Salvaram o Ibovespa? Por que os dados de inflação e emprego nos EUA ajudam a bolsa aqui, mas fecham a porta para Wall Street
No câmbio, o dólar à vista perde força depois de ter encostado e R$ 5,60 na máxima da sessão anterior; entenda o que mexe com os mercados aqui e lá fora
O ditado diz que depois da tempestade sempre vem a bonança. Se, na sessão anterior, o Ibovespa afundou e o dólar disparou, nesta quinta-feira (10) a história é outra: o principal índice da bolsa brasileira opera em alta, enquanto a moeda norte-americana renova mínimas no mercado à vista.
O movimento é explicado pela divulgação de dois dados importantes nos EUA: o número de pedidos de seguro-desemprego e o índice de preços ao consumidor (CPI) — ambos observados de perto pelo Federal Reserve (Fed), que tem o pleno emprego e a inflação em 2% como mandatos.
Tanto o aumento dos pedidos de seguro-desemprego — que avançou em 33 mil na semana encerrada em 5 de outubro, acima das projeções — como o CPI — que subiu 0,2% no mês e 2,4% no ano, superando estimativas — favoreceram os ativos por aqui.
Isso porque, com a divulgação dos dois indicadores, o mercado passou a precificar com ainda mais força uma chance de corte de juros em calibre menor pelo Fed em novembro.
De acordo com a ferramenta FedWatch do CME Group, a probabilidade de o banco central norte-americano cortar os juros em 25 pontos-base (pb) no mês que vem subiu de 76,2% antes dos dados para 87% logo após. Já a chance de manutenção da taxa referencial caiu de 23,8% para 13%.
Por volta de 11h55, o Ibovespa subia 0,20%, aos 130.212,84 pontos. Na sessão anterior, o principal índice da bolsa brasileira havia perdido o patamar dos 130 mil pontos. Você pode conferir os detalhes aqui.
Leia Também
No mercado de câmbio, o dólar à vista recuava 0,17%, a R$ 5,5774. Ontem, a moeda norte-americano chegou a encostar nos R$ 5,60, quando atingiu a máxima do dia de R$, 5,5988.
Em Wall Street, o movimento é contrário. As principais bolsas operam no vermelho sob o efeito do CPI e dos pedidos de seguro-desemprego, com o S&P 500 se afastando do recorde alcançado no dia anterior.
O Brasil e o Ibovespa poderiam ter aproveitado mais a onda do corte de juros dos EUA?
O que o Fed vai fazer com os juros agora?
Tanto o CPI como os pedidos de seguro-desemprego de hoje não só mexem com o Ibovespa e com as bolsas mundo afora como ajudam a telegrafar os próximos passos do Fed com relação aos juros depois da reunião de setembro, quando o banco central norte-americano fez deu início ao afrouxamento monetário depois de quatro anos com um corte agressivo, de 50 pb.
Os indicadores de hoje também surgem em um momento no qual aumentam as preocupações de que o Fed pode desacelerar o ritmo de cortes futuros.
“Com o progresso na frente da inflação estagnando e o relatório de emprego (payroll) da semana passada mostrando um mercado de trabalho relativamente robusto, o Fed provavelmente diminuirá o ritmo dos cortes de juros no mês que vem”, disse Thomas Feltmate, diretor e economista sênior da TD Economics.
Para ele, o banco central norte-americano fará dois cortes adicionais de 25 pb até o final do ano. Atualmente, a taxa de juros nos EUA está na faixa entre 4,75% e 5,00% ao ano.
Já a Capital Economics calcula que, embora o núcleo do CPI tenha subido 0,3% pelo segundo mês seguido em setembro, o núcleo do PCE (o índice de preços para gastos pessoais, a medida preferida do Fed para inflação) avançou 0,2% no mesmo período — levemente acima da merda de 2% do BC dos EUA.
Por isso, a consultoria britânica diz que o comportamento atual da inflação seria consistente com planos do Fed de cortar juros em um ritmo mais lento, de 25 bp em novembro.
A Capital Economics atribuiu o aumento dos pedidos de seguro-desemprego aos efeitos do furacão Helene.
André Valério, economista sênior do Inter, acredita que, com o último payroll muito acima do esperado e com aceleração nos salários, o resultado do CPI de hoje não é reconfortante para o Fed.
“O payroll já havia sido forte o suficiente para fechar a porta para um novo corte de 50 pb na reunião de novembro, e o CPI de hoje confirma essa tendência”, diz Valério.
“Até a reunião de novembro teremos mais uma divulgação de payroll, que será fundamental para o próximo passo da política monetária. Caso tenhamos outro relatório de emprego tão forte quanto o último, o Fed pode, inclusive, se ver na posição de não cortar em novembro”, acrescenta.
A nova empresa de US$ 1 trilhão não tem nada a ver com IA: o segredo é um “Ozempic turbinado”
Com vendas explosivas de Mounjaro e Zepbound, Eli Lilly se torna a primeira empresa de saúde a valer US$ 1 trilhão
Maior queda do Ibovespa: por que as ações da CVC (CVCB3) caem mais de 7% na B3 — e como um dado dos EUA desencadeou isso
A combinação de dólar forte, dúvida sobre o corte de juros nos EUA e avanço dos juros futuros intensifica a pressão sobre companhia no pregão
Nem retirada das tarifas salva: Ibovespa recua e volta aos 154 mil pontos nesta sexta (21), com temor sobre juros nos EUA
Índice se ajusta à baixa dos índices de ações dos EUA durante o feriado e responde também à queda do petróleo no mercado internacional; entenda o que afeta a bolsa brasileira hoje
O erro de R$ 1,1 bilhão do Grupo Mateus (GMAT3) que custou o dobro para a varejista na bolsa de valores
A correção de mais de R$ 1,1 bilhão nos estoques expôs fragilidades antigas nos controles do Grupo Mateus, derrubou o valor de mercado da companhia e reacendeu dúvidas sobre a qualidade das informações contábeis da varejista
Debandada da B3: quando a onda de saída de empresas da bolsa de valores brasileira vai acabar?
Com OPAs e programas de recompras de ações, o número de empresas e papéis disponíveis na B3 diminuiu muito no último ano. Veja o que leva as empresas a saírem da bolsa, quando esse movimento deve acabar e quais os riscos para o investidor
Medo se espalha por Wall Street depois do relatório de emprego dos EUA e nem a “toda-poderosa” Nvidia conseguiu impedir
A criação de postos de trabalho nos EUA veio bem acima do esperado pelo mercado, o que reduz chances de corte de juros pelo Federal Reserve (Fed) em dezembro; bolsas saem de alta generalizada para queda em uníssono
Depois do hiato causado pelo shutdown, Payroll de setembro vem acima das expectativas e reduz chances de corte de juros em dezembro
Os Estados Unidos (EUA) criaram 119 mil vagas de emprego em setembro, segundo o relatório de payroll divulgado nesta quinta-feira (20) pelo Departamento do Trabalho
Sem medo de bolha? Nvidia (NVDC34) avança 5% e puxa Wall Street junto após resultados fortes — mas ainda há o que temer
Em pleno feriado da Consciência Negra, as bolsas lá fora vão de vento em poupa após a divulgação dos resultados da Nvidia no terceiro trimestre de 2025
Com R$ 480 milhões em CDBs do Master, Oncoclínicas (ONCO3) cai 24% na semana, apesar do aumento de capital bilionário
A companhia vive dias agitados na bolsa de valores, com reação ao balanço do terceiro trimestre, liquidação do Banco Master e aprovação da homologação do aumento de capital
Braskem (BRKM5) salta quase 10%, mas fecha com ganho de apenas 0,6%: o que explica o vai e vem das ações hoje?
Mercado reagiu a duas notícias importantes ao longo do dia, mas perdeu força no final do pregão
SPX reduz fatia na Hapvida (HAPV3) em meio a tombo de quase 50% das ações no ano
Gestora informa venda parcial da posição nas ações e mantém derivativos e operações de aluguel
Dividendos: Banco do Brasil (BBAS3) antecipa pagamento de R$ 261,6 milhões em JCP; descubra quem entra no bolo
Apesar de o BB ter terminado o terceiro trimestre com queda de 60% no lucro líquido ajustado, o banco não está deixando os acionistas passarem fome de proventos
Liquidação do Banco Master respinga no BGR B32 (BGRB11); entenda os impactos da crise no FII dono do “prédio da baleia” na Av. Faria Lima
O Banco Master, inquilino do único ativo presente no portfólio do FII, foi liquidado pelo Banco Central por conta de uma grave crise de liquidez
Janela de emissões de cotas pelos FIIs foi reaberta? O que representa o atual boom de ofertas e como escapar das ciladas
Especialistas da EQI Research, Suno Research e Nord Investimentos explicam como os cotistas podem fugir das armadilhas e aproveitar as oportunidades em meio ao boom das emissões de cotas dos fundos imobiliários
Mesmo com Ibovespa em níveis recordes, gestores ficam mais cautelosos, mostra BTG Pactual
Pesquisa com gestores aponta queda no otimismo, desconforto com valuations e realização de lucros após sequência histórica de altas do mercado brasileiro
Com quase R$ 480 milhões em CDBs do Banco Master, Oncoclínicas (ONCO3) cai mais de 10% na bolsa
As ações da companhia recuaram na bolsa depois de o BC determinar a liquidação extrajudicial do Master e a PF prender Daniel Vorcaro
Hapvida (HAPV3) lidera altas do Ibovespa após tombo da semana passada, mesmo após Safra rebaixar recomendação
Papéis mostram recuperação após desabarem mais de 40% com balanço desastroso no terceiro trimestre, mas onda de revisões de recomendações por analistas continua
Maiores quedas do Ibovespa: Rumo (RAIL3), Raízen (RAIZ4) e Cosan (CSAN3) sofrem na bolsa. O que acontece às empresas de Rubens Ometto?
Trio do grupo Cosan despenca no Ibovespa após balanços fracos e maior pressão sobre a estrutura financeira da Raízen
Os FIIs mais lucrativos do ano: shoppings e agro lideram altas que chegam a 144%
Levantamento mostra que fundos de shoppings e do agronegócio dominaram as maiores valorizações, superando com sobra o desempenho do IFIX
Gestora aposta em ações ‘esquecidas’ do Ibovespa — e faz o mesmo com empresas da Argentina
Logos Capital acumula retorno de quase 100% no ano e está confiante com sua carteira de ações