Vale a pena investir na Petrobras (PETR4) apesar do risco Lula? Esses tubarões do mercado respondem se é hora de comprar ação da estatal
Os especialistas Matheus Soares, do Market Makers, Rodrigo Glatt, da GTI, e João Piccioni, da Empiricus Gestão, destrincharam a tese de investimentos em PETR4

É impossível falar de “vacas leiteiras” da bolsa brasileira sem mencionar a Petrobras (PETR4). Afinal, muitos investidores que buscam retornos expressivos com dividendos apostam nas ações da estatal.
Entretanto, após uma queda robusta de lucro no terceiro trimestre e o risco político que paira sobre o futuro da companhia, ainda vale a pena investir na petroleira?
Em evento realizado nesta sexta-feira (10), os especialistas Matheus Soares, analista do Market Makers, Rodrigo Glatt, sócio fundador da GTI, e João Piccioni, CIO da Empiricus Gestão, destrincharam a tese de investimentos em Petrobras — e que esperar para o futuro da estatal.
É só dar play aqui para conferir a conversa na íntegra.
O balanço da Petrobras (PETR4)
Para refrescar a memória, a Petrobras (PETR4) anunciou ontem o balanço do terceiro trimestre deste ano, que mostrou uma queda de 42,2% no lucro líquido entre julho e setembro em base anual, para R$ 26,7 bilhões.
A receita com vendas somou R$ 124,8 bilhões no período, resultado 26,6% menor em relação a igual intervalo do ano anterior.
Leia Também
O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização, na sigla em inglês) ajustado encolheu 27,6% na comparação ano a ano, para US$ 66,2 bilhões.
Enquanto isso, a dívida líquida da Petrobras caiu para US$ 43,7 bilhões, cerca de 7,9% menor do que o registrado no terceiro trimestre de 2022.
Já os investimentos da estatal no terceiro trimestre do ano subiram 59,2% ante o mesmo período de 2022, para US$ 3,4 bilhões.
Apesar dos ganhos operacionais, o lucro líquido da Petrobras foi impactado pela desvalorização do real frente ao dólar, pela queda do Brent — usado como referência no mercado internacional — e pela redução das margens dos derivados no exterior.
Ainda ontem, a Petrobras (PETR4) anunciou o pagamento de proventos bilionários aos acionistas, no valor de R$ 17,5 bilhões em dividendos e juros sobre capital próprio (JCP).
“Foi um baita resultado”, destacou Matheus Soares. “A Petrobras continua uma empresa muito barata, considerando o que ela gera de caixa.”
Na visão do analista do Market Makers, um dos pontos que pode fazer a balança de “compra ou venda” da ação PETR4 pesar para um lado é a política de investimentos a ser anunciada.
- VEJA TAMBÉM: Melhor que Petrobras (PETR4): ação pode subir até 70% com alta do petróleo na guerra Israel-Hamas
O plano de investimentos da estatal e o ‘risco Lula’
É consenso entre os gestores que participaram do evento do Market Makers que o plano de investimentos da Petrobras (PETR4) é um fator relevante a ser analisado pelo mercado nas próximas semanas.
A expectativa do analista Matheus Soares é que os investimentos da estatal para os próximos cinco anos superem os US$ 100 bilhões — podendo atingir até a marca de US$ 130 bilhões.
Porém, para o analista, o que realmente importa não é o tamanho do investimento, mas onde ele será feito. “O grande ponto é: será que ela vai fazer bons investimentos? O povo brasileiro espera que realmente seja um gasto bem feito.”
Os especialistas em investimentos ainda ressaltam o “risco Lula” de interferências do governo na estatal — especialmente devido à recente proposta da administração de mudar alguns pontos do estatuto social da companhia. Entre as sugestões de alteração, estão a exclusão de restrições para indicar administradores que tenham ocupado cargos públicos.
“Esse é o principal fator que deve monitorar. O risco existe, e essa questão do estatuto permite que o governo tenha mais caixa e margem de manobra para fazer projetos que provavelmente não tenham a rentabilidade esperada. Isso assusta e traz mais um componente de risco para a precificação das ações”, afirma Rodrigo Glatt, sócio fundador da GTI.
Enquanto isso, João Piccioni, CIO da Empiricus Gestão, acredita que até o momento, a Petrobras passou no teste político.
“Se o governo não fizer muita coisa além de um plano de investimento saudável, a gente consegue prever que a Petrobras vai continuar nessa mesma tocada pelos próximos quatro ou cinco anos. A empresa vai conseguir gerar esse mesmo montante de caixa e muito dividendo”, disse Piccioni.
Vale a pena comprar a ação da Petrobras (PETR4)?
Apesar dos riscos, uma coisa é inegável: o mercado está passando por cima das preocupações e comprando ações da Petrobras na bolsa brasileira. No acumulado de 2023, os papéis PETR4 acumulam alta expressiva de 82% na B3.
Na visão de Glatt, da GTI, os preços das ações devem continuar em escalada nos próximos anos caso o governo Lula não decida por maiores intervenções na estatal.
Porém, apesar das projeções de alta para os papéis da petroleira, esses tubarões do mercado não possuem PETR4 no portfólio.
Para Matheus Soares, do Market Makers, ter ação da Petrobras na carteira depende do risco que o investidor está disposto a tomar.
“É uma empresa muito barata e parece que faz sentido ter na carteira, especialmente pela possibilidade de dividendos extraordinários. Porém, no passado, dado o tamanho da assimetria, fazia mais sentido comprar ações PETR4 na época.”
Já para João Piccioni, na Empiricus, “não faz mal nenhum” ter ações da Petrobras na carteira em uma esfera de alocação de recursos e em uma carteira diversificada.
“Vai depender muito do que o governo fizer com o plano de investimentos e os dispositivos [na mudança do estatuto social da companhia]. Se o Estado não fizer muito, é margem na veia e a empresa pode ter um bom ano em 2024.”
Enquanto isso, Rodrigo Glatt carregou os papéis PETR4 por muito tempo no portfólio, mas diminuiu a exposição à petroleira devido à maior expectativa de risco de execução. Entretanto, o sócio fundador da GTI destaca que a empresa ainda possui preço atrativo para novos investimentos.
Assista ao bate-papo completo no YouTube do Market Makers:
Banco do Brasil (BBAS3) numa ponta e Itaú (ITUB4) na outra: após resultados do 2T25, o investidor de um destes bancos pode se decepcionar
Depois dos resultados dos grandes bancos no último trimestre, chegou a hora de saber o que o mercado prevê para as instituições nos próximos meses
Do fiasco do etanol de segunda geração à esperança de novo aporte: o que explica a turbulenta trajetória da Raízen (RAIZ4)
Como a gigante de energia foi da promessa do IPO e da aposta do combustível ESG para a disparada da dívida e busca por até R$ 30 bilhões em capital
Cade aceita participação da Petrobras (PETR4) em negociações de ações da Braskem (BRKM5), diz jornal
De acordo com jornal Valor Econômico, a estatal justificou sua intervenção ao alegar que não foi notificada da intenção de venda
Petrobras (PETR4) joga balde de água fria em parceria com a Raízen (RAIZ4)
Em documento enviado à CVM, a estatal nega interesse em acordo com a controlada da Cosan, como indicou o jornal O Globo no último sábado (16)
David Vélez, CEO do Nubank (ROXO34), vende US$ 435,6 milhões em ações após resultados do 2T25; entenda o que está por trás do movimento
A liquidação das 33 milhões de ações aconteceu na última sexta-feira (15), segundo documento enviado à Comissão de Valores Mobiliários dos EUA
Lucro da XP (XPBR31) sobe a R$ 1,3 bilhão no 2T25, mas captação líquida despenca 70% em um ano
A XP teve um lucro líquido de R$ 1,32 bilhão no segundo trimestre de 2025, um crescimento de 18% na base anual; veja os destaques do resultado
Copel (CPLE6) marca assembleia sobre migração para o Novo Mercado; confira a data
Além da deliberação sobre o processo de mudança para o novo segmento da bolsa brasileira, a companhia também debaterá a unificação das ações
Banco Central aciona alerta de segurança contra possível ataque envolvendo criptoativos
Movimentações suspeitas com USDT no domingo gerou preocupações no BC, que orientou empresas de pagamento a reforçarem a segurança
Credores da Zamp (ZAMP3) dão luz verde para a OPA que vai tirar a dona do Burger King da bolsa
A oferta pública de aquisição de ações ainda precisa da adesão de dois terços dos acionistas minoritários
Raízen (RAIZ4) dispara 10% após notícias de possível retorno da Petrobras (PETR4) ao mercado de etanol
Segundo O Globo, entre as possibilidade estão a separação de ativos, acordos específicos de gestão ou a compra de ativos isolados
Com salto de 46% no lucro do segundo trimestre, JHSF (JHSF3) quer expandir aeroporto executivo; ações sobem na B3
A construtora confirmou que o novo projeto foi motivado pelos bons resultados obtidos entre abril e junho deste ano
Prio (PRIO3) anuncia paralisação de plataforma no campo de Peregrino pela ANP; entenda os impactos para a petroleira
A petroleira informou que os trabalhos para os ajustes solicitados levarão de três a seis semanas para serem cumpridos
Hora de dar tchau: GPA (PCAR3) anuncia saída de membros do conselho fiscal em meio a incertezas na liderança
Saídas de membros do conselho e de diretor de negócios levantam questões sobre a direção estratégica do grupo de varejo
Entre flashes e dívidas, Kodak reaparece na moda analógica mas corre o risco de ser cortada do mercado
Empresa que imortalizou o “momento Kodak” enfrenta nova crise de sobrevivência
Presidente do Banco do Brasil (BBAS3) corre risco de demissão após queda de 60% do lucro no 2T25? Lula tem outro culpado em mente
Queda de 60% no resultado do BB gera debate, mas presidente Tarciana Medeiros tem respaldo de Lula e minimiza pressão por seu cargo
Compra do Banco Master pelo BRB vai sair? Site diz que Banco Central deve liberar a operação nos próximos dias
Acordo de R$ 2 bilhões entre bancos avança no BC, mas denúncias de calote e entraves judiciais ameaçam a negociação
Petrobras (PETR4) avalia investimento na Raízen (RAIZ4) e estuda retorno ao mercado de etanol, diz jornal
Estatal avalia compra de ativos ou parceria com a joint venture da Cosan e Shell; decisão final deve sair ainda este ano
Dividendos e JCP: Vulcabras (VULC3) vai distribuir R$ 400 milhões em proventos; confira os prazos
A empresa de calçados vai distribuir proventos aos acionistas na forma de dividendos, com pagamento programado somente para este ano
Gol (GOLL54) segue de olho em fusão com a Azul (AZUL4), mas há condições para conversa entre as aéreas
A sinalização veio após a Gol divulgar resultados do segundo trimestre — o primeiro após o Chapter 11 — em que registrou um prejuízo líquido de R$ 1,532 bilhão
Méliuz (CASH3) estreia nos EUA para reforçar aposta em bitcoin (BTC); veja o que muda para os investidores
A nova listagem estreia no índice OTCQX, sob o ticker MLIZY, com o JP Morgan como banco depositário responsável pelos recibos nos EUA