“A gente não tem plano de crescimento forte em 2024”, afirma CEO da Casas Bahia (BHIA3). Saiba qual é a nova meta da varejista
Isso não significa que a empresa vá performar mal este ano — o presidente da varejista prevê uma expansão de um dígito em relação a 2023, ajudado pela sazonalidade de eventos do segundo semestre
Em reestruturação desde agosto do ano passado, a Casas Bahia (BHIA3) decidiu abrir mão de tudo o que a empurrava para baixo no primeiro trimestre de 2024. Isso incluiu fechar lojas com margem de contribuição negativa, descontinuar categorias não rentáveis e reduzir de incentivos no canal B2B no comércio digital (e-commerce).
Além disso, a tradicional varejista brasileira migrou categorias do 1P — em que o varejista vende o produto para a plataforma de marketplace, que realiza a venda e a entrega — para o 3P — em que o varejista realiza todo o processo de venda e entrega.
Apesar de estar recalculando a nova rota em busca de uma expansão mais sólida, o CEO Renato Franklin avisa: este ano não deve ser um período de forte expansão para a Casas Bahia, tanto no canal físico quanto no digital.
“Olhando para 1P e 3P em crescimento, a gente não tem um plano de crescimento em 2024”, afirmou o executivo, em teleconferência de resultados. “Não planejamos um crescimento expressivo, mas bastante saudável para a companhia.”
Isso não significa que a empresa vá performar mal em 2024. Na realidade, o presidente da varejista prevê um crescimento de um dígito em relação ao ano anterior, ajudado pela sazonalidade de eventos do segundo semestre, como Black Friday e Natal.
- Onde investir neste mês? Veja 10 ações em diferentes setores da economia para buscar lucros. Baixe o relatório gratuito aqui.
Então, a Casas Bahia (BHIA3) abandonou o crescimento?
Apesar de não estar nos planos de curto prazo da Casas Bahia, Franklin sinalizou que o ciclo de crescimento da companhia deve ser retomado em 2025.
Leia Também
“Primeiro, estamos nos concentrando em aumentar a eficiência operacional e fazer alguns ajustes nos processos, na operação e na gestão do negócio da companhia para ter um negócio que seja escalável de forma rentável”, disse.
Segundo o CEO, a Casas Bahia não pretende ter uma estratégia de consumo de caixa para incentivar a expansão.
“A gente quer crescimento com rentabilidade. Então, a partir de 2025 devemos conseguir avançar de acordo com o PIB mais inflação, tanto no off-line quanto no on-line. Isso permitirá administrar o fluxo de caixa da companhia sem necessidade de movimentos adicionais para suportar esse ciclo de crescimento”, afirma.
Do lado físico, a varejista pretende inaugurar novas lojas e melhorar o aproveitamento do ecossistema em relação à capacidade ociosa. Já no digital, o foco será a melhoria da experiência do cliente para aumentar a conversão, além da retomada do volume do 3P.
- [Carteira recomendada] 10 ações brasileiras para investir agora e buscar lucros – baixe o relatório gratuito
Todos os olhos no ROIC
A Casas Bahia (BHIA3) também conseguiu retomar patamares históricos de margem bruta no primeiro trimestre de 2024, a 30%, especialmente após o fim do saldão de estoques antigos da varejista, realizado ao longo do segundo semestre do ano passado.
“Acabou a fase de correção. Agora, entramos em outra fase do plano de reestruturação, de evolução. As alavancas que temos de melhoria de eficiência operacional, crescimento de novas fontes de receita, otimização de mix de produtos e preços — isso vai possibilitar, incrementando a margem bruta, construir novos benchmarks para o setor”, disse o CEO.
No plano de recuperação, a Casas Bahia já havia sinalizado que voltaria ao básico: categorias de bens duráveis nas quais é especialista, saindo de produtos de baixo valor agregado que traziam custos de estoque, sem contribuir com as margens.
Além disso, segundo Franklin, para além da margem bruta, a Casas Bahia também estará focada na expansão do ROIC (retorno sobre o capital investido, em português).
“Às vezes é possível ter algumas alavancas que melhoram muito o take-rate [taxa de comissão sobre a venda dos parceiros no marketplace], mas que exigem mais capital investido”, afirmou.
Para o executivo, é possível que essas taxas aumentem poucos pontos percentuais devido ao novo mix de produtos, estratégia e planejamento da Casas Bahia. Porém, nada no curtíssimo prazo.
“São ações que vão ser incrementais com melhoria muito gradativa, mas que permitem que a gente chegue no final do ano com uma margem bruta e contribuição à penetração de serviços melhores, que contribuem para uma rentabilidade que seja suficiente para cobrir o pagamento de juros em um cenário de juros acima de 10%”, disse.
De olho no balanço da Casas Bahia no 1T24
A Casas Bahia (BHIA3) surpreendeu os investidores na noite de quarta-feira (9) com um prejuízo menor do que o esperado no primeiro trimestre de 2024. Mas apesar de as perdas não terem vindo tão altas quanto o mercado projetava, os números ainda mostram forte pressão da reestruturação que a empresa vem fazendo desde agosto.
Veja os destaques do balanço da varejista no 1T24:
- Prejuízo líquido: R$ 261 milhões (-12,2% a/a);
- Receita líquida: R$ 6,347 bilhões (-13,7% a/a);
- Ebitda ajustado: R$ 387 milhões (-42,6% a/a);
O que está por trás dos números das empresas mais importantes da bolsa? Receba gratuitamente, em primeira mão, a análise dos balanços do 1T24 de algumas das principais empresas da Bolsa.
Vale lembrar que, no fim de abril, a empresa animou o mercado com o anúncio de uma recuperação extrajudicial. O acordo com credores permite o alongamento do prazo de vencimento de dívidas que somam R$ 4,1 bilhões, com o prazo passando de 22 meses para 72 meses.
A renegociação diz respeito aos débitos relacionados às 6ª, 7ª, 8ª e 9ª séries de debêntures da varejista, além das CCBs que ela tem com o Bradesco e o Banco do Brasil.
Para o Santander, ainda que o prejuízo não tenha vindo tão forte quanto o esperado, o resultado da Casas Bahia no 1T24 ainda veio nublado, com o peso dos ajustes operacionais nas vendas, apesar da melhora na lucratividade.
Na avaliação do banco, melhorias significativas de rentabilidade ainda estão por vir. “Embora ainda em tendência de recuperação, as margens brutas melhoraram significativamente na base trimestral, graças à melhoria de estoques e de mix de vendas.”
Os analistas mantiveram a recomendação neutra para as ações BHIA3, com preço-alvo de R$ 7 para o fim de 2024, implicando em um leve potencial de alta de 0,5% em relação ao último fechamento.
Na visão do BTG Pactual, a Casas Bahia confirmou as expectativas de resultados fracos no primeiro trimestre, ainda pressionada pelo cenário ainda competitivo de varejo e pela recuperação operacional da empresa.
“O primeiro trimestre mostrou uma tendência de enfraquecimento da receita, enquanto a lucratividade permanece sob pressão”, afirmou o banco, em relatório.
Para os analistas, apesar da recuperação extrajudicial, do plano de reestruturação da empresa e do reforço de capital com o follow-on em setembro no ano passado, as medidas ainda não foram suficientes para convencer o BTG de comprar BHIA3.
O banco manteve a recomendação neutra para as ações, com preço-alvo de R$ 9 para os próximos 12 meses, uma valorização potencial de 29% frente ao fechamento anterior.
Segundo o BTG Pactual, existem cinco fatores que podem prejudicar a capacidade da Casas Bahia de investir no crescimento das operações. São eles:
- A concorrência acirrada;
- A forte exposição a produtos eletrônicos e eletrodomésticos;
- Os elevados custos de financiamento;
- A incerteza quanto às provisões futuras; e
- Os desafios na monetização de créditos fiscais.
BRB contratará auditoria externa para apurar fatos da operação Compliance da PF, que investiga o Banco Master
Em comunicado, o banco reafirma seu compromisso com as melhores práticas de governança, transparência e prestação de informações ao mercado
O futuro da Petrobras (PETR4): Margem Equatorial, dividendos e um dilema bilionário
Adriano Pires, sócio-fundador do CBIE e um dos maiores especialistas em energia do país, foi o convidado desta semana do Touros e Ursos para falar de Petrobras
ChatGPT vs. Gemini vs. Llama: qual IA vale mais a pena no seu dia a dia?
A atualização recoloca o Google na disputa com o ChatGPT e o Llama, da Meta; veja o que muda e qual é a melhor IA para cada tipo de tarefa
Magazine Luiza (MGLU3) e Americanas (AMER3) fecham parceria para o e-commerce; veja
Aliança cria uma nova frente no e-commerce e intensifica a competição com Mercado Livre e Casas Bahia
Governador do DF indica Celso Eloi para comandar o BRB; escolha ainda depende da Câmara Legislativa
A nomeação acontece após o afastamento judicial de Paulo Henrique Costa, em meio à operação da PF que mira irregularidades envolvendo o Banco Master
Ele foi o segundo maior banco privado do Brasil e seu jingle resistiu ao tempo, mas não acabou numa boa
Do auge ao colapso: o caso Bamerindus marcou o FGC por décadas como um dos maiores resgates do FGC da história — até o Banco Master
Cedae informa suspensão do pagamento do resgate de CDBs do Banco Master presentes na sua carteira de aplicações
Companhia de saneamento do Rio de Janeiro não informou montante aplicado nos papéis, mas tinha R$ 248 milhões em CDBs do Master ao final do primeiro semestre
A história do banco que patrocinou o boné azul de Ayrton Senna e protagonizou uma das maiores fraudes do mercado financeiro
Banco Nacional: a ascensão, a fraude contábil e a liquidação do banco que virou sinônimo de solidez nos anos 80 e que acabou exposto como protagonista de uma das maiores fraudes da história bancária do país
Oncoclínicas (ONCO3) confirma vencimento antecipado de R$ 433 milhões em CDBs do Banco Master
Ações caem forte no pregão desta terça após liquidação extrajudicial do banco, ao qual o caixa da empresa está exposto
Por que Vorcaro foi preso: PF investiga fraude de R$ 12 bilhões do Banco Master para tentar driblar o BC e emplacar venda ao BRB
De acordo com informações da Polícia Federal, o fundador do Master vendeu mais de R$ 12 bilhões em carteiras de crédito inexistentes ao BRB e entregou documentos falsos ao Banco Central para tentar justificar o negócio com o banco estatal de Brasília
Banco Central nomeia liquidante do Banco Master e bloqueia bens de executivos, inclusive do dono, Daniel Vorcaro
O BC também determinou a liquidação extrajudicial de outras empresas do grupo, como a corretora, o Letsbank e o Banco Master de Investimento
Cloudflare cai e arrasta X, ChatGPT e outros serviços nesta terça-feira (18)
Falha em um dos principais provedores de infraestrutura digital deixou diversos sites instáveis e fora do ar
Liquidado: de crescimento acelerado à crise e prisão do dono, relembre como o Banco Master chegou até aqui
A Polícia Federal prendeu o dono da empresa, Daniel Vorcaro, em operação para apurar suspeitas de crimes envolvendo a venda do banco para o BRB, Banco de Brasília.
BTG Pactual (BPAC11) quer transformar o Banco Pan (BPAN4) em sua subsidiária; confira proposta
Segundo fato relevante publicado, cada acionista do Pan receberá 0,2128 unit do BTG para cada ação, exceto o Banco Sistema, que já integra a estrutura de controle. A troca representa um prêmio de 30% sobre o preço das ações preferenciais do Pan no fechamento de 13 de outubro de 2025
Polícia Federal prende Daniel Vorcaro, dono do Banco Master; BC decreta liquidação extrajudicial da instituição
O Banco Central (BC) decretou a liquidação extrajudicial do Master, que vinha enfrentando dificuldades nos últimos meses
Azzas 2154 (AZZA3) e Marcopolo (POMO4) anunciam mais de R$ 300 milhões em dividendos e juros sobre capital próprio (JCP)
Dona da Arezzo pagará R$ 180 milhões, e fabricante de ônibus, R$ 169 milhões, fora os JCP; veja quem tem direito aos proventos
XP (XPBR31) anuncia R$ 500 milhões em dividendos e recompra de até R$ 1 bilhão em ações após lucro recorde no 3T25
Companhia reportou lucro líquido de R$ 1,33 bilhão, avanço de 12% na comparação anual; veja os destaques do balanço
Banco do Brasil (BBAS3) lança cartão para a altíssima renda de olho nos milionários; veja os benefícios
O cartão BB Visa Altus Liv será exclusivo para clientes com mais de R$ 1 milhão investido, gastos médios acima de R$ 20 mil e/ou renda mínima de R$ 30 mil
A ação que pode virar ‘terror’ dos vendidos: veja o alerta do Itaú BBA sobre papel ‘odiado’ na B3
Apesar da pressão dos vendidos, o banco vê gatilhos de melhora para 2026 e 2027 e diz que shortear a ação agora pode ser um erro
JBS (JBSS32): BofA ‘perdoa’ motivo que fez mercado torcer o nariz para a empresa e eleva preço-alvo para as ações
Após balanço do terceiro trimestre e revisão do guidance, o BofA elevou o preço-alvo e manteve recomendação de compra para a JBS
