De Piketty a Acemoglu: quem são os favoritos para o Prêmio Nobel de Economia de 2023
Prêmio Nobel da Economia de 2023 será anunciado na segunda-feira — e alguns economistas são presença constante na lista de favoritos

A temporada oficial do Prêmio Nobel de 2023 terminou nesta sexta-feira (6) com o anúncio da iraniana Nargis Mohammadi como laureada com a medalha da Paz.
Como acontece todo início de outubro, a Fundação Nobel revelou ao longo dos últimos dias os ganhadores da tradicional premiação em 2023.
Confira os ganhadores do Prêmio Nobel em 2023:
- Nobel de Medicina: Katalin Kariko and Drew Weissman;
- Nobel de Física: Pierre Agostini, Ferenc Krausz e Anne L’Huillier;
- Nobel de Química: Moungi Bawendi, Louis Brus e Alexei Ekimov;
- Nobel de Literatura: Jon Fosse; e
- Nobel da Paz: Nargis Mohammadi.
O Prêmio Nobel de Economia
Mas espera um pouco! E o Prêmio Nobel da Economia? Então, o Nobel da Economia não é exatamente um Prêmio Nobel.
Mais de seis décadas depois da primeira edição dos prêmios, o Banco Central da Suécia fez uma doação polpuda à Fundação Nobel.
Essa doação viabilizou a instituição, a partir de 1968, do Prémio de Ciências Econômicas do Banco Central da Suécia em Memória de Alfred Nobel.
Em termos práticos e reputacionais, entretanto, pouca diferença faz se quem instituiu o prêmio foi a Fundação Nobel ou se ele existe só porque o BC sueco dá o dinheiro.
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Para o público em geral, a premiação é conhecida como Nobel da Economia. Ponto.
Quem vai ganhar o Nobel de Economia de 2023
É praticamente impossível prever o ganhador de um Prêmio Nobel.
Todos os anos, em setembro, uma comissão julgadora nomeada pelo BC da Suécia envia formulários confidenciais a cerca de 3.000 pessoas ao redor do mundo.
Entre elas há professores, intelectuais renomados, integrantes da Real Academia Sueca de Ciências e — claro — ganhadores do Nobel de Economia no passado.
A comissão então compila os nomes e chega a uma lista final — que é mantida em sigilo, mas costuma contemplar entre 200 e 300 nomes.
É a partir dessa lista que a comissão julgadora chega a uma decisão e elabora sua justificativa.
A premiação envolve uma medalha de ouro 18 quilates, um diploma e 11 milhões de coroas suecas (equivalente a mais de R$ 5 milhões), valor que normalmente é dividido quando há mais de um ganhador.
No ano passado, o Nobel de Economia foi outorgado ao ex-presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos) Ben Bernanke e outros dois economistas norte-americanos, Douglas W. Diamond e Philip H. Dybvig, por seus estudos sobre bancos e crises financeiras.
No entanto, prever o resultado de um Prêmio Nobel é praticamente impossível.
Independentemente da linha de pensamento ou de pesquisa do ganhador, o BC sueco é frequentemente criticado por uma suposta politização de suas escolhas.
Quando Milton Friedman venceu em 1976, por exemplo, a direita política apressou-se em elogiar a sua visão de mundo de livre mercado.
Em 2021, a esquerda celebrou a premiação ao trabalho de David Card, de acordo com o qual a elevação do salário mínimo não provoca aumento da taxa de desemprego.
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Houve ainda ocasiões nas quais o comitê premiou autores de teses divergentes entre si.
Em 2011, por exemplo, Thomas Sargent, um dos pais da “revolução das expectativas racionais”, foi premiado junto com Christopher Sims, um famoso crítico da mesma teoria.
Embora tudo seja especulação até o anúncio, há alguns candidatos considerados “naturais” pelos especialistas.
Com base nisso, chegamos a uma lista de economistas com grandes chances de levarem o Nobel de Economia em algum momento — se não em 2023, em anos próximos.
- Daron Acemoglu: por seu trabalho na nova economia institucional. O economista turco é prolífico, muito citado na academia, popular entre seus pares e citado há anos entre os favoritos. Acemoglu destaca a importância de sociedades abertas e democráticas. Sua eventual escolha seria considerada “anti-Trump”.
- Thomas Piketty, Emmanuel Saez e Gabriel Zucman: o trio de economistas franceses ganhou notoriedade, pela investigação sobre as causas e consequências da desigualdade de renda. O livro “O Capital no Século 21”, lançado por Piketty em 2013, figura entre as obras de economia mais lidas e discutidas da última década — dentro e fora dos círculos acadêmicos.
- Raj Chetty: o americano de origem indiana é famoso pela compreensão dos determinantes das oportunidades econômicas e pela definição de políticas destinadas a melhorar a mobilidade social.
- Edward Glaeser: o norte-americano é conhecido por sua visão sobre a economia urbana e a cidade como motor do crescimento econômico. Trata-se de um campo de estudo nunca premiado antes com o Nobel de Economia.
- Philippe Aghion: o francês ganhou notoriedade por sua obra sobre crescimento inclusivo e destruição criativa.
- Robert Barro: o macroeconomista norte-americano é reconhecido por seu trabalho sobre expectativas racionais, dinheiro, inflação, emprego e crescimento. Seria uma escolha antikeynesiana em tempos de tendências keynesianas no debate econômico internacional.
- John List: o norte-americano tornou-se notório por sua contribuições à ciência empírica, mais especificamente por seus experimentos de campo para testar teorias comportamentais.
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