Diante dos juros altos e preços dos insumos em queda, AgroGalaxy (AGXY3) decide colocar o pé no freio em 2023
A AgroGalaxy (AGXY3) reportou os resultados referentes ao primeiro trimestre deste ano ontem, com um prejuízo líquido de R$ 97 milhões
Figura constante no noticiário ao longo dos últimos anos graças às fusões e aquisições feitas — foram nove empresas adquiridas nos últimos anos —, a AgroGalaxy (AGXY3) se viu obrigada a colocar o pé no freio neste início de 2023.
Formada pela união das marcas Rural Brasil, Agro Ferrari, Sementes Campeã, Agro100, Grão de Ouro, Boa Vista, Ferrari Zagatto e Agrocat, a empresa sofreu um prejuízo líquido de R$ 97 milhões no primeiro trimestre deste ano, mais que o dobro do que foi visto no mesmo período de 2022, quando as perdas foram de R$ 45 milhões.
Diante do balanço mais fraco e demais abalos que a situação econômica impõe, a AgroGalaxy não vê outro caminho que não seja a redução no apetite por novas compras pelos próximos meses.
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A alta dos juros e a queda no preço dos insumos são os principais vetores da decisão. Agora, o foco está na consolidação de todas as empresas que foram adquiridas, afirma o diretor financeiro e de relações com investidores da AgroGalaxy, Maurício Puliti, em entrevista ao Seu Dinheiro.
"Uma Selic de 13,75% pega todo mundo, não é exclusividade nossa", diz o executivo, sem fazer parecer que o ritmo intenso de aquisições implica numa situação confortável para atravessar a tempestade.
Tantas compras pesaram nos balanços da empresa ao longo do ano passado, que apontaram prejuízos seguidos, reflexo inevitável de um custo de dívida que mais do que duplicou conforme a disparada dos juros.
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Assim, parte da geração de margem operacional vista na companhia foi direcionada para a despesa financeira, que aumentou — e daí vem a necessidade de segurar um pouco o apetite pela compra de novos ativos.
Segundo Puliti, o caminho para esse ano é claro: diminuir a necessidade de capital de giro e pagar as dívidas. Com a nova estratégia, mesmo que haja receitas menores, a ideia é aumentar o lucro.
"Não vou precisar de tanto capital de giro como em 2022, então a geração de caixa vai ser usada para pagar dívidas e juros. Meu Ebitda vai pagar os dois e com foco no controle de alavancagem", explica Puliti.
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Em relatório recente, a XP apontou que acredita nesses planos, especialmente quanto à evolução das linhas de capital de giro ao longo de 2023. A equipe de análise tem recomendação de compra para AGXY3.
Por ora, um dos principais desafios no horizonte da varejista de insumos agrícolas e serviços voltados para o agronegócio é a baixa no preço dos fertilizantes e defensivos agrícolas, que sacrificaram as margens recentes — com tendência de recuperação para os próximos meses.
AgroGalaxy (AGXY3) aumentando presença no mercado
A AgroGalaxy (AGXY3) não pretender fazer novas aquisições nos próximos meses, mas isso não quer dizer que ela esteja sem planos enquanto promove a arrumação necessária dentro de casa.
Com 163 lojas pelo Brasil e 27 mil clientes, a ideia é abrir entre 15 e 20 novas unidades neste ano, ganhando terreno por outras vias enquanto o mercado não se mostra mais amigável para operações de compra.
Antes das turbulências macroeconômicas envolvendo o risco fiscal e as discussões sobre uma queda de juros, a AgroGalaxy mirava a compra de empresas do Triângulo Mineiro, da região da BR-163, em Mato Grosso, do sudoeste do Paraná e ainda do oeste da Bahia.
Financiamento
Boa parte do dinheiro que a AgroGalaxy usou nos últimos anos para fazer tantas aquisições e planejar mais algumas vieram do IPO realizado em meados de 2021, naquele que parece ter sido o último suspiro do mercado de capitais brasileiro.
Na época, a companhia — que é controlada pela gestora de private equity Aqua Capital, que detém 53,5% de participação — levantou R$ 350 milhões.
Mas, de lá para cá, a solução encontrada para continuar se expandindo foi, além do endividamento bancário tradicional, a emissão de títulos de dívida via mercado de capitais, tendência que deve seguir igual por enquanto, afirma Maurício Puliti.
No início deste ano, a companhia iniciou a primeira fase de uma emissão de R$ 25 milhões em Certificados de Recebíveis do Agronegócio (CRA) para o financiamento da chamada "transição verde". A ideia é que o montante seja direcionado para pelo menos 20 produtores rurais comprometidos com a agricultura sustentável.
"Neste ano vamos fazer outra operação parecida, que será maior, mas sem volume definido", conta o CFO da AgroGalaxy, deixando o mistério no ar.
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