Com Selic nas alturas, temporada de balanços do quarto trimestre mostrou empresas (ainda mais) pressionadas
A alta dos juros surgiu como vilã da safra de resultados que encerra 2022, afetando diretamente as despesas financeiras das companhias
A temporada de balanços referentes ao quarto trimestre de 2022 chegou ao fim e trouxe um resultado que já estava no radar dos investidores: de maneira geral, as empresas de capital aberto seguem penalizadas pela alta dos juros, que afeta as despesas financeiras e resulta num lucro mais modesto para boa parte delas.
A conclusão é a de que, enquanto os juros não cederem — e o Banco Central não tem sido otimista neste aspecto — não haverá mesmo muito brilho para as companhias listadas na B3.
Vale lembrar que a Selic em alta desacelera não apenas o consumo das famílias, mas encarece também as dívidas das empresas. Hoje, muitas estão endividadas, com geração de caixa menor e, por consequência, lucrando menos também.
- Ainda tem dúvidas sobre como fazer a declaração do Imposto de Renda 2023? O Seu Dinheiro preparou um guia completo e exclusivo com o passo a passo para que você “se livre” logo dessa obrigação – e sem passar estresse. [BAIXE GRATUITAMENTE AQUI]
A temporada foi marcada, ainda, por intensa volatilidade e reações surpreendentes para os resultados, mostrando que o mercado de ações anda bastante descolado dos fundamentos e muito sensível a fatores paralelos.
"Já esperávamos um trimestre mais difícil levando em consideração o cenário macroeconômico e também os efeitos sazonais de Copa do Mundo e fim de ano, além dos efeitos políticos", afirma Gabriela Joubert, analista-chefe do Banco Inter.
Para ela, salvo destaques específicos, de fato é a parte de custos e a inflação que ainda pesam nos resultados das empresas, ainda que haja uma tendência de arrefecimento para ambos.
Leia Também
Quem brilhou na temporada de balanços
Entre os destaques positivos da temporada, um relatório do Bank of America aponta as companhias de itens discricionários e administradoras de shoppings no grupo daquelas que foram bem.
Tem ainda os bancos, que, apesar do choque provocado pela Americanas (AMER3), demonstraram resiliência, com destaque para Itaú (ITUB4) e Banco do Brasil (BBAS3) — este último superou as expectativas e renovou seu lucro recorde.
No caso do Itaú — que segue como favorito de analistas e gestores entre os grandes bancos — além dos números fortes e uma carteira de crédito mais rentável, houve também alívio graças ao provisionamento total com o caso da Americanas. O Itaú é um dos maiores credores da varejista.
Outro setor que trouxe bons números foi o de papel e celulose, mas dentro do esperado, com impulso das receitas maiores que compensaram a alta dos custos.
E, claro, a queridinha da bolsa brasileira, a Weg (WEGE3), que teve um crescimento robusto das receitas e margens mais altas.
Vale também pontuar os bons resultados de Soma (SOMA3) e Arezzo (ARZZ3), que despontam entre as favoritas dos mercados, uma vez que atendem o público de alta renda — e, por isso, sofrem menos os efeitos macroeconômicos.
"Foi um trimestre ruim de maneira geral, com mais decepções do que surpresas positivas, um período de crescimento fraco. Mas é importante diferenciar que essas empresas que vendem para classes mais altas seguem resilientes", diz Paulo Weickert, sócio fundador e co-gestor da Apex Capital.
Quem não foi tão bem assim
Na contramão dessas companhias, as varejistas brasileiras seguem sofrendo com a alta dos juros, o endividamento e a renda mais restrita das famílias — e, claro, o tom mais pessimista que tomou conta do setor. Assim, Via (VIIA3) e Magazine Luiza (MGLU3) trouxeram balanços mais pressionados.
A Americanas (AMER3), por sua vez, sequer divulgou seu balanço trimestral enquanto enfrenta a maior crise de sua história.
LEIA TAMBÉM: Ação da Eletrobras (ELET3) sobe após falas do ministro de Minas e Energia; veja o que ele disse
Um setor que frustrou no 4T22 foi o de siderurgia e mineração, especialmente quando os analistas avaliam os volumes e os projetos postergados. A Vale (VALE3), especificamente, trouxe números sólidos, mas ainda depende de mais previsibilidade sobre o preço do minério e da solução para a divisão de metais básicos para decolar outra vez.
Para Gabriela Joubert, analista-chefe do Banco Inter, o setor como um todo deve ver uma reversão desse quadro ruim já na temporada de balanços do primeiro trimestre deste ano, mas apenas parcialmente.
No caso específico da Vale, houve ainda uma aposta que não se confirmou: a de que a reabertura da China provocaria efeitos positivos imediatos e disseminados.
Já no setor de petróleo e gás, o que mais pesou foi a baixa na cotação do petróleo ao longo do quarto trimestre.
Mas aqui, o que interessa mesmo é saber sobre a Petrobras (PETR4): ela trouxe um lucro recorde de R$ 188,3 bilhões para o ano e aprovou a tão esperada distribuição de dividendos.
O problema é que, neste caso, cabe aquele ditado: "tudo certo, mas nada resolvido". Os dados vieram tão sólidos quanto o mercado esperava, mas as dúvidas sobre as políticas de precificação de combustíveis e distribuição de proventos seguem preocupando os investidores.
Outro setor que sofreu nesta temporada de balanços foi o de frigoríficos, conforme aponta o mesmo relatório do BofA. Para a JBS (JBSS3) e a Marfrig (MRFG3), o que pesou mais foram as margens mais baixas no mercado de carne bovina nos Estados Unidos. Já o excesso de oferta de frango prejudicou a BRF (BRFS3), enquanto o consumo doméstico caiu.
Vibra (VBBR3) anuncia R$ 850 milhões em JCP; Energisa (ENGI11) e Lavvi (LAVV3) anunciam mais R$ 500 milhões em dividendos
Vibra e Energisa anunciaram ainda aumentos de capital com bonificação em ações; veja os detalhes das distribuições de dividendos e ações
Nvidia (NVDC34) tem resultados acima do esperado no 3T25 e surpreende em guidance; ações sobem no after market
Ações sobem quase 4% no after market; bons resultados vêm em meio a uma onda de temor com uma possível sobrevalorização ou até bolha das ações ligadas à IA
Hora de vender MOTV3? Motiva fecha venda de 20 aeroportos por R$ 11,5 bilhões, mas ação não decola
O valor da operação representa quase um terço dos R$ 32 bilhões de valor de mercado da empresa na bolsa. Analistas do BTG e Safra avaliam a transação
Nem o drible de Vini Jr ajudaria: WePink de Virginia fecha acordo de R$ 5 milhões após denúncias e fica proibida de vender sem estoque
Marca da influenciadora terá que mudar modelo de vendas, reforçar atendimento e adotar controles rígidos após TAC com o MP-GO
Patria dá mais um passo em direção à porta: gestora vende novo bloco de ações da Smart Fit (SMFT3), que entram em leilão na B3
Conforme adiantado pelo Seu Dinheiro em reportagem exclusiva, o Patria está se preparando para zerar sua posição na rede de academias
BRB contratará auditoria externa para apurar fatos da operação Compliance da PF, que investiga o Banco Master
Em comunicado, o banco reafirma seu compromisso com as melhores práticas de governança, transparência e prestação de informações ao mercado
O futuro da Petrobras (PETR4): Margem Equatorial, dividendos e um dilema bilionário
Adriano Pires, sócio-fundador do CBIE e um dos maiores especialistas em energia do país, foi o convidado desta semana do Touros e Ursos para falar de Petrobras
ChatGPT vs. Gemini vs. Llama: qual IA vale mais a pena no seu dia a dia?
A atualização recoloca o Google na disputa com o ChatGPT e o Llama, da Meta; veja o que muda e qual é a melhor IA para cada tipo de tarefa
Magazine Luiza (MGLU3) e Americanas (AMER3) fecham parceria para o e-commerce; veja
Aliança cria uma nova frente no e-commerce e intensifica a competição com Mercado Livre e Casas Bahia
Governador do DF indica Celso Eloi para comandar o BRB; escolha ainda depende da Câmara Legislativa
A nomeação acontece após o afastamento judicial de Paulo Henrique Costa, em meio à operação da PF que mira irregularidades envolvendo o Banco Master
Ele foi o segundo maior banco privado do Brasil e seu jingle resistiu ao tempo, mas não acabou numa boa
Do auge ao colapso: o caso Bamerindus marcou o FGC por décadas como um dos maiores resgates do FGC da história — até o Banco Master
Cedae informa suspensão do pagamento do resgate de CDBs do Banco Master presentes na sua carteira de aplicações
Companhia de saneamento do Rio de Janeiro não informou montante aplicado nos papéis, mas tinha R$ 248 milhões em CDBs do Master ao final do primeiro semestre
A história do banco que patrocinou o boné azul de Ayrton Senna e protagonizou uma das maiores fraudes do mercado financeiro
Banco Nacional: a ascensão, a fraude contábil e a liquidação do banco que virou sinônimo de solidez nos anos 80 e que acabou exposto como protagonista de uma das maiores fraudes da história bancária do país
Oncoclínicas (ONCO3) confirma vencimento antecipado de R$ 433 milhões em CDBs do Banco Master
Ações caem forte no pregão desta terça após liquidação extrajudicial do banco, ao qual o caixa da empresa está exposto
Por que Vorcaro foi preso: PF investiga fraude de R$ 12 bilhões do Banco Master para tentar driblar o BC e emplacar venda ao BRB
De acordo com informações da Polícia Federal, o fundador do Master vendeu mais de R$ 12 bilhões em carteiras de crédito inexistentes ao BRB e entregou documentos falsos ao Banco Central para tentar justificar o negócio com o banco estatal de Brasília
Banco Central nomeia liquidante do Banco Master e bloqueia bens de executivos, inclusive do dono, Daniel Vorcaro
O BC também determinou a liquidação extrajudicial de outras empresas do grupo, como a corretora, o Letsbank e o Banco Master de Investimento
Cloudflare cai e arrasta X, ChatGPT e outros serviços nesta terça-feira (18)
Falha em um dos principais provedores de infraestrutura digital deixou diversos sites instáveis e fora do ar
Liquidado: de crescimento acelerado à crise e prisão do dono, relembre como o Banco Master chegou até aqui
A Polícia Federal prendeu o dono da empresa, Daniel Vorcaro, em operação para apurar suspeitas de crimes envolvendo a venda do banco para o BRB, Banco de Brasília.
BTG Pactual (BPAC11) quer transformar o Banco Pan (BPAN4) em sua subsidiária; confira proposta
Segundo fato relevante publicado, cada acionista do Pan receberá 0,2128 unit do BTG para cada ação, exceto o Banco Sistema, que já integra a estrutura de controle. A troca representa um prêmio de 30% sobre o preço das ações preferenciais do Pan no fechamento de 13 de outubro de 2025
Polícia Federal prende Daniel Vorcaro, dono do Banco Master; BC decreta liquidação extrajudicial da instituição
O Banco Central (BC) decretou a liquidação extrajudicial do Master, que vinha enfrentando dificuldades nos últimos meses
