A Hypera (HYPE3) rejeitou a proposta da EMS, mas essa novela ainda não terminou
Quais seriam as vantagens dessa união para as companhias e por que a Hypera, mesmo depois de subir por causa da notícia, rejeitou a proposta?
Nesta semana tivemos uma notícia bombástica que abalou as estruturas da indústria farmacêutica brasileira. A EMS fez uma proposta de fusão com a Hypera (HYPE3), o que criaria a maior companhia farmacêutica do Brasil, com R$ 16 bilhões de receita e 17% do mercado brasileiro.
Quais seriam as vantagens dessa união para as companhias e por que a Hypera, mesmo depois de subir por causa da notícia, rejeitou a proposta?
Sinergias EMS e Hypera
O quadro abaixo mostra um pouco do potencial da nova companhia (NovaCo) que surgiria dessa união.
Fonte: Companhias
Desde já, notamos a relevância da Receita e do Ebitda, e também a queda do endividamento para 2x dívida líquida/Ebitda, um nível bem mais eficiente. Isso porque ele não seria tão alto como o da Hypera, o que acarreta em grandes despesas com juros e atrapalha os dividendos, e nem tão baixo como o da EMS, o que atrapalha benefícios fiscais sobre a dívida.
Mas as sinergias podem ir além. Por exemplo, o portfólio da Hypera é muito dependente de OTC (sem prescrição), enquanto o da EMS depende muito de genéricos.
Leia Também
Fonte: Companhias
A combinação tornaria a receita bem mais equilibrada, como você pode ver abaixo:
Fonte: Companhias
Há potencial de cross selling também, com uma das companhias aproveitando o portfólio da outra para vender mais produtos para o mesmo cliente.
Na linha de custos e despesas, há boas chances de ganhos de margem, seja pelo maior poder de barganha na compra de insumos por bons descontos, seja pela unificação de estruturas que estariam duplicadas após a fusão.
No entanto, essas promessas não foram o suficiente para a Hypera aceitar, o que certamente está muito relacionado ao valor ofertado pela EMS.
Preço não agradou
O valor proposto para a troca de ações entre as companhias partiu da seguinte premissa: as duas seriam avaliadas pelo mesmo múltiplo de 11,5x Valor da Firma/Ebitda. Depois de subtrair as respectivas dívidas, chegaríamos à participação de cada uma na empresa final.
Fonte: Companhias
Como você pode ver, a participação da Hypera na nova companhia seria menor do que a metade, o que certamente não agradou os seus acionistas, e está muito relacionada ao desempenho ruim de HYPE3 desde o primeiro semestre do ano passado.
Isso fica mais claro quando calculamos o valor por ação. Com o valor de mercado proposto pela EMS, a Hypera valeria R$ 19,1 bilhões. Dividindo esse valor pelas 633 milhões de ações, chegamos a R$ 30 para cada HYPE3.
Um número que até está acima dos patamares atuais, mas está bem abaixo do que HYPE3 chegou a negociar no ano passado, e não agradou os conselheiros e principais acionistas da companhia, que rejeitaram a proposta.
Fonte: TradingView
Se puder dar um palpite, eu diria que essa novela ainda não terminou, e podemos ver novas propostas da EMS pela frente. Mas ela precisará oferecer termos melhores na próxima tentativa, e é por isso que as ações não recuaram com a rejeição – porque talvez venha proposta melhor ainda pela frente, a ver.
Não gosto muito da ideia de comprar ações na expectativa por eventos de M&A, porque da mesma forma que a EMS pode aumentar a oferta, ela também pode desistir de vez da Hypera, o que pressionaria as ações.
De qualquer forma, continuaremos atentos a essa história e, dependendo do desfecho, HYPE3 pode abrir uma grande oportunidade.
Um abraço e até a próxima semana
Ruy
A engrenagem da máquina de lucros: Como o BTG Pactual (BPAC11) bate recordes sucessivos em qualquer cenário econômico
O banco de André Esteves renovou outra vez as máximas de receita e lucro no 3T25. Descubra os motores por trás do desempenho
Black Friday e 11.11 da Shopee: achadinhos de até R$ 35 que podem deixar sua casa mais prática
Entre utilidades reais e pequenos luxos da rotina, a Black Friday e o 11.11 revelam acessórios que tornam a casa mais funcional ou simplesmente mais divertida
A Isa Energia (ISAE4) vai passar a pagar mais dividendos? CEO e CFO esclarecem uma das principais dúvidas dos acionistas
Transmissora garante que não quer crescer apenas para substituir receita da RBSE, mas sim para criar rentabilidade
É recorde atrás de recorde: BTG Pactual (BPAC11) supera expectativa com rentabilidade de 28% e lucro de R$ 4,5 bilhões no 3T25
O balanço do BTG trouxe lucro em expansão e rentabilidade em alta; confira os principais números do trimestre
Valorização da Hypera (HYPE3) deve chegar a 20% nos próximos meses, diz Bradesco BBI; veja qual é o preço-alvo
Analistas veem bons fundamentos e gatilhos positivos para a empresa à frente
Desdobramentos da falência: B3 suspende negociações das ações Oi (OIBR3)
Segundo o último balanço da companhia, referente ao segundo trimestre, a empresa tinha 330 mil ações em circulação, entre ordinárias e preferenciais
MBRF (MBRF3): lucro recua 62% e chega a R$ 94 milhões no 3T25; confira os primeiros números após a fusão
Nas operações da América do Norte, os resultados foram impulsionados pela racionalização da produção e crescente demanda pela proteína bovina
Vale a pena investir na Minerva (BEEF3): Santander eleva preço-alvo e projeta alta de 25% com dividendos no radar
Analistas avaliam que queda de 14% após balanço foi um exagero, e não considera os fundamentos da empresa adequadamente
Vai renovar a casa? Esses eletrodomésticos estão com desconto de Black Friday no Magazine Luiza
Descontos no Magalu incluem geladeiras, TVs e lavadoras; confira detalhes antes de decidir
Tchau, Oi (OIBR3): como a empresa que já foi uma “supertele” sucumbiu à falência? A história por trás da ruína
A telecom teve sua falência decretada na tarde desta segunda-feira (10), depois de quase uma década de recuperação judicial — foram duas, uma atrás da outra
MBRF (MBRF3) arranca na B3 antes do primeiro balanço após a fusão, mas ciclo pode estar prestes a virar; o que esperar do 3T25
Ciclo da empresa pode estar prestes a virar: o crescimento da oferta de carne deve crescer, pressionando novamente as margens mais à frente
Justiça decreta falência da Oi (OIBR3) e liquidação dos ativos: “a Oi é tecnicamente falida”, diz juíza
A juíza determinou a continuação provisória das atividades da Oi até que os serviços sejam assumidos por outras empresas
Shopee, Mercado Livre e TikTok Shop transformam o 11.11 em prévia da Black Friday
Com o 11.11, varejo estende as ofertas por todo o mês e disputa a atenção do consumidor antes da Black Friday
Média e alta renda ‘seguram as pontas’, enquanto Minha Casa Minha Vida brilha: o que esperar das construtoras no 3T25?
Balanços do terceiro trimestre de 2025 devem reforçar o momento positivo das construtoras populares em um ano marcado pelo avanço do Minha Casa Minha Vida; Cury e Direcional seguem sendo destaques na visão de analistas
Adeus, vista cansada! Como funciona o colírio que livra dos óculos quem desenvolve presbiopia
Aprovado pelo FDA, o colírio VIZZ promete dar fim temporário à “vista cansada”, melhorar o foco e reduzir o uso de óculos — mas exige aplicação diária
A era do ROE de 20% do Banco do Brasil (BBAS3) ficou para trás — e pode nunca mais voltar, mesmo depois do fim da crise, dizem analistas
Em meio a turbulências na carteira, especialmente no agronegócio, BB enfrenta desafios na busca por rentabilidade, e analistas revelam o que esperar das ações BBAS3
O CEO que causou polêmica com o fim do home office agora diz que não lê notificação no celular — exceto uma
“Se você me enviar uma mensagem durante o dia, provavelmente eu não a lerei”, diz Jamie Dimon, do JPMorgan
Ele abriu mão de bilhões no momento mais difícil da vida — e descobriu que o sucesso vai muito além do dinheiro
O cofundador do Reddit, Alexis Ohanian, vendeu cedo demais e acabou deixando bilhões de dólares na mesa, mas não parece incomodado com isso
É o fim da linha para a Oi (OIBR3)? Operadora pede que justiça avalie insolvência
A manifestação da Oi foi solicitada pela juíza Simone Chevrand que, no mês passado, adiou em dez dias a decisão sobre dar continuidade ao processo de recuperação judicial da companhia ou se optaria pela liquidação do grupo
Fundo imobiliário CPSH11 pede ao Cade uma avaliação para a compra de shopping da Riachuelo
Segundo comunicado, o negócio envolve a compra do Midway Mall, shopping localizado em Natal (RN) e considerado um dos principais do Nordeste