Depois do adeus de Campos Neto com alta da Selic, vem aí a decisão dos juros nos EUA — e o mercado diz o que vai acontecer por lá
Novos dados de inflação e emprego da maior economia do mundo deixam mais claro qual será o próximo passo do Fed antes da chegada de Donald Trump na Casa Branca; por aqui, Ibovespa recua e dólar sobe
Quem olhou para o início das negociações na Bolsa de Valores de Nova York (Nyse) nesta quinta-feira (12) se deparou com o presidente eleito dos EUA, Donald Trump, tocando o sino da abertura — que teve muito menos glamour se olhamos para os índices: o Dow Jones, o Nasdaq e o S&P 500 operavam em direções opostas.
Trump esteve na Nyse como uma homenagem da bolsa norte-americana pela nomeação de “Pessoa do Ano” da revista Time — e não há dúvidas disso, especialmente quando se trata de política monetária.
O Federal Reserve (Fed) está prestes a realizar a última reunião do ano, marcada para os dias 17 e 18 de dezembro, e precisa decidir se vai cortar os juros mais uma vez antes da chegada do novo presidente dos EUA — que traz na mala propostas que prometem acelerar a inflação e, consequentemente, mexer com a taxa referencial por lá.
Após uma abertura sem uma direção comum, Wall Street se firmou no negativo. Por volta de 12h45, o Dow Jones caía 0,18%, aos 44.069,61 pontos, enquanto o S&P 500 baixava 0,19%, aos 6.072,58 pontos e o Nasdaq tinha queda de 0,29%, aos 19.977.59 pontos.
No Brasil, o Ibovespa acelerou a queda após a abertura de Nova York, passando a cair mais de 2%. Por volta de 12h45, o principal índice de ações da bolsa brasileira recuava 2,24%, aos 126.695,70 pontos, depois de renovar uma série de mínimas.
Pesam sobre o Ibovespa a alta da Selic anunciada ontem (11) pelo Banco Central e uma correção dos fortes ganhos, depois que o mercado reagiu ao segundo procedimento cirúrgico do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Leia Também
No mercado de câmbio, o dólar à vista sobe 0,56%, ao R$ 5,9876. No ano, a moeda norte-americana acumula valorização de 23,5%. Confira o que mexe com o mercado brasileiro aqui.
- LEIA TAMBÉM: Enquanto pacote fiscal decepciona no Brasil, EUA pode usar Bitcoin para frear inflação; entenda
O futuro os juros nos EUA
Embora a divulgação de dados da inflação e de emprego hoje nos EUA tenha deixado o mercado de ações embaralhado — muito pelas perdas pesadas de tecnologia —, para os traders, a resposta é uma só: vem mais um corte de juros por aí.
De acordo com a ferramenta FedWatch do CME Group, 98,1% apostam no corte de 25 pontos-base (pb) dos juros na última reunião do ano. Atualmente, a taxa está na faixa entre 4,50% e 4,75% ao ano.
O caminho ficou mais claro depois que o índice de preços ao produtor (PPI, na sigla em inglês) dos EUA subiu 0,4% em novembro ante outubro, segundo dados do Departamento do Trabalho. Na comparação anual, o PPI avançou 3,0% em novembro.
Analistas consultados pela FactSet projetavam alta de 0,3% na taxa mensal e de 2,6% na anual em novembro.
O núcleo do PPI, que exclui itens voláteis como alimentos e energia, subiu 0,2% em novembro ante outubro. Na comparação anual, o núcleo do PPI avançou 3,4% em novembro. Analistas consultados pela FactSet projetavam alta de 0,2% na taxa mensal e de 3,2% na anual em novembro.
No mercado de trabalho, o número de pedidos de auxílio-desemprego subiu 17 mil na semana encerrada em 7 de dezembro, para 242 mil. O resultado veio bem acima da previsão de analistas consultados pela FactSet, que esperavam 220 mil.
O total de solicitações da semana anterior foi revisado para cima, de 224 mil a 225 mil.
DÓLAR nas ALTURAS e TRUMP de volta: Onde INVESTIR no Cenário INTERNACIONAL
O que pensam os analistas
Para a TD Economics, há muita incerteza sobre os impactos das políticas que Trump pretende implementar quando tomar posse em 20 de janeiro — mas há mais certeza sobre como tarifas e imigração restritiva tendem a acelerar a inflação.
“O principal indicador de inflação do Fed provavelmente acompanhará mais como resultado, levando a um Federal Reserve mais cauteloso no ano que vem. Esperamos que o Fed corte os juros em um total de 125 pontos-base entre agora e o final de 2025, incluindo a próxima reunião em dezembro”, dizem os analistas.
James Knightley, economista-chefe internacional do ING, lembra que a medida de inflação preferida do Fed, o PCE, está se saindo um pouco melhor e o mercado de trabalho está esfriando.
“Esperamos outro corte de 25 bp do Fed na próxima semana, mas as novas previsões do próprio BC dos EUA devem mostrar uma abordagem mais branda da política monetária em 2025”, disse.
André Valério, economista-chefe do Inter, também aposta em mais um corte de 25 pb na semana que vem e um pé no freio em 2025.
“Após quatro meses consecutivos de núcleo [da inflação] elevado, fica claro que o processo de desinflação encontra alguns obstáculos, o que, somado ao mercado de trabalho ainda bastante robusto, fará com que o Fed comece a discutir uma desaceleração no ciclo de corte de juros em breve”, afirma.
Chuva de dividendos ainda não acabou: mais de R$ 50 bilhões ainda devem pingar na conta em 2025
Mesmo após uma enxurrada de proventos desde outubro, analistas veem espaço para novos anúncios e pagamentos relevantes na bolsa brasileira
Corrida contra o imposto: Guararapes (GUAR3) anuncia R$ 1,488 bilhão em dividendos e JCP com venda de Midway Mall
A companhia anunciou que os recursos para o pagamento vêm da venda de sua subsidiária Midway Shopping Center para a Capitânia Capital S.A por R$ 1,61 bilhão
Ação que triplicou na bolsa ainda tem mais para dar? Para o Itaú BBA, sim. Gatilho pode estar próximo
Alta de 200% no ano, sensibilidade aos juros e foco em rentabilidade colocam a Movida (MOVI3) no radar, como aposta agressiva para capturar o início do ciclo de cortes da Selic
Flávio Bolsonaro presidente? Saiba por que o mercado acendeu o sinal amarelo para essa possibilidade
Rodrigo Glatt, sócio-fundador da GTI, falou no podcast Touros e Ursos desta semana sobre os temores dos agentes financeiros com a fragmentação da oposição frente à reeleição do atual presidente Luiz Inácio Lula da Silva
‘Flávio Day’ e eleições são só ruído; o que determina o rumo do Ibovespa em 2026 é o cenário global, diz estrategista do Itaú
Tendência global de queda do dólar favorece emergentes, e Brasil ainda deve contar com o bônus da queda na taxa de juros
Susto com cenário eleitoral é prova cabal de que o Ibovespa está em “um claro bull market”, segundo o Santander
Segundo os analistas do banco, a recuperação de boa parte das perdas com a notícia sobre a possível candidatura do senador é sinal de que surpresas negativas não são o suficiente para afugentar investidores
Estas 17 ações superaram os juros no governo Lula 3 — a principal delas entregou um retorno 20 vezes maior que o CDI
Com a taxa básica de juros subindo a 15% no terceiro mandato do presidente Lula, o CDI voltou a assumir o papel de principal referência de retorno
Alta de 140% no ano é pouco: esta ação está barata demais para ser ignorada — segundo o BTG, há espaço para bem mais
O banco atualizou a tese de investimentos para a companhia, reiterando a recomendação de compra e elevando o preço-alvo para os papéis de R$ 14 para R$ 21,50
Queda brusca na B3: por que a Azul (AZUL4) despenca 22% hoje, mesmo com a aprovação do plano que reforça o caixa
As ações reagiram à aprovação judicial do plano de reorganização no Chapter 11, que essencialmente passa o controle da companhia para as mãos dos credores
Ibovespa acima dos 250 mil pontos em 2026: para o Safra é possível — e a eleição não é um grande problema
Na projeção mais otimista do banco, o Ibovespa pode superar os 250 mil pontos com aumento dos lucros das empresas, Selic caindo e cenário internacional ajudando. O cenário-base é de 198 mil pontos para o ano que vem
BTG escala time de ações da América Latina para fechar o ano: esquema 4-3-3 tem Brasil, Peru e México
O banco fez algumas alterações em sua estratégia para empresas da América Latina, abrindo espaço para Chile e Argentina, mas com ações ainda “no banco”
A torneira dos dividendos vai secar em 2026? Especialistas projetam tendências na bolsa diante de tributação
2025 caminha para ser ano recorde em matéria de proventos; em 2026 setores arroz com feijão ganham destaque
As ações que devem ser as melhores pagadoras de dividendos de 2026, com retornos de até 15%
Bancos, seguradoras e elétricas lideram e uma empresa de shoppings será a grande revelação do próximo ano
Bancos sobem na bolsa com o fim das sanções contra Alexandre de Moraes — Banco do Brasil (BBAS3) é o destaque
Quando a sanção foi anunciada, em agosto deste ano, os papéis dos bancos desabaram devido as incertezas em relação à aplicação da punição
TRXF11 volta a encher o carrinho de compras e avança nos setores de saúde, educação e varejo; confira como fica o portfólio do FII agora
Com as três novas operações, o TRXF11 soma sete transações só em dezembro. Na véspera, o FII já tinha anunciado a aquisição de três galpões
BofA seleciona as 7 magníficas do Brasil — e grupo de ações não tem Petrobras (PETR4) nem Vale (VALE3)
O banco norte-americano escolheu empresas brasileiras de forte crescimento, escala, lucratividade e retornos acima da Selic
Ibovespa em 2026: BofA estima 180 mil pontos, com a possibilidade de chegar a 210 mil se as eleições ajudarem
Banco norte-americano espera a volta dos investidores locais para a bolsa brasileira, diante da flexibilização dos juros
JHSF (JHSF3) faz venda histórica, Iguatemi (IGTI3) vende shoppings ao XPML11, TRXF11 compra galpões; o que movimenta os FIIs hoje
Nesta quinta-feira (11), cinco fundos imobiliários diferentes agitam o mercado com operações de peso; confira os detalhes de cada uma delas
Concurso do IBGE 2025 tem 9,5 mil vagas com salários de até R$ 3.379; veja cargos e como se inscrever
Prazo de inscrição termina nesta quinta (11). Processo seletivo do IBGE terá cargos de agente e supervisor, com salários, benefícios e prova presencial
Heineken dá calote em fundo imobiliário, inadimplência pesa na receita, e cotas apanham na bolsa; confira os impactos para o cotista
A gestora do FII afirmou que já realizou diversas tratativas com a locatária para negociar os valores em aberto