Fabricante de ‘míssil guiado contra o câncer’ dispara 82% em Wall Street após ser vendida por US$ 10,1 bilhões – o dobro do seu valor de mercado
A farmacêutica AbbVie vai pagar o equivalente a R$ 49,67 bilhões pela ImmunoGen e seu principal remédio, o ELAHERE, o primeiro medicamento ADC aprovado nos EUA para câncer de ovário
Em Wall Street, só se falava em um nome na tarde desta quinta-feira (30): ImmunoGen. A empresa de biotecnologia dominou os holofotes dos mercados norte-americanos após fechar um acordo multibilionário de venda para a farmacêutica estadunidense AbbVie.
A AbbVie anunciou a compra da gigante de biotech, assim como do seu principal remédio, o ELAHERE, uma terapia contra o câncer considerada “um míssil guiável” para as células cancerígenas.
Com a transação, a farmacêutica adquirirá todas as ações em circulação da ImmunoGen por US$ 31,26 por ação em dinheiro — um prêmio de 95,6% em relação à cotação do último fechamento, de US$ 15,98.
Com isso, o negócio avalia a ImmunoGen em um valor patrimonial total de aproximadamente US$ 10,1 bilhões (nas cotações atuais, isso daria algo em torno de R$ 49,67 bilhões).
Após o anúncio da transação, as ações da ImmunoGen entraram em disparada na bolsa de valores norte-americana Nasdaq. Por volta das 17h30, os papéis subiam 82,47%, negociados a US$ 29,31 em Nova York.
Já os papéis da AbbVie tiveram um desempenho bem mais sutil. No mesmo horário, as ações da farmacêutica avançavam 2,57%, cotadas a US$ 142,10.
Leia Também
Os conselhos de administração das empresas já aprovaram a transação. Agora, a conclusão do negócio está condicionada à aprovação dos acionistas da ImmunoGen, além de aprovações regulatórias e outras condições usuais de contrato.
A expectativa é que a operação seja concluída em meados do próximo ano.
Por que a AbbVie vai pagar um valor tão alto pela ImmunoGen
Atualmente, a ImmunoGen possui um valor de mercado de aproximadamente US$ 4,28 bilhões — menos da metade do valor proposto pela AbbVie para fechar o negócio.
Apesar de o montante que a farmacêutica vai desembolsar ser significativo — afinal, o preço está na casa dos bilhões de dólares —, ele não é “nada” comparado ao potencial que a companhia biotech poderá gerar para a empresa no segmento oncológico no futuro.
Isso porque o câncer de ovário é a principal causa de morte por câncer ginecológico nos Estados Unidos.
Já o ELAHERE pertence a uma nova classe de tratamentos chamada ADCs (tecnologia de conjugação anticorpo-medicamento, em português), que é projetada para atacar diretamente as células cancerígenas, reduzindo os efeitos para células saudáveis.
O remédio da ImmunoGen é o primeiro medicamento que mostrou benefícios significativos de sobrevivência ao câncer de ovário resistente à quimioterapia baseada em platina — o tratamento padrão para a doença.
Além disso, o ELAHERE é o primeiro e único medicamento ADC aprovado nos Estados Unidos para câncer de ovário. A medicação recebeu o aval da FDA, a agência reguladora de alimentos e medicamentos nos EUA, em 2022.
“Como uma terapia para tumores sólidos de rápido crescimento, o ELAHERE fornece à AbbVie um medicamento de potencial multibilionário no mercado, com oportunidades de expansão em linhas anteriores de terapia e em segmentos maiores do mercado de câncer de ovário”, escreveu a companhia, em nota à imprensa.
De acordo com a AbbVie, o portfólio de oncologia da ImmunoGen “tem potencial para ajudar a impulsionar o crescimento da receita a longo prazo da franquia de oncologia” da companhia.
- VEJA TAMBÉM: ITAÚ, BRADESCO, SANTANDER E BANCO DO BRASIL: EM QUAL 'BANCÃO' BRASILEIRO INVESTIR APÓS O 3T23?
A corrida pela nova classe de remédios contra câncer
Vale destacar que o ELAHERE não é o único remédio da ImmunoGen que a AbbVie está de olho.
Na verdade, a empresa de biotecnologia norte-americana possui um pipeline de conjugados anticorpo-medicamento (ADCs) de próxima geração para tratamento oncológico que estão em testes, não só para câncer de ovário, como também para um tipo raro de câncer no sangue.
“Programas de desenvolvimento clínico estão em andamento para expandir para linhas anteriores de terapia e entrar em outros grandes segmentos de pacientes do mercado ovariano nos próximos 5 a 10 anos”, disse a companhia.
Porém, a AbbVie não é a única farmacêutica na corrida pelos medicamentos ADCs. O interesse pelas fabricantes dessa classe de medicação aumentou no ano passado.
A Pfizer atualmente está em processo de compra da Seagen, empresa pioneira no desenvolvimento de remédios ADC, em um acordo de US$ 43 bilhões.
Já a Merck propôs à farmacêutica japonesa Daiichi Sankyo um acordo de US$ 5,5 bilhões para desenvolver juntas três ADCs, em um negócio que pode valer até US$ 22 bilhões para a empresa asiática, dependendo do sucesso das terapias de direcionamento celular.
*Com informações de Reuters.
Mais um presente aos acionistas: Axia Energia (AXIA6) vai distribuir R$ 30 bilhões em bonificação com nova classe de ações
A distribuição ocorrerá com a criação de uma nova classe de ações preferenciais, a classe C (PNC). Os papéis serão entregues a todos os acionistas da Axia, na proporção de sua participação no capital social
Do campo de batalha ao chão da sala: a empresa de robôs militares que virou aspirador de pó — e acabou pedindo falência
Criadora dos robôs Roomba entra em recuperação judicial e será comprada por sua principal fabricante após anos de prejuízos
É para esvaziar o carrinho: o que levou o JP Morgan rebaixar o Grupo Mateus (GMAT3); ações caem mais de 2%
Embora haja potencial para melhorias operacionais, o banco alerta que o ruído de governança deve manter a ação da varejista fora do radar de muitos investidores
Sabesp (SBSP3), C&A (CEAB3), Hypera (HYPE3), Sanepar (SAPR11), Alupar (ALUP11), Ourofino (OFSA3) e outras 3 empresas anunciam R$ 2,5 bilhões em dividendos e JCP
Quem lidera a distribuição polpuda é a Sabesp, com R$ 1,79 bilhão em JCP; veja todos os prazos e condições para receber os proventos
Com dívidas bilionárias, Tesouro entra como ‘fiador’ e libera empréstimo de até R$ 12 bilhões aos Correios
Operação terá juros de 115% do CDI, carência de três anos e prazo de 15 anos; uso dos recursos será limitado em 2025 e depende de plano de reequilíbrio aprovado pelo governo
Banco Inter (INBR32) vai a mercado e reforça capital com letras financeiras de R$ 500 milhões
A emissão das “debêntures dos bancos” foi feita por meio de letras financeiras Tier I e Tier II e deve elevar o índice de Basileia do Inter; entenda como funciona a operação
Sob ameaça de banimento, TikTok é vendido nos EUA em um acordo cheio de pontos de interrogação
Após anos de pressão política, TikTok redefine controle nos EUA, com a Oracle entre os principais investidores e incertezas sobre a separação da ByteDance
O “presente de Natal” do Itaú (ITUB4): banco distribui ações aos investidores e garante dividendos turbinados
Enquanto os dividendos extraordinários não chegam, o Itaú reforçou a remuneração recorrente dos investidores com a operação; entenda
Petrobras (PETR4) e Braskem (BRKM5) fecham contratos de longo prazo de quase US$ 18 bilhões
Os contratos são de fornecimento de diferentes matérias primas para várias plantas da Braskem pelo país, como nafta, etano, propano e hidrogênio
Bradesco (BBDC4), Cemig (CMIG4), PetroRecôncavo (RECV3), Cogna (COGN3) e Tenda (TEND3) pagam R$ 5 bilhões em proventos; Itaú (ITUB4) anuncia bônus em ações
A maior fatia dessa distribuição farta ficou com o Bradesco, com R$ 3,9 bilhões, enquanto o Itaú bonifica acionistas em 3%; confira todos os prazos e condições para receber
CVM reabre caso da Alliança e mira fundo de Nelson Tanure e gestora ligada ao Banco Master 2 anos depois de OPA
O processo sancionador foi aberto mais de dois anos após a OPA que consolidou o controle da antiga Alliar, na esteira de uma longa investigação pela autarquia; entenda
Dona do Google recebe uma forcinha de Zuckerberg na ofensiva para destronar a Nvidia no mercado de IA
Com o TorchTPU, a Alphabet tenta remover barreiras técnicas e ampliar a adoção de suas TPUs em um setor dominado pela gigante dos chips
Casas Bahia (BHIA3) aprova plano que estica dívidas até 2050 e flexibiliza aumento de capital; ações sobem mais de 2%
Plano aprovado por acionistas e credores empurra vencimentos, reduz pressão de caixa e amplia a autonomia do conselho
Brava Energia (BRAV3) salta mais de 10% após rumores de venda de poços e com previsão de aumento nos investimentos em 2026
Apesar de a empresa ter negado a venda de ativos para a Eneva (ENEV3), o BTG Pactual avalia que ainda há espaço para movimentações no portfólio
Agora é lei: cardápios de papel serão obrigatórios em bares e restaurantes de São Paulo, dando adeus à hegemonia dos ‘QR Codes’
Cardápios digitais, popularizados durante a pandemia, permaneceram quase que de forma exclusiva em muitos estabelecimentos – mas realidade pode mudar com projeto de lei aprovado pela Alesp
Presente de Natal da Prio (PRIO3)? Empresa anuncia novo programa de recompra de até 86,9 milhões de ações; confira os detalhes
O conselho da Prio também aprovou o cancelamento de 26.890.385 ações ordinárias mantidas em tesouraria, sem redução do capital social
Exclusivo: Oncoclínicas (ONCO3) busca novo CEO e quer reestruturar todo o alto escalão após a crise financeira, diz fonte
Após erros estratégicos e trimestres de sufoco financeiro, a rede de oncologia estuda sucessão de Bruno Ferrari no comando e busca novos executivos para a diretoria
Copasa (CSMG3): lei para a privatização da companhia de saneamento é aprovada pelo legislativo de Minas Gerais
O texto permite que o estado deixe de ser o controlador da companhia, mas mantenha uma golden share, com poder de veto em decisões estratégicas
B de bilhão: BB Seguridade (BBSE3) anuncia quase R$ 9 bi em dividendos; Cemig (CMIG4) também libera proventos
Empresas anunciam distribuição farta aos acionistas e garantem um fim de ano mais animado
Vale (VALE3) e Petrobras (PETR4) estão entre as rainhas dos dividendos no 4T25; Itaú BBA diz quais setores vão reinar em 2026
Levantamento do banco aponta que ao menos 20 empresas ainda podem anunciar proventos acima de 5% até o final do ano que vem
