Entre as dúvidas sobre a distribuição dos dividendos e sobre a nova política de preços, essa tem sido uma semana agitada para a Petrobras (PETR4). E a mais nova surpresa foi anunciada há pouco — a estatal registrou um lucro líquido recorde de R$ 188,3 bilhões em 2022, bastante impulsionada pela alta nos preços do petróleo ao longo do ano.
Isso representa um aumento de 76,6% em relação ao ano anterior, quando a companhia lucrou R$ 106,668 bilhões — seu maior recorde até então.
Mais especificamente no quarto trimestre de 2022, o lucro foi de R$ 43,341 bilhões, um recuo de 6% na comparação com os três meses anteriores e um avanço de 37,6% ante igual período de 2021.
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O dado veio ligeiramente acima do que era esperado pelos analistas: de acordo com o consenso da Bloomberg, o lucro previsto era de R$ 41,8 bilhões para os três últimos meses de 2022.
Já o Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações), principal indicador do caixa operacional da Petrobras, foi de R$ 340,5 bilhões entre outubro e dezembro passados. Aqui, a alta foi de 45,1% ante igual período de 2021.
A receita de vendas da petroleira chegou a R$ R$ 641,2 bilhões no quarto trimestre, alta de 41,7% na comparação com o último trimestre do ano anterior.
A Petrobras afirmou que o resultado divulgado hoje é reflexo não apenas da cotação do petróleo, mas também do melhor resultado financeiro, das margens maiores na venda de combustíveis e ganhos com acordos de coparticipação da Cessão Onerosa.
Petrobras (PETR4), cadê meus dividendos?
Essa é a pergunta que todo acionista está se fazendo há meses e que ganhou ainda mais força diante de um lucro gigantesco.
Assim, a Petrobras (PETR4) informou que irá distribuir R$ 35,8 bilhões em dividendos, o que representa R$ 2,74573369 por ação, seja preferencial ou ordinária, pagos da seguinte forma:
- Primeira parcela, no valor de R$ 17,9 bilhões, que será paga em 19 de maio de 2023.
- Segunda parcela, no valor de R$ 17,9 bilhões, será paga em 16 de junho de 2023.
Porém, a nova diretoria da empresa sugeriu que seja retido um total de R$ 6,5 bilhões, usados para a criação de uma reserva estatutária, tema que será votado em assembleia.
Considerando o ano de 2022, os proventos distribuídos pela estatal somam R$ 215,8 bilhões.
A Petrobras é a maior pagadora de dividendos do país e a segunda maior do mundo — ela perde apenas para a mineradora BHP, com 97,7 bilhões de dólares australianos (R$ 343 bilhões). Os números são do Índice Global de Dividendos da Janus Henderson.
A companhia brasileira distribuiu US$ 12,6 bilhões (R$ 65,6 bilhões) a mais em dividendos em 2022 na comparação com 2021 — o maior aumento do mundo.
Vale lembrar que todos esses números, que fazem os olhos de qualquer investidor brilharem, podem estar com os dias contados, afinal, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e boa parte de seus aliados são críticos desse modelo.
A ideia da equipe é alterar a política de dividendos para investir os recursos em projetos de pesquisa e desenvolvimento, especialmente na área de transição energética.
O medo dos investidores é que o dinheiro seja gasto em iniciativas pouco rentáveis e que, mesmo capazes de trazer retornos, isso só aconteça no longo prazo.