro não seja uma vantagem competitiva no Brasil.”
CSN (CSNA3) terá modernização de usina em Volta Redonda ‘reembolsada’ pelo BNDES com linha de crédito de R$ 1,13 bilhão
Banco de fomento anunciou a aprovação de um empréstimo para a siderúrgica, que pagará por adequações feitas em fábrica da cidade fluminense
De dividendos a ações resgatáveis: as estratégias das empresas para driblar a tributação são seguras e legais?
Formatos criativos de remuneração ao acionista ganham força para 2026, mas podem entrar na mira tributária do governo
Grupo Toky (TOKY3) mexe no coração da dívida e busca virar o jogo em acordo com a SPX — mas o preço é a diluição
Acordo prevê conversão de debêntures em ações, travas para venda em bolsa e corte de até R$ 227 milhões em dívidas
O ano do Itaú (ITUB4), Bradesco (BBDC4), Banco do Brasil (BBAS3) e Santander (SANB11): como cada banco terminou 2025
Os balanços até setembro revelam trajetórias muito diferentes entre os gigantes do setor financeiro; saiba quem conseguiu navegar bem pelo cenário adverso — e quem ficou à deriva
A derrocada da Ambipar (AMBP3) em 2025: a história por trás da crise que derrubou uma das ações mais quentes da bolsa
Uma disparada histórica, compras controversas de ações, questionamentos da CVM e uma crise de liquidez que levou à recuperação judicial: veja a retrospectiva do ano da Ambipar
Embraer (EMBR3) ainda pode ir além: a aposta ‘silenciosa’ da fabricante de aviões em um mercado de 1,5 bilhão de pessoas
O BTG Pactual avalia que a Índia pode adicionar bilhões ao backlog — e ainda está fora do radar de muitos investidores
O dia em que o caso do Banco Master será confrontado no STF: o que esperar da acareação que coloca as decisões do Banco Central na mira
A audiência discutirá supervisão bancária, segurança jurídica e a decisão que levou à liquidação do Banco Master. Entenda o que está em jogo
Bresco Logística (BRCO11) é negociado pelo mesmo valor do patrimônio, segundo a XP; saiba se ainda vale a pena comprar
De acordo com a corretora, o BRCO11 está sendo negociado praticamente pelo mesmo valor de seu patrimônio — múltiplo P/VP de 1,01 vez
Um final de ano desastroso para a Oracle: ações caminham para o pior trimestre desde a bolha da internet
Faltando quatro dias úteis para o fim do trimestre, os papéis da companhia devem registrar a maior queda desde 2001
Negócio desfeito: por que o BRB desistiu de vender 49% de sua financeira a um grupo investidor
A venda da fatia da Financeira BRB havia sido anunciada em 2024 por R$ 320 milhões
Fechadas com o BC: o que diz a carta que defende o Banco Central dias antes da acareação do caso Master
Quatro associações do setor financeiro defendem a atuação do BC e pedem a preservação da autoridade técnica da autarquia para evitar “cenário gravoso de instabilidade”
CSN Mineração (CMIN3) paga quase meio bilhão de reais entre dividendos e JCP; 135 empresas antecipam proventos no final do ano
Companhia distribui mais de R$ 423 milhões em dividendos e JCP; veja como 135 empresas anteciparam proventos no fim de 2025
STF redefine calendário dos dividendos: empresas terão até janeiro de 2026 para deliberar lucros sem imposto
O ministro Kassio Nunes Marques prorrogou até 31 de janeiro do ano que vem o prazo para deliberação de dividendos de 2025; decisão ainda precisa ser confirmada pelo plenário
BNDES lidera oferta de R$ 170 milhões em fundo de infraestrutura do Patria com foco no Nordeste; confira os detalhes
Oferta pública fortalece projetos de logística, saneamento e energia, com impacto direto na região
FII BRCO11 fecha contrato de locação com o Nubank (ROXO34) e reduz vacância a quase zero; XP recomenda compra
Para a corretora, o fundo apresenta um retorno acumulado muito superior aos principais índices de referência
OPA da Ambipar (AMBP3): CVM rejeita pedido de reconsideração e mantém decisão contra a oferta
Diretoria da autarquia rejeitou pedido da área técnica para reabrir o caso e mantém decisão favorável ao controlador; entenda a história
Azul (AZUL54) chega a cair mais de 40% e Embraer (EMBJ3) entra na rota de impacto; entenda a crise nos ares
Azul reduz encomenda de aeronaves com a Embraer, enquanto ações despencam com a diluição acionária prevista no plano de recuperação
Corrida por proventos ganha força: 135 empresas antecipam remuneração; dividendos e JCP são os instrumentos mais populares
Recompras ganham espaço e bonificação de ações resgatáveis desponta como aposta para 2026, revela estudo exclusivo do MZ Group
IG4 avança na disputa pela Braskem (BRKM5) e leva operação bilionária ao Cade; ações lideram altas na B3
A petroquímica já havia anunciado, em meados deste mês, que a gestora fechou um acordo para assumir a participação da Novonor, equivalente a 50,1% das ações com direito a voto
Nvidia fecha acordo de US$ 20 bilhões por ativos da Groq, a maior aquisição de sua história
Transação em dinheiro envolve licenciamento de tecnologia e incorporação de executivos, mas não a compra da startup
