Warren Buffett está se comportando como antes do estouro da bolha pontocom, diz gestor que prevê mau desempenho do S&P 500 por 10 anos
Para Bill Smead, pessimismo com a bolsa estaria por trás das vendas de posições de Buffett em empresas como Apple e Bank of America
O megainvestidor Warren Buffett está pessimista com as bolsas americanas? Segundo o gestor de fundos Bill Smead, que fez fortuna inspirando-se no estilo de investimento do Oráculo de Omaha, sim, e ele mesmo também.
Para Smead, Buffett estaria se preparando para o risco de queda nos mercados ao vender posições tradicionais em empresas como Apple e Bank of America, movimento que vem chamando a atenção do mercado, mas para o qual o megainvestidor não deu uma justificativa clara.
Semead é o responsável pelo Smead Value Fund (SMVLX), fundo de investimento de valor que superou 99% dos fundos semelhantes nos últimos 15 anos, bem como o S&P 500, com um retorno médio de 14% ao ano contra ganhos de 13,8% do índice.
- Trump ou Kamala no poder? Evento traz especialistas para analisar os impactos da eleição americana no seu bolso; veja como assistir gratuitamente
E na opinião do gestor, que aplica a filosofia de "buy and hold" ("comprar e segurar") de Buffett, o responsável pela firma de investimentos Berkshire Hathaway está se comportando hoje de forma semelhante àquela como se comportou em 1999, nas vésperas do estouro da bolha pontocom, derrocada das ações de negócios ligados à internet no mercado americano no início dos anos 2000.
No auge de formação da bolha, Buffett preferiu não comprar o hype do setor de tecnologia e alertou que o mercado provavelmente não continuaria seu ritmo tórrido.
Entre julho e setembro de 1999, o megainvestidor compartilhou sua perspectiva para o mercado em uma série de palestras, nas quais argumentou que as ações tiveram um bom desempenho nos anos anteriores devido a dois fatores: queda nas taxas de juros de longo prazo e aumento dos lucros corporativos.
Leia Também
Os FIIs mais lucrativos do ano: shoppings e agro lideram altas que chegam a 144%
Gestora aposta em ações 'esquecidas' do Ibovespa — e faz o mesmo com empresas da Argentina
No entanto, defendeu Buffett à época, era improvável que as ações permanecessem no mesmo caminho, pois seria difícil para os lucros corporativos continuarem acrescer tanto quanto nas décadas de 1980 e 1990, mesmo que as taxas de juros caíssem.
Além disso, os valuations já haviam subido a extremos, prejudicando a perspectiva de retornos futuros. Nos anos seguintes, o S&P 500 despencou 50%.
Inflação pode voltar a incomodar
Nos últimos 15 anos, os investidores desfrutaram de taxas de juros ultrabaixas e lucros corporativos crescentes, algo que tem preocupado Smead. Para ele, sequências de ganhos como essa não podem durar para sempre.
"Eu diria que há provavelmente 1% de chance de que nos próximos 10 ou 15 anos as pessoas atendam à sua necessidade econômica de financiar seu futuro investindo no S&P 500", afirmou o gestor ao Business Insider.
Por trás dessa perspectiva de Smead está uma visão contrária ao consenso de que a inflação está pronta para aumentar novamente à medida que o Federal Reserve, o banco central americano, corta as taxas de juros.
Embora a visão do mercado seja de que o mercado de trabalho americano mostra sinais de enfraquecimento, esta não é a visão de Smead. Uma taxa de desemprego de 4,2%, embora crescente, ainda é historicamente baixa, e as empresas ainda têm dificuldade de encontrar trabalhadores.
O gestor acredita que outro surto de inflação pode levar as taxas dos títulos do Tesouro americano de dez anos, hoje em declínio, para 6%, um patamar bastante elevado para os Estados Unidos. Com os valuations das ações perto das máximas históricas, isso traria problemas ao mercado, disse.
Por essas razões, Smead está apostando em um desempenho fraco pra o S&P 500 no futuro e, na visão dele, Warren Buffett também. O megainvestidor estaria, nas palavras do gestor, "se preparando para o ciclo não virtuoso".
"Ele vai na outra direção em algum momento", disse Smead. "Muitas das variáveis sobre as quais Buffett falou em 1999 estão em vigor para servir como uma maldição em vez de uma bênção".
*Com informações do Business Insider.
Cogna (COGN3), C&A (CEAB3), Cury (CURY3): Veja as 20 empresas que mais se valorizaram no Ibovespa neste ano
Companhias de setores como educação, construção civil e bancos fazem parte da lista de ações que mais se valorizaram desde o começo do ano
Com rentabilidade de 100% no ano, Logos reforça time de ações com ex-Itaú e Garde; veja as 3 principais apostas da gestora na bolsa
Gestora independente fez movimentações no alto escalão e destaca teses de empresas que “ficaram para trás” na B3
A Log (LOGG3) se empolgou demais? Possível corte de payout de dividendos acende alerta, mas analistas não são tão pessimistas
Abrir mão de dividendos hoje para acelerar projetos amanhã faz sentido ou pode custar caro à desenvolvedora de galpões logísticos?
A bolha da IA pode estourar onde ninguém está olhando, alerta Daniel Goldberg: o verdadeiro perigo não está nas ações
Em participação no Fórum de Investimentos da Bradesco Asset, o CIO da Lumina chamou atenção para segmento que está muito exposto aos riscos da IA… mas parece que ninguém está percebendo
A bolsa ainda está barata depois da disparada de 30%? Pesquisa revela o que pensam os “tubarões” do mercado
Empiricus ouviu 29 gestoras de fundos de ações sobre as perspectivas para a bolsa e uma possível bolha em inteligência artificial
De longe, a maior queda do Ibovespa: o que foi tão terrível no balanço da Hapvida (HAPV3) para ações desabarem mais de 40%?
Os papéis HAPV3 acabaram fechando o dia com queda de 42,21%, cotados a R$ 18,89 — a menor cotação e o menor valor de mercado (R$ 9,5 bilhões) desde a entrada da companhia na B3, em 2018
A tormenta do Banco do Brasil (BBAS3): ações caem com balanço fraco, e analistas ainda não veem calmaria no horizonte
O lucro do BB despencou no 3T25 e a rentabilidade caiu ao pior nível em décadas; analistas revelam quando o banco pode começar a sair da tempestade
Seca dos IPOs na bolsa vai continuar mesmo com Regime Fácil da B3; veja riscos e vantagens do novo regulamento
Com Regime Fácil, companhias de menor porte poderão acessar a bolsa, por meio de IPOs ou emissão dívida
Na onda do Minha Casa Minha Vida, Direcional (DIRR3) tem lucro 25% maior no 3T25; confira os destaques
A rentabilidade (ROE) anualizada chegou a 35% no entre julho e setembro, mais um recorde para o indicador, de acordo com a incorporadora
O possível ‘adeus’ do Patria à Smart Fit (SMFT3) anima o JP Morgan: “boa oportunidade de compra”
Conforme publicado com exclusividade pelo Seu Dinheiro na manhã desta quarta-feira (12), o Patria está se preparando para se desfazer da posição na rede de academias, e o banco norte-americano não se surpreende, enxergando uma janela para comprar os papéis
Forte queda no Ibovespa: Cosan (CSAN3) desaba na bolsa depois de companhia captar R$ 1,4 bi para reforçar caixa
A capitalização visa fortalecer a estrutura de capital e melhorar liquidez, mas diluição acionária preocupa investidores
Fundo Verde diminui exposição a ações no Brasil, apesar de recordes na bolsa de valores; é sinal de atenção?
Fundo Verde reduz exposição a ações brasileiras, apesar de recordes na bolsa, e adota cautela diante de incertezas globais e volatilidade em ativos de risco
Exclusivo: Pátria prepara saída da Smart Fit (SMFT3); leilão pode movimentar R$ 2 bilhões, dizem fontes
Venda pode pressionar ações após alta de 53% no ano; Pátria foi investidor histórico e deve zerar participação na rede de academias.
Ibovespa atinge marca histórica ao superar 158 mil pontos após ata do Copom e IPCA; dólar recua a R$ 5,26 na mínima
Em Wall Street, as bolsas andaram de lado com o S&P 500 e o Nasdaq pressionados pela queda das big techs que, na sessão anterior, registraram fortes ganhos
Ação da Isa Energia (ISAE4) está cara, e dividendos não saltam aos olhos, mas endividamento não preocupa, dizem analistas
Mercado reconhece os fundamentos sólidos da empresa, mas resiste em pagar caro por uma ação que entrega mais prudência do que empolgação; veja as projeções
Esfarelando na bolsa: por que a M. Dias Branco (MDIA3) cai mais de 10% depois do lucro 73% maior no 3T25?
O lucro de R$ 216 milhões entre julho e setembro não foi capaz de ofuscar outra linha do balanço, que é para onde os investidores estão olhando: a da rentabilidade
Não há mais saída para a Oi (OIBR3): em “estado falimentar irreversível”, ações desabam 35% na bolsa
Segundo a 7ª Vara Empresarial do Rio de Janeiro, a Oi está em “estado falimentar” e não possui mais condições de cumprir o plano de recuperação ou honrar compromissos com credores e fornecedores
Ibovespa bate mais um recorde: bolsa ultrapassa os 155 mil pontos com fim do shutdown dos EUA no radar; dólar cai a R$ 5,3073
O mercado local também deu uma mãozinha ao principal índice da B3, que ganhou fôlego com a temporada de balanços
Adeus ELET3 e ELET5: veja o que acontece com as ações da Axia Energia, antiga Eletrobras, na bolsa a partir de hoje
Troca de tickers nas bolsas de valores de São Paulo e Nova York coincide com mudança de nome e imagem, feita após 60 anos de empresa
A carteira de ações vencedora seja quem for o novo presidente do Brasil, segundo Felipe Miranda
O estrategista-chefe da Empiricus e sócio do BTG Pactual diz quais papéis conseguem suportar bem os efeitos colaterais que toda votação provoca na bolsa