Marcas da geração ‘Millennial’ em crise: gestora do Starbucks, Eataly e Subway no Brasil entra com pedido de reestruturação empresarial
A Southrock tem uma dívida estimada que gira em torno de R$ 1,8 bilhão, de acordo com os documentos enviados ao tribunal
Uma geração inteira de pessoas na casa (ou se aproximando) dos 30 anos — os chamados millennials — estão vendo, pouco a pouco, suas referências no setor de consumo desaparecerem. Primeiro, foram as livrarias Cultura e Saraiva; agora, a popular rede de cafeterias Starbucks também está em maus lençóis aqui no Brasil.
Na última terça-feira (31), a Southrock Capital, operadora dos restaurantes das marcas Starbucks e Subway no Brasil, entrou com um pedido de recuperação judicial junto à 1ª Vara de Falências da Justiça de São Paulo. A notícia foi dada em primeira mão pelo Valor Econômico.
A gestora SouthRock também é dona da marca Eataly no Brasil e TGI Fridays, tendo também operações em aeroportos e outros negócios.
Segundo os documentos enviados ao tribunal, as dívidas estimadas giram em torno de R$ 1,8 bilhão, excluindo os negócios da TGI Fridays e do Subway, que não constam do processo.
Atraso nos pagamentos da Subway
Segundo o Pipeline, do Valor, os problemas começaram com o atraso nos pagamentos de debêntures da Subway. Esses títulos da dívida tinham como garantia ações detidas pela gestora e por Keneth Pope, fundador e CEO da Southrock.
A gestora prorrogou o prazo do pagamento de juros e amortização das debêntures da Subway por duas vezes desde o início de outubro. O montante soma R$ 130 milhões e, segundo fontes, a rede de lanches ficou fora da medida protetiva dos credores.
Leia Também
Esse foi só um agravante dos problemas que a Southrock já vinha enfrentando. No fim, a gestora buscou a ajuda do banco UBS para conseguir R$ 700 milhões e refinanciar sua dívida.
Porém, vale lembrar que, desde outubro de 2023, o contrato de franquia master da Subway para o Brasil com uma das afiliadas da Southrock foi rescindido e a Subway retomou o controle das operações no país.
Já o Starbucks…
O setor de bares e restaurantes foi um dos que mais sofreu durante a pandemia de covid-19, o que influenciou nos negócios do setor. Uma das alegações da gestora para o pedido de recuperação judicial, inclusive, são os reflexos desse período nas marcas.
Apesar de a gestora de Pope colocar a culpa nos problemas financeiros na pandemia, a Southrock é conhecida por investir em negócios nos momentos de fragilidade como uma estratégia de se consolidar no mercado.
No entanto, investir em uma empresa que está indo mal é arriscado — no jargão financeiro, é como tentar agarrar uma faca que está caindo.
Em 2018, a SouthRock adquiriu o Starbucks e passou a responder por todas as lojas como master licenciado, sem ceder direitos de uso da marca a terceiros (subfranquia). O valor do negócio não foi divulgado à época, mas a gestora ficou com 113 pontos de venda em 17 cidades no Brasil.
Após o Starbucks, a mais recente aquisição foi o Eataly, que aconteceu em agosto do ano passado.
Hoje, o tempo voa, amor
Acima, escrevi que os millennials são os que mais sentem a falência dessas marcas citadas. Poderia discorrer longamente sobre o que é fazer parte dessa geração e como o conceito se aplica (ou não) à realidade brasileira — mas tenho quase certeza de que o leitor já estava bocejando no “discorrer longamente”.
Fato é que muitas pessoas estranham o desaparecimento dessas marcas dos seus espaços de convívio, seja na rua ou nos shoppings.
Assim, a gestora acrescenta ainda que a recuperação judicial servirá de auxílio para que as empresas se preparem para navegar no atual cenário econômico. Enquanto a reestruturação é feita, diz a dona do Starbucks no Brasil, todas as marcas continuarão operando.
Leia na íntegra a nota enviada à imprensa:
“Ao longo dos últimos três anos, desde que a pandemia da COVID-19 transformou drasticamente a vida de todos ao redor do mundo, incontáveis empresas, incluindo varejistas, têm sido vistas lutando para manter suas operações. Os desafios econômicos no Brasil resultantes da pandemia, a inflação e a permanência de taxas de juros elevadas agravaram os desafios para todos os varejistas, incluindo a SouthRock.
Neste cenário, a SouthRock segue comprometida a defender a sua missão e seus valores, enquanto entra em uma nova fase de desafios, que exige a reestruturação de seus negócios para continuar protegendo as marcas das quais tem orgulho de representar no Brasil, os seus Partners (colaboradores), consumidores e as operações de suas lojas.
O processo de reestruturação da SouthRock já começou, com o apoio de consultores externos e stakeholders. Mas, o trabalho deve continuar, então a SouthRock solicitou, hoje, Recuperação Judicial para proteger financeiramente algumas de suas operações no Brasil atrelado a decisões estratégicas para ajustar seu modelo de negócio à atual realidade econômica. Os ajustes incluem a revisão do número de lojas operantes, do calendário de aberturas, de alinhamentos com fornecedores e stakeholders, bem como de sua força de trabalho tal como está organizada atualmente.
Estas decisões são tomadas para garantir que a empresa esteja preparada para navegar no atual ciclo econômico, à medida em que reforçam o compromisso da SouthRock com os negócios em curso, com sua responsabilidade social e corporativa e com todas as partes envolvidas em meio à volatilidade do mercado.
Enquanto esses ajustes estruturais são implementados, todas as marcas continuarão operando e entregando os produtos exclusivos e as experiências únicas que cada uma delas oferece aos consumidores que visitam suas lojas todos os dias.
A SouthRock segue comprometida em continuar trabalhando em estreita colaboração com seus parceiros comerciais para criar as condições necessárias para seguir desenvolvendo e expandindo todas as suas marcas no Brasil ao longo do tempo.”
Com duas renúncias e pressão do BNDESPar, Tupy (TUPY3) pode eleger um novo conselho do zero; entenda
A saída de integrantes de conselhos da Tupy levou o BNDESPar a pedir a convocação de uma Assembleia Geral Extraordinária para indicar novos nomes. Como o atual conselho foi eleito por voto múltiplo, a eventual AGE pode resultar na eleição de todo o colegiado
Natal combina com chocolate? Veja quanto custa ter uma franquia da incensada Cacau Show e o que é preciso para ser um franqueado
A tradicional rede de lojas de chocolates opera atualmente com quatro modelos principais de franquia
Energisa (ENGI3) avança em reorganização societária com incorporações e aumento de capital na Rede Energia
A Energisa anunciou a aprovação de etapas adicionais da reorganização societária do grupo, com foco na simplificação da estrutura e no aumento da eficiência operacional
Sinal verde no conselho: Ambipar (AMBP3) aprova plano de recuperação judicial
Conselho de administração aprovou os termos do plano de recuperação do Grupo Ambipar, que já foi protocolado na Justiça, mas ainda pode sofrer ajustes antes da assembleia de credores
AZUL4 com os dias contados: Azul convoca assembleias para extinguir essas ações; entenda
Medida integra o plano de recuperação judicial nos EUA, prevê a conversão de ações preferenciais em ordinárias e não garante direito de retirada
Totvs (TOTS3) acerta aquisição da empresa de software TBDC, em estratégia para fortalecer presença no agro
Negócio de R$ 80 milhões fortalece atuação da companhia no agronegócio e amplia oferta de soluções especializadas para o setor
Entre dividendos e JCP: Suzano (SUZB3), Isa (ISAE4), Porto Seguro (PSSA3) e Marcopolo (POMO4) anunciam pacote bilionário aos acionistas
Dividendos, JCP e bonificações movimentam quase R$ 4 bilhões em operações aprovadas na última sexta-feira antes do Natal
‘Socorro’ de R$ 10 bilhões à Raízen (RAIZ4) está na mesa da Cosan (CSAN3) e da Shell, segundo agência
Estresse no mercado de crédito pressiona a Raízen, que avalia aporte bilionário, desinvestimentos e uma reestruturação financeira com apoio dos controladores
WEG (WEGE3) abre o cofre e paga R$ 5,2 bilhões em dividendos
Os proventos autorizados nesta sexta-feira (19) serão divididos em três parcelas anuais de R$ 1,732 bilhão cada; confira os detalhes
Embraer (EMBJ3) testa protótipo de “carro voador” elétrico e inicia fase de certificação; ações chegam a subir 3%
Aeronave eVTOL da Eve Air Mobility inicia campanha de certificação com quase 3 mil encomendas; ações da Embraer avançam após voo inaugural
Raízen (RAIZ4) acelera desinvestimentos e vende carteira de comercialização de energia para Tria Energia, da Patria Investimentos
O negócio envolve o portfólio de contratos de trading de energia mantido pela Raízen no mercado livre; entenda
Mais um presente aos acionistas: Axia Energia (AXIA6) vai distribuir R$ 30 bilhões em bonificação com nova classe de ações
A distribuição ocorrerá com a criação de uma nova classe de ações preferenciais, a classe C (PNC). Os papéis serão entregues a todos os acionistas da Axia, na proporção de sua participação no capital social
Do campo de batalha ao chão da sala: a empresa de robôs militares que virou aspirador de pó — e acabou pedindo falência
Criadora dos robôs Roomba entra em recuperação judicial e será comprada por sua principal fabricante após anos de prejuízos
É para esvaziar o carrinho: o que levou o JP Morgan rebaixar o Grupo Mateus (GMAT3); ações caem mais de 2%
Embora haja potencial para melhorias operacionais, o banco alerta que o ruído de governança deve manter a ação da varejista fora do radar de muitos investidores
Sabesp (SBSP3), C&A (CEAB3), Hypera (HYPE3), Sanepar (SAPR11), Alupar (ALUP11), Ourofino (OFSA3) e outras 3 empresas anunciam R$ 2,5 bilhões em dividendos e JCP
Quem lidera a distribuição polpuda é a Sabesp, com R$ 1,79 bilhão em JCP; veja todos os prazos e condições para receber os proventos
Com dívidas bilionárias, Tesouro entra como ‘fiador’ e libera empréstimo de até R$ 12 bilhões aos Correios
Operação terá juros de 115% do CDI, carência de três anos e prazo de 15 anos; uso dos recursos será limitado em 2025 e depende de plano de reequilíbrio aprovado pelo governo
Banco Inter (INBR32) vai a mercado e reforça capital com letras financeiras de R$ 500 milhões
A emissão das “debêntures dos bancos” foi feita por meio de letras financeiras Tier I e Tier II e deve elevar o índice de Basileia do Inter; entenda como funciona a operação
Sob ameaça de banimento, TikTok é vendido nos EUA em um acordo cheio de pontos de interrogação
Após anos de pressão política, TikTok redefine controle nos EUA, com a Oracle entre os principais investidores e incertezas sobre a separação da ByteDance
O “presente de Natal” do Itaú (ITUB4): banco distribui ações aos investidores e garante dividendos turbinados
Enquanto os dividendos extraordinários não chegam, o Itaú reforçou a remuneração recorrente dos investidores com a operação; entenda
Petrobras (PETR4) e Braskem (BRKM5) fecham contratos de longo prazo de quase US$ 18 bilhões
Os contratos são de fornecimento de diferentes matérias primas para várias plantas da Braskem pelo país, como nafta, etano, propano e hidrogênio
