A BRF (BRFS3) desistiu de alimentar o seu pet — saiba por que a empresa vai vender sua divisão de comida para bichinhos de estimação
Segmento de pet food da (BRFS3) será vendido por meio de um processo competitivo, quando a oferta mais vantajosa é considerada

Não faz muito tempo, a BRF (BRFS3) tinha um sonho ambicioso: alimentar humanos e também seus pets, de olho em um mercado gigantesco em que cães e gatos já viraram membros da família e consomem milhões. Foi assim que a dona da Sadia e da Perdigão entrou no segmento de alimentos para animais domésticos e comprou duas empresas do segmento em 2021.
Mas, ao contrário do que era esperado após as aquisições recentes, a BRF confirmou que agora deseja se desfazer da divisão de comida para bichinhos, que pode chegar a valer R$ 2 bilhões.
De acordo com o comunicado disponível na Comissão de Valores Mobiliários (CVM), o negócio será vendido por meio de um processo competitivo. Ou seja: quem fizer a oferta mais vantajosa pelos ativos leva.
"Sendo que esse processo está em estágio inicial, com conversas preliminares com potenciais interessados", diz o documento, que também informa que a assessoria financeira é do Santander.
A reação das ações da BRF (BRFS3)
A notícia da venda parece ter agradado o mercado, já que as ações da BRF (BRFS3) subiam 2,37% por volta das 11h27, cotadas a R$ 6,48 no pregão desta terça-feira (28).

De acordo com dados compilados pela plataforma TradeMap, das 15 recomendações existentes para o ativo, cinco são de compra e 10 são de manutenção.
Leia Também
Ainda que a BRF não tenha esclarecido melhor os motivos da venda, a leitura do mercado é de que a empresa busca focar nas linhas principais do negócio, além de buscar um nível mais saudável de alavancagem.
- O Seu Dinheiro acaba de liberar um treinamento exclusivo e completamente gratuito para todos os leitores que buscam receber pagamentos recorrentes de empresas da Bolsa. [LIBERE SEU ACESSO AQUI]
Em relatório, o Itaú BBA afirma que vê a notícia como positiva, já que, considerando o valor estimado da negociação, ela se daria com um prêmio sobre os múltiplos EV/Ebitda da companhia.
A equipe destaca também o suporte à desalavancagem, tida como necessária e ainda distante de um nível considerado "ótimo".
Os analistas apontam, ainda, o ambiente competitivo do mercado e os desafios macroeconômicos do Brasil.
"Se a aquisição for concluída no valor referido, o valuation do ativo seria de aproximadamente 8 vezes o EV/Ebitda, gerando um prêmio de 60% sobre o atual EV/Ebitda da BRF. Nossas estimativas acreditam em uma faixa de R$ 200 milhões a R$ 300 milhões para o Ebitda da divisão", escrevem os analistas.
Também em relatório, a XP Investimentos aponta a Nestlé como a candidata favorita para levar o negócio de pet food da BRF, afirmando que poucas companhias deste segmento teriam fôlego para adquirir uma operação desse porte.
A XP tem recomendação de compra para BRFS3, com preço-alvo de R$ 20,60 — potencial de alta de 218%.
Como a BRF (BRFS3) entrou no mercado de comida para pets
Até 2021, a BRF tinha uma participação bem pequena no mercado de ração para cães e gatos, sendo dona apenas das marcas Balance e Gud, sem representar uma ameaça às gigantes do setor, como a Mars e a própria Nestlé.
Mas em apenas 10 dias ela conquistou 10% desse mercado com duas aquisições, acelerando seu plano estratégico, que apontava o segmento pet como uma de suas prioridades até 2030.
Em junho de 2021, a BRF comprou a Hercosul, dona das marcas Biofresh, Three Dogs, Three Cats, Primocão, Primogato, Apolo e Átila. A empresa também vendia seus produtos para a África e países da América Latina, sendo dona de 4% do market share desse mercado.
Na época, o valor do negócio não foi revelado.
Poucos dias depois, a BRF veio com outra cartada e mostrando que sua aposta no setor de comida para animais domésticos era alta — foi a vez de comprar a Mogiana Alimentos, com um perfil complementar ao grupo Hercosul e 6% de participação no mercado.
Com sede em São Paulo, a Mogiana tem duas fábricas no interior do estado e exporta para a América Latina e Europa. Ela atua no segmento premium, com marcas como Guabi Natural, Gran Plus, Faro, Herói e Cat Meal.
E foi assim que a BRF conquistou em poucos dias uma fatia considerável de um mercado em forte expansão. Estima-se que para isso o desembolso tenha sido de R$ 1,35 bilhão.
Mas se tudo era tão bom, por que desistiu?
Essa é uma das principais dúvidas que ficam após a revelação de que a BRF deseja se desfazer de sua linha de comida para pets. Afinal, é difícil entender por que a empresa investiu — ainda que sem revelar os valores — em algo que parecia tão promissor e preferiu vender tudo menos de dois anos depois.
Algumas das possibilidades seriam os desafios macroeconômicos, com a alta dos juros e da inflação como obstáculos para boa parte das empresas, já que freiam o consumo e encarecem dívidas.
E hoje, o nível de endividamento da BRF também não é dos melhores, o que pode explicar os motivos que levaram a companhia a desistir de brigar pela liderança do segmento de comida para pets.
Nas projeções do Itaú BBA, a venda dessa divisão reduziria a dívida líquida da empresa para R$ 16,5 bilhões (incluindo leasing passivo) e diminuiria a estimativa de dívida líquida/Ebitda para o ano em 0,3 vez, de 3,6 vezes para 3,3 vezes.
O banco tem preço-alvo de R$ 9,00 para BRFS3 para o fim deste ano — potencial de alta de 39,3%.
Estouro do Nubank (ROXO34) no 2T25 faz Santander mudar a recomendação do papel. Vale a compra agora?
A recuperação da receita e da margem financeira deve trazer uma nova fase para o banco digital — mas isso pode não ser tudo para justificar colocar ROXO34 na carteira
Duelo de rivais: Cade abre processo para investigar práticas anticompetitivas da B3 contra a CSD BR
O órgão antitruste concluiu que as condutas da B3 elevam artificialmente as barreiras à entrada e à expansão concorrencial
No andar do plano 60-30-30: CEO do Inter (INBR32) no Brasil indica a chave para construir 30% de rentabilidade até 2027
Em entrevista ao Seu Dinheiro, Alexandre Riccio conta quais as alavancas para atingir o ambicioso plano financeiro nos próximos anos
Americanas (AMER3) tem novo chefe: saiba quem é Fernando Dias Soares, que chega para substituir Leonardo Coelho
A troca no comando da varejista acontece após o segundo trimestre de 2025 registrar um prejuízo líquido 94,7% menor em relação às perdas do segundo trimestre de 2024
Eletrobras (ELET3) pode pagar R$ 7 bilhões em dividendos em 2025; Bradesco BBI recomenda a compra
O pagamento bilionário de proventos aos acionistas mudou a percepção de valor da companhia de energia no curto prazo
Quando bilhões viram pó: as ex-gigantes que hoje negociam abaixo de R$ 1 na bolsa. Como elas viraram penny stock?
Oi, Azul, PDG Realty e outras empresas carregam hoje o título desonroso de Penny Stock, mas outrora foram enormes. Veja a lista completa e entenda o que aconteceu
Santander inicia cobertura da Aura Minerals (AURA33) e vê quatro motivos para investir nas ações agora
Segundo os analistas do banco, a companhia reúne uma combinação rara de crescimento, e ganhou um gatilho recente nos últimos meses em meio ao cenário geopolítico incerto
Anvisa fecha o cerco a versões manipuladas do Ozempic e acelera aprovação de ‘caneta emagrecedora’ genérica
A Agência veta manipulação de semaglutida e prioriza análise de registros que devem ganhar espaço após o fim da patente em 2026
Família Diniz avança no comando do Pão de Açúcar — mas não é aquela que você conhece; saiba quem são os Coelho Diniz
Os novos maiores acionistas do GPA são os Coelho Diniz, que pouco têm a ver com a família do antigo dono, Abilio Diniz, falecido no ano passado
Por que o BTG Pactual está cauteloso com as ações de varejo — e quais os nomes favoritos do banco
A primeira metade de 2025 apresentou resultados sólidos em diversos segmentos de consumo, mas a atenção agora se volta para os ventos desfavoráveis que podem afetar o setor
Petrobras (PETR4) e Ibama testam capacidade de resposta a incidentes na Margem Equatorial; entenda por que isso importa
Apesar de ser vista como a nova fronteira de exploração de petróleo, a proximidade de ecossistemas sensíveis na Margem Equatorial gera preocupações
JBS (JBSS3) aprova distribuição de R$ 820 milhões em dividendos intercalares para a JBS NV
Os recursos serão direcionados para a holding que abriu capital nos Estados Unidos recentemente, segundo informa a própria companhia
Fundo imobiliário que integra o TRX Real Estate (TRXF11) vende mais um imóvel alugado pelo Assaí; entenda os impactos para os cotistas
No fim de maio, o fundo já havia anunciado a alienação de um outro ativo, que estava sendo alugado pela varejista, por R$ 69 milhões
BB Seguridade (BBSE3), Itaúsa (ITSA4) e mais: 8 empresas pagam dividendos e JCP nesta semana; confira
Oito companhias listadas no Ibovespa (IBOV) entregam dividendos e juros sobre capital próprio (JCP) aos acionistas nesta última semana de agosto
Mudanças à vista no alto escalão do GPA (PCAR3): família Coelho Diniz eleva participação e pede eleição de novo conselho
O objetivo da família é tornar a representatividade no conselho proporcional à atual participação societária, segundo comunicado ao mercado
Com nova fábrica, marca de chocolates Dengo escala apoio a produtores de cacau da BA e caminha para o lucro
A empresa está investindo R$ 100 milhões na segunda unidade de produção em Itapecerica da Serra (SP) e vai quintuplicar a capacidade de abrir lojas a partir de 2026
BB denuncia vídeo de Eduardo Bolsonaro por fake news e pede ação da AGU contra corrida bancária
Segundo ofício encaminhado pelo banco, os ataques nas redes sociais começaram na última terça-feira (19)
Petrobras e Ibama testam capacidade de resposta a incidentes na Foz do Amazonas
Atividade é a última antes de concessão de licença ambiental para exploração de petróleo
Que fim levou o Kichute, a mistura de tênis e chuteira que marcou época nos pés dos brasileiros?
Símbolo da infância de gerações, o tênis da Alpargatas chegou a vender milhões de pares nos anos 1970, mas acabou perdendo espaço com a chegada das marcas internacionais
Banco do Brasil (BBAS3) quer ser o maior player no mercado de carbono no país, do projeto à certificação
Para o VP de Sustentabilidade do BB, José Ricardo Sasseron, a forte relação com o agronegócio, a capilaridade do banco e seus mais de 200 anos de história podem ajudar nessa empreitada