Dólar vai acima de R$ 7 ou de volta aos R$ 5,20 em 2025: as decisões do governo Lula que ditarão o futuro do câmbio no ano que vem, segundo o BTG
Na avaliação dos analistas, há duas trajetórias possíveis para o câmbio no ano que vem — e a direção dependerá quase que totalmente da postura do governo daqui para frente
O dólar rompeu pela primeira vez na história a barreira de R$ 6,00 há poucas semanas — e já tem analistas prevendo que a moeda norte-americana pode atingir novos picos no ano que vem. Em meio ao clima de crescente incerteza sobre a fragilidade do cenário fiscal do Brasil, o BTG Pactual acendeu um alerta para um câmbio acima de R$ 7,00 em 2025.
Na avaliação do banco, a recente deterioração das expectativas em relação às contas públicas levou a uma revisão de estimativas para o câmbio. Agora, os analistas projetam uma taxa de R$ 6,25 ao final do ano que vem e de R$ 6,35 no fim de 2026.
- LEIA TAMBÉM: Como esse método criado por matemático do MIT pode te ajudar a buscar R$ 6 mil por mês, em média, operando com dólar
Vale lembrar que o dólar saiu do patamar de R$ 5,80 em meados de novembro para as máximas em torno de R$ 6,10 nos primeiros dias de dezembro.
Diante do rali recente do dólar, o câmbio se viu diante de uma queda livre. No acumulado do ano, a depreciação do real ultrapassa os 25% — saindo de R$ 4,85 no fim de 2023 para a máxima de R$ 6,08 nesta semana.
Dólar: uma trajetória até os R$ 7,00 ou aos R$ 5,20 — a depender do governo
Na visão dos analistas, há duas trajetórias possíveis para o câmbio no ano que vem — e a direção dependerá quase que totalmente da postura do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva daqui para frente.
Há espaço para o dólar se apreciar ainda mais no ano que vem, para além do patamar de R$ 6,00, segundo o BTG.
Leia Também
“Ações do governo que contornem o orçamento, intensifiquem mecanismos parafiscais, minem a credibilidade da política monetária ou envolvam intervenções no mercado cambial teriam potencial de levar o câmbio a ultrapassar a barreira de R$ 7,00 no próximo ano”, escreveu o banco, em relatório.
Isso não significa que tudo está perdido para a moeda brasileira. No caminho imediatamente inverso, há uma forma de o real escapar da completa depreciação em 2025.
Caso o governo anunciasse medidas “claras e críveis” de comprometimento com a sustentabilidade da dívida pública, as expectativas poderiam voltar a se alinhar — o que permitiria uma apreciação do real em relação ao dólar para níveis próximos a R$ 5,20 já em 2025.
- LEIA TAMBÉM: Dólar foi o 2º melhor investimento de novembro – saiba como você pode ganhar até R$ 12 mil por mês com o ativo
Por trás da derrocada do real em 2024
É fato que a eleição de Donald Trump trouxe o risco de um dólar estruturalmente mais forte nos próximos quatro anos, com pressão adicional sobre as moedas de economias emergentes.
No entanto, segundo os analistas, menos de 30% da depreciação do real foi explicada por fatores externos. Na realidade, o principal detrator da moeda brasileira foi a frustração do mercado com o pacote de medidas de corte de gastos anunciado nas últimas semanas.
De acordo com o BTG, a maior parte dos motivos por trás da desvalorização do câmbio estão relacionados ao aumento das preocupações dos investidores quanto à sustentabilidade da dívida pública no longo prazo e à condução da política econômica do Brasil nos próximos trimestres.
“Apesar dos esforços de comunicação da equipe econômica e da apresentação das novas propostas para controlar o crescimento do gasto público federal, a percepção do mercado neste final de ano é a de que os riscos fiscais são maiores, com o crescimento mais rápido da dívida pública e a ausência de medidas estruturais que revertam essa tendência até o final da década. Assim, esperamos um cenário mais adverso em 2025”, disse Mansueto Almeida, economista-chefe do BTG Pactual.
Com exceção da Argentina, o real é inclusive a moeda emergente e de países exportadores de commodities que mais se desvalorizou em 2024.
O desempenho do real ao longo deste ano está aquém do desempenho de moedas de países com desafios econômicos significativos.
Um dos principais exemplos é a Turquia, que vivencia uma inflação persistentemente alta, acima de 60%, e política monetária pouco ortodoxa no passado — e ainda assim se depreciou menos frente ao dólar.
Até mesmo a moeda da Rússia, que está no centro de um dos maiores conflitos geopolíticos atuais e enfrenta sanções internacionais e controles cambiais, teve um desempenho substancialmente melhor no período.
O México é outro país que lida com incertezas hoje, especialmente com a volta de Trump à presidência dos EUA — e ainda assim performou melhor que o real em 2024.
Vale lembrar que o republicano definiu como meta quando voltar à Casa Branca a imposição de tarifas de 25% para produtos importados do México, acabando com o tratado regional de livre comércio, além de outras medidas com potencial de apreciar o dólar e acelerar a inflação.
O que esperar do cenário macroeconômico do Brasil em 2025
Além das estimativas para o dólar, o BTG traçou as apostas para outros quatro principais fatores macroeconômicos que devem ocupar o radar dos investidores em 2024.
Uma delas é a inflação. O banco revisou as projeções para o IPCA de 2025 e 2026, de 4,8% e 4,0% para 5,5% e 4,3%, respectivamente.
Já para os juros, a previsão dos analistas é de que a taxa Selic chegue à marca de 14,75% ao ano no segundo trimestre de 2025.
Relembrando, na noite passada, o Copom (Comitê de Política Monetária) elevou a taxa Selic em 1 ponto percentual, para 12,25% ao ano e abriu caminho para mais dois aumentos da mesma magnitude até março de 2025.
Com a política monetária mais apertada, a expectativa é que a economia brasileira também desacelere para conter a inflação. Os analistas preveem um crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) de 1,5% no ano que vem.
“Este contexto evidencia a urgência de medidas estruturais mais ambiciosas, capazes de restabelecer a confiança e assegurar a sustentabilidade das contas públicas, sob pena de comprometer ainda mais a estabilidade econômica do país”, afirmou Mansueto.
Já para 2026, as perspectivas para a expansão da economia nacional caíram de 2,0% para 1,4%. A piora significativa das projeções é reflexo dos impactos da forte elevação das taxas de juros de longo prazo sobre os investimentos e os setores mais cíclicos da economia.
Do lado das contas públicas, os analistas preveem um impacto fiscal de R$ 46 bilhões em dois anos e de R$ 242 bilhões até 2030 — valores inferiores às projeções do governo, que calcula R$ 71,9 bilhões e R$ 327 bilhões no mesmo período.
“Com um conjunto de medidas tímidas, o governo não conseguiu afastar o risco de alterações no arcabouço fiscal nos próximos dois anos”, disse o BTG.
Itaú (ITUB4) continua o “relógio suíço” da bolsa: lucro cresce, ROE segue firme e o mercado pergunta: é hora de comprar?
Lucro em alta, rentabilidade de 23% e gestão previsível mantêm o Itaú no topo dos grandes bancos. Veja o que dizem os analistas sobre o balanço do 3T25
Depois de salto de 50% no lucro líquido no 3T25, CFO da Pague Menos (PGMN3) fala como a rede de farmácias pode mais
O Seu Dinheiro conversou com o CFO da Pague Menos, Luiz Novais, sobre os resultados do terceiro trimestre de 2025 e o que a empresa enxerga para o futuro
FII VGHF11 volta a reduzir dividendos e anuncia o menor pagamento em quase 5 anos; cotas apanham na bolsa
Desde a primeira distribuição, em abril de 2021, os dividendos anunciados neste mês estão entre os menores já pagos pelo FII
Itaú (ITUB4) perde a majestade e seis ações ganham destaque em novembro; confira o ranking das recomendações dos analistas
Após voltar ao topo do pódio da série Ação do Mês em outubro, os papéis do banco foram empurrados para o fundo do baú e, por pouco, não ficaram de fora da disputa
Petrobras (PETR4) perde o trono de empresa mais valiosa da B3. Quem é o banco que ‘roubou’ a liderança?
Pela primeira vez desde 2020, essa companhia listada na B3 assumiu a liderança do ranking de empresas com maior valor de mercado da bolsa brasileira; veja qual é
Fundo imobiliário GARE11 vende 10 imóveis, locados ao Grupo Mateus (GMAT3) e ao Grupo Pão de Açúcar (PCAR3), por R$ 485 milhões
A venda envolve propriedades locadas ao Grupo Mateus (GMAT3) e ao Grupo Pão de Açúcar (PCAR3), que pertenciam ao FII Artemis 2022
Ibovespa atinge marca inédita ao fechar acima dos 150 mil pontos; dólar cai a R$ 5,3574
Na expectativa pela decisão do Copom, o principal índice de ações da B3 segue avançando, com potencial de chegar aos 170 mil pontos, segundo a XP
A última dança de Warren Buffett: ‘Oráculo de Omaha’ vai deixar a Berkshire Hathaway com caixa em nível recorde
Lucro operacional da Berkshire Hathaway saltou 34% em relação ao ano anterior; Warren Buffett se absteve de recomprar ações do conglomerado.
Ibovespa alcança o 5º recorde seguido, fecha na marca histórica de 149 mil pontos e acumula ganho de 2,26% no mês; dólar cai a R$ 5,3803
O combo de juros menores nos EUA e bons desempenhos trimestrais das empresas pavimenta o caminho para o principal índice da bolsa brasileira superar os 150 mil pontos até o final do ano, como apontam as previsões
Maior queda do Ibovespa: o que explica as ações da Marcopolo (POMO4) terem desabado após o balanço do terceiro trimestre?
As ações POMO4 terminaram o dia com a maior queda do Ibovespa depois de um balanço que mostrou linhas abaixo do que os analistas esperavam; veja os destaques
A ‘brecha’ que pode gerar uma onda de dividendos extras aos acionistas destas 20 empresas, segundo o BTG
Com a iminência da aprovação do projeto de lei que taxa os dividendos, o BTG listou 20 empresas que podem antecipar pagamentos extraordinários para ‘fugir’ da nova regra
Faltou brilho? Bradesco (BBDC4) lucra mais no 3T25, mas ações tombam: por que o mercado não se animou com o balanço
Mesmo com alta no lucro e na rentabilidade, o Bradesco viu as ações caírem no exterior após o 3T25. Analistas explicam o que pesou sobre o resultado e o que esperar daqui pra frente.
Montanha-russa da bolsa: a frase de Powell que derrubou Wall Street, freou o Ibovespa após marca histórica e fortaleceu o dólar
O banco central norte-americano cortou os juros pela segunda vez neste ano mesmo diante da ausência de dados econômicos — o problema foi o que Powell disse depois da decisão
Ouro ainda pode voltar para as máximas: como levar parte desse ganho no bolso
Um dos investimentos que mais renderam neste ano é também um dos mais antigos. Mas as formas de investir nele são modernas e vão de contratos futuros a ETFs
Ibovespa aos 155 mil pontos? JP Morgan vê três motores para uma nova arrancada da bolsa brasileira em 2025
De 10 de outubro até agora, o índice já acumula alta de 5%. No ano, o Ibovespa tem valorização de quase 24%
Santander Brasil (SANB11) bate expectativa de lucro e rentabilidade, mas analistas ainda tecem críticas ao balanço do 3T25. O que desagradou o mercado?
Resultado surpreendeu, mas mercado ainda vê preocupações no horizonte. É hora de comprar as ações SANB11?
Ouro tomba depois de máxima, mas ainda não é hora de vender tudo: preço pode voltar a subir
Bancos centrais globais devem continuar comprando ouro para se descolar do dólar, diz estudo; analistas comentam as melhores formas de investir no metal
IA nas bolsas: S&P 500 cruza a marca de 6.900 pontos pela 1ª vez e leva o Ibovespa ao recorde; dólar cai a R$ 5,3597
Os ganhos em Nova York foram liderados pela Nvidia, que subiu 4,98% e atingiu uma nova máxima. Por aqui, MBRF e Vale ajudaram o Ibovespa a sustentar a alta.
‘Pacman dos FIIs’ ataca novamente: GGRC11 abocanha novo imóvel e encerra a maior emissão de cotas da história do fundo
Com a aquisição, o fundo imobiliário ultrapassa R$ 2 bilhões em patrimônio líquido e consolida-se entre os maiores fundos logísticos do país, com mais de 200 mil cotistas
Itaú (ITUB4), BTG (BPAC11) e Nubank (ROXO34) são os bancos brasileiros favoritos dos investidores europeus, que veem vida ‘para além da eleição’
Risco eleitoral não pesa tanto para os gringos quanto para os investidores locais; estrangeiros mantêm ‘otimismo cauteloso’ em relação a ativos da América Latina
