Quem cresceu escutando contos de fadas ao dormir está acostumado com um final marcado pelo “felizes para sempre”. Acontece que, nos livros da Disney, a narrativa está longe de acabar bem — e esta segunda-feira (24) marca o início de um capítulo sombrio na terra do Mickey Mouse.
A Walt Disney Company anunciou o início da segunda e mais intensa rodada de demissões, que elevará o número de funcionários desempregados a 4 mil pessoas — mas a gigante norte-americana não deve parar por aí.
No total, a empresa de entretenimento pretende demitir 7 mil trabalhadores até o fim de junho.
“Há algumas semanas a empresa começou a notificar os funcionários cujas funções são afetadas como parte de nossos esforços gerais de realinhamento de negócios e redução de custos. Queríamos compartilhar que as notificações continuarão em muitas áreas da empresa nos próximos dias. Além disso, a reestruturação em vários negócios continuará nos próximos meses”, afirmaram os co-presidentes da Disney Entertainment, Alan Bergman e Dana Walden, em nota à equipe acessada pela Variety.
Os cortes na companhia acontecem em meio à redução de gastos das empresas de mídia com conteúdo, na tentativa de tentar tornar os negócios de streaming lucrativos. Na Disney, o cronograma de lançamentos do Star+ e Disney+ veio sem muitos destaques para o mês.
As demissões na terra encantada
A nova onda de desligamentos na Walt Disney deve ser concluída na quinta-feira e afetará várias divisões da empresa nos Estados Unidos.
Os cortes começam pela ESPN e se estenderão ao Disney Entertainment, além de parques, experiências e produtos da Disney.
Segundo a CNBC, a ESPN está demitindo menos de 100 pessoas nesta rodada, com cortes principalmente em funcionários de fora das câmeras.
A partir de junho, a empresa fará uma avaliação de talentos que resultará em demissões adicionais e não renovações de contratos.
“À medida que avançamos como um segmento central da Disney, com controle operacional e responsabilidade financeira, devemos identificar maneiras de sermos eficientes e ágeis”, escreveu o CEO da ESPN, Jimmy Pitaro, em nota aos funcionários obtida pela CNBC.
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Tempos sombrios na Disney
Os desligamentos já haviam sido antecipados no fim do mês passado pelo CEO da companhia, Bob Iger, que será responsável por uma reestruturação da operação do conglomerado.
De acordo com um comunicado de Iger para os colaboradores da Disney, ao todo, a companhia fará três rodadas de demissões, o que deve resultar no desligamento total de 7 mil pessoas.
O plano da empresa é cortar os custos operacionais em cerca de US$ 5,5 bilhões, como estratégia para aumentar e melhorar o fluxo de caixa.
A redução na força de trabalho equivale a aproximadamente 3,2% do total de empregados da Disney em 1º de outubro do ano passado, que chegava a 220 mil pessoas, de acordo com um registro de valores mobiliários.
A gigante do entretenimento empregava cerca de 166 mil pessoas nos Estados Unidos e outras 54 mil ao redor do planeta.
Segundo a Disney, as demissões não devem afetar os trabalhadores que recebem por hora nos parques e resorts.
*Com informações de CNBC e Variety