Os bombeiros chegaram: ata do Copom e Alckmin tentam baixar a temperatura da relação entre Lula e Campos Neto
Do outro lado, parlamentares do PSOL e do PT querem apresentar requerimento para convidar o presidente do BC a comparecer em uma audiência pública na Câmara para explicar as razões dos juros altos

A temperatura subiu entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o presidente do banco central, Roberto Campos Neto, depois que o petista não poupou a autoridade monetária de críticas — nesta terça-feira (7), o chefe do Planalto voltou a atacar RCN e afirmar que ele lhe deve explicações.
Como as labaredas dos comentários de Lula sobre a inflação, os juros e a independência do BC seguem ardendo, foi preciso chamar os bombeiros para apagar possíveis focos de incêndio na relação do governo com o banco central.
O primeiro a atender ao chamado foi o Copom, que divulgou hoje de manhã a ata de sua última reunião. O documento mais extenso — foram 32 parágrafos contra 23 — se estendeu mais tanto na parte de cenários e análise de riscos como da discussão sobre a condução da política monetária.
Além de reafirmar o compromisso com as metas de inflação, o Copom estendeu a mão ao novo governo. Em um dos trechos da ata, os diretores apontaram que o pacote fiscal anunciado em janeiro pode atenuar os estímulos fiscais sobre a demanda e, portanto, reduzir o risco de alta sobre a inflação.
Inicialmente, a temperatura baixou um pouco. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse que a ata foi mais "amigável" do que o comunicado divulgado após a reunião do Copom da semana passada, que manteve a taxa Selic em 13,75%.
No comunicado, o BC alertou para o risco fiscal e a deterioração das expectativas de inflação, sem considerar o plano Haddad. O que mais irritou o governo foi a posição do BC de que poderia manter o atual patamar, considerado alto, por um período a mais.
Leia Também
Rodolfo Amstalden: Falta pouco agora
"A ata do Copom veio melhor que o comunicado. Uma ata foi mais extensa, mais analítica, colocando pontos importantes sobre o trabalho do Ministério da Fazenda. A ata foi, vamos dizer, mais amigável em relação aos próximos passos que precisam ser tomados", disse Haddad pela manhã.
- Leia também: Resposta a Lula? Banco Central publica ata mais longa para justificar Selic alta; veja o que o Copom escreveu
Alckmin faz o rescaldo do dia
O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, fez o rescaldo do dia.
Em encontro fechado com parlamentares da Frente Parlamentar do Empreendedorismo (FPE), Alckmin tentou amenizar a crise e negou que exista qualquer tipo de animosidade contra Campos Neto, segundo relato feito pelo presidente da frente, Marco Bertaiolli (PSD-SP).
O deputado contou que Alckmin comparou a situação a uma "divergência de entendimento" e que nenhuma crítica pode ser levada a Campos Neto na figura de pessoa física.
- O Seu Dinheiro está cobrindo os fatos mais relevantes dos 100 primeiros dias do Governo Lula. Clique aqui para acompanhar.
Apagando o fogo com gasolina?
Parlamentares do PSOL e do PT querem apresentar requerimento para convidar Campos Neto a comparecer em uma audiência pública na Câmara para explicar as razões dos juros altos.
Por ter integrado o governo de Jair Bolsonaro, Campos Neto é visto pelos políticos da esquerda como uma espécie de "cavalo de Troia" para atrapalhar o governo e a retomada do crescimento.
Esses deputados falam em propor mudança na autonomia do BC, mas nem mesmo o governo vê chances de um projeto desse tipo passar no Congresso.
Trump quer brincar de heterodoxia com Powell — e o Fed que se cuide
Criticar o Fed não vai trazer parceiros à mesa de negociação nem restaurar a credibilidade que Trump, peça por peça, vem corroendo. Se há um plano em andamento, até agora, a execução tem sido tudo, menos coordenada.
Copom busca entender em que nível e por quanto tempo os juros vão continuar restritivos, diz Galípolo, a uma semana do próximo ajuste
Em evento, o presidente do BC afirmou que a política monetária precisa de mais tempo para fazer efeito e que o cenário internacional é a maior preocupação do momento
Planos pré-feriado: Ibovespa se prepara para semana mais curta, mas cheia de indicadores e balanços
Dados sobre o mercado de trabalho no Brasil e nos EUA, balanços e 100 dias de Trump são os destaques da semana
Agenda econômica: Balanços, PIB, inflação e emprego estão no radar em semana cheia no Brasil e no exterior
Semana traz IGP-M, payroll, PIB norte-americano e Zona do Euro, além dos últimos balanços antes das decisões de juros no Brasil e nos Estados Unidos de maio
Agenda intensa: semana tem balanços de gigantes, indicadores quentes e feriado
Agenda da semana tem Gerdau, Santander e outras gigantes abrindo temporada de balanços e dados do IGP-M no Brasil e do PIB nos EUA
Normas e tamanho do FGC entram na mira do Banco Central após compra do Banco Master levantar debate sobre fundo ser muleta para CDBs de alto risco
Atualmente, a maior contribuição ao fundo é feita pelos grandes bancos, enquanto as instituições menores pagam menos e têm chances maiores de precisar acionar o resgate
Fernando Collor torna-se o terceiro ex-presidente brasileiro a ser preso — mas o motivo não tem nada a ver com o que levou ao seu impeachment
Apesar de Collor ter entrado para a história com a sua saída da presidência nos anos 90, a prisão está relacionada a um outro julgamento histórico no Brasil, que também colocou outros dois ex-presidentes atrás das grades
Vai dar zebra no Copom? Por que a aposta de uma alta menor da Selic entrou no radar do mercado
Uma virada no placar da Selic começou a se desenhar a pouco mais de duas semanas da próxima reunião do Copom, que acontece nos dias 6 e 7 de maio
Deixa a bolsa me levar: Ibovespa volta a flertar com máxima histórica em dia de IPCA-15 e repercussão de balanço da Vale
Apesar das incertezas da guerra comercial de Donald Trump, Ibovespa está a cerca de 2% de seu recorde nominal
Bradesco dispara em ranking do Banco Central de reclamações contra bancos; Inter e PagSeguro fecham o pódio. Veja as principais queixas
O Bradesco saiu da sétima posição ao fim de 2024 para o primeiro colocado no começo deste ano, ao somar 7.647 reclamações procedentes. Já Inter e PagSeguro figuram no pódio há muitos trimestres
Tudo tem um preço: Ibovespa tenta manter o bom momento, mas resposta da China aos EUA pode atrapalhar
China nega que esteja negociando tarifas com os Estados Unidos e mercados internacionais patinam
Rodolfo Amstalden: Seu frouxo, eu mando te demitir, mas nunca falei nada disso
Ameaçar Jerome Powell de demissão e chamá-lo de frouxo (“a major loser”), pressionando pela queda da taxa básica, só tende a corromper o dólar e alimentar os juros de longo prazo
Agora 2025 começou: Ibovespa se prepara para seguir nos embalos da festa do estica e puxa de Trump — enquanto ele não muda de ideia
Bolsas internacionais amanheceram em alta nesta quarta-feira diante dos recuos de Trump em relação à guerra comercial e ao destino de Powell
Banco Central acionou juros para defender o real — Galípolo detalha estratégia monetária brasileira em meio à guerra comercial global
Em audiência na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado, Gabriel Galípolo detalhou a estratégia monetária do Banco Central e sua visão sobre os rumos da guerra comercial
Dólar fraco, desaceleração global e até recessão: cautela leva gestores de fundos brasileiros a rever estratégias — e Brasil entra nas carteiras
Para Absolute, Genoa e Kapitalo, expectativa é de que a tensão comercial entre China e EUA implique em menos comércio internacional, reforçando a ideia de um novo equilíbrio global ainda incerto
Orgulho e preconceito na bolsa: Ibovespa volta do feriado após sangria em Wall Street com pressão de Trump sobre Powell
Investidores temem que ações de Trump resultem e interferência no trabalho do Fed, o banco central norte-americano
Trump x Powell: uma briga muito além do corte de juros
O presidente norte-americano seguiu na campanha de pressão sobre Jerome Powell e o Federal Reserve e voltou a derrubar os mercados norte-americanos nesta segunda-feira (21)
Bitcoin (BTC) em alta: criptomoeda vai na contramão dos ativos de risco e atinge o maior valor em semanas
Ambiente de juros mais baixos costuma favorecer os ativos digitais, mas não é só isso que mexe com o setor nesta segunda-feira (21)
O preço de um crime: fraudes no Pix disparam e prejuízo ultrapassa R$ 4,9 bilhões em um ano
Segundo o Banco Central, dados referem-se a solicitações de devoluções feitas por usuários e instituições após fraudes confirmadas, mas que não foram concluídas
É recorde: preço do ouro ultrapassa US$ 3.400 e já acumula alta de 30% no ano
Os contratos futuros do ouro chegaram a atingir US$ 3.433,10 a onça na manhã desta segunda-feira (21), um novo recorde, enquanto o dólar ia às mínimas em três anos